Miguel Gomes é um dos realizadores mais potentes quando se fala em narrativa no cinema contemporâneo! É a Xerazade da narrativa cinematográfica! (risos) Mesmo sem saber nada sobre as condições de produção de As Mil e Uma Noites (V. 1), é evidente a coragem e a fuga do realizador diante de um país dado a austeridade social, política e econômica como foi, e ainda continua sendo, Portugal. Fico pensando como seria uma ficção realizada por Miguel Gomes a partir dessa atual condição que estamos vivenciando no Brasil. Se bem que com essa história de impeachment, As Mil e Uma Noites não seria a melhor referência narrativa, pois o negócio está mais pra Saga Crepúsculo!
No desespero da indigência humana, tudo se torna objeto de troca. Achamos que estamos distantes dessa cadeia de famintos, mas basta um ronco na barriga e estamos vulneráveis a vender até a alma. E se vendêssemos, somos covardes? É aqui que esse filme dos Irmãos Dardenne nos confronta com os clichês da moralidade. A primeira vista me pareceu ser um filme moralista, mas pelo contrário, sempre existe um respiro que explica alguma ação que fura a moralidade. Fica difícil culpar qualquer personagem (não há um protagonista central), quando na verdade não sabemos a liminaridade do ser humano, ou simplesmente de um objeto humanizado.
"Os sentimentos podem crescer de repente." E enquanto crescem é impossível medir o que sentimos a flor da pele. Como diz Amah: "Não seremos como eles." Nem próximos a qualquer outra relação que possa nos trair, deixando uma sensação de falta, saudade e/ou desprezo. É preciso fazer da ausência uma performance. E isso tudo pode ser transformado em potência que proporciona novos encontros. Não somente entre pares, mas principalmente entre traídos pelo amor, pelo inchaço populacional de uma Hong Kong no momento de transformações culturais dos anos 60, e de tudo que nos circunda acidentalmente e detalhadamente como os belos planos dessa maravilhosa obra. Depois que passa, mesmo com a lembrança de diversas (im)possibilidades de contato com a amada : "Ele se recorda desses anos perdidos.Como se olhasse através de uma janela empoeirada. O passado é algo que ele pode ver, mas não tocar. E tudo o que vê agora está turvo e mal definido."
Depois de Wong Kar-Wai ter me derrumado com "Felizes Juntos" (1997), agora me desfaço completamente com "Amor a flor da pele" (2000). Um filme do caralhêo!
Um filme-exposição sobre a obra de Sebastião Salgado. Vemos o próprio Sebastião narrar a sua trajetória, paralela a dos dois diretores, a partir das fotografias, intensamente disparadas no filme. Em diversos momentos senti que ele mesmo estava dirigindo o filme. Interessante os caminhos relatados de suas fotografias, mas me intriguei sobre as relações de contato com os diversos espaços-tempos e as comunidades com que ele se deparou. Parece que tudo caminha para uma explicação da condição humana que separa cultura e natureza. O que acaba por dicotomizar a sua obra entre o que um dia foi uma preocupação social, e durante os últimos anos, uma admiração pelo natural.
A sensação de fuga pode ser ilimitada, mas logo se perde como contraponto da ideia de limite que não passa de uma criação do homem presa as temporalidades das experiências de vida. O tempo-limite reduzido ao alcance do olhar, aqui é confrontado com o desejo de um tempo que anseia por uma imensidão de im(possibilidades) que nem pelo mar consegue escapar. Todas essas fotografias para sempre no limite da minha memória.
A Floresta dos Lamentos talvez não seja o melhor título em português para esse filme que explora o espaço para além de lamentações. Mogari, o lugar/tempo do luto, não só é capturado por imagens incrivelmente sensíveis desse momento, como também é a fuga dessa dor que parece ser interminável! O sofrimento de uma perda é potencializado no encontro afetivo com a natureza. A cada passo dado, nesse verde muito bem fotografado, uma lembrança é cicatrizada após um longo tempo que agora grita por um fim desse sofrimento. É chegada a hora de nos transformarmos em Budas! É preciso nos perguntarmos: 'Nós estamos vivos?"
Ainda sem saber como esse cinema é possível, mas me sinto maravilhado com Naomi Kawase! S2
Maravilhoso, mas eu acho que ainda prefiro o Laurence Anyways! Dolan continua jovial, e isso não faz o seu cinema ser imaturo. Muito pelo contrário, Mommy é uma porrada em qualquer adulto preso a relações edipianas. O amor de mãe, nesse filme, sufoca, explode, emerge e se perde em relações outras, desconstruindo essa segurança da relação maternal. Steve é preso pela própria mãe, mas consegue fugir de qualquer tela 1:1! E nisso Dolan foi genial!
Engraçadinho, envolvente, mas o final é muito intrigante. A felicidade de Guillaume está nas diversas feminilidades e não precisava terminar convencido com nenhuma sexualidade.
Mais um desses que só enxerga os direitos humanos a partir de uma normalidade que é o centro a ser atingindo e reconhecido na sociedade. Ele é cego, mas vai ao cinema como qualquer pessoa normal, e no final até consegue andar de bicicleta. Ele gosta do coleguinha da escola, pois afinal ele é humano e precisa namorar! Ora, normal como qualquer outro. Ele até sonha em sair do país para um intercâmbio, pois TODOS sonham com isso. Eu acho que deveríamos busca compreender mais a real escuridão de quem nem precisa consegue voltar sozinho, independente da sua sexualidade, e menos essa vida "normal" que muitos ainda acham ser a meta de qualquer pessoa que sofra alguma deficiência. Tão forçosamente fofo que chega a ser cansativo. Exceto pela trilha com Bowie, The National e Belle and Sebastian, esse Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é um tédio.
Quando uma amizade não está mais disposta a uma ética que se faz com diferenças e semelhanças. Não sei se esse foi o real motivo para o fim do movimento. Interessante.
Nem tão obsceno se pensarmos que todas as imagens são vistas cotidianamente. De toda forma eu vi um Scorsese que não dispensa a sua singularidade critica, ainda que em algumas partes muito exagerada e com um sarcasmo cansativo. Bom.
Crianças da Tempestade, Livro 1
3.2 2 Assista Agoraonde encontrar?
O Reino de Deus
4.1 336link?
As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto
4.1 28 Assista AgoraMiguel Gomes é um dos realizadores mais potentes quando se fala em narrativa no cinema contemporâneo! É a Xerazade da narrativa cinematográfica! (risos) Mesmo sem saber nada sobre as condições de produção de As Mil e Uma Noites (V. 1), é evidente a coragem e a fuga do realizador diante de um país dado a austeridade social, política e econômica como foi, e ainda continua sendo, Portugal. Fico pensando como seria uma ficção realizada por Miguel Gomes a partir dessa atual condição que estamos vivenciando no Brasil. Se bem que com essa história de impeachment, As Mil e Uma Noites não seria a melhor referência narrativa, pois o negócio está mais pra Saga Crepúsculo!
A Criança
3.8 91 Assista AgoraNo desespero da indigência humana, tudo se torna objeto de troca. Achamos que estamos distantes dessa cadeia de famintos, mas basta um ronco na barriga e estamos vulneráveis a vender até a alma. E se vendêssemos, somos covardes? É aqui que esse filme dos Irmãos Dardenne nos confronta com os clichês da moralidade. A primeira vista me pareceu ser um filme moralista, mas pelo contrário, sempre existe um respiro que explica alguma ação que fura a moralidade. Fica difícil culpar qualquer personagem (não há um protagonista central), quando na verdade não sabemos a liminaridade do ser humano, ou simplesmente de um objeto humanizado.
Amor à Flor da Pele
4.3 501 Assista Agora"Os sentimentos podem crescer de repente." E enquanto crescem é impossível medir o que sentimos a flor da pele. Como diz Amah: "Não seremos como eles." Nem próximos a qualquer outra relação que possa nos trair, deixando uma sensação de falta, saudade e/ou desprezo. É preciso fazer da ausência uma performance. E isso tudo pode ser transformado em potência que proporciona novos encontros. Não somente entre pares, mas principalmente entre traídos pelo amor, pelo inchaço populacional de uma Hong Kong no momento de transformações culturais dos anos 60, e de tudo que nos circunda acidentalmente e detalhadamente como os belos planos dessa maravilhosa obra. Depois que passa, mesmo com a lembrança de diversas (im)possibilidades de contato com a amada : "Ele se recorda desses anos perdidos.Como se olhasse através de uma janela empoeirada. O passado é algo que ele pode ver, mas não tocar. E tudo o que vê agora está turvo e mal definido."
Depois de Wong Kar-Wai ter me derrumado com "Felizes Juntos" (1997), agora me desfaço completamente com "Amor a flor da pele" (2000). Um filme do caralhêo!
Kraftwerk - Pop Art
4.2 4Legenda!!!
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraUm filme-exposição sobre a obra de Sebastião Salgado. Vemos o próprio Sebastião narrar a sua trajetória, paralela a dos dois diretores, a partir das fotografias, intensamente disparadas no filme. Em diversos momentos senti que ele mesmo estava dirigindo o filme. Interessante os caminhos relatados de suas fotografias, mas me intriguei sobre as relações de contato com os diversos espaços-tempos e as comunidades com que ele se deparou. Parece que tudo caminha para uma explicação da condição humana que separa cultura e natureza. O que acaba por dicotomizar a sua obra entre o que um dia foi uma preocupação social, e durante os últimos anos, uma admiração pelo natural.
Limite
4.0 168 Assista AgoraA sensação de fuga pode ser ilimitada, mas logo se perde como contraponto da ideia de limite que não passa de uma criação do homem presa as temporalidades das experiências de vida. O tempo-limite reduzido ao alcance do olhar, aqui é confrontado com o desejo de um tempo que anseia por uma imensidão de im(possibilidades) que nem pelo mar consegue escapar.
Todas essas fotografias para sempre no limite da minha memória.
A Floresta dos Lamentos
4.0 40A Floresta dos Lamentos talvez não seja o melhor título em português para esse filme que explora o espaço para além de lamentações. Mogari, o lugar/tempo do luto, não só é capturado por imagens incrivelmente sensíveis desse momento, como também é a fuga dessa dor que parece ser interminável! O sofrimento de uma perda é potencializado no encontro afetivo com a natureza. A cada passo dado, nesse verde muito bem fotografado, uma lembrança é cicatrizada após um longo tempo que agora grita por um fim desse sofrimento. É chegada a hora de nos transformarmos em Budas! É preciso nos perguntarmos: 'Nós estamos vivos?"
Ainda sem saber como esse cinema é possível, mas me sinto maravilhado com Naomi Kawase! S2
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraMaravilhoso, mas eu acho que ainda prefiro o Laurence Anyways! Dolan continua jovial, e isso não faz o seu cinema ser imaturo. Muito pelo contrário, Mommy é uma porrada em qualquer adulto preso a relações edipianas. O amor de mãe, nesse filme, sufoca, explode, emerge e se perde em relações outras, desconstruindo essa segurança da relação maternal. Steve é preso pela própria mãe, mas consegue fugir de qualquer tela 1:1! E nisso Dolan foi genial!
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraOnde eu posso baixar!?
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraAinda bem que ele fez coisas melhores posteriormente.
Educação Sentimental
3.4 32Me senti insultado sentimentalmente.
Orgulho e Esperança
4.3 292 Assista AgoraOnde posso baixar?
Interior. Leather Bar.
2.5 116Meia estrela é muito!
Eu, Mamãe e os Meninos
3.7 162 Assista AgoraEngraçadinho, envolvente, mas o final é muito intrigante. A felicidade de Guillaume está nas diversas feminilidades e não precisava terminar convencido com nenhuma sexualidade.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraMais um desses que só enxerga os direitos humanos a partir de uma normalidade que é o centro a ser atingindo e reconhecido na sociedade. Ele é cego, mas vai ao cinema como qualquer pessoa normal, e no final até consegue andar de bicicleta. Ele gosta do coleguinha da escola, pois afinal ele é humano e precisa namorar! Ora, normal como qualquer outro. Ele até sonha em sair do país para um intercâmbio, pois TODOS sonham com isso. Eu acho que deveríamos busca compreender mais a real escuridão de quem nem precisa consegue voltar sozinho, independente da sua sexualidade, e menos essa vida "normal" que muitos ainda acham
ser a meta de qualquer pessoa que sofra alguma deficiência.
Tão forçosamente fofo que chega a ser cansativo. Exceto pela trilha com Bowie, The National e Belle and Sebastian, esse Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é um tédio.
Morrer Como Um Homem
3.8 29João Pedro Rodrigues, apenas.
Odete
3.0 42Maravilhoso!!!!
Casa Vazia
4.2 409Maravilhoso! Silencioso e ao mesmo tempo muito barulhento. Sentir algo na abertura do outro. Fugir.
Party Monster: The Shockumentary
4.0 21 Assista AgoraLEGENDA!??????
Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague
4.1 57Quando uma amizade não está mais disposta a uma ética que se faz com diferenças e semelhanças. Não sei se esse foi o real motivo para o fim do movimento. Interessante.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraNem tão obsceno se pensarmos que todas as imagens são vistas cotidianamente. De toda forma eu vi um Scorsese que não dispensa a sua singularidade critica, ainda que em algumas partes muito exagerada e com um sarcasmo cansativo. Bom.
Os Residentes
3.0 11Algum link pra download? Por favor!