O QUE É Elizabeth Debicki como Diana! Sempre fui bem alheia ao fascínio que se criou sobre a princesa. Achava exagerado, inclusive, mas a interpretação aqui foi tão certeira que me trouxe essa curiosidade, e agora eu própria, após pesquisar sobre Diana e entendê-la melhor, vejo-a com outros (e melhores) olhos.
No mais, concordo sobre esta ser a mais fraca das cinco temporadas, mas se mantém boa o suficiente para permanecer na minha lista de favoritos.
Primeiro, a morte de um dos soldados de uma maneira absolutamente estúpida. Depois, do nada, uma mulher com uma criança, para a qual o soldado tinha alimento já que convenientemente havia encontrado leite fresco em meio a uma zona de guerra. Por fim, o cara não apenas sobrevive à correnteza, sendo ainda levado por ela ao exato local aonde precisava chegar.
A qualidade técnica do filme é sim muito boa, principalmente pela fotografia e a questão do plano-sequência, mas a mediocridade do roteiro, repleto de soluções oportunas e simplistas, compromete a experiência. Entendo as indicações a edição e mixagem de som, design de produção e, principalmente, fotografia. Mas melhor filme? Melhor direção? MELHOR ROTEIRO? Nah. E isso se agrava quando se pensa que mais uma vez a categoria de direção contempla apenas homens. Cineastas como Céline Sciamma e Greta Gerwig, com filmes excelentes, foram completamente ignoradas, enquanto Sam Mendes, com um filme de roteiro mediano, consta na seleta lista.
É necessário considerar que o filme não corrobora ou refuta declarações dos personagens. Não apresenta flashbacks, não mostra cenas do cotidiano de ambos durante aqueles anos em que estiveram juntos. O que temos é a perspectiva pessoal de um e de outro, influenciada pela mágoa e por uma puta carga emocional. Portanto, não existe certo e errado absolutos e acho que isso é muito o que se pretende mostrar.
Mas não se pode desconsiderar as questões de gênero que, intencionalmente ou não, entram em pauta.
A impressão que tive é de que Charlie verdadeiramente acreditava que tudo estava bem por Nicole, mas a negligenciava, de fato, um tanto inconscientemente. Ao mesmo tempo, a própria Nicole só parece ter se dado conta disso quando o casamento já estava em ruínas. Ele não a forçou a se mudar para Nova York, a abrir mão de uma carreira no cinema por uma no teatro, a se adequar ao seu estilo de vida. Mas ela não o fez por vontade própria (não uma vontade genuína, ao menos), mas porque isso é naturalizado e assim lhe foi ensinado: a mulher é quem sempre sacrifica sua liberdade e vontades e sobre ela são impostas uma série de expectativas que sustentam o modelo patriarcal do matrimônio. Charlie foi sim egoísta, porém não simplesmente um egoísmo próprio do personagem, mas reflexo da socialização.
Diversas discussões que o filme diretamente ou indiretamente levanta — sobre papéis de gênero, casamento como uma instituição patriarcal fadada ao fracasso, a coação e a pressão sobre a mulher, mãe, e a condescendência com que se trata o homem, pai — há tempos têm sido extensivamente pautadas pelo feminismo (em algumas vertentes mais que em outras e, infelizmente, não tanto na que tem maior espaço na mídia). A discussão não é nova para quem faz parte do movimento ou se atenta a ele, e talvez por isso o filme não tenha me surpreendido ou sensibilizado tanto; mas é sim um filme muito bom e é ótimo que esteja levantando questões tão pertinentes. Quem gostou deste talvez goste também de "What Maisie Knew", que aborda o processo de divórcio, mas com maior foco no impacto sobre a criança, filha do casal.
Estranhei um pouco o 8° episódio, "Dear Mrs. Kennedy", e decidi pesquisar a respeito. Aparentemente, a dança da rainha com Kwame Nkrumah não teve a significância e impacto que a série sugere, no sentido de interferir na relação de Gana com a União Soviética em favorecimento de uma política com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Segundo uma matéria da National Public Radio, Nkrumah continuou a aderir ao socialismo, nos anos subsequentes, e, ao mesmo tempo, a relação do país com a União Soviética nunca foi tão radical, como pode-se inferir pelo episódio.
A matéria também afirma que a visita da rainha foi estratégica, sim, mas planejada, e não fruto de um impulso pessoal. Isto me incomodou bastante no episódio: tornar o fato uma consequência de um conflito entre mulheres poderosas, influentes, e uma necessidade de provação.
Estou ciente de que a série não se propõe a ser 100% factual, mas baseada em fatos reais, e é claro que é de se esperar que haja um "exagero" ou dramatização de determinadas coisas. Mas, em uma produção desse tipo, eu acredito ser necessário estabelecer um limite, nesse aspecto, até porque o caráter — em parte — factual é o que atrai grande parte dos espectadores.
The Crown está envolvida em algumas outras polêmicas sobre o que de fato aconteceu e o que foi retratado, mas, até então, eu só havia lido sobre questões menores, que a meu ver poderiam estar submetidas à liberdade criativa dos roteiristas. Porém, em se tratando de um fato histórico que envolve uma falsa influência de uma soberana branca sobre um líder africano, negro, a partir de nada mais que uma dança, além de uma relação que sugere rivalidade feminina entre duas figuras importantes, eles talvez tenham ido longe demais. São questões que, além de políticas e históricas, tocam também em aspectos raciais e se mostram até um tanto machistas.
Mas isso não tira o mérito da série. A segunda temporada mantém o nível da primeira e segue impressionando pela qualidade técnica, um espetáculo visual! Caracterização, figurino, direção de arte, além, é claro, do roteiro... tudo maravilhoso, muito bem-feito! A semelhança física entre os atores e as personalidades que interpretam sem sombra de dúvidas dificultou bastante o trabalho de casting e, ainda assim, conseguiram um elenco incrível. Ansiosa pela terceira temporada.
(Caso alguém tenha interesse, a matéria em questão leva o título "'The Crown' Says One Dance Changed History. The Truth Isn't So Simple").
O debate sobre Tropa de Elite voltou à tona e eu não sei o que mais me incomoda: as pessoas que exaltam Capitão Nascimento como herói ou a galera "vocês não entenderam o filme". Quão simplista é dizer que a >esmagadora< maioria do público não entendeu o filme?
Se o filme intencionava, além da exposição de práticas de corrupção na PM, também uma crítica à ação violenta do BOPE, é no mínimo problemático que a maioria das pessoas tenha interpretado o extremo oposto e tomado Capitão Nascimento como herói. Era bastante previsível, até óbvio, que o uso da narração em off do protagonista daria margem a tal interpretação. Afinal, o filme é contado pela perspectiva dele e essa ação violenta é praticamente justificada, diversas vezes.
De maneira alguma eu concordo com quem acusa Padilha de fascismo, porém (porque também há esta parcela, né). É negligente partir para uma acusação tão séria, principalmente se consideramos a filmografia do cara, com documentários como Ônibus 174 e Garapa. Ônibus 174, especialmente, vai completamente contra uma ideologia fascista, e as entrevistas do diretor também contrariam esse entendimento.
Ainda assim, eu nunca entendi a escolha de Padilha por uma estratégia narrativa tão previsivelmente ambígua. Talvez ele intencionasse humanizar o personagem, evitando retratá-lo como mais um "mal absoluto" e ironicamente caiu neste maniqueísmo bizarro que transformou seu protagonista em herói nacional? Mas se o pessoal do "vocês não entenderam o filme" estiver certo e ele realmente tiver intencionado que Capitão Nascimento fosse mais um núcleo integral da crítica do filme, a estratégia narrativa adotada está longe de ser a ideal, e não seria exagero considerá-la um erro de roteiro.
Incomoda profundamente, no caso Sandra Rozzo, a maneira como Morgan questiona Ashley, desqualificando suas afirmações sobre o comportamento controlador e manipulador de Tracey. Claro que Ashley é a assassina, mas isso não significa que ela não tenha sido vítima de um comportamento abusivo do cara. O histórico criminal de Tracey e o próprio fato de Sandra Rozzo tê-lo acusado de estupro e cárcere privado já sustentam as afirmações de Ashley, além de depoimentos de outras pessoas que os conheciam. Num geral, Piers Morgan assume uma postura bastante tendenciosa (como já dito em um comentário anterior), o que nem sempre é algo a ser condenado, em entrevistas desse tipo, mas que aqui se constitui sim em um problema, em determinados momentos chegando a ser antiprofissional.
Creio que Megan não tenha sido morta porque a entidade pretendia se apossar de seu corpo. Afinal, assim como Hannah, Megan também sofria com transtornos mentais e o filme deixa claro que isso facilita a possessão. O final, aliás, teria sido muito mais interessante se Megan tivesse sido possuída, de fato.
A relação entre Thelma e Anja nunca foi consensual e Anja nunca se apaixonou, realmente, por Thelma. O final evidencia que tudo é causado pelo desejo de Thelma, o que explica a estranheza da cena do espetáculo, quando Anja toca a coxa de Thelma enquanto a própria mãe (!!!) está sentada bem ao lado. A cena do beijo, logo em seguida, é estranhíssima! Uma pessoa que interrompe sua iniciativa e se retira do local, chorando, provavelmente não corresponde ao teu interesse, e o melhor a se fazer é não insistir, certo? Mas Anja reaparece e a beija sem dizer uma única palavra, porque é isso que Thelma quer, é o que ela faz acontecer, embora esteja confusa e vivencie um conflito devido às suas crenças religiosas. Ainda, Anja encontra-se em aparente estado de transe (por falta de melhor termo) durante vários momentos do filme. É como se ela estivesse sendo controlada, mesmo; mas, por ambas as partes, isso acontece de maneira inconsciente.
Eu não acho que a família de Thelma tenha sido sempre tão ferreamente religiosa. Após o incidente que resultou na morte do irmão e na consequente tentativa de suicídio da mãe, o pai, que já havia tentado medicação (como ela descobre quando vai ao médico, após a primeira convulsão) se vê sem alternativas e recorre ao que parece ser a única e última esperança: a fé, a crença, as orações, a religião.
No final, quando Thelma finalmente toma consciência e controle sobre seus poderes (por assim dizer), ela conscientemente assume controle sobre as vontades e ações de Anja, uma coisa meio Kilgrave (rs), o que a este ponto já torna a relação abusiva, até, no sentido de uma forçar a outra a estar com ela.
Das pessoas que estão falando mal de Ocean's 8, dois grupos se destacam:
1. Gente que já tava com rancinho antes mesmo de assistir ao filme e foi pra sala de cinema sem muita disposição a mudar de opinião, parecendo que tava ali só pra caçar erros e furos de roteiro (maioria macho se doendo por terem feito uma versão com elenco feminino). 2. Gente que tá julgando como se o filme se propusesse a ser uma puta obra de arte do gênero policial, quando claramente não há essa ambição.
Essa coisa de julgar um filme por algo que ele não se propõe a ser, aliás, é algo bastante frequente e que sempre me causa um incomodozinho. Eu fui assistir ciente de que se tratava de puro entretenimento e acabou sendo melhor do que achei que seria. A gente poderia esperar ver mulheres fodas, consagradas e premiadas em um filme foda, consagrado e premiado, mas vê-las em um filminho sessão da tarde, leve e divertido, também é legal. Chill, galera.
Uma história perturbadora, mas um filme ruim. Me pareceu bastante forçado, pretensioso. As fraquíssimas atuações chegavam a ser cômicas, em alguns momentos, e o excesso de fades mais incomodou que ajudou a construir a atmosfera do filme. Quiseram demais, tentaram demais e muito pouco conseguiram do resultando desejado, falhando principalmente em comover o espectador.
Bastante pertinente ao examinar a história original e seu impacto. Traz a reflexão sobre as potenciais consequências, a nível pessoal, social e histórico, de se dar como certo algo aparente. Afinal, como dito no próprio documentário, é bem provável que a tragédia não tivesse tamanho alcance e simbolismo, não fosse a história das 38 testemunhas apáticas. Mas o que mais me perturbou foi mesmo a questão familiar, pessoal. Fica claro que a vida do irmão foi influenciada não ‘apenas’ pela perda e pela brutalidade do crime, mas PELA HISTÓRIA! Foram coisas dissociadas em seu impacto, de certa forma. Ele afirma voluntariamente ter ido à guerra por não querer “ser apático”, e na guerra perdeu as pernas. Talvez, para ele, as coisas tivessem sido menos terríveis se a tragédia não tivesse tomado a proporção e a aparência que tomou.
O documentário é inconclusivo, mas isso eu não tomo como defeito porque simplesmente não poderia ser de outra forma. Não é possível saber com certeza o que há de verdade e o que há de distorção ou exagero na história original. Só nos resta lamentar... por tudo, mas principalmente por Kitty, mais uma vítima da misoginia e do feminicídio.
Poxa, hein? Tão bom o curta, tinha tanto potencial! O roteiro é bem simplesinho, bem fraquinho. É mais um filme pra pregar uns sustos, mesmo. O curta abria espaço pra algo mais elaborado, marcante e, principalmente, mais original e com menos clichês do gênero. Não correspondeu em nada às expectativas.
Tirar a máscara do assassino logo no início foi uma estupidez tremenda, ele poderia ter sido tão mais intimidador! Com certeza a maior falha do roteiro.
Engraçado (ou trágico) como este filme pode ser facilmente comparado ao momento que vivemos no Brasil, principalmente no plano político. Mudam-se os tempos, muda-se o contexto, mas permanece a conjuntura.
Em meio a tantos filmes de terror ruins, It Follows é quase um presente. Está longe de ser uma obra-prima, mas, ao ler os comentários, achei bem injustiçado. O filme consegue causar tensão e é, sim, assustador. A originalidade é sua maior qualidade, não vemos nele muitos clichês do terror que continuam a ser explorados de maneira maçante (o que em grande parte justifica o fracasso dos filmes recentes).
Uma 'coisa' que assume forma humana, por vezes como uma pessoa normal e por vezes de uma maneira bizarra, e que caminha lentamente em sua direção. Sério, que agonia! A ideia geral é realmente muito boa.
Vi uma galerona reclamando que o filme não explica quase nada e que o final é ruim por deixar em aberto. Já eu tomo isso como qualidade. Sou suspeita pra falar porque considero um dos formatos mais inteligentes do cinema, histórias que não entregam tudo numa bandeja e te permitem criar teorias (no caso de It Follows, a mais propagada é a de que o filme é uma metáfora sobre DSTs, o que faz total sentido).
O clima do filme me agradou bastante, também. A sensação "terror anos 80", mas, ao mesmo tempo, a impossibilidade de dizer em que época ele se passa e, ainda, a impressão de ser um tempo que não existiu, de fato, já que mistura elementos típicos de épocas passadas com outros que nos remetem aos dias atuais. A única coisa que realmente me incomodou foi a sequência da piscina, que achei meio bosta, assim, mas no mais é um filme de 3,5 estrelas bem merecidas.
As pessoas que mais reconhecem a qualidade desse filme são sempre as que se identificam com a protagonista. As que não gostam e mais criticam, claro, sempre as que nunca passaram por algo parecido e não conseguem compreender a personagem, julgando-a mal. É aquela coisa: só entende quem já sofreu. Não surpreende os comentários chamando Elizabeth de chata, ingrata, preguiçosa, folgada, irresponsável e (o que mais me incomoda) vitimista. Quem sofre ou já sofreu de depressão sabe bem que o mau julgamento dói tanto quanto a doença, em si, e como seria mais fácil enfrentar o problema se houvesse mais compreensão e apoio. Por um mundo mais empático.
Me incomoda, um pouco, as reações e conclusões que as pessoas tiram sobre esse filme. Vi gente falando em "se colocar no lugar do outro" (do Lucas, no caso), criticando a atitude da diretora da escola. Muitos, ainda, acabam tomando raiva da Klara e levando o fato de que devemos duvidar das crianças como uma espécie de moral da história.
A meu ver, a diretora, na posição em que se encontrava, não poderia ter tomado melhor atitude. Ela chamou Lucas e expôs a situação, antes de tudo. Depois, consultou um psicólogo e falou com os pais da garota. Em seguida, seguiu as orientações das autoridades para investigar o caso, dando recomendações aos outros pais sobre possíveis sinais de abuso. O que vocês esperavam? O que vocês fariam? Ignorariam toda a situação sem alertar os responsáveis pela aparente vítima, as autoridades e sem contribuir com a investigação de outras vítimas em potencial?
É inegável que Lucas agia de modo estranho, até suspeito. Quando confrontado pela diretora, ele não se deu ao trabalho de explicar o que havia acontecido e se defender com firmeza, assim como não o fez com qualquer outra pessoa. Além disso, expulsou com violência a namorada de sua casa, sendo que ela havia escutado a garotinha, que continuava falando de modo que levantava suspeitas. Pra alguns, pelo visto, parece muito óbvia a inocência dele, mas no contexto da história não é nada óbvio.
Quanto a tomar raiva da criança: é compreensível, mas né? É uma criança! Vi quase ninguém comentando sobre o irmão (+ amigos) que falou e mostrou pornografia pra garota. E é curioso como todos os personagens tratam a caça com tamanha naturalidade. Fazer mal a uma criança jamais, mas matar animais por hobby tudo bem. Não sei se foi uma questão que pretenderam levantar ou se é só muito comum na região e/ou para os responsáveis pela história/roteiro, mas não pude deixar de notar.
Um último ponto: crianças não dizem sempre a verdade, realmente, mas vale lembrar que não são poucos os casos de assédio, abuso e pedofilia que passam impunes porque os adultos não dão a devida atenção aos sinais que a criança demonstra e não acreditam em suas afirmações. Basta uma pesquisa simples para encontrar inúmeros casos/testemunhos, e isso acontece nos mais variados locais do mundo. Não acho que essa coisa de que crianças mentem seja, assim, uma 'moral da história' válida. Crianças mentem, crianças falam a verdade, crianças são negligenciadas, injustiçadas e traumatizadas. Acusações que partem de crianças devem ser levadas a sério e investigadas. Sempre! Injustiças, infelizmente, acontecem o tempo todo, mas o filme prova que não há como solucionar certos casos sem que alguém seja lesado.
A perda de um ente querido, um amor não correspondido, a solidão, o abandono, o esquecimento, o julgamento, a decepção, a vergonha, a traição, a omissão, mas também a bondade e a consideração. A melancolia da existência humana e o preço da mais absoluta e plena liberdade.
O final é lindíssimo, a fotografia é sensacional! E ai, Juliette <3
É uma temporada realmente mais fraca pela falta de adrenalina, de algo que nos surpreenda, mas é politicamente mais madura ao colocar em pauta questões tão importantes e urgentes.
Foram problematizados temas como aborto, transfobia, representatividade negra, estupro e violência contra a mulher, liberdade e fanatismo religioso, privatização, sistema carcerário, abandono de crianças pelos pais, depressão, machismo, entre outros. Todos bastante pertinentes e que necessitam ser pensados e discutidos. Além disso, a série abriu espaço para personagens menos frequentes e com histórias muito interessantes. Big Boo e Doggett são exemplos disso. E juntas, ainda, elas formaram uma dupla que se sobressaiu na temporada.
O que realmente decepcionou foi o núcleo Piper-Alex-Stella.
Com tanto alarde sobre a Ruby Rose, eu esperava uma espécie de triângulo amoroso excitante, mas a Stella simplesmente surgiu no 6° episódio e serviu mais como um deslize sem graça de Piper. Toda aquela coisa com a Norma também começou a ficar meio cansativa a partir de certo ponto, mas serviu pra mostrar a vulnerabilidade das detentas e a necessidade de agarrar-se a algo que lhes dê esperança. E ainda temos a saída da Nicky, após ter sido movida para a segurança máxima. Ela fez falta, espero que volte logo na quarta temporada. E só pra constar, a cena do lago foi realmente linda, tão poética <3
Excelentes diálogos e um roteiro muito bom que abre espaço pra várias interpretações. É interessante e intrigante como é possível enxergar as personagens da peça nas do filme, algumas de suas características e atitudes. E é legal o modo como o filme confunde quem está assistindo, em certos momentos não deixando claro, imediatamente, se o que ocorre é um ensaio ou uma conversa/discussão real entre Val e Maria. Formidável química entre Juliette Binoche e Kristen Stewart! E por falar em Kristen, ela mandou super bem! Logo na primeira cena já é notável o bom desempenho dela. Apenas os vários fades me incomodaram um pouco, mas talvez tenham o propósito de fazer referência ao teatro, às trocas de cena, fechamento das cortinas.
A guerra é mesmo algo assustador... Obriga a pessoa a matar, a destruir, e a pune por agir com solidariedade e compaixão. Descobri o [excelente] filme enquanto pesquisava sobre o clipe da música "Pipes Of Peace", de Paul McCartney, que também foi inspirado no acontecimento do Natal de 1914. Vale a pena conferir! E só agora percebi que está para completar 100 anos desde que aconteceu e, mesmo um século depois, continua sendo uma lição de vida, de humanidade.
Ao mesmo tempo mágico e real. Assisti várias vezes quando criança. Amava! Decidi rever madrugada passada e foi impossível não me emocionar. A trilha sonora é tão doce, as músicas me remetem à infância tanto quanto as cenas, a história. Encantador!
The Crown (5ª Temporada)
3.8 98 Assista AgoraO QUE É Elizabeth Debicki como Diana!
Sempre fui bem alheia ao fascínio que se criou sobre a princesa. Achava exagerado, inclusive, mas a interpretação aqui foi tão certeira que me trouxe essa curiosidade, e agora eu própria, após pesquisar sobre Diana e entendê-la melhor, vejo-a com outros (e melhores) olhos.
No mais, concordo sobre esta ser a mais fraca das cinco temporadas, mas se mantém boa o suficiente para permanecer na minha lista de favoritos.
Alguém Avisa?
3.5 340 Assista AgoraTentativa falha de abordar um tópico sensível numa comédia. Mais de uma hora passando raiva pra receber um refresquinho duvidoso no final.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraOk...
Primeiro, a morte de um dos soldados de uma maneira absolutamente estúpida. Depois, do nada, uma mulher com uma criança, para a qual o soldado tinha alimento já que convenientemente havia encontrado leite fresco em meio a uma zona de guerra. Por fim, o cara não apenas sobrevive à correnteza, sendo ainda levado por ela ao exato local aonde precisava chegar.
A qualidade técnica do filme é sim muito boa, principalmente pela fotografia e a questão do plano-sequência, mas a mediocridade do roteiro, repleto de soluções oportunas e simplistas, compromete a experiência. Entendo as indicações a edição e mixagem de som, design de produção e, principalmente, fotografia. Mas melhor filme? Melhor direção? MELHOR ROTEIRO? Nah. E isso se agrava quando se pensa que mais uma vez a categoria de direção contempla apenas homens. Cineastas como Céline Sciamma e Greta Gerwig, com filmes excelentes, foram completamente ignoradas, enquanto Sam Mendes, com um filme de roteiro mediano, consta na seleta lista.
E que venham os dislikes.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista Agorasem palavras speechless
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraÉ necessário considerar que o filme não corrobora ou refuta declarações dos personagens. Não apresenta flashbacks, não mostra cenas do cotidiano de ambos durante aqueles anos em que estiveram juntos. O que temos é a perspectiva pessoal de um e de outro, influenciada pela mágoa e por uma puta carga emocional. Portanto, não existe certo e errado absolutos e acho que isso é muito o que se pretende mostrar.
Mas não se pode desconsiderar as questões de gênero que, intencionalmente ou não, entram em pauta.
A impressão que tive é de que Charlie verdadeiramente acreditava que tudo estava bem por Nicole, mas a negligenciava, de fato, um tanto inconscientemente. Ao mesmo tempo, a própria Nicole só parece ter se dado conta disso quando o casamento já estava em ruínas. Ele não a forçou a se mudar para Nova York, a abrir mão de uma carreira no cinema por uma no teatro, a se adequar ao seu estilo de vida. Mas ela não o fez por vontade própria (não uma vontade genuína, ao menos), mas porque isso é naturalizado e assim lhe foi ensinado: a mulher é quem sempre sacrifica sua liberdade e vontades e sobre ela são impostas uma série de expectativas que sustentam o modelo patriarcal do matrimônio. Charlie foi sim egoísta, porém não simplesmente um egoísmo próprio do personagem, mas reflexo da socialização.
Diversas discussões que o filme diretamente ou indiretamente levanta — sobre papéis de gênero, casamento como uma instituição patriarcal fadada ao fracasso, a coação e a pressão sobre a mulher, mãe, e a condescendência com que se trata o homem, pai — há tempos têm sido extensivamente pautadas pelo feminismo (em algumas vertentes mais que em outras e, infelizmente, não tanto na que tem maior espaço na mídia). A discussão não é nova para quem faz parte do movimento ou se atenta a ele, e talvez por isso o filme não tenha me surpreendido ou sensibilizado tanto; mas é sim um filme muito bom e é ótimo que esteja levantando questões tão pertinentes. Quem gostou deste talvez goste também de "What Maisie Knew", que aborda o processo de divórcio, mas com maior foco no impacto sobre a criança, filha do casal.
The Crown (2ª Temporada)
4.5 254 Assista AgoraEstranhei um pouco o 8° episódio, "Dear Mrs. Kennedy", e decidi pesquisar a respeito. Aparentemente, a dança da rainha com Kwame Nkrumah não teve a significância e impacto que a série sugere, no sentido de interferir na relação de Gana com a União Soviética em favorecimento de uma política com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Segundo uma matéria da National Public Radio, Nkrumah continuou a aderir ao socialismo, nos anos subsequentes, e, ao mesmo tempo, a relação do país com a União Soviética nunca foi tão radical, como pode-se inferir pelo episódio.
A matéria também afirma que a visita da rainha foi estratégica, sim, mas planejada, e não fruto de um impulso pessoal. Isto me incomodou bastante no episódio: tornar o fato uma consequência de um conflito entre mulheres poderosas, influentes, e uma necessidade de provação.
Estou ciente de que a série não se propõe a ser 100% factual, mas baseada em fatos reais, e é claro que é de se esperar que haja um "exagero" ou dramatização de determinadas coisas. Mas, em uma produção desse tipo, eu acredito ser necessário estabelecer um limite, nesse aspecto, até porque o caráter — em parte — factual é o que atrai grande parte dos espectadores.
The Crown está envolvida em algumas outras polêmicas sobre o que de fato aconteceu e o que foi retratado, mas, até então, eu só havia lido sobre questões menores, que a meu ver poderiam estar submetidas à liberdade criativa dos roteiristas. Porém, em se tratando de um fato histórico que envolve uma falsa influência de uma soberana branca sobre um líder africano, negro, a partir de nada mais que uma dança, além de uma relação que sugere rivalidade feminina entre duas figuras importantes, eles talvez tenham ido longe demais. São questões que, além de políticas e históricas, tocam também em aspectos raciais e se mostram até um tanto machistas.
Mas isso não tira o mérito da série. A segunda temporada mantém o nível da primeira e segue impressionando pela qualidade técnica, um espetáculo visual! Caracterização, figurino, direção de arte, além, é claro, do roteiro... tudo maravilhoso, muito bem-feito! A semelhança física entre os atores e as personalidades que interpretam sem sombra de dúvidas dificultou bastante o trabalho de casting e, ainda assim, conseguiram um elenco incrível. Ansiosa pela terceira temporada.
(Caso alguém tenha interesse, a matéria em questão leva o título "'The Crown' Says One Dance Changed History. The Truth Isn't So Simple").
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraO debate sobre Tropa de Elite voltou à tona e eu não sei o que mais me incomoda: as pessoas que exaltam Capitão Nascimento como herói ou a galera "vocês não entenderam o filme". Quão simplista é dizer que a >esmagadora< maioria do público não entendeu o filme?
Se o filme intencionava, além da exposição de práticas de corrupção na PM, também uma crítica à ação violenta do BOPE, é no mínimo problemático que a maioria das pessoas tenha interpretado o extremo oposto e tomado Capitão Nascimento como herói. Era bastante previsível, até óbvio, que o uso da narração em off do protagonista daria margem a tal interpretação. Afinal, o filme é contado pela perspectiva dele e essa ação violenta é praticamente justificada, diversas vezes.
De maneira alguma eu concordo com quem acusa Padilha de fascismo, porém (porque também há esta parcela, né). É negligente partir para uma acusação tão séria, principalmente se consideramos a filmografia do cara, com documentários como Ônibus 174 e Garapa. Ônibus 174, especialmente, vai completamente contra uma ideologia fascista, e as entrevistas do diretor também contrariam esse entendimento.
Ainda assim, eu nunca entendi a escolha de Padilha por uma estratégia narrativa tão previsivelmente ambígua. Talvez ele intencionasse humanizar o personagem, evitando retratá-lo como mais um "mal absoluto" e ironicamente caiu neste maniqueísmo bizarro que transformou seu protagonista em herói nacional?
Mas se o pessoal do "vocês não entenderam o filme" estiver certo e ele realmente tiver intencionado que Capitão Nascimento fosse mais um núcleo integral da crítica do filme, a estratégia narrativa adotada está longe de ser a ideal, e não seria exagero considerá-la um erro de roteiro.
Mulheres Assassinas com Piers Morgan (2ª Temporada)
3.1 7Incomoda profundamente, no caso Sandra Rozzo, a maneira como Morgan questiona Ashley, desqualificando suas afirmações sobre o comportamento controlador e manipulador de Tracey. Claro que Ashley é a assassina, mas isso não significa que ela não tenha sido vítima de um comportamento abusivo do cara. O histórico criminal de Tracey e o próprio fato de Sandra Rozzo tê-lo acusado de estupro e cárcere privado já sustentam as afirmações de Ashley, além de depoimentos de outras pessoas que os conheciam.
Num geral, Piers Morgan assume uma postura bastante tendenciosa (como já dito em um comentário anterior), o que nem sempre é algo a ser condenado, em entrevistas desse tipo, mas que aqui se constitui sim em um problema, em determinados momentos chegando a ser antiprofissional.
Cadáver
2.4 368 Assista AgoraUm bom passatempo para quem gosta do gênero e vai assistir sem pretensões.
Creio que Megan não tenha sido morta porque a entidade pretendia se apossar de seu corpo. Afinal, assim como Hannah, Megan também sofria com transtornos mentais e o filme deixa claro que isso facilita a possessão. O final, aliás, teria sido muito mais interessante se Megan tivesse sido possuída, de fato.
Thelma
3.5 342 Assista AgoraMinha interpretação é a seguinte:
A relação entre Thelma e Anja nunca foi consensual e Anja nunca se apaixonou, realmente, por Thelma. O final evidencia que tudo é causado pelo desejo de Thelma, o que explica a estranheza da cena do espetáculo, quando Anja toca a coxa de Thelma enquanto a própria mãe (!!!) está sentada bem ao lado. A cena do beijo, logo em seguida, é estranhíssima! Uma pessoa que interrompe sua iniciativa e se retira do local, chorando, provavelmente não corresponde ao teu interesse, e o melhor a se fazer é não insistir, certo? Mas Anja reaparece e a beija sem dizer uma única palavra, porque é isso que Thelma quer, é o que ela faz acontecer, embora esteja confusa e vivencie um conflito devido às suas crenças religiosas.
Ainda, Anja encontra-se em aparente estado de transe (por falta de melhor termo) durante vários momentos do filme. É como se ela estivesse sendo controlada, mesmo; mas, por ambas as partes, isso acontece de maneira inconsciente.
Eu não acho que a família de Thelma tenha sido sempre tão ferreamente religiosa. Após o incidente que resultou na morte do irmão e na consequente tentativa de suicídio da mãe, o pai, que já havia tentado medicação (como ela descobre quando vai ao médico, após a primeira convulsão) se vê sem alternativas e recorre ao que parece ser a única e última esperança: a fé, a crença, as orações, a religião.
No final, quando Thelma finalmente toma consciência e controle sobre seus poderes (por assim dizer), ela conscientemente assume controle sobre as vontades e ações de Anja, uma coisa meio Kilgrave (rs), o que a este ponto já torna a relação abusiva, até, no sentido de uma forçar a outra a estar com ela.
Oito Mulheres e um Segredo
3.6 1,1K Assista AgoraDas pessoas que estão falando mal de Ocean's 8, dois grupos se destacam:
1. Gente que já tava com rancinho antes mesmo de assistir ao filme e foi pra sala de cinema sem muita disposição a mudar de opinião, parecendo que tava ali só pra caçar erros e furos de roteiro (maioria macho se doendo por terem feito uma versão com elenco feminino).
2. Gente que tá julgando como se o filme se propusesse a ser uma puta obra de arte do gênero policial, quando claramente não há essa ambição.
Essa coisa de julgar um filme por algo que ele não se propõe a ser, aliás, é algo bastante frequente e que sempre me causa um incomodozinho.
Eu fui assistir ciente de que se tratava de puro entretenimento e acabou sendo melhor do que achei que seria. A gente poderia esperar ver mulheres fodas, consagradas e premiadas em um filme foda, consagrado e premiado, mas vê-las em um filminho sessão da tarde, leve e divertido, também é legal. Chill, galera.
A Vítima Perfeita
3.1 243Uma história perturbadora, mas um filme ruim. Me pareceu bastante forçado, pretensioso. As fraquíssimas atuações chegavam a ser cômicas, em alguns momentos, e o excesso de fades mais incomodou que ajudou a construir a atmosfera do filme. Quiseram demais, tentaram demais e muito pouco conseguiram do resultando desejado, falhando principalmente em comover o espectador.
The Witness
3.6 9Bastante pertinente ao examinar a história original e seu impacto. Traz a reflexão sobre as potenciais consequências, a nível pessoal, social e histórico, de se dar como certo algo aparente. Afinal, como dito no próprio documentário, é bem provável que a tragédia não tivesse tamanho alcance e simbolismo, não fosse a história das 38 testemunhas apáticas. Mas o que mais me perturbou foi mesmo a questão familiar, pessoal. Fica claro que a vida do irmão foi influenciada não ‘apenas’ pela perda e pela brutalidade do crime, mas PELA HISTÓRIA! Foram coisas dissociadas em seu impacto, de certa forma. Ele afirma voluntariamente ter ido à guerra por não querer “ser apático”, e na guerra perdeu as pernas. Talvez, para ele, as coisas tivessem sido menos terríveis se a tragédia não tivesse tomado a proporção e a aparência que tomou.
O documentário é inconclusivo, mas isso eu não tomo como defeito porque simplesmente não poderia ser de outra forma. Não é possível saber com certeza o que há de verdade e o que há de distorção ou exagero na história original. Só nos resta lamentar... por tudo, mas principalmente por Kitty, mais uma vítima da misoginia e do feminicídio.
Quando as Luzes se Apagam
3.1 1,1K Assista AgoraPoxa, hein? Tão bom o curta, tinha tanto potencial!
O roteiro é bem simplesinho, bem fraquinho. É mais um filme pra pregar uns sustos, mesmo. O curta abria espaço pra algo mais elaborado, marcante e, principalmente, mais original e com menos clichês do gênero. Não correspondeu em nada às expectativas.
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KO que o filme traz de novo e interessante é somente o fato de a protagonista ser surda-muda e os efeitos sonoros inspirados por essa condição.
Tirar a máscara do assassino logo no início foi uma estupidez tremenda, ele poderia ter sido tão mais intimidador! Com certeza a maior falha do roteiro.
As Bruxas de Salém
3.6 332Engraçado (ou trágico) como este filme pode ser facilmente comparado ao momento que vivemos no Brasil, principalmente no plano político. Mudam-se os tempos, muda-se o contexto, mas permanece a conjuntura.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraEm meio a tantos filmes de terror ruins, It Follows é quase um presente. Está longe de ser uma obra-prima, mas, ao ler os comentários, achei bem injustiçado. O filme consegue causar tensão e é, sim, assustador. A originalidade é sua maior qualidade, não vemos nele muitos clichês do terror que continuam a ser explorados de maneira maçante (o que em grande parte justifica o fracasso dos filmes recentes).
Uma 'coisa' que assume forma humana, por vezes como uma pessoa normal e por vezes de uma maneira bizarra, e que caminha lentamente em sua direção. Sério, que agonia! A ideia geral é realmente muito boa.
Vi uma galerona reclamando que o filme não explica quase nada e que o final é ruim por deixar em aberto. Já eu tomo isso como qualidade. Sou suspeita pra falar porque considero um dos formatos mais inteligentes do cinema, histórias que não entregam tudo numa bandeja e te permitem criar teorias (no caso de It Follows, a mais propagada é a de que o filme é uma metáfora sobre DSTs, o que faz total sentido).
O clima do filme me agradou bastante, também. A sensação "terror anos 80", mas, ao mesmo tempo, a impossibilidade de dizer em que época ele se passa e, ainda, a impressão de ser um tempo que não existiu, de fato, já que mistura elementos típicos de épocas passadas com outros que nos remetem aos dias atuais. A única coisa que realmente me incomodou foi a sequência da piscina, que achei meio bosta, assim, mas no mais é um filme de 3,5 estrelas bem merecidas.
Geração Prozac
3.6 465As pessoas que mais reconhecem a qualidade desse filme são sempre as que se identificam com a protagonista. As que não gostam e mais criticam, claro, sempre as que nunca passaram por algo parecido e não conseguem compreender a personagem, julgando-a mal. É aquela coisa: só entende quem já sofreu. Não surpreende os comentários chamando Elizabeth de chata, ingrata, preguiçosa, folgada, irresponsável e (o que mais me incomoda) vitimista. Quem sofre ou já sofreu de depressão sabe bem que o mau julgamento dói tanto quanto a doença, em si, e como seria mais fácil enfrentar o problema se houvesse mais compreensão e apoio. Por um mundo mais empático.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraMe incomoda, um pouco, as reações e conclusões que as pessoas tiram sobre esse filme. Vi gente falando em "se colocar no lugar do outro" (do Lucas, no caso), criticando a atitude da diretora da escola. Muitos, ainda, acabam tomando raiva da Klara e levando o fato de que devemos duvidar das crianças como uma espécie de moral da história.
A meu ver, a diretora, na posição em que se encontrava, não poderia ter tomado melhor atitude. Ela chamou Lucas e expôs a situação, antes de tudo. Depois, consultou um psicólogo e falou com os pais da garota. Em seguida, seguiu as orientações das autoridades para investigar o caso, dando recomendações aos outros pais sobre possíveis sinais de abuso. O que vocês esperavam? O que vocês fariam? Ignorariam toda a situação sem alertar os responsáveis pela aparente vítima, as autoridades e sem contribuir com a investigação de outras vítimas em potencial?
É inegável que Lucas agia de modo estranho, até suspeito. Quando confrontado pela diretora, ele não se deu ao trabalho de explicar o que havia acontecido e se defender com firmeza, assim como não o fez com qualquer outra pessoa. Além disso, expulsou com violência a namorada de sua casa, sendo que ela havia escutado a garotinha, que continuava falando de modo que levantava suspeitas. Pra alguns, pelo visto, parece muito óbvia a inocência dele, mas no contexto da história não é nada óbvio.
Quanto a tomar raiva da criança: é compreensível, mas né? É uma criança! Vi quase ninguém comentando sobre o irmão (+ amigos) que falou e mostrou pornografia pra garota. E é curioso como todos os personagens tratam a caça com tamanha naturalidade. Fazer mal a uma criança jamais, mas matar animais por hobby tudo bem. Não sei se foi uma questão que pretenderam levantar ou se é só muito comum na região e/ou para os responsáveis pela história/roteiro, mas não pude deixar de notar.
Um último ponto: crianças não dizem sempre a verdade, realmente, mas vale lembrar que não são poucos os casos de assédio, abuso e pedofilia que passam impunes porque os adultos não dão a devida atenção aos sinais que a criança demonstra e não acreditam em suas afirmações. Basta uma pesquisa simples para encontrar inúmeros casos/testemunhos, e isso acontece nos mais variados locais do mundo. Não acho que essa coisa de que crianças mentem seja, assim, uma 'moral da história' válida. Crianças mentem, crianças falam a verdade, crianças são negligenciadas, injustiçadas e traumatizadas. Acusações que partem de crianças devem ser levadas a sério e investigadas. Sempre! Injustiças, infelizmente, acontecem o tempo todo, mas o filme prova que não há como solucionar certos casos sem que alguém seja lesado.
PS: perdoa o textão e não desiste de mim.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraA perda de um ente querido, um amor não correspondido, a solidão, o abandono, o esquecimento, o julgamento, a decepção, a vergonha, a traição, a omissão, mas também a bondade e a consideração. A melancolia da existência humana e o preço da mais absoluta e plena liberdade.
O final é lindíssimo, a fotografia é sensacional! E ai, Juliette <3
Orange Is The New Black (3ª Temporada)
4.2 793 Assista AgoraÉ uma temporada realmente mais fraca pela falta de adrenalina, de algo que nos surpreenda, mas é politicamente mais madura ao colocar em pauta questões tão importantes e urgentes.
Foram problematizados temas como aborto, transfobia, representatividade negra, estupro e violência contra a mulher, liberdade e fanatismo religioso, privatização, sistema carcerário, abandono de crianças pelos pais, depressão, machismo, entre outros. Todos bastante pertinentes e que necessitam ser pensados e discutidos. Além disso, a série abriu espaço para personagens menos frequentes e com histórias muito interessantes. Big Boo e Doggett são exemplos disso. E juntas, ainda, elas formaram uma dupla que se sobressaiu na temporada.
O que realmente decepcionou foi o núcleo Piper-Alex-Stella.
Com tanto alarde sobre a Ruby Rose, eu esperava uma espécie de triângulo amoroso excitante, mas a Stella simplesmente surgiu no 6° episódio e serviu mais como um deslize sem graça de Piper. Toda aquela coisa com a Norma também começou a ficar meio cansativa a partir de certo ponto, mas serviu pra mostrar a vulnerabilidade das detentas e a necessidade de agarrar-se a algo que lhes dê esperança. E ainda temos a saída da Nicky, após ter sido movida para a segurança máxima. Ela fez falta, espero que volte logo na quarta temporada. E só pra constar, a cena do lago foi realmente linda, tão poética <3
Acima das Nuvens
3.6 400Excelentes diálogos e um roteiro muito bom que abre espaço pra várias interpretações. É interessante e intrigante como é possível enxergar as personagens da peça nas do filme, algumas de suas características e atitudes. E é legal o modo como o filme confunde quem está assistindo, em certos momentos não deixando claro, imediatamente, se o que ocorre é um ensaio ou uma conversa/discussão real entre Val e Maria.
Formidável química entre Juliette Binoche e Kristen Stewart! E por falar em Kristen, ela mandou super bem! Logo na primeira cena já é notável o bom desempenho dela. Apenas os vários fades me incomodaram um pouco, mas talvez tenham o propósito de fazer referência ao teatro, às trocas de cena, fechamento das cortinas.
Feliz Natal
4.2 188 Assista AgoraA guerra é mesmo algo assustador... Obriga a pessoa a matar, a destruir, e a pune por agir com solidariedade e compaixão.
Descobri o [excelente] filme enquanto pesquisava sobre o clipe da música "Pipes Of Peace", de Paul McCartney, que também foi inspirado no acontecimento do Natal de 1914. Vale a pena conferir! E só agora percebi que está para completar 100 anos desde que aconteceu e, mesmo um século depois, continua sendo uma lição de vida, de humanidade.
A Princesinha
4.1 789 Assista AgoraAo mesmo tempo mágico e real. Assisti várias vezes quando criança. Amava! Decidi rever madrugada passada e foi impossível não me emocionar. A trilha sonora é tão doce, as músicas me remetem à infância tanto quanto as cenas, a história. Encantador!