Olha, cagaram no papel da psicóloga. Ainda mais nessa ideia de medicar imprudentemente (se nem medicar uma psicóloga poderia, né). Apesar disso, é um filme para ser sentido. As lembranças felizes me doeram. Eu senti esse filme como se retratasse o despreparo pra términos porque, na realidade, ninguém tá pronto. Eu gostei de como enxergamos o mundo pelos olhos de Antonio e aí, quando percebemos as coisas pela ótica dele fica esse "precipício" entre o que ele acha que é o motivo do término e o real motivo do término - não sabemos, ele não sabe; e muitas vezes é mesmo isso. Términos são cobertos de "e se" onde é difícil medir quando foi que começou o fim. O que mais gostei do filme é que enxergo etapas. Etapas que são reais nesse processo de lidar com finais. A etapa de fugir sentir (negar sentir, “estou ótimo”), a etapa do sentir raiva (a ligação descompensada com vários “vai tomar no cu”), a etapa de tirar o peso da culpa de si (ele queria que Sofia apontasse o que estava acontecendo com ela), a etapa de sentir carência (ele até foi atrás dela), a etapa de compreender que o outro continua com uma vida depois de você (ele vê isso nas redes sociais dela e depois quando se depara com a ideia de que ela está com outra pessoa), a etapa de se perder e ter que novamente se achar (ele não sabia nem medir quando era momento ou não de beijar alguém), as constantes imagens feito filme de lembranças – e ele que não controla os próprios pensamentos e grita em seus pensamentos que se o pensamento é dele, ela não deveria estar ali mas ela tá. Isso das lembranças felizes serem a atual fonte da tristeza, foi especialmente aí que senti o peso da realidade do filme. Eu entendo o filme como sendo uma não aceitação do final do relacionamento, até caminhar para o entendimento disso. Acho interessante como na sessão com a psicóloga ele diz “não sentir nada” depois dos remédios e quer continuar assim, pois “finalmente está bem”. Daí mostra ele continuando a vida se apoiando em medicação, acho simbólico quando ele está escutando a prima, mas a cena mostra como ele não está de fato. A segunda fase, que é ele largando os remédios e começando a se permitir sentir é um divisor de águas (vê-lo ali chorando sozinho no apartamento). Ele limpa a casa, isso também é se limpar. Ele compra móveis para a própria casa, antes ele não queria nada dele, “é temporário” sempre repetia; esse “temporário” também era negação mas daí finalmente ele decorou a casa, até com aquela girafa que ele tinha gostado e deixou pra levar outro dia. Ele cozinha com os amigos (mesmo que continue cozinhando muito mal). Ele recebe uma mensagem da Sofia enquanto há outras 5 do tinder (ele continuou usando, ele tá vivendo um dia de cada vez né). Ele finalmente tem uma conversa tranquila com a ex namorada. E especialmente, achei necessária aquela cena final. Ele está conversando com a prima, porém agora é uma conversa real. E veja só, ela também enfrenta um término e o que ele diz pra ela é que vai doer. E vai ser bom, de alguma forma. E é isso. Ele entendeu ou está começando a entender. Que bom que finalmente ele está se permitindo sentir. Vai doer. E tá tudo bem doer.
Eu não entendia quando uma amiga, durante vários anos, insistia para que eu assistisse “O segredo dos seus olhos”. Protelei por muito tempo, até chegar o dia de hoje. Não lembro a última vez que um filme mexeu comigo dessa forma.
Num momento do filme em que interpretam as cartas com nomes de jogadores de futebol, é dito em relação ao Andretta: “Uma coisa séria: aqui o chamamos de Platão, porque vive na academia.”, pouco após a cena do discurso sobre paixões que falou Sandoval para Espósito. Pensei na ideia das paixões que tanto aborda Platão; e não o Platão dito no filme, mas o Platão filósofo. Nesse caso, do Platão que estou apontando, há a ideia de que as pessoas têm uma dualidade conflitante de corpo e alma. A alma trataria daquilo que anseia pela perfeição do mundo inteligível e o corpo daquilo que anseia pelos prazeres. O corpo possui paixões conflitantes, excessos; e excessos podem levar a prazer e dor. Espósito se fechava para o amor por temer os conflitos cotidianos (logo, queria a perfeição do mundo inteligível), por isso ele experimentava o amor pelos olhos de Morales que, veja só, a partir do momento que deposita seu amor em alguém que já morreu: não sofreria com as dificuldades dos desgastes do cotidiano (e poderia viver na perfeição das lembranças do mundo inteligível), o amor estaria intacto naquelas exatas lembranças. Entretanto, enquanto Espósito evita os prazeres do corpo para não chegar à dor, Morales já experimentou os prazeres e a dor e agora se mostra obsessivo em substituir o prazer e a dor com a busca de Gómez, sem se contentar em não ter mais esses excessos de sentimentos. O mundo inteligível, para Morales, não é suficiente – nota-se isso quando ele mesmo começa a duvidar das próprias lembranças. Outra coisa curiosa, ainda nessa linha de raciocínio, é que o filme bate muito na tecla da “falta” e eu entendo, em parte, o amor dito por Platão exatamente como essa “falta”. Amamos aquilo que desejamos e o desejo está muito inclinado, também, para a questão da falta. Desejamos, muitas vezes, o que não temos. Espósito deseja Irene, mas não se permite ter; Irene deseja Espósito, mas não o “tem” e não há duvida de que eles se amam; Morales, entretanto, já pensou que teve Liliana – e ama obsessivamente por perceber que não tem de fato; as pessoas morrem, os caminhos descruzam, enfim – não é como se necessariamente aquela pessoa fosse passar o resto da vida ao seu lado e é ilusória, de toda forma, a ideia de possuir alguém. Ainda assim, é interessante notar como Espósito vê esse amor como “ideal”. Depois, quando Espósito observa que fim levou a substituição do amor obsessivo de Morales pelo ódio à Gómez (a solução pelo quê viver durante esses 25 anos que Morales encontrou), penso que existiu um “estalar” em Espósito. Esse “estalar” que falo agora, no entanto, é de compreender que a vida é apenas uma e que, sim, as nossas escolhas do presente são guiadas pelo nosso passado, os nossos atuais desejos, nossas atuais urgências e que, se a vida é uma só, ainda temos coisas a compreender e, quem sabe, resolver. Espósito passou 25 anos trancafiando o desejo e o amor que sente por Irene e compreendeu que não fazia sentido “viver” apenas no mundo inteligível com esse amor porque se permitir sentir prazer e dor é o que nos faz, afinal, existir. Ali, diante da prisão perpetua de Gómez, observando até mesmo como Gómez nem ao menos dialoga com Morales, pensei que Morales estaria, por fim, existindo num vazio, não há mais nem mesmo o que sentir, não há sensação de existir. É assim que analiso que, então, Espósito luta contra a própria existência vazia e para isso ele escuta o reflexo que o seu passado tem sim em seu presente, voltando para a ideia de que a vida é uma apenas uma. Desta forma, compreende o ato falho de escrever “TEMO” que era para ser "TE AMO", faltando à mesma letra "a" da máquina de escrever – e nada poderia ser mais bonito do que isso.
Fiquei pensando o tempo inteiro na semelhança de Jack Reynor com Seth Rogen, Kit Harington e Chris Hemsworth. PIOR, ele não é o único ator do filme que se parece com outros atores. Uma das minhas diversões foi buscar semelhanças. Por exemplo, a atriz Lucy Boynton tem uma semelhança incrível com Amy Adams, E eu tô até agora injuriada sobre como o ator Don Wycherley parece um rosto conhecido pra mim (certeza que por se parecer com algum outro ator que já acompanhei) e, no final das contas, é o primeiro contato que tenho com um trabalho dele (que por sinal, adorei).
e só para não deixar passar o comentário: QUE TRILHA SONORA INCRÍVEL e que referencias fantásticas <3
esse filme foi uma surpresa linda demais pra mim. alegria.
Amei como no final é riscado o "normal" de "requisitos para ser uma pessoa normal" sendo o fundamental ser só uma pessoa e aí a listinha se renova pra coisas realmente interessantes e importantes como ter crises de riso <3
Eu gostei tanto, tanto, tanto desse final. Como ele se construiu sem ela e como ela se construiu sem ele e como claramente, pra chegar até aí, eles passaram por uma construção juntos. Agora ele aí conseguindo socializar com mais facilidade, agora ela aí tendo escrito o tal conto que queria e com embasamento nele (dá pra sentir o carinho e a empatia, que coisa linda). Primeiro eles precisavam estar juntos para, com ajuda mutua, se compreenderem e melhorarem para si mesmos, contudo, o crescimento, depois disso, deveria ser individual para que fosse real. Ele não deveria depender dela mesmo não, ta aí uma boa lição. No comecinho quando ele não se toca sobre ajudar com o que está pesado (aquelas compras todas) e no finalzinho como ele já se oferece (e foi por iniciativa própria!), achei tão bonito. No comecinho como é difícil encontrar com mais pessoas e no finalzinho ele confirmando que vai encontrar com o pessoal (por escolha própria!). Discordei quando a mãe da Beth disse que mais importante era amar do que ser amada. Melhor do que isso, pra mim, é o recíproco. Não acho que teria lá tanto futuro se ela não pudesse sentir o que pensava, naquele momento, merecer sentir. Ainda assim, gostei da forma que ela recebeu e entendeu o carinho dele e que, apesar disso, conseguiu pesar o que ela desejava pra ela. Achei maduro e sem diminuir o amor, pelo contrário, acho uma forma de valorizar o que ali existe (por ser honesto, sabe?). Ela se amou também. E o amou suficientemente para que ele pudesse continuar com os passos dele por ele mesmo, não por ela. O carinho de ambos ficou bem aí, explicito. Acho que uma das lições mais bonitas é como as pessoas nos marcam ainda que não estejam mais conosco (o que importa mesmo é a impulsão que quem passou por nossa vida deu pra a gente conseguir viver coisas ainda mais bonitas depois). Também gostei bastante da forma que o asperger foi trabalhado. Alguns momentos pensei que exagerou no didatismo por considerar que as conversas procuravam explicar demais, porém, num geral, só me deu um quentinho no coração.
Por fim, mas não menos importantes, duas coisinhas: 1. Achei interessante a possibilidade de Albert Einstein, Mozart, Thomas Jefferson terem asperger. 2. "Eles não pertenciam aquele lugar, mas lá estavam". <3
A fotografia desse filme faz um bem danado para os olhos e nem preciso dizer quão linda ficou aliada a trilha sonora. Me senti como nessas viagens de carro que a gente põe o fone de ouvido e fica olhando as paisagens pensando "esse é o clipe ideal". Melhor ainda, é um compilado deles.
"- Posso te dar um abraço agora? - Por que? - Porque eu quero. Pelo jantar adorável, pela tarde adorável, você e eu e todo resto. Posso? - Não quero que ninguém me toque. - É? E eu já não estou fazendo isso?"
Quanto tempo um filme não me encantava assim? Tanto? Iniciei sorrindo como quem diz "sim, eu te entendo" e meu sorriso só se abriu ainda mais no final como quem diz "você me emprestou a esperança nessa tamanha doçura". Retrata bem a vida nos grandes centros urbanos. Cada detalhe é trabalhado de forma poética.
A tacada de "Medianeras" me fez ficar refletindo sobre a vida e Medianeras que até então eu não conhecia o significado, transformou-se em uma das minhas palavras favoritas. Achei genial o livro do Wally ser o livro da vida da Mariana e passei a pensar então que esse livrinho aparentemente inócuo poderia ser a definição de muita gente. Esse se procurar. E o quão ela foi longe com isso só me encantou ainda mais.
Esse filme é aquele para se refletir durante e depois porque possui um amontoado de significados que fazem valer a vida. Tornou-se, sem dúvida, um dos meus filmes favoritos. É especial. É lindo. É poético.
"Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita. É uma cidade superpovoada num país deserto. Uma cidade onde se erguem milhares e milhares de prédios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto tem um muito baixo. Ao lado de um racionalista, tem um irracional. Ao lado de um em estilo francês, tem um sem estilo. Provavelmente essas irregularidades nos reflitam perfeitamente. Irregularidades estéticas e éticas. Esses edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica demonstram falta total de planejamento. Exatamente assim é a nossa vida que construímos sem saber como queremos que fique."
Eu gostei da presença da cor azul, ficava reparando nesses detalhes. E aquele vestido azul-vibrante no final do filme deu ainda mais cor a esse cenário. A fotografia é linda, afinal. Outra coisa que me chamou atenção foi a presença do cotidiano limpo. Diálogos possíveis, aquela limpada básica na boca após comer alguma coisa sem tantos modos que se fazem lei mas que ninguém segue. Tudo comum, possível. Isso que foi o legal do filme porque no final a gente sente como se fosse algo verdadeiro. Eu ainda fiquei esperando algo mais pelo final, quando vi a Adele indo embora... e quando terminou o filme eu disse "então, foi isso?" e fiquei pensando sobre. Acho que tinha que ser assim. É o que aconteceria na real. Ela percebeu que estava deslocada e partiu. Deveria seguir em frente porque afinal, a vida é esse seguir. É um filme bonito. Não é só sobre amor. É um amontoado de sentimentos.
A trilha sonora não poderia ser melhor. A fotografia com as músicas ahhh... é como ver uma série de clipes em união. Sabe quando você escuta músicas olhando a paisagem e pensa que aquele é o "seu clipe da vida real"? é quase a sensação que o filme me passou. Esse filme é um amorzinho porém, a história não é grande coisa. Vale assistir, sem dúvida, mas não é nada que te deixe pensando horas a fio após assistir. Não há muito o que pensar. Na verdade, é um filme bastante simplório. Eu só não sei se o encaixe da trilha sonora poderia ser melhor se não fosse essa simplicidade. Achei uma simplicidade bonita.
A ideia da história era boa mas não soube ser contada o que acabou nessa coisinha extremamente teen (que é até desanimador). Não consegui levar os diálogos a sério um momento se quer, é aquele conflitinho adolescente, não sai disso, cansativo de tanta bobagem. Cheguei ao final só pra ter certeza que eu não estava sendo injusta e que algo valeria... que nada.
Cats
1.7 375 Assista Agorafui assistir pronta pra odiar e acabei achando o filme injustiçado
Besouro Azul
3.2 559 Assista Agorao elenco é super carismático e o roteiro muito ruim 🥲
Segredo Obscuro
1.8 120parece que o boto cor de rosa cruzou com um tardigrado no meio de uma abdução e aí esse filme surgiu
Paisagem de Natal
2.7 54pareceu que eu estava assistindo uma fanfic de algum outro filme ruim
Todas As Razões Para Esquecer
3.2 231Olha, cagaram no papel da psicóloga. Ainda mais nessa ideia de medicar imprudentemente (se nem medicar uma psicóloga poderia, né). Apesar disso, é um filme para ser sentido. As lembranças felizes me doeram. Eu senti esse filme como se retratasse o despreparo pra términos porque, na realidade, ninguém tá pronto. Eu gostei de como enxergamos o mundo pelos olhos de Antonio e aí, quando percebemos as coisas pela ótica dele fica esse "precipício" entre o que ele acha que é o motivo do término e o real motivo do término - não sabemos, ele não sabe; e muitas vezes é mesmo isso. Términos são cobertos de "e se" onde é difícil medir quando foi que começou o fim.
O que mais gostei do filme é que enxergo etapas. Etapas que são reais nesse processo de lidar com finais. A etapa de fugir sentir (negar sentir, “estou ótimo”), a etapa do sentir raiva (a ligação descompensada com vários “vai tomar no cu”), a etapa de tirar o peso da culpa de si (ele queria que Sofia apontasse o que estava acontecendo com ela), a etapa de sentir carência (ele até foi atrás dela), a etapa de compreender que o outro continua com uma vida depois de você (ele vê isso nas redes sociais dela e depois quando se depara com a ideia de que ela está com outra pessoa), a etapa de se perder e ter que novamente se achar (ele não sabia nem medir quando era momento ou não de beijar alguém), as constantes imagens feito filme de lembranças – e ele que não controla os próprios pensamentos e grita em seus pensamentos que se o pensamento é dele, ela não deveria estar ali mas ela tá. Isso das lembranças felizes serem a atual fonte da tristeza, foi especialmente aí que senti o peso da realidade do filme.
Eu entendo o filme como sendo uma não aceitação do final do relacionamento, até caminhar para o entendimento disso. Acho interessante como na sessão com a psicóloga ele diz “não sentir nada” depois dos remédios e quer continuar assim, pois “finalmente está bem”. Daí mostra ele continuando a vida se apoiando em medicação, acho simbólico quando ele está escutando a prima, mas a cena mostra como ele não está de fato. A segunda fase, que é ele largando os remédios e começando a se permitir sentir é um divisor de águas (vê-lo ali chorando sozinho no apartamento). Ele limpa a casa, isso também é se limpar. Ele compra móveis para a própria casa, antes ele não queria nada dele, “é temporário” sempre repetia; esse “temporário” também era negação mas daí finalmente ele decorou a casa, até com aquela girafa que ele tinha gostado e deixou pra levar outro dia. Ele cozinha com os amigos (mesmo que continue cozinhando muito mal). Ele recebe uma mensagem da Sofia enquanto há outras 5 do tinder (ele continuou usando, ele tá vivendo um dia de cada vez né). Ele finalmente tem uma conversa tranquila com a ex namorada. E especialmente, achei necessária aquela cena final. Ele está conversando com a prima, porém agora é uma conversa real. E veja só, ela também enfrenta um término e o que ele diz pra ela é que vai doer. E vai ser bom, de alguma forma. E é isso. Ele entendeu ou está começando a entender. Que bom que finalmente ele está se permitindo sentir. Vai doer. E tá tudo bem doer.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraEu não entendia quando uma amiga, durante vários anos, insistia para que eu assistisse “O segredo dos seus olhos”. Protelei por muito tempo, até chegar o dia de hoje. Não lembro a última vez que um filme mexeu comigo dessa forma.
Num momento do filme em que interpretam as cartas com nomes de jogadores de futebol, é dito em relação ao Andretta: “Uma coisa séria: aqui o chamamos de Platão, porque vive na academia.”, pouco após a cena do discurso sobre paixões que falou Sandoval para Espósito. Pensei na ideia das paixões que tanto aborda Platão; e não o Platão dito no filme, mas o Platão filósofo.
Nesse caso, do Platão que estou apontando, há a ideia de que as pessoas têm uma dualidade conflitante de corpo e alma. A alma trataria daquilo que anseia pela perfeição do mundo inteligível e o corpo daquilo que anseia pelos prazeres. O corpo possui paixões conflitantes, excessos; e excessos podem levar a prazer e dor.
Espósito se fechava para o amor por temer os conflitos cotidianos (logo, queria a perfeição do mundo inteligível), por isso ele experimentava o amor pelos olhos de Morales que, veja só, a partir do momento que deposita seu amor em alguém que já morreu: não sofreria com as dificuldades dos desgastes do cotidiano (e poderia viver na perfeição das lembranças do mundo inteligível), o amor estaria intacto naquelas exatas lembranças. Entretanto, enquanto Espósito evita os prazeres do corpo para não chegar à dor, Morales já experimentou os prazeres e a dor e agora se mostra obsessivo em substituir o prazer e a dor com a busca de Gómez, sem se contentar em não ter mais esses excessos de sentimentos. O mundo inteligível, para Morales, não é suficiente – nota-se isso quando ele mesmo começa a duvidar das próprias lembranças.
Outra coisa curiosa, ainda nessa linha de raciocínio, é que o filme bate muito na tecla da “falta” e eu entendo, em parte, o amor dito por Platão exatamente como essa “falta”. Amamos aquilo que desejamos e o desejo está muito inclinado, também, para a questão da falta. Desejamos, muitas vezes, o que não temos. Espósito deseja Irene, mas não se permite ter; Irene deseja Espósito, mas não o “tem” e não há duvida de que eles se amam; Morales, entretanto, já pensou que teve Liliana – e ama obsessivamente por perceber que não tem de fato; as pessoas morrem, os caminhos descruzam, enfim – não é como se necessariamente aquela pessoa fosse passar o resto da vida ao seu lado e é ilusória, de toda forma, a ideia de possuir alguém. Ainda assim, é interessante notar como Espósito vê esse amor como “ideal”.
Depois, quando Espósito observa que fim levou a substituição do amor obsessivo de Morales pelo ódio à Gómez (a solução pelo quê viver durante esses 25 anos que Morales encontrou), penso que existiu um “estalar” em Espósito. Esse “estalar” que falo agora, no entanto, é de compreender que a vida é apenas uma e que, sim, as nossas escolhas do presente são guiadas pelo nosso passado, os nossos atuais desejos, nossas atuais urgências e que, se a vida é uma só, ainda temos coisas a compreender e, quem sabe, resolver. Espósito passou 25 anos trancafiando o desejo e o amor que sente por Irene e compreendeu que não fazia sentido “viver” apenas no mundo inteligível com esse amor porque se permitir sentir prazer e dor é o que nos faz, afinal, existir. Ali, diante da prisão perpetua de Gómez, observando até mesmo como Gómez nem ao menos dialoga com Morales, pensei que Morales estaria, por fim, existindo num vazio, não há mais nem mesmo o que sentir, não há sensação de existir.
É assim que analiso que, então, Espósito luta contra a própria existência vazia e para isso ele escuta o reflexo que o seu passado tem sim em seu presente, voltando para a ideia de que a vida é uma apenas uma. Desta forma, compreende o ato falho de escrever “TEMO” que era para ser "TE AMO", faltando à mesma letra "a" da máquina de escrever – e nada poderia ser mais bonito do que isso.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraFiquei pensando o tempo inteiro na semelhança de Jack Reynor com Seth Rogen, Kit Harington e Chris Hemsworth. PIOR, ele não é o único ator do filme que se parece com outros atores. Uma das minhas diversões foi buscar semelhanças. Por exemplo, a atriz Lucy Boynton tem uma semelhança incrível com Amy Adams, E eu tô até agora injuriada sobre como o ator Don Wycherley parece um rosto conhecido pra mim (certeza que por se parecer com algum outro ator que já acompanhei) e, no final das contas, é o primeiro contato que tenho com um trabalho dele (que por sinal, adorei).
e só para não deixar passar o comentário: QUE TRILHA SONORA INCRÍVEL e que referencias fantásticas <3
esse filme foi uma surpresa linda demais pra mim. alegria.
Pets: A Vida Secreta dos Bichos
3.5 936 Assista Agoraachei bastante toy story versão bichos
Requisitos para Ser uma Pessoa Normal
3.9 265Amei como no final é riscado o "normal" de "requisitos para ser uma pessoa normal" sendo o fundamental ser só uma pessoa e aí a listinha se renova pra coisas realmente interessantes e importantes como ter crises de riso <3
Emelie
2.4 218Achei isso do menino se defendendo com fogos totalmente Esqueceram de mim.
Adam
3.9 825Eu gostei tanto, tanto, tanto desse final. Como ele se construiu sem ela e como ela se construiu sem ele e como claramente, pra chegar até aí, eles passaram por uma construção juntos. Agora ele aí conseguindo socializar com mais facilidade, agora ela aí tendo escrito o tal conto que queria e com embasamento nele (dá pra sentir o carinho e a empatia, que coisa linda). Primeiro eles precisavam estar juntos para, com ajuda mutua, se compreenderem e melhorarem para si mesmos, contudo, o crescimento, depois disso, deveria ser individual para que fosse real. Ele não deveria depender dela mesmo não, ta aí uma boa lição. No comecinho quando ele não se toca sobre ajudar com o que está pesado (aquelas compras todas) e no finalzinho como ele já se oferece (e foi por iniciativa própria!), achei tão bonito. No comecinho como é difícil encontrar com mais pessoas e no finalzinho ele confirmando que vai encontrar com o pessoal (por escolha própria!).
Discordei quando a mãe da Beth disse que mais importante era amar do que ser amada. Melhor do que isso, pra mim, é o recíproco. Não acho que teria lá tanto futuro se ela não pudesse sentir o que pensava, naquele momento, merecer sentir. Ainda assim, gostei da forma que ela recebeu e entendeu o carinho dele e que, apesar disso, conseguiu pesar o que ela desejava pra ela. Achei maduro e sem diminuir o amor, pelo contrário, acho uma forma de valorizar o que ali existe (por ser honesto, sabe?). Ela se amou também. E o amou suficientemente para que ele pudesse continuar com os passos dele por ele mesmo, não por ela.
O carinho de ambos ficou bem aí, explicito. Acho que uma das lições mais bonitas é como as pessoas nos marcam ainda que não estejam mais conosco (o que importa mesmo é a impulsão que quem passou por nossa vida deu pra a gente conseguir viver coisas ainda mais bonitas depois).
Também gostei bastante da forma que o asperger foi trabalhado. Alguns momentos pensei que exagerou no didatismo por considerar que as conversas procuravam explicar demais, porém, num geral, só me deu um quentinho no coração.
Por fim, mas não menos importantes, duas coisinhas:
1. Achei interessante a possibilidade de Albert Einstein, Mozart, Thomas Jefferson terem asperger.
2. "Eles não pertenciam aquele lugar, mas lá estavam". <3
Os 13 Pecados
3.2 283 Assista AgoraNota 2 só pela cena do morto com um livrinho. Merecia um oscar. Pro morto, claro.
O Guia do Mochileiro das Galáxias
3.4 1,0KSó quero aprender a música dos golfinhos.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraA fotografia desse filme faz um bem danado para os olhos e nem preciso dizer quão linda ficou aliada a trilha sonora. Me senti como nessas viagens de carro que a gente põe o fone de ouvido e fica olhando as paisagens pensando "esse é o clipe ideal". Melhor ainda, é um compilado deles.
Eu, Mamãe e os Meninos
3.7 162 Assista AgoraAlguém sabe onde encontrar o download legendado?
No Espaço Não Existem Sentimentos
4.3 450"- Posso te dar um abraço agora?
- Por que?
- Porque eu quero. Pelo jantar adorável, pela tarde adorável, você e eu e todo resto. Posso?
- Não quero que ninguém me toque.
- É? E eu já não estou fazendo isso?"
O sorrisinho do Simon no final. Ahhh... :') ♥
Simão, o Fantasma Trapalhão
2.1 424 Assista AgoraInfância <3
Cada um Tem a Gêmea que Merece
2.4 1,9K Assista AgoraO pior filme do Adam Sandler.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraQuanto tempo um filme não me encantava assim? Tanto? Iniciei sorrindo como quem diz "sim, eu te entendo" e meu sorriso só se abriu ainda mais no final como quem diz "você me emprestou a esperança nessa tamanha doçura". Retrata bem a vida nos grandes centros urbanos. Cada detalhe é trabalhado de forma poética.
A tacada de "Medianeras" me fez ficar refletindo sobre a vida e Medianeras que até então eu não conhecia o significado, transformou-se em uma das minhas palavras favoritas. Achei genial o livro do Wally ser o livro da vida da Mariana e passei a pensar então que esse livrinho aparentemente inócuo poderia ser a definição de muita gente. Esse se procurar. E o quão ela foi longe com isso só me encantou ainda mais.
"Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita. É uma cidade superpovoada num país deserto. Uma cidade onde se erguem milhares e milhares de prédios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto tem um muito baixo. Ao lado de um racionalista, tem um irracional. Ao lado de um em estilo francês, tem um sem estilo. Provavelmente essas irregularidades nos reflitam perfeitamente. Irregularidades estéticas e éticas. Esses edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica demonstram falta total de planejamento. Exatamente assim é a nossa vida que construímos sem saber como queremos que fique."
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KParódia pornô de jogos mortais.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraEu gostei da presença da cor azul, ficava reparando nesses detalhes. E aquele vestido azul-vibrante no final do filme deu ainda mais cor a esse cenário. A fotografia é linda, afinal. Outra coisa que me chamou atenção foi a presença do cotidiano limpo. Diálogos possíveis, aquela limpada básica na boca após comer alguma coisa sem tantos modos que se fazem lei mas que ninguém segue. Tudo comum, possível. Isso que foi o legal do filme porque no final a gente sente como se fosse algo verdadeiro. Eu ainda fiquei esperando algo mais pelo final, quando vi a Adele indo embora... e quando terminou o filme eu disse "então, foi isso?" e fiquei pensando sobre. Acho que tinha que ser assim. É o que aconteceria na real. Ela percebeu que estava deslocada e partiu. Deveria seguir em frente porque afinal, a vida é esse seguir. É um filme bonito. Não é só sobre amor. É um amontoado de sentimentos.
O Presente
4.0 344Transborda doçura.
Submarine
4.0 1,6KA trilha sonora não poderia ser melhor. A fotografia com as músicas ahhh... é como ver uma série de clipes em união. Sabe quando você escuta músicas olhando a paisagem e pensa que aquele é o "seu clipe da vida real"? é quase a sensação que o filme me passou. Esse filme é um amorzinho porém, a história não é grande coisa. Vale assistir, sem dúvida, mas não é nada que te deixe pensando horas a fio após assistir. Não há muito o que pensar. Na verdade, é um filme bastante simplório. Eu só não sei se o encaixe da trilha sonora poderia ser melhor se não fosse essa simplicidade. Achei uma simplicidade bonita.
A Hospedeira
3.2 2,2KA ideia da história era boa mas não soube ser contada o que acabou nessa coisinha extremamente teen (que é até desanimador). Não consegui levar os diálogos a sério um momento se quer, é aquele conflitinho adolescente, não sai disso, cansativo de tanta bobagem. Cheguei ao final só pra ter certeza que eu não estava sendo injusta e que algo valeria... que nada.