A ideia da série me pareceu interessante, se pensada numa perspectiva ocidental e científica. Porém, sabe-se que para algumas das práticas ali mencionadas ainda não existam estudos que demonstrem eficácia relevante, o que não descarta o potencial de cura. Na minha concepção o ideal é que você tente assistir com neutralidade, e se possível, pesquise e busque informação sobre cada tratamento ali mencionado, tanto na relação saúde x doença, quanto nas questões ambientais e culturais.
a cena da mãe de Cora enterrando a placenta e a simbologia que esse ato representa, sobre as expectativas e esperanças em relação ao filho.
Os episódios são densos, difíceis de digerir, em alguns momentos precisei pausar pra respirar, e só então seguir adiante. Ali eu não vejo exemplo de força e resistência, porque isso está no raso da questão, vejo pessoas ansiando por liberdade mas ainda assim, sendo reduzidas a brutalidade das questões raciais. Visualmente sem palavras, a fotografia com um ar frio transmite perfeitamente as sensações, e você se sente imerso naquele lugar. O roteiro e as atuações são de arrepiar, apaixonada por Thuson e Aaron. Quanta entrega... E tudo isso ainda acompanhado da quebra da quarta parede. Impecável. Senti falta de aprofundamento na história de Grace, mas para mim não afetou na qualidade. Obrigada Jenkins por mais esse socão.
Lion balançou a minha criança interior. Fui do choro inconsolável para um choro silencioso, um choro de esperança. O filme entrega cenas de culpa, de abandono, de impotência, de diversas questões sociais, dentre elas a situação de vulnerabilidade das pessoas daquela região, e especialmente das crianças. O resgate emocional que o subtítulo do filme sugere é um elemento de identificação entre a criança perdida e o adulto angustiado. Ali tudo vai fazendo sentido aos poucos, porque o personagem também vai se encontrando aos poucos, mas com ele mesmo. Pouca análise e muitas lágrimas!
Cleo é uma personagem complexa. Você tenta compreendê-la, mas não a consegue ler. Nessas duas horas de espera eu não sei se quem ficou mais agoniada fui eu ou ela, desde ao observá-la ou até durante as suas próprias observações. Existencial, leve e com alguns esteriótipos facilmente identificáveis. Além de Agnès nos trazer empatia, ela nos desperta para a compreensão das contradições que a personagem encontra no contexto social, político e espacial que ela ocupa, questionando conceitos de feminilidade sem a intenção de fazer de Cleo uma heroína feminista.
Desconstruir a visão patriarcal do sangue menstrual como algo sujo é urgente. No Ocidente, já crescemos com vergonha de algo fisiológico e natural, muitas vezes traumatizadas por carregar algo que não escolhemos e que não deveríamos nos envergonhar. Mas hoje, me alegra perceber que essa visão tem se modificado, ainda que a passos lentos. O que vejo são mulheres conscientes, felizes por ciclar e engajando formas mais sustentáveis de lidar com o sangue, porém o que pesa nesse ponto é a acessibilidade. Sustentável para quem? A pobreza menstrual nesse sentido, é um assunto que merece visibilidade e reconhecimento governamental. É chocante perceber o atraso de países como a Índia, e os tabus impostos por homens, religiões e patriarcado, de uma forma tão escancarada. Mas também é lindo observá-las fazendo revolução e levantando outras mulheres, os impactos de ações como essas são incalculáveis. Belíssimo!
Para quem nunca meditou e também para quem já pratica rotineiramente. A série se apresenta como um guia leve, divertido, cheiro de cores, relaxante e com propósito. Ali é possível entender o impacto da meditação no cérebro, e também a nível espiritual. Cada episódio nos conduz para uma breve explicação e logo em seguida, para uma prática através da meditação guiada. Você começa achando colorido demais, e depois sentindo falta quando acaba.
Diante da dinâmica do viés de gênero, o caso de Elize repercutiria da mesma maneira na mídia se tivesse sido cometido por um homem. Independente do gênero, ela o esquartejou. Isso é frio. Isso choca. Porém numa esfera de análise social, é nítido que se a vítima fosse alguém com baixo poder aquisitivo, jamais teria todo esse movimento midiático. O documentário por vezes tenta se apoiar na imparcialidade, mostrando pessoas da família da vítima, advogados da acusação de Elize, mas é notório o foco na razão dela ter cometido tal ato e para mim, não existe justificativa. A produção, os advogados, peritos e familiares reproduzem machismo escancarado, como também uma visão colonial e sexista.
Ainda digerindo a relação entre Cassandra e Gersinho. Quantas nuances... A série me trouxe pra um espaço de acolhimento e perdão, tudo nela me lembra essas duas palavras. A fotografia é linda (BR ne mores), a trilha sonora é de arrepiar, a Liniker então, sem comentários pra tamanha perfeição. Acredito que por fim, a sensação que fica é sobre como a vida é uma roda-gigante, e a nós cabe apenas sermos pacientes e acolhermos aos movimentos.
Os impasses éticos, políticos, legais e morais que norteiam a discussão nos faz perceber a dimensão do atraso e descompromisso governamental com a saúde pública e os seus avanços. É insustentável se investir tanto em medicamentos caros e ineficazes, desconsiderando um tratamento eficaz e essencial para a melhoria da saúde, e esperança de sobrevida de pessoas que anseiam pela legalização e distribuição da maconha medicinal. O documentário escancara uma realidade de atrasos e burocracias para quem luta para garantir qualidade de vida e acesso a ela. Impactante e necessário.
A sensibilidade e clareza no olhar de Sebastião são admiráveis. O documentário nos apresenta a uma atmosfera crua, mas ao mesmo tempo poética. Nesse sentido, a sinestesia entre as fotos e o que é falado abrem espaço pra um estado profundo de reflexão. Apesar do ritmo lento, a produção nos mostra o trabalho atemporal dele enquanto fotógrafo, mas especialmente o impacto que a arte pode ter na sociedade. Belíssimo!
Recife Frio explora dentro de poucos minutos a nossa fragilidade enquanto organização. Se atento as reflexões são vastas, perpassando entre o político, social, ambiental, moral... e tudo isso ainda rindo.
Nesse momento nutrindo grande afeição por Haru e seu amadurecimento, que coisa mais linda! No entanto, as críticas sociais expostas são as partes que mais me cativa. Gostei bastante do paisagismo e da arquitetura adaptados a uma linguagem felina. Mais uma vez o Ghibli preenchendo os vazios do meu coração, amei!
Fleabag me atravessou. Depois de várias indicações de amigas, finalmente decidi mergulhar nessa empreitada e afirmo, que mergulho inusitado e maravilhoso. A série sustenta um roteiro impecável, uma fotografia de deixar o queixo caído e ainda, como no teatro de Bertolt Brecht, ocorre aqui também a quebra da quarta parede, elemento essencial no desenrolar da série. Eu tô em êxtase. Ao passo em que os episódios iam acontecendo, eu me aproximava mais e mais dela, quando vi já a considerava uma grande amiga, resultado da profundidade e conexão entregues. Com certeza irei repetir os episódios umas quinhentas vezes até estar satisfeita, e ainda não estarei.
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A Indústria da Cura (1ª Temporada)
3.6 23 Assista AgoraA ideia da série me pareceu interessante, se pensada numa perspectiva ocidental e científica. Porém, sabe-se que para algumas das práticas ali mencionadas ainda não existam estudos que demonstrem eficácia relevante, o que não descarta o potencial de cura. Na minha concepção o ideal é que você tente assistir com neutralidade, e se possível, pesquise e busque informação sobre cada tratamento ali mencionado, tanto na relação saúde x doença, quanto nas questões ambientais e culturais.
The Midnight Gospel (1ª Temporada)
4.5 455 Assista AgoraSe você sair ileso, volte para o início.
The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade (1ª Temporada)
4.4 58 Assista AgoraDilacerante. No primeiro episódio uma parte que me tocou bastante, dentre tantas, foi
a cena da mãe de Cora enterrando a placenta e a simbologia que esse ato
representa, sobre as expectativas e esperanças em relação ao filho.
Obrigada Jenkins por mais esse socão.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraLion balançou a minha criança interior. Fui do choro inconsolável para um choro silencioso, um choro de esperança. O filme entrega cenas de culpa, de abandono, de impotência, de diversas questões sociais, dentre elas a situação de vulnerabilidade das pessoas daquela região, e especialmente das crianças. O resgate emocional que o subtítulo do filme sugere é um elemento de identificação entre a criança perdida e o adulto angustiado. Ali tudo vai fazendo sentido aos poucos, porque o personagem também vai se encontrando aos poucos, mas com ele mesmo. Pouca análise e muitas lágrimas!
Cléo das 5 às 7
4.2 200 Assista AgoraCleo é uma personagem complexa. Você tenta compreendê-la, mas não a consegue ler. Nessas duas horas de espera eu não sei se quem ficou mais agoniada fui eu ou ela, desde ao observá-la ou até durante as suas próprias observações. Existencial, leve e com alguns esteriótipos facilmente identificáveis. Além de Agnès nos trazer empatia, ela nos desperta para a compreensão das contradições que a personagem encontra no contexto social, político e espacial que ela ocupa, questionando conceitos de feminilidade sem a intenção de fazer de Cleo uma heroína feminista.
Absorvendo o Tabu
4.4 201 Assista AgoraDesconstruir a visão patriarcal do sangue menstrual como algo sujo é urgente. No Ocidente, já crescemos com vergonha de algo fisiológico e natural, muitas vezes traumatizadas por carregar algo que não escolhemos e que não deveríamos nos envergonhar. Mas hoje, me alegra perceber que essa visão tem se modificado, ainda que a passos lentos. O que vejo são mulheres conscientes, felizes por ciclar e engajando formas mais sustentáveis de lidar com o sangue, porém o que pesa nesse ponto é a acessibilidade. Sustentável para quem? A pobreza menstrual nesse sentido, é um assunto que merece visibilidade e reconhecimento governamental. É chocante perceber o atraso de países como a Índia, e os tabus impostos por homens, religiões e patriarcado, de uma forma tão escancarada. Mas também é lindo observá-las fazendo revolução e levantando outras mulheres, os impactos de ações como essas são incalculáveis. Belíssimo!
Headspace: Meditação Guiada
4.4 17 Assista AgoraPara quem nunca meditou e também para quem já pratica rotineiramente. A série se apresenta como um guia leve, divertido, cheiro de cores, relaxante e com propósito. Ali é possível entender o impacto da meditação no cérebro, e também a nível espiritual. Cada episódio nos conduz para uma breve explicação e logo em seguida, para uma prática através da meditação guiada. Você começa achando colorido demais, e depois sentindo falta quando acaba.
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 387Diante da dinâmica do viés de gênero, o caso de Elize repercutiria da mesma maneira na mídia se tivesse sido cometido por um homem. Independente do gênero, ela o esquartejou. Isso é frio. Isso choca. Porém numa esfera de análise social, é nítido que se a vítima fosse alguém com baixo poder aquisitivo, jamais teria todo esse movimento midiático. O documentário por vezes tenta se apoiar na imparcialidade, mostrando pessoas da família da vítima, advogados da acusação de Elize, mas é notório o foco na razão dela ter cometido tal ato e para mim, não existe justificativa. A produção, os advogados, peritos e familiares reproduzem machismo escancarado, como também uma visão colonial e sexista.
Manhãs de Setembro (1ª Temporada)
4.3 163Ainda digerindo a relação entre Cassandra e Gersinho. Quantas nuances... A série me trouxe pra um espaço de acolhimento e perdão, tudo nela me lembra essas duas palavras. A fotografia é linda (BR ne mores), a trilha sonora é de arrepiar, a Liniker então, sem comentários pra tamanha perfeição. Acredito que por fim, a sensação que fica é sobre como a vida é uma roda-gigante, e a nós cabe apenas sermos pacientes e acolhermos aos movimentos.
Ilegal
4.4 50Os impasses éticos, políticos, legais e morais que norteiam a discussão nos faz perceber a dimensão do atraso e descompromisso governamental com a saúde pública e os seus avanços. É insustentável se investir tanto em medicamentos caros e ineficazes, desconsiderando um tratamento eficaz e essencial para a melhoria da saúde, e esperança de sobrevida de pessoas que anseiam pela legalização e distribuição da maconha medicinal. O documentário escancara uma realidade de atrasos e burocracias para quem luta para garantir qualidade de vida e acesso a ela. Impactante e necessário.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraA sensibilidade e clareza no olhar de Sebastião são admiráveis. O documentário nos apresenta a uma atmosfera crua, mas ao mesmo tempo poética. Nesse sentido, a sinestesia entre as fotos e o que é falado abrem espaço pra um estado profundo de reflexão. Apesar do ritmo lento, a produção nos mostra o trabalho atemporal dele enquanto fotógrafo, mas especialmente o impacto que a arte pode ter na sociedade. Belíssimo!
Recife Frio
4.3 313Recife Frio explora dentro de poucos minutos a nossa fragilidade enquanto organização. Se atento as reflexões são vastas, perpassando entre o político, social, ambiental, moral... e tudo isso ainda rindo.
O Reino dos Gatos
3.9 403 Assista AgoraNesse momento nutrindo grande afeição por Haru e seu amadurecimento, que coisa mais linda! No entanto, as críticas sociais expostas são as partes que mais me cativa. Gostei bastante do paisagismo e da arquitetura adaptados a uma linguagem felina. Mais uma vez o Ghibli preenchendo os vazios do meu coração, amei!
Fleabag (1ª Temporada)
4.4 627 Assista AgoraFleabag me atravessou. Depois de várias indicações de amigas, finalmente decidi mergulhar nessa empreitada e afirmo, que mergulho inusitado e maravilhoso. A série sustenta um roteiro impecável, uma fotografia de deixar o queixo caído e ainda, como no teatro de Bertolt Brecht, ocorre aqui também a quebra da quarta parede, elemento essencial no desenrolar da série. Eu tô em êxtase. Ao passo em que os episódios iam acontecendo, eu me aproximava mais e mais dela, quando vi já a considerava uma grande amiga, resultado da profundidade e conexão entregues. Com certeza irei repetir os episódios umas quinhentas vezes até estar satisfeita, e ainda não estarei.