Assisti ao filme poucos dias depois de terminar o livro. Eu já não tinha gostado tanto assim do livro (me pareceu uma proposta muito interessante, mas mal aproveitada), mas achei o filme muito pior. Me surpreendeu negativamente, mesmo eu indo ao cinema esperando pouco. O filme tem erro em tudo. Montagem, escolhas do diretor, fotografia em várias cenas, incoerências básicas mesmo considerando um filme de fantasia, interpretação, uso de referências...
Já começa com uma escolha por montar o início de forma não linear. Primeiro vemos a morte do Abe para só depois se aprofundar na relação entre ele e o Jacob. Com isso, perdeu-se MUITO em dramaticidade na cena da morte. Foi uma tentativa de usar um recurso meio clichê que não coube no momento. Não fez também o menor sentido mudar a história trocando personagens principais. A história no livro se constrói baseada nas peculiaridades de Emma e Olive e o diretor resolveu inverter as bolas. Não vemos nem um pouco da desconfiança latente da Emma do livro. Olive, que é uma garotinha no livro, virou uma moça sem sal. Além disso, as peculiaridades são o que torna cada uma das crianças únicas. Não faz sentido algum mudar isso. Não é adaptar, é inventar sem necessidade. Também há uma explicação de fundo biológico para as peculiaridades, algo que ficou completamente deslocado em toda a história. Fora a invenção de alguns poderes. O filme acaba com a força dos próprios monstros ao demonstrar maneiras fáceis e rápidas de matá-los. Não parecem ameaça alguma em nenhum momento. Mesmo um garoto que nem sabia que tinha poderes, não treinado e com a pontaria de um StormTrooper conseguiu dar cabo deles. Nem quando o filme é visualmente bonito a escolha é boa. O que vemos na tela é uma espécie de país das maravilhas, não temos a sensação de década de 40. A fotografia poderia ter explorado melhor isso para nos causar um efeito de mudança de época. Isso é algo impactante no livro, no momento em que Jacob volta para o quarto depois de sair da fenda pela primeira vez, mas quase não acontece no filme. Além disso, os monstros, exceto na aparição da floresta, aparecem sempre em ambientes coloridos, abertos e muito iluminados. No cinema, esse tipo de construção de cena quebra todo o suspense e ameaça que um vilão pode causar. Poucas vezes temos cenas em ambientes mais tensos, como no momento da revelação de Barron. Outro momento em que isso ocorre é quando o etéreo entra no orfanato, mas o filme se sabota novamente nessa hora. O etéreo arrebenta uma porta com facilidade para entrar, mas quando os personagens precisam de um pouco mais de tempo, uma porta trancada segura o monstro facilmente. A interpretação do Asa está pouquíssimo inspirada. É como se fosse uma versão da Bella do Crepúsculo. Independente da emoção e da situação das cenas, ele está sempre com a mesma expressão. Outras várias passagens potencialmente ótimas para se criar cenas de suspense ou emoção são dirigidas de forma muito rápida e sem criação de clima algum. Tim Burton sabe criar ambientes bonitos e fantasiosos muito bem, mas parece que conduziu algumas cenas do filme com pressa, para acabar logo, sem se preocupar com o clima que deveria criar. Temos duas referências interessantes no livro que, se usadas, economizariam tempo e diálogos explicativos. Num momento, Jacob encontra um livro do Peter Pan no orfanato. Há também a menção, para descrever o local, a filmes do David Lynch. Estas duas referências que enriqueceriam de forma interessante o filme, por trazerem bastante informação não verbal, foram descartadas em detrimento de referências mais gratuitas, como Piratas do Caribe e a menção ao Iluminado. Não que esta não pudesse ser usada, sempre são boas colocações, mas as outras cabiam de forma mais rica ao filme. Eu pensei em mais problemas durante o filme, mas são esses os que me ocorrem agora. Pra não parecer que achei tudo um desastre: Talvez a referência mais interessante seja a do Jason e os Argonautas. É interessante porque vemos no filme uma animação em stop motion quando o Enoch coloca seus bonecos para brigar. Encaixou bem e ficou bem bonito. A fotografia, em questão de cores, como sempre (nos filmes do Burton), é muito bonita. Tecnicamente nesse aspecto é um belo filme. Mas isso precisaria estar melhor encaixado. Algumas frases ditas no filme são bem interessantes. Uma delas é já na abertura, quando Jacob diz que seus dias parecem ser sempre os mesmos por causa da falta de emoções na sua vida. É uma boa comparação com o que veremos na sequência. Samuel Jackson também tem uma frase que encaixou bem com o estilo meio convencido e sarcástico do personagem. Ele, a certa altura, diz que não importa que estejam indo para uma emboscada, pois são 4 etéreos contra um bando de crianças e isso não tem como representar problema.
Eu achei muitos outros furos de roteiro e inconsistências, muito mais do que acertos. Achei a adaptação e as escolhas muito ruins. Pelo jeito, Tim Burton só anda com habilidade pra criar locais bonitos esteticamente, mas não para conduzir uma história.
Colorido demais, bonitinho demais, país das maravilhas demais. Ou seja, Tim Burton demais. Tenho muitas dúvidas se esse filme deveria ter sido colocado na mão dele. Estamos falando de um lugar da década de 40 e o que vemos pelo trailer é um lugar fantasioso que nada remete a isso. E qual era a necessidade de se trocar personagens?
Efeitos visuais legais que servem como muleta para o filme inteiro. Um filme que, com 15 minutos, você sabe EXATAMENTE como vai acabar. Um filme que, antes de começar, você é capaz de descrever com precisão todas as cenas de ação. Resumindo, um filme com a cara de Roland Emmerich.
De quebra, acaba deixando uma ponta para uma terceira continuação... Que será exatamente como foi descrita aqui
Filme pipoca pra quem não se importa com um roteiro raso como um pires.
Esse é meu filme preferido dos irmãos. Já vi três vezes e, a cada vez que penso sobre ele, vem uma interpretação e metáfora nova sobre a vida, família, trabalho e religião.
Assisti hoje quase por acaso. Como eh bom quando um filme nos surpreende positivamente. Que filme incrível. Não gostei muito da última cena. As outras achei um primor de narrativa. Com poucos minutos, cada cena te coloca dentro da situação de uma forma que é impossível ser apenas um telespectador passivo. Esse fome expressou a maneira como eu vejo o ser humano.
. Trabalha com a forma como a própria história ficou registrada através dos tempos ("Não vão se lembrar de você, somente do monstro"). O debate entre religião e ciência é constante e achei que o filme colocou isso de forma muito corajosa. Tenho certeza que muita gente vai torcer o nariz nesse ponto. Eu adorei, em especial o trecho em que o Victor conversa com o cara da polícia.
Eu gostei do filme. Também gosto muito do Shyamalan. Aqui ele conseguiu retornar muito bem a uma característica que deixam seus filmes com bastante personalidade: os personagens estão a serviço de uma idéia que o filme quer passar.
neste caso, a meu ver, trata-se de superar traumas através da empatia. É um filme bastante introspectivo e mesmo toda a tensão está a serviço disso.
O filme é bastante tenso e as passagens de suspense bem incômodas. Mesmo nas horas em que não causam exatamente medo. Achei um ou outro susto bem desnecessários, pois a mensagem se passaria perfeitamente sem eles. Talvez seja um pouco resultado do Shyamalan ter se rendido mais ao comercial, às opiniões de um público que assiste a seus filmes de forma rasa e não extraiu deles tudo que podem oferecer. Aí, ao invés de uma mensagem mais profunda, esse público quer apenas um cinema de suspense que apela para a solução fácil do susto gratuito. Três referências me vieram à cabeça:
REC e Bruxa de Blair são bem evidentes, lembrei também na cena final de Fargo. Os momentos em que o menino derruba o velho são, sozinhas, até certo ponto cômicas. Mas o contexto extremamente dramático corta o clima instantaneamente, deixando o espectador com uma sensação estranha.
Um filme incrível, encantador. Um filme atual. Um filme para pessoas grandes. Eu vi algumas pessoas falando que leram o livro, mas não gostaram do filme porque ele não é totalmente fiel à história, trazendo todo aquele enredo com a menina. Bom, acho que quem pensa isso, na verdade, não leu o livro ou, pelo menos, não extraiu dele tudo o que ele pode oferecer.
Esse filme captou com maestria e de forma muito atual a maneira como a sociedade educa as crianças: máquinas de satisfazerem o interesse de seus pais. Quantas crianças hoje você não vê, inclusive dentro da sua família, que estão "adultizadas"? Seja na forma de se vestir, seja na forma de conversar e ter horários e obrigações para tudo. Veja bem, é importante trazer um pouco de responsabilidade para as crianças sim, mas justamente por isso usei a palavra "tudo". Achei extremamente interessante não aparecer UM nome sequer durante o filme, nem para os protagonistas. Isso dá a eles um caráter universal. Qualquer um pode ser a mãe, a menina, o aviador, o Sr. Prince, etc. Usaram as formas geométricas dentro do contexto da história e ficou muito interessante. Tudo quadrado, exceto a casa do aviador. Vistas de cima da cidade a fazem parecer um chip de computador, mostrando nossa dependência das máquinas e da tecnologia, não abrindo espaço para a imaginação. Os momentos em que a menina repete com perfeição os movimentos e falas da mãe mostram o desejo da mãe. As partes em que mostra a menina estudando são um tapa na cara do nosso sistema educacional. Muita informação, mas transmitida apenas para aprovação e de uma forma que perde toda sua utilidade prática. O que aquela menina, apesar de já ter cursado até astronomia, sabia da vida até conhecer o aviador? As escolas e cursinhos, em geral, fazem exatamente o mesmo com nossas crianças. Tanto é que ela sequer sabia o que eram e para que serviam as estrelas. Ela nunca tinha olhado as estrelas realmente. Da mesma forma, temos toda uma população de um planeta desconhecido (chamado Terra) que sequer percebeu que as estrelas tinham sumido. Isso porque estão ocupados demais trabalhando e nunca param para olhar para o céu, relaxar, deixar um pouco toda a quadradice da vida. A energia das estrelas ali só serve para movimentar a máquina do trabalho. Em conjunto com isso, temos o Sr. Prince nos mostrando que, quando começamos a trabalhar, a sociedade nos impões aquilo como definição de sucesso. A arte do filme é linda. O stop motion, o céu em forma de móbile, tudo. Deixo aqui, inclusive, uma frase que li em outro livro: "aquelas crianças eram pequenas demais para que a escola tivesse tirado toda sua vontade de aprender."
Assisti esse filme na época do lançamento e tinha achado uma porcaria completa. Lendo os comentários, fiquei com vontade de rever para ver se mudo de opinião.
Tenho a sensação que pensarei muito nesse filme daqui pra frente. Pixar mestrando novamente: um filme para crianças se divertirem e país olharem pra dentro de si mesmos. Não tem como não ver um filme de suas próprias lembranças durante a sessão. Não tem como não se sentir Riley, mesmo já sendo adulto.
Para quem tiver um pouco de paciência e interesse em ler, queria deixar aqui um texto sobre duas opções dos roteiristas que mais causaram polêmica: o Indominous e a relação entre Owen e os raptors. Para isso, vou me basear na fonte primária de toda a história, o livro. Nele, podemos tirar informações que mostram que, mais que utilizar cenas do primeiro filme como referência, os roteiristas do JW leram o livro e usaram ele para enriquecer a trama com situações baseadas nas idéias do criador de Jurassic Park.
1) Relação de Owen com os raptores. Para começar, vejo muita gente dizendo que ele era um domador de dinossauros. Isso não se sustenta tanto considerando diálogos do próprio JW como em passagens do livro e do making of oficial do primeiro filme: Owen conversando com Claire dizendo que ele possui um relacionamento de respeito com os raptores, a cena em que conversa com as crianças e diz que “estão olhando para o alfa” e a cena em que caçam o Indominous com as armas e ele diz que os raptores escolheram “um novo alfa”. Além disso, podemos ver no fim do filme um diálogo (podemos perceber claramente esse diálogo nas ações dos animais) entre os raptores e o I-rex em que os menores pedem para que o novo alfa não mate o antigo alfa, que é justamente Owen. O objetivo dessas passagens é nos mostrar como os raptores devem ser vistos como animais e não monstros. No making of oficial de JP, Phil Tippett, um dos responsáveis pelos efeitos especiais, disse que uma das maiores preocupações do Spielberg era não criar um filme de monstros, mas de dinossauros agindo como animais. Combinando as idéias, temos Owen sendo um dos animais integrantes de um grupo e dominando este grupo a partir do interior dele, justamente como ocorre com vários outros animais (incluindo aves). Ele não adestra, doma nem nada parecida. Ele. Para os raptores, é um deles. Ainda sobre isso, temos algumas passagens do livro: “Grant imaginava a cena excitante de uma dúzia daquelas feras correndo a toda velocidade, pulando nas costas de um dinossauro muito maior, rasgando o pescoço e retalhando o dorso e a barriga da vítima. (...) Talvez o bando de velociraptores caçadores também fosse comandado por um macho dominante.” Esta cena descreve o comportamento de um grupo de raptores sozinhos, mas também descreve exatamente o mesmo comportamento que os raptores tiveram com Owen quando saíram para caçar o Indominous. “O velociraptor transmitira a mesma impressão de ameaça mortífera, instantânea, que Grant vira no casuar, uma espécie de avestruz. (...) Os velociraptors movem-se como pássaros, com a velocidade e inteligência de um pássaro predador.” Nesta passagem, temos a comparação dos raptores com aves contemporâneas, inclusive na sua habilidade para caça. O comportamento dos raptores no filme, ao terem um alfa em seu grupo, está de acordo com o que é proposto no livro. Mais do que simplesmente textual, na primeira cena em que Owen trabalha com os raptores, podemos ver um movimento coordenado de cabeça dos animais como se fossem pássaros. Esse movimento é descrito também no livro: “O tiranossauro abaixou-se, cheirando a cabra. Um pássaro gritou: sua cabeça ergueu-se alerta, atenta.”. Há várias outras sequências no livro nesse sentido e os textos de JW nos deixam claro que Owen apenas era o alfa de um grupo de animais e não um adestrador. 2) Existência do Indominous No filme, a existência de um animal híbrido é justificada pelo fato de o público estar cansado das mesmas atrações e desejar ver algo diferente. Isso pode ser baseado também no livro, mas há mais motivos para a criação dele e isso passa pela personalidade de Henry Wu. Jurassic Park não nos deixa claro que tipo de pessoa é o geneticista chefe do parque, mas JW traz para a franquia todas as intenções que estão no livro. Em primeiro lugar, podemos ver nas falas de Owen o mesmo receio que Grant exprimiu ao saber a forma como os responsáveis pelo parque travavam os animais: “A idéia de criaturas vivas sendo numeradas como programas de computador incomodava Grant.” Wu considerava todos os dinossauros uma criação sua, principalmente o I-rex e, portanto, teria total controle sobre eles. Há um capítulo no livro (Versão 4.4) que explica todo o processo de contratação de Henry Wu por Hammond e a relação entre eles no momento em que Jurassic Park estava prestes a inaugurar. Wu fora contratado às portas da universidade para clonar os dinossauros e recebera carta branca de Hammond para isso. Uma das principais preocupações de Wu era sua carreira como cientista e o renome que teria ao conseguir realizar o projeto pra o qual foi convidado: “Meu trabalho poderá ser publicado?” pergunta Wu. “Não se preocupe, se der certo, o mundo inteiro ficará sabendo o que você fez”, responde Hammond. No entanto, Wu tem um desejo em explorar suas capacidades de manipulação genética acima dos limites. Ele diz a Hammond que não pretende ter dinossauros reais no parque: “As pessoas querem ver o que esperam, e só.” Essa passagem também explica o motivo da criação do Indominous: criar dinossauros com o único objetivo de agradar ao público, da maneira que querem ser agradados. Wu tenta convencer Hammond de que os dinossauros devem ser manipulados à vontade para parecerem com o que quiserem. De início, Hammond permitiu que ele fizesse o que queria, mas o trabalho de Wu começou a ser limitado aos poucos. “Depois de cinco longos anos, o Jurassic Park estava quase pronto e John Hammond simplesmente não lhe dava mais atenção.” e “Wu havia feito o que ninguém acreditava e julgava ter alguns direitos, algum poder de decisão. Ao invés disso, percebia que sua influência diminuía a cada dia. John Hammond não precisava mais de Henry Wu.” Considerando essas passagens, parece muito natural que, caso Masrani desse carta branca a Wu para criar, ele fugiria dos seus limites. E foi isso que ocorreu em JW. Ele fez o que já havia feito (ou tentado) em JP: inserir genes à vontade para criar o que queria e tornar seu trabalho conhecido no mundo todo: “Não queremos que sobrevivam na natureza. Por isso, tornei-os dependentes de lisina. Inseri um gene nos dinossauros, criando uma enzima defeituosa no metabolismo das proteínas.” Wu cita uma série de modificações nesse estilo que fez no Indominous na conversa que tem com Owen. Toda a motivação para criar o I-rex vem da personalidade e desejos reprimidos de Wu descritos no livro. Confirmando a referência, a primeira atitude que Wu tem ao ver o parque em colapso é pegar sua criação para fugir com a InGen. Nesta parte, abre-se uma ponta para uma sequência, em que Wu tentaria, mais uma vez, ser reconhecido mundialmente.
Antes de tudo, preciso dizer que sou um fã incondicional e confesso da série e dos livros. Jurassic World é, para mim, uma grande e bela homenagem à série. Discordo de algumas críticas que eu vi de que seria apenas o enredo do primeiro filme sem acrescentar nada. Em JW, há diversas cenas extraídas dos filmes anteriores. Algumas são escancaradas, outras serão notadas apenas por quem tem mais contato com os livros e os filmes. Isso não existia em Jurassic Park 3, por exemplo, mas o enredo parecido sim (criança perdidas, adultos atrás dela). Por isso JP3 tentou ser uma sequência que buscava as idéias do primeiro, mas sem sucesso. O que Jurassic World faz é buscar cenas, personalidades e citações dos primeiros filmes para trazer um tom de nostalgia e relembrar com os fãs momentos icônicos da série. Além disso, nos coloca uma situação que, acredito, qualquer fã pensou ao ver Jurassic Park pela primeira vez: "E se o parque realmente abrisse?" Sem falar em uma cena (só lembro dessa agora, mas deve haver outras) totalmente extraída do livro e da volta de Henry Wu, cuja personalidade também foi construída a partir do texto de Crichton. É por isso que não acho JW um recorte-e-cole de Jurassic Park. Ele não aproveita o enredo pra fazer uma história diferente. Ele busca, às vezes de forma escancarada, às vezes de forma sutil, o que de melhor aconteceu na franquia e enriquece com informações importantes do livro. Dá pra ver que o roteiro foi escrito com cuidado.
A cena em que os garotos chegam ao Centro de Visitantes antigo é uma viagem ao passado. O momento em que eles ficam um tempinho olhando para o desenho do raptor na parede nos dá a impressão de que toda a cena da cozinha está acontecendo novamente diante dos nossos olhos, é uma fotografia de um dos momentos mais épicos de toda a franquia. É como se visualizássemos junto com os garotos. Quando o I-rex pára no grande hall do Centro, é quase possível imaginar a faixa "quando os dinossauros dominavam a Terra" cair sobre seu corpo. A cena final é um deleite para os fãs da série. Completamente recheada de nostalgia, é vibrante. Desde a abertura do paddock 9 até a luta entre os raptors, o I-rex e o Rex, com a vitória de quem nunca deveria ter perdido e a coroa voltando ao verdadeiro herói.
Algumas pessoas vão torcer o nariz para algumas escolhas do roteiro, como o comportamento dos raptores e o dinossauro novo. Mas tudo está explicado dentro do filme de forma convincente (para mim) e, para os que já leram o livro, também pode-se entender perfeitamente essas escolhas dentro do que Crichton quis transmitir no texto. Jurassic World é um filme de muita ação, feito para fãs e que rende um bom passatempo para quem quer diversão sem compromisso.
Neill Blomkamp está novamente nos cinemas. Ele nos traz um filme de “ficção científica” numa abordagem que já havia utilizado muito bem em 2009 em “Distrito 9”: a atribuição de características totalmente humanas a seres não humanos. Desta vez, em “Chappie”, ao invés de seres extraterrestres assumindo o papel de excluídos sociais (nos moldes do apartheid), temos um robô policial dotado de inteligência artificial. A história se passa em Johanesburgo e nos conta sobre o projeto de Dean, um engenheiro que cria robôs ultra-resistentes utilizados pela polícia e que são um extremo sucesso no combate ao crime. Barrado pela empresa que financia sua pesquisa, ele resolve dar seu próximo passo escondido, o desenvolvimento de um robô com inteligência artificial humana, que acaba ganhando o nome de Chappie. Porém, a criminalidade da cidade também tem muito interesse neste robô, bem como “companheiros” de trabalho de Dean. Já no início do filme, ficam evidentes algumas semelhanças com Distrito 9. Alguns planos são muito semelhantes e também temos uma introdução ao estilo documentário, apesar de mais curta. Além disso, a utilização das características humanas nos personagens não humanos traz ao filme a sensação que nem estamos lidando com robôs, da mesma forma que era plenamente possível vermos os “camarões” como os negros da África do Sul no período pré-Mandela. Os dois filmes se passam num território conhecido de Blomkamp, sua terra natal Se fossem livros, tanto Distrito 9 como Chappie seriam facilmente classificados como realismo fantástico. Isso porque as idéias dos filmes seguem o mesmo raciocínio de histórias enquadradas nessa classificação. O melhor paralelo que consigo lembrar agora é com o conto “Teleco, o coelhinho” do brasileiro Murilo Rubião. Em todos os casos, temos uma situação ficcional como plano de fundo para discussão de características humanas. Há algumas idéias que permeiam toda a história de Chappie e que considero atuais no contexto social brasileiro. As mais notáveis são: quais os valores que você está passando para seus filhos?, até que ponto o meio influencia no comportamento das pessoas? e, para mim a principal, quanto o egoísmo e ódio estão enraizados no comportamento humano? Os vários personagens que aparecem na trama demonstram, cada um à sua maneira, esses traços de personalidade, incluindo Chappie. No fim, assim como “Teleco, o coelhinho” debate o lado ruim do ser humano e “Distrito 9” trata sobre como lidamos com as diferenças, “Chappie” é um filme sobre egoísmo e criação. Há também uma ponta de religiosidade, misturando conceitos espíritas com a tecnologia moderna. Eu já havia pensado um pouco sobre o ponto de vista colocado pelo filme antes de tê-lo visto. Não concordo muito com a visão final de Blomkamp. No entanto, o filme é interessante para debater todas essas questões.
achei que a mensagem final é de que a consciência humana não é, enfim, egoísta nem maldosa pois, como última ação, o Chappie aceita passar a consciência de Dean para o outro corpo e arriscar morrer. Isso não é uma atitude egoísta.
Há uns meses eu postei um comentário sobre esse filme, antes de ele ser lançado. Disse, na ocasião, que considerava um desperdício terem focado a história no casamento dele em detrimento das contribuições científicas. Eu acabei de voltar do cinema em que assisti este filme. Preciso dizer que ele definitivamente me comprovou a tese de que "a melhor opinião é a nossa própria". Se eu tivesse realmente me importado com essa sinopse, de que o filme baseia-se no relacionamento dele, eu teria razão. No entanto, eu discordo totalmente disso. O filme aborda SIM as contribuição científica desse grande homem e faz isso na dose certa. Seria insano da parte dos produtores quererem explicar ao grande público como funciona um buraco negro, o que é a radiação Hawking ou sobre a teoria da relatividade. Ao invés de tentar fazer isso (seria totalmente infrutífero e, para quem não está acostumado com os termos, seria CHATO), o filme traz as informações de maneira simples. Tudo o que tornou Hawking um monstro está lá, mas de forma acessível. Desta forma, saímos do cinema completamente cientes dos motivos que tornam Stephen Hawking um dos maiores cérebros vivos no mundo. O relacionamento dele está lá, a meu ver, como situação participante da história, mas não considero que seja o foco do filme. O foco do filme é: O que fez de Stephen Hawking um dos cientistas mais respeitados do mundo. O amor desse homem pela ciência fica evidente durante todo o filme e isso é realmente emocionante para quem vive da ciência. Hawking é uma inspiração para nós. A atuação do Eddie é digna de premiação. Incrível como as expressões ficaram fiéis. Representar Hawking é um exercício de muito trabalho e estudo e ele conseguir fazer com maestria. É um grande filme
Nicholson foi uma escolha perfeita para o Joker. Ele tem uma capacidade ímpar de conseguir exprimir ironia e maldade mesmo quando sorri. Isso já tinha ficado muito claro quando interpretou outro Jack, o Terrance.
Como filme de entretenimento, o trailer deixa opiniões divididas. Algumas pessoas empolgadas, outras achando que vai ser uma bomba. De fato, a opção por híbrido é bem polêmica, até mesmo entre os fãs da série. Como fã incondicional, estou contando os segundos pra ver. Acho que desenvolver a história utilizando os híbridos pode trazer para este quarto filme uma figura que foi pouquíssimo explorada nos outros, mas que é fundamental para a existência de JP: Henry Wu. Há uma boa explicação no livro sobre quem é ele, como foi parar no parque e quais são suas motivações, expectativas e visão de mundo sobre o que fazem lá. A criação dos híbridos encaixa perfeitamente com o tipo de pessoa que o livro descreve ser Wu. Por isso, acho que o filme deve ser bem interessante para os fãs que foram buscar o livro após verem o primeiro filme. Ao menos, se abordarem os híbridos (pelo menos um pouco) sob esta ótica. Eu acharia bem interessante e enriquecedor para a história.
Não tinha pensado na relação com 50 tons. Faz um pouco de sentido, mas acho que esse filme dá uma surra no livro da EL James.
O livro conta a história de uma mocinha que se apaixona por um homem poderoso e... nada mais. Absolutamente nada mais. Não tem motivações, nada para que ela goste dele e muito menos o contrário. É uma paixonite adolescente. O Christian Gray, por sua vez, até exerce o poder de dominação que vemos no personagem do James Spader, mas os dois são MUITO diferentes. Christian Gray faz o que faz pelo simples fetiche sexual. Anastasia se submete àquilo sem sequer conhecer outras possibilidades (e não faz isso de burra, pois tem um homem que gosta o suficiente dela para mostrá-la outras formas de relacionamento). A relação entre os personagens no filme é infinitamente mais profunda e coerente. Os dois iniciam uma relação devido aos seus retrospectos sentimentais frustrados. O que torna o filme interessante é a experiência que ambos já viveram e a total falta de dúvidas de que estão totalmente satisfeitos com o que ocorre e isso é o oposto do que vivenciaram por tanto tempo. O que um pode oferecer ao outro é exatamente o que esperam um do outro. Mesmo com menos espaço para mostrar a história dos personagens, o filme faz isso com muita sensibilidade e torna o relacionamento muito bonito, apesar de totalmente fora dos padrões. O que acontece no livro é termos raiva dos personagens, pela obsessão, perseguição e falta de critério nos sentimentos.
Vou assistir pra saber, mas é realmente um grande desperdício de material focar a história no casamento dele. Parece-me um grandíssimo erro de definição de prioridades.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraAssisti ao filme poucos dias depois de terminar o livro. Eu já não tinha gostado tanto assim do livro (me pareceu uma proposta muito interessante, mas mal aproveitada), mas achei o filme muito pior. Me surpreendeu negativamente, mesmo eu indo ao cinema esperando pouco.
O filme tem erro em tudo. Montagem, escolhas do diretor, fotografia em várias cenas, incoerências básicas mesmo considerando um filme de fantasia, interpretação, uso de referências...
Já começa com uma escolha por montar o início de forma não linear. Primeiro vemos a morte do Abe para só depois se aprofundar na relação entre ele e o Jacob. Com isso, perdeu-se MUITO em dramaticidade na cena da morte. Foi uma tentativa de usar um recurso meio clichê que não coube no momento.
Não fez também o menor sentido mudar a história trocando personagens principais. A história no livro se constrói baseada nas peculiaridades de Emma e Olive e o diretor resolveu inverter as bolas. Não vemos nem um pouco da desconfiança latente da Emma do livro. Olive, que é uma garotinha no livro, virou uma moça sem sal. Além disso, as peculiaridades são o que torna cada uma das crianças únicas. Não faz sentido algum mudar isso. Não é adaptar, é inventar sem necessidade. Também há uma explicação de fundo biológico para as peculiaridades, algo que ficou completamente deslocado em toda a história. Fora a invenção de alguns poderes.
O filme acaba com a força dos próprios monstros ao demonstrar maneiras fáceis e rápidas de matá-los. Não parecem ameaça alguma em nenhum momento. Mesmo um garoto que nem sabia que tinha poderes, não treinado e com a pontaria de um StormTrooper conseguiu dar cabo deles.
Nem quando o filme é visualmente bonito a escolha é boa. O que vemos na tela é uma espécie de país das maravilhas, não temos a sensação de década de 40. A fotografia poderia ter explorado melhor isso para nos causar um efeito de mudança de época. Isso é algo impactante no livro, no momento em que Jacob volta para o quarto depois de sair da fenda pela primeira vez, mas quase não acontece no filme. Além disso, os monstros, exceto na aparição da floresta, aparecem sempre em ambientes coloridos, abertos e muito iluminados. No cinema, esse tipo de construção de cena quebra todo o suspense e ameaça que um vilão pode causar. Poucas vezes temos cenas em ambientes mais tensos, como no momento da revelação de Barron. Outro momento em que isso ocorre é quando o etéreo entra no orfanato, mas o filme se sabota novamente nessa hora. O etéreo arrebenta uma porta com facilidade para entrar, mas quando os personagens precisam de um pouco mais de tempo, uma porta trancada segura o monstro facilmente.
A interpretação do Asa está pouquíssimo inspirada. É como se fosse uma versão da Bella do Crepúsculo. Independente da emoção e da situação das cenas, ele está sempre com a mesma expressão. Outras várias passagens potencialmente ótimas para se criar cenas de suspense ou emoção são dirigidas de forma muito rápida e sem criação de clima algum. Tim Burton sabe criar ambientes bonitos e fantasiosos muito bem, mas parece que conduziu algumas cenas do filme com pressa, para acabar logo, sem se preocupar com o clima que deveria criar.
Temos duas referências interessantes no livro que, se usadas, economizariam tempo e diálogos explicativos. Num momento, Jacob encontra um livro do Peter Pan no orfanato. Há também a menção, para descrever o local, a filmes do David Lynch. Estas duas referências que enriqueceriam de forma interessante o filme, por trazerem bastante informação não verbal, foram descartadas em detrimento de referências mais gratuitas, como Piratas do Caribe e a menção ao Iluminado. Não que esta não pudesse ser usada, sempre são boas colocações, mas as outras cabiam de forma mais rica ao filme.
Eu pensei em mais problemas durante o filme, mas são esses os que me ocorrem agora. Pra não parecer que achei tudo um desastre:
Talvez a referência mais interessante seja a do Jason e os Argonautas. É interessante porque vemos no filme uma animação em stop motion quando o Enoch coloca seus bonecos para brigar. Encaixou bem e ficou bem bonito. A fotografia, em questão de cores, como sempre (nos filmes do Burton), é muito bonita. Tecnicamente nesse aspecto é um belo filme. Mas isso precisaria estar melhor encaixado.
Algumas frases ditas no filme são bem interessantes. Uma delas é já na abertura, quando Jacob diz que seus dias parecem ser sempre os mesmos por causa da falta de emoções na sua vida. É uma boa comparação com o que veremos na sequência. Samuel Jackson também tem uma frase que encaixou bem com o estilo meio convencido e sarcástico do personagem. Ele, a certa altura, diz que não importa que estejam indo para uma emboscada, pois são 4 etéreos contra um bando de crianças e isso não tem como representar problema.
Eu achei muitos outros furos de roteiro e inconsistências, muito mais do que acertos. Achei a adaptação e as escolhas muito ruins. Pelo jeito, Tim Burton só anda com habilidade pra criar locais bonitos esteticamente, mas não para conduzir uma história.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraColorido demais, bonitinho demais, país das maravilhas demais. Ou seja, Tim Burton demais. Tenho muitas dúvidas se esse filme deveria ter sido colocado na mão dele. Estamos falando de um lugar da década de 40 e o que vemos pelo trailer é um lugar fantasioso que nada remete a isso.
E qual era a necessidade de se trocar personagens?
Decepcionantes as escolhas feitas.
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 868 Assista AgoraEfeitos visuais legais que servem como muleta para o filme inteiro.
Um filme que, com 15 minutos, você sabe EXATAMENTE como vai acabar.
Um filme que, antes de começar, você é capaz de descrever com precisão todas as cenas de ação.
Resumindo, um filme com a cara de Roland Emmerich.
De quebra, acaba deixando uma ponta para uma terceira continuação... Que será exatamente como foi descrita aqui
Filme pipoca pra quem não se importa com um roteiro raso como um pires.
Vagina Dentada
2.7 583Eu curto demais esse filme ahahahha
Um Homem Sério
3.5 574 Assista AgoraEsse é meu filme preferido dos irmãos.
Já vi três vezes e, a cada vez que penso sobre ele, vem uma interpretação e metáfora nova sobre a vida, família, trabalho e religião.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraAssisti hoje quase por acaso.
Como eh bom quando um filme nos surpreende positivamente. Que filme incrível.
Não gostei muito da última cena. As outras achei um primor de narrativa. Com poucos minutos, cada cena te coloca dentro da situação de uma forma que é impossível ser apenas um telespectador passivo.
Esse fome expressou a maneira como eu vejo o ser humano.
Victor Frankenstein
3.0 423 Assista AgoraO filme é incrível. Trabalho artístico lindo. Abre alguns pontos para debate.
. Trabalha com a forma como a própria história ficou registrada através dos tempos ("Não vão se lembrar de você, somente do monstro").
O debate entre religião e ciência é constante e achei que o filme colocou isso de forma muito corajosa. Tenho certeza que muita gente vai torcer o nariz nesse ponto. Eu adorei, em especial o trecho em que o Victor conversa com o cara da polícia.
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraEu gostei do filme. Também gosto muito do Shyamalan. Aqui ele conseguiu retornar muito bem a uma característica que deixam seus filmes com bastante personalidade: os personagens estão a serviço de uma idéia que o filme quer passar.
neste caso, a meu ver, trata-se de superar traumas através da empatia. É um filme bastante introspectivo e mesmo toda a tensão está a serviço disso.
O filme é bastante tenso e as passagens de suspense bem incômodas. Mesmo nas horas em que não causam exatamente medo. Achei um ou outro susto bem desnecessários, pois a mensagem se passaria perfeitamente sem eles. Talvez seja um pouco resultado do Shyamalan ter se rendido mais ao comercial, às opiniões de um público que assiste a seus filmes de forma rasa e não extraiu deles tudo que podem oferecer. Aí, ao invés de uma mensagem mais profunda, esse público quer apenas um cinema de suspense que apela para a solução fácil do susto gratuito.
Três referências me vieram à cabeça:
REC e Bruxa de Blair são bem evidentes, lembrei também na cena final de Fargo. Os momentos em que o menino derruba o velho são, sozinhas, até certo ponto cômicas. Mas o contexto extremamente dramático corta o clima instantaneamente, deixando o espectador com uma sensação estranha.
Gostei da volta do Shyamalan.
O Pequeno Príncipe
4.2 1,1K Assista AgoraUm filme incrível, encantador. Um filme atual. Um filme para pessoas grandes.
Eu vi algumas pessoas falando que leram o livro, mas não gostaram do filme porque ele não é totalmente fiel à história, trazendo todo aquele enredo com a menina. Bom, acho que quem pensa isso, na verdade, não leu o livro ou, pelo menos, não extraiu dele tudo o que ele pode oferecer.
Esse filme captou com maestria e de forma muito atual a maneira como a sociedade educa as crianças: máquinas de satisfazerem o interesse de seus pais. Quantas crianças hoje você não vê, inclusive dentro da sua família, que estão "adultizadas"? Seja na forma de se vestir, seja na forma de conversar e ter horários e obrigações para tudo. Veja bem, é importante trazer um pouco de responsabilidade para as crianças sim, mas justamente por isso usei a palavra "tudo".
Achei extremamente interessante não aparecer UM nome sequer durante o filme, nem para os protagonistas. Isso dá a eles um caráter universal. Qualquer um pode ser a mãe, a menina, o aviador, o Sr. Prince, etc.
Usaram as formas geométricas dentro do contexto da história e ficou muito interessante. Tudo quadrado, exceto a casa do aviador. Vistas de cima da cidade a fazem parecer um chip de computador, mostrando nossa dependência das máquinas e da tecnologia, não abrindo espaço para a imaginação.
Os momentos em que a menina repete com perfeição os movimentos e falas da mãe mostram o desejo da mãe.
As partes em que mostra a menina estudando são um tapa na cara do nosso sistema educacional. Muita informação, mas transmitida apenas para aprovação e de uma forma que perde toda sua utilidade prática. O que aquela menina, apesar de já ter cursado até astronomia, sabia da vida até conhecer o aviador? As escolas e cursinhos, em geral, fazem exatamente o mesmo com nossas crianças. Tanto é que ela sequer sabia o que eram e para que serviam as estrelas. Ela nunca tinha olhado as estrelas realmente. Da mesma forma, temos toda uma população de um planeta desconhecido (chamado Terra) que sequer percebeu que as estrelas tinham sumido. Isso porque estão ocupados demais trabalhando e nunca param para olhar para o céu, relaxar, deixar um pouco toda a quadradice da vida. A energia das estrelas ali só serve para movimentar a máquina do trabalho. Em conjunto com isso, temos o Sr. Prince nos mostrando que, quando começamos a trabalhar, a sociedade nos impões aquilo como definição de sucesso.
A arte do filme é linda. O stop motion, o céu em forma de móbile, tudo.
Deixo aqui, inclusive, uma frase que li em outro livro: "aquelas crianças eram pequenas demais para que a escola tivesse tirado toda sua vontade de aprender."
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraAchei um bonito filme sobre descoberta de valores e responsabilidades.
Skyline: A Invasão
1.9 1,2K Assista AgoraAssisti esse filme na época do lançamento e tinha achado uma porcaria completa. Lendo os comentários, fiquei com vontade de rever para ver se mudo de opinião.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraTenho a sensação que pensarei muito nesse filme daqui pra frente. Pixar mestrando novamente: um filme para crianças se divertirem e país olharem pra dentro de si mesmos.
Não tem como não ver um filme de suas próprias lembranças durante a sessão. Não tem como não se sentir Riley, mesmo já sendo adulto.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraPara quem tiver um pouco de paciência e interesse em ler, queria deixar aqui um texto sobre duas opções dos roteiristas que mais causaram polêmica: o Indominous e a relação entre Owen e os raptors. Para isso, vou me basear na fonte primária de toda a história, o livro. Nele, podemos tirar informações que mostram que, mais que utilizar cenas do primeiro filme como referência, os roteiristas do JW leram o livro e usaram ele para enriquecer a trama com situações baseadas nas idéias do criador de Jurassic Park.
1) Relação de Owen com os raptores.
Para começar, vejo muita gente dizendo que ele era um domador de dinossauros. Isso não se sustenta tanto considerando diálogos do próprio JW como em passagens do livro e do making of oficial do primeiro filme: Owen conversando com Claire dizendo que ele possui um relacionamento de respeito com os raptores, a cena em que conversa com as crianças e diz que “estão olhando para o alfa” e a cena em que caçam o Indominous com as armas e ele diz que os raptores escolheram “um novo alfa”. Além disso, podemos ver no fim do filme um diálogo (podemos perceber claramente esse diálogo nas ações dos animais) entre os raptores e o I-rex em que os menores pedem para que o novo alfa não mate o antigo alfa, que é justamente Owen. O objetivo dessas passagens é nos mostrar como os raptores devem ser vistos como animais e não monstros. No making of oficial de JP, Phil Tippett, um dos responsáveis pelos efeitos especiais, disse que uma das maiores preocupações do Spielberg era não criar um filme de monstros, mas de dinossauros agindo como animais. Combinando as idéias, temos Owen sendo um dos animais integrantes de um grupo e dominando este grupo a partir do interior dele, justamente como ocorre com vários outros animais (incluindo aves). Ele não adestra, doma nem nada parecida. Ele. Para os raptores, é um deles. Ainda sobre isso, temos algumas passagens do livro:
“Grant imaginava a cena excitante de uma dúzia daquelas feras correndo a toda velocidade, pulando nas costas de um dinossauro muito maior, rasgando o pescoço e retalhando o dorso e a barriga da vítima. (...) Talvez o bando de velociraptores caçadores também fosse comandado por um macho dominante.” Esta cena descreve o comportamento de um grupo de raptores sozinhos, mas também descreve exatamente o mesmo comportamento que os raptores tiveram com Owen quando saíram para caçar o Indominous.
“O velociraptor transmitira a mesma impressão de ameaça mortífera, instantânea, que Grant vira no casuar, uma espécie de avestruz. (...) Os velociraptors movem-se como pássaros, com a velocidade e inteligência de um pássaro predador.” Nesta passagem, temos a comparação dos raptores com aves contemporâneas, inclusive na sua habilidade para caça. O comportamento dos raptores no filme, ao terem um alfa em seu grupo, está de acordo com o que é proposto no livro. Mais do que simplesmente textual, na primeira cena em que Owen trabalha com os raptores, podemos ver um movimento coordenado de cabeça dos animais como se fossem pássaros. Esse movimento é descrito também no livro: “O tiranossauro abaixou-se, cheirando a cabra. Um pássaro gritou: sua cabeça ergueu-se alerta, atenta.”.
Há várias outras sequências no livro nesse sentido e os textos de JW nos deixam claro que Owen apenas era o alfa de um grupo de animais e não um adestrador.
2) Existência do Indominous
No filme, a existência de um animal híbrido é justificada pelo fato de o público estar cansado das mesmas atrações e desejar ver algo diferente. Isso pode ser baseado também no livro, mas há mais motivos para a criação dele e isso passa pela personalidade de Henry Wu. Jurassic Park não nos deixa claro que tipo de pessoa é o geneticista chefe do parque, mas JW traz para a franquia todas as intenções que estão no livro.
Em primeiro lugar, podemos ver nas falas de Owen o mesmo receio que Grant exprimiu ao saber a forma como os responsáveis pelo parque travavam os animais: “A idéia de criaturas vivas sendo numeradas como programas de computador incomodava Grant.” Wu considerava todos os dinossauros uma criação sua, principalmente o I-rex e, portanto, teria total controle sobre eles.
Há um capítulo no livro (Versão 4.4) que explica todo o processo de contratação de Henry Wu por Hammond e a relação entre eles no momento em que Jurassic Park estava prestes a inaugurar. Wu fora contratado às portas da universidade para clonar os dinossauros e recebera carta branca de Hammond para isso. Uma das principais preocupações de Wu era sua carreira como cientista e o renome que teria ao conseguir realizar o projeto pra o qual foi convidado: “Meu trabalho poderá ser publicado?” pergunta Wu. “Não se preocupe, se der certo, o mundo inteiro ficará sabendo o que você fez”, responde Hammond.
No entanto, Wu tem um desejo em explorar suas capacidades de manipulação genética acima dos limites. Ele diz a Hammond que não pretende ter dinossauros reais no parque: “As pessoas querem ver o que esperam, e só.” Essa passagem também explica o motivo da criação do Indominous: criar dinossauros com o único objetivo de agradar ao público, da maneira que querem ser agradados. Wu tenta convencer Hammond de que os dinossauros devem ser manipulados à vontade para parecerem com o que quiserem. De início, Hammond permitiu que ele fizesse o que queria, mas o trabalho de Wu começou a ser limitado aos poucos. “Depois de cinco longos anos, o Jurassic Park estava quase pronto e John Hammond simplesmente não lhe dava mais atenção.” e “Wu havia feito o que ninguém acreditava e julgava ter alguns direitos, algum poder de decisão. Ao invés disso, percebia que sua influência diminuía a cada dia. John Hammond não precisava mais de Henry Wu.”
Considerando essas passagens, parece muito natural que, caso Masrani desse carta branca a Wu para criar, ele fugiria dos seus limites. E foi isso que ocorreu em JW. Ele fez o que já havia feito (ou tentado) em JP: inserir genes à vontade para criar o que queria e tornar seu trabalho conhecido no mundo todo: “Não queremos que sobrevivam na natureza. Por isso, tornei-os dependentes de lisina. Inseri um gene nos dinossauros, criando uma enzima defeituosa no metabolismo das proteínas.” Wu cita uma série de modificações nesse estilo que fez no Indominous na conversa que tem com Owen. Toda a motivação para criar o I-rex vem da personalidade e desejos reprimidos de Wu descritos no livro. Confirmando a referência, a primeira atitude que Wu tem ao ver o parque em colapso é pegar sua criação para fugir com a InGen. Nesta parte, abre-se uma ponta para uma sequência, em que Wu tentaria, mais uma vez, ser reconhecido mundialmente.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraAntes de tudo, preciso dizer que sou um fã incondicional e confesso da série e dos livros.
Jurassic World é, para mim, uma grande e bela homenagem à série. Discordo de algumas críticas que eu vi de que seria apenas o enredo do primeiro filme sem acrescentar nada.
Em JW, há diversas cenas extraídas dos filmes anteriores. Algumas são escancaradas, outras serão notadas apenas por quem tem mais contato com os livros e os filmes. Isso não existia em Jurassic Park 3, por exemplo, mas o enredo parecido sim (criança perdidas, adultos atrás dela). Por isso JP3 tentou ser uma sequência que buscava as idéias do primeiro, mas sem sucesso. O que Jurassic World faz é buscar cenas, personalidades e citações dos primeiros filmes para trazer um tom de nostalgia e relembrar com os fãs momentos icônicos da série. Além disso, nos coloca uma situação que, acredito, qualquer fã pensou ao ver Jurassic Park pela primeira vez: "E se o parque realmente abrisse?" Sem falar em uma cena (só lembro dessa agora, mas deve haver outras) totalmente extraída do livro e da volta de Henry Wu, cuja personalidade também foi construída a partir do texto de Crichton.
É por isso que não acho JW um recorte-e-cole de Jurassic Park. Ele não aproveita o enredo pra fazer uma história diferente. Ele busca, às vezes de forma escancarada, às vezes de forma sutil, o que de melhor aconteceu na franquia e enriquece com informações importantes do livro. Dá pra ver que o roteiro foi escrito com cuidado.
A cena em que os garotos chegam ao Centro de Visitantes antigo é uma viagem ao passado. O momento em que eles ficam um tempinho olhando para o desenho do raptor na parede nos dá a impressão de que toda a cena da cozinha está acontecendo novamente diante dos nossos olhos, é uma fotografia de um dos momentos mais épicos de toda a franquia. É como se visualizássemos junto com os garotos. Quando o I-rex pára no grande hall do Centro, é quase possível imaginar a faixa "quando os dinossauros dominavam a Terra" cair sobre seu corpo.
A cena final é um deleite para os fãs da série. Completamente recheada de nostalgia, é vibrante. Desde a abertura do paddock 9 até a luta entre os raptors, o I-rex e o Rex, com a vitória de quem nunca deveria ter perdido e a coroa voltando ao verdadeiro herói.
Algumas pessoas vão torcer o nariz para algumas escolhas do roteiro, como o comportamento dos raptores e o dinossauro novo. Mas tudo está explicado dentro do filme de forma convincente (para mim) e, para os que já leram o livro, também pode-se entender perfeitamente essas escolhas dentro do que Crichton quis transmitir no texto. Jurassic World é um filme de muita ação, feito para fãs e que rende um bom passatempo para quem quer diversão sem compromisso.
Chappie
3.6 1,1K Assista AgoraMinhas impressões sobre o filme:
Neill Blomkamp está novamente nos cinemas. Ele nos traz um filme de “ficção científica” numa abordagem que já havia utilizado muito bem em 2009 em “Distrito 9”: a atribuição de características totalmente humanas a seres não humanos. Desta vez, em “Chappie”, ao invés de seres extraterrestres assumindo o papel de excluídos sociais (nos moldes do apartheid), temos um robô policial dotado de inteligência artificial.
A história se passa em Johanesburgo e nos conta sobre o projeto de Dean, um engenheiro que cria robôs ultra-resistentes utilizados pela polícia e que são um extremo sucesso no combate ao crime. Barrado pela empresa que financia sua pesquisa, ele resolve dar seu próximo passo escondido, o desenvolvimento de um robô com inteligência artificial humana, que acaba ganhando o nome de Chappie. Porém, a criminalidade da cidade também tem muito interesse neste robô, bem como “companheiros” de trabalho de Dean.
Já no início do filme, ficam evidentes algumas semelhanças com Distrito 9. Alguns planos são muito semelhantes e também temos uma introdução ao estilo documentário, apesar de mais curta. Além disso, a utilização das características humanas nos personagens não humanos traz ao filme a sensação que nem estamos lidando com robôs, da mesma forma que era plenamente possível vermos os “camarões” como os negros da África do Sul no período pré-Mandela. Os dois filmes se passam num território conhecido de Blomkamp, sua terra natal
Se fossem livros, tanto Distrito 9 como Chappie seriam facilmente classificados como realismo fantástico. Isso porque as idéias dos filmes seguem o mesmo raciocínio de histórias enquadradas nessa classificação. O melhor paralelo que consigo lembrar agora é com o conto “Teleco, o coelhinho” do brasileiro Murilo Rubião. Em todos os casos, temos uma situação ficcional como plano de fundo para discussão de características humanas.
Há algumas idéias que permeiam toda a história de Chappie e que considero atuais no contexto social brasileiro. As mais notáveis são: quais os valores que você está passando para seus filhos?, até que ponto o meio influencia no comportamento das pessoas? e, para mim a principal, quanto o egoísmo e ódio estão enraizados no comportamento humano? Os vários personagens que aparecem na trama demonstram, cada um à sua maneira, esses traços de personalidade, incluindo Chappie. No fim, assim como “Teleco, o coelhinho” debate o lado ruim do ser humano e “Distrito 9” trata sobre como lidamos com as diferenças, “Chappie” é um filme sobre egoísmo e criação. Há também uma ponta de religiosidade, misturando conceitos espíritas com a tecnologia moderna. Eu já havia pensado um pouco sobre o ponto de vista colocado pelo filme antes de tê-lo visto.
Não concordo muito com a visão final de Blomkamp. No entanto, o filme é interessante para debater todas essas questões.
achei que a mensagem final é de que a consciência humana não é, enfim, egoísta nem maldosa pois, como última ação, o Chappie aceita passar a consciência de Dean para o outro corpo e arriscar morrer. Isso não é uma atitude egoísta.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraHá uns meses eu postei um comentário sobre esse filme, antes de ele ser lançado. Disse, na ocasião, que considerava um desperdício terem focado a história no casamento dele em detrimento das contribuições científicas. Eu acabei de voltar do cinema em que assisti este filme. Preciso dizer que ele definitivamente me comprovou a tese de que "a melhor opinião é a nossa própria".
Se eu tivesse realmente me importado com essa sinopse, de que o filme baseia-se no relacionamento dele, eu teria razão. No entanto, eu discordo totalmente disso. O filme aborda SIM as contribuição científica desse grande homem e faz isso na dose certa. Seria insano da parte dos produtores quererem explicar ao grande público como funciona um buraco negro, o que é a radiação Hawking ou sobre a teoria da relatividade. Ao invés de tentar fazer isso (seria totalmente infrutífero e, para quem não está acostumado com os termos, seria CHATO), o filme traz as informações de maneira simples. Tudo o que tornou Hawking um monstro está lá, mas de forma acessível. Desta forma, saímos do cinema completamente cientes dos motivos que tornam Stephen Hawking um dos maiores cérebros vivos no mundo.
O relacionamento dele está lá, a meu ver, como situação participante da história, mas não considero que seja o foco do filme. O foco do filme é: O que fez de Stephen Hawking um dos cientistas mais respeitados do mundo. O amor desse homem pela ciência fica evidente durante todo o filme e isso é realmente emocionante para quem vive da ciência. Hawking é uma inspiração para nós.
A atuação do Eddie é digna de premiação. Incrível como as expressões ficaram fiéis. Representar Hawking é um exercício de muito trabalho e estudo e ele conseguir fazer com maestria.
É um grande filme
Batman
3.5 831 Assista AgoraNicholson foi uma escolha perfeita para o Joker. Ele tem uma capacidade ímpar de conseguir exprimir ironia e maldade mesmo quando sorri. Isso já tinha ficado muito claro quando interpretou outro Jack, o Terrance.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraComo filme de entretenimento, o trailer deixa opiniões divididas. Algumas pessoas empolgadas, outras achando que vai ser uma bomba. De fato, a opção por híbrido é bem polêmica, até mesmo entre os fãs da série.
Como fã incondicional, estou contando os segundos pra ver. Acho que desenvolver a história utilizando os híbridos pode trazer para este quarto filme uma figura que foi pouquíssimo explorada nos outros, mas que é fundamental para a existência de JP: Henry Wu. Há uma boa explicação no livro sobre quem é ele, como foi parar no parque e quais são suas motivações, expectativas e visão de mundo sobre o que fazem lá. A criação dos híbridos encaixa perfeitamente com o tipo de pessoa que o livro descreve ser Wu. Por isso, acho que o filme deve ser bem interessante para os fãs que foram buscar o livro após verem o primeiro filme. Ao menos, se abordarem os híbridos (pelo menos um pouco) sob esta ótica. Eu acharia bem interessante e enriquecedor para a história.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraUm grande filme. Deixa muitas questões relevantes a serem debatidas.
Secretária
3.5 295Não tinha pensado na relação com 50 tons. Faz um pouco de sentido, mas acho que esse filme dá uma surra no livro da EL James.
O livro conta a história de uma mocinha que se apaixona por um homem poderoso e... nada mais. Absolutamente nada mais. Não tem motivações, nada para que ela goste dele e muito menos o contrário. É uma paixonite adolescente. O Christian Gray, por sua vez, até exerce o poder de dominação que vemos no personagem do James Spader, mas os dois são MUITO diferentes. Christian Gray faz o que faz pelo simples fetiche sexual. Anastasia se submete àquilo sem sequer conhecer outras possibilidades (e não faz isso de burra, pois tem um homem que gosta o suficiente dela para mostrá-la outras formas de relacionamento).
A relação entre os personagens no filme é infinitamente mais profunda e coerente. Os dois iniciam uma relação devido aos seus retrospectos sentimentais frustrados. O que torna o filme interessante é a experiência que ambos já viveram e a total falta de dúvidas de que estão totalmente satisfeitos com o que ocorre e isso é o oposto do que vivenciaram por tanto tempo. O que um pode oferecer ao outro é exatamente o que esperam um do outro. Mesmo com menos espaço para mostrar a história dos personagens, o filme faz isso com muita sensibilidade e torna o relacionamento muito bonito, apesar de totalmente fora dos padrões. O que acontece no livro é termos raiva dos personagens, pela obsessão, perseguição e falta de critério nos sentimentos.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraVou assistir pra saber, mas é realmente um grande desperdício de material focar a história no casamento dele. Parece-me um grandíssimo erro de definição de prioridades.