Paul Thomas Anderson provando de novo que é um dos melhores de Hollywood atualmente. Filme espetacular, mas que exige paciência. Talvez o melhor na corrida do Oscar...
Obviamente deve fazer muito mais sentido para os estadunidenses, mas ainda é um filme muito divertido e sincero. Os atores estão afiadíssimos, com destaque para a mãe de Lady Bird que está incrível, tomara que leve a estatueta.
Fraquinho, nem parece Hitchcock! Começa interessante, divertido, mas logo começam uns furos no roteiro que afetam a verossimilhança. A partir de Chicago o longa fica mais interessante e dinâmico, até o grande clímax.
Mas a Eve gritando que nem uma louca ao ver o capanga atrás da pedra é ridículo! Ela vai de espiã internacional para donzela em perigo em segundos! Patético, êêê anos 1950, heim... Fora o final abrupto. Enrola na narrativa e come o final, deixando várias pontas soltas.
Ainda assim, a cena do avião é de prender a respiração.
Velha história do nazismo ter nascido no berço de uma sociedade altamente instruída. Haneke explora friamente o mal que paira sobre uma comunidade, sempre oculto, sempre na iminência de se revelar. Filme poderoso e muito atual...
Sutil, delicado, belo. É um belo conto de amor que funciona muito bem dentro da proposta do autor do livro, "como seria a vida se um casal gay não tivesse de passar por nenhuma dessas coisas violentas e sem sentido?". Timothée que talento fora de série é esse?! Faz de novo, por favor!
Que filme impecável! Um tiro certeiro de atuação, direção, roteiro, fotografia... Tudo! O filme é de uma potência absurda e parte de um dos efeitos mais antigos e poderosos do cinema: o silêncio. É ele o que move a narrativa.
O roteiro sabe exatamente quais os três episódios que deve contar sobre a vida de Chiron e faz os saltos temporais sem cerimônia. Mas nós não precisamos ver para saber o que aconteceu nesses intervalos. O que está nesse meio não contado é tão importante quanto os três capítulos do filme. Aqui também entre o mérito da atuação. Os três "Chirons" estão espetaculares. Ali também faz um papel pequeno, mas com tanta força que até sua ausência marca a importância de seu personagem.
Outro destaque é a trilha em estilo clássico. Ela dá o tom onírico do título (um filme extremamente real contado de modo onírico, outro mérito do roteiro) e faz com que a história pareça uma poesia, algo leve, ainda que denso. Muito, muito denso. Após a sessão, abri o Spotify e fiquei algum tempo saboreando as músicas.
A direção de fotografia (que caminha lado a lado com a edição aqui) também é fantástica. Perfeitamente alinhada com a trilha musical, as cenas sabem exatamente o que mostrar e o que não mostrar. Não se perde o ritmo. As duas horas de projeção pareceram alguns minutos, deixando aquele gosto de quero-saber-mais-sobre-Chiron-por-favor.
Enfim, tudo, absolutamente tudo em Moonlight conflui para um filme poderoso e único. Racismo, problemas sociais, drogas, homossexualidade (a lista é longa), tudo tratado de maneira calma, mas profunda. Você quer conhecer ainda mais Chiron, mas o filme te conta pouco sobre ele (no sentido de tempo de projeção). Porque, na verdade, você já conhece Chiron.
No começo do filme, me senti num mundo similar ao de THX 1138, mas menos claustrofóbico e mais bonito. A imensidão branca transparecendo limpeza com silhuetas melancolicamente azuis foi um belo acerto do filme (o azul também nos remete a algo futurístico). E, nesse universo, pouco importa a morte de um indivíduo; o real problema é encontrar alguém para substituir a vaga de trabalho dele! É um filme interessante sobre a distopia e até sobre a descoberta da sexualidade, sobre os riscos que decidimos correr quando encontramos o amor.
Belo filme, porém suave demais em alguns momentos. Faltou a amargura de THX, por exemplo. Faltou algo que me fizesse de fato odiar aquela sociedade e torcer pelo casal. Talvez tenha sido light demais. Na pior das hipóteses, ainda serve pra nos convencer do potencial subestimado de Kristen!
Faroeste moderno com algumas críticas interessantes sobre a posse de terra no oeste texano e a capitalização malígna dos bancos do meio oeste. A história é interessante e não me perdeu em nenhum momento, tampouco me surpreendeu. Logo nos créditos iniciais vi que um dos responsáveis pela música era Nick Cave (do Nick Cave and The Bad Seeds) e já sabia que a trilha sonora seria ótima. E, de fato, foi. Outro ponto que me chamou atenção foi o cuidado dado ao posicionamento e movimento de câmera. São takes muito interessantes e bem construídos. Porém, é um filme americano para americanos, não exatamente um filme internacional que trata de problemas americanos. Deve ter feito muito mais sentido para seu país de origem.
O filme começa leve, cômico e rapidamente já queremos ser amigos das personagens principais. O tom cômico permanece durante todo o filme, mas isso não tira em momento nenhum a profundidade da abordagem do filme de Theodore Melfi. Há um momento na narrativa em que Dorothy (Spencer) diz para Vivian (Dunst) "Eu sei que você acredita nisso [não ter nada contra negros]". Melfi dá um tiro certeiro no pensamento que vigora até hoje nos países ocidentais. Também há o momento espetacular de Taraji Henson, quando ela explode por ter que andar meia milha para ir ao banheiro.
O estilo de Lav Diaz é muito diferente do que estamos acostumados. Não é fumar um cigarro que se adapta ao filme, mas o filme se adapta para o tempo de fumar um cigarro. Portanto, uma cena como essa pode levar vários minutos. Outra característica marcante é o uso de planos abertos. Quase todo o filme é nesse formato. Como se Diaz nos dissesse "Olhe para o todo. Tudo aqui é importante. Essa história vai muito além dos personagens".
Ainda assim, é uma história sobre o declínio moral de um homem que se julga superior a uma velha e sobre uma família pobre sobre a qual recaem as consequências dos atos do criminoso.
A direção é impressionante. Diaz nos conduz por um turbilhão de emoções ao longo das quatro horas. Quatro horas, aliás, de pouca história, mas de muita reflexão. As longas tomadas do diretor são até um alívio para nossas mentes, que podem refletir sobre aquele todo com mais calma. Isso, claro, quando Diaz não se estende em alguma cena justamente para nos deixar desconfortável com nossos pensamentos. Como já deu para perceber, boa parte daquelas quatro horas se passam em nossas cabeças, assim como num romance russo.
Nunca vi tantas frases prontas sobre Deus. Em certas partes me senti lendo citações de Facebook. Em nenhum momento me senti imerso na crença do jovem Adventista do Sétimo Dia. Me senti, na verdade, dentro de um lugar comum absurdo. Por falar em lugar comum, a fotografia faz o mesmo. No começo, sépia e tons marrons para os EUA, delatando um flashback. E, posteriormente, um verde acinzentado nas cenas de guerra. A música também não se destaca, já ouvi tantas outras parecidas. Some tudo isso a um Andrew Garfield abobalhado.
O mérito, e a única parte verdadeiramente interessante do filme, são as cenas de guerra. Absurdamente bem dirigidas. A sensação é de estar imerso no campo de batalha, Mel Gibson fez um excelente trabalho. Seria melhor, talvez, sem as cenas de intestino pra tudo quanto é lado e membros caídos (o que até poderia ser parte do horror sangrento, mas é puro estilismo do diretor como podemos ver na cena da artéria logo no começo do filme). Ainda assim, as balas atravessando o corpo dos soldados é medonho.
Porém, há dois erros imperdoáveis. O primeiro, a abertura: por que contar o final ali de cara? Estragou boa parte do filme, afinal ficou óbvio que Garfield iria salvar várias vidas e que ganharia o respeito dos homens a ponto destes tentarem salvá-lo. O segundo, a cena da segunda investida americana. Um filme que propaga uma curiosa mensagem de paz e valores, não poupa esforços em mostrar os japoneses morrendo, sendo massacrados. A cena toda é completamente desnecessária e exagerada. Mesmo o suicídio do general (que deveria mostrar a supremacia de um valor), só ressalta a"superioridade" americana.
Ao fim do filme, por mais maquiavélico e medíocre que eu possa ter achado, fica bem claro a escolha da Academia.
P.S. A história real é, de fato, de tirar o fôlego. Uma lição.
Um filme brutal sobre os horrores da guerra e suas consequência na vida dos jovens e de um país. O domínio do diretor sobre o desenrolar da narrativa e do espaço geográfico me deixou boquiaberto. Fukunaga sabe exatamente a história que quer contar e qual a melhor maneira de chegar lá. Mais do que isso, o filme não imprime os tradicionais preconceitos ocidentais; em nenhum momento se transmite uma mensagem de "bárbaros" ou de "cultura atrasada". O pequeno Abraham Attah tem uma desenvoltura impressionante, não via um desempenho tão fascinante numa criança desde Beasts of The Southern Wild (Indomável Sonhadora).
O final melancólico e fatalista, mostrando que tudo que aqueles jovens sabem fazer é lembrar dos horrores do passado e continuar guerreando eternamente, nos mostra o porquê de um ciclo de guerras intermináveis em lugares esquecidos pela maioria.
Estréia incrível da Netflix em longa-metragens. Poderosíssimo.
Uma complexa história sobre a busca pela própria origem através de enigmas que, como o próprio filme diz sobre a matemática, são insolúveis e nos levam a outras perguntas também insolúveis.
Nos lembra que nada neste mundo é preto no branco; Simon não pode culpar a mãe por sua ausência emocional, porque não conhece a incrível e dolorosa colcha de retalhos que compões a vida de uma mulher que ele só conheceu depois de morta. Remete a uma grande tragédia grega, uma reformulação de Édipo Rei. E, como um drama grego, que essencialmente é feito para passar uma lição ao público, nos ensina a quebrar a corrente do ódio. O ódio das religiões, das famílias separadas, dos imigrantes.
Belíssimo filme
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Trama Fantasma
3.7 804 Assista AgoraPaul Thomas Anderson provando de novo que é um dos melhores de Hollywood atualmente. Filme espetacular, mas que exige paciência. Talvez o melhor na corrida do Oscar...
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraObviamente deve fazer muito mais sentido para os estadunidenses, mas ainda é um filme muito divertido e sincero. Os atores estão afiadíssimos, com destaque para a mãe de Lady Bird que está incrível, tomara que leve a estatueta.
Cinquenta Tons de Liberdade
2.5 452Kkkkkkkkkkkk
Intriga Internacional
4.1 348 Assista AgoraFraquinho, nem parece Hitchcock! Começa interessante, divertido, mas logo começam uns furos no roteiro que afetam a verossimilhança. A partir de Chicago o longa fica mais interessante e dinâmico, até o grande clímax.
Mas a Eve gritando que nem uma louca ao ver o capanga atrás da pedra é ridículo! Ela vai de espiã internacional para donzela em perigo em segundos! Patético, êêê anos 1950, heim... Fora o final abrupto. Enrola na narrativa e come o final, deixando várias pontas soltas.
Ainda assim, a cena do avião é de prender a respiração.
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraVelha história do nazismo ter nascido no berço de uma sociedade altamente instruída. Haneke explora friamente o mal que paira sobre uma comunidade, sempre oculto, sempre na iminência de se revelar. Filme poderoso e muito atual...
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraSutil, delicado, belo. É um belo conto de amor que funciona muito bem dentro da proposta do autor do livro, "como seria a vida se um casal gay não tivesse de passar por nenhuma dessas coisas violentas e sem sentido?".
Timothée que talento fora de série é esse?! Faz de novo, por favor!
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraQue filme impecável! Um tiro certeiro de atuação, direção, roteiro, fotografia... Tudo! O filme é de uma potência absurda e parte de um dos efeitos mais antigos e poderosos do cinema: o silêncio. É ele o que move a narrativa.
O roteiro sabe exatamente quais os três episódios que deve contar sobre a vida de Chiron e faz os saltos temporais sem cerimônia. Mas nós não precisamos ver para saber o que aconteceu nesses intervalos. O que está nesse meio não contado é tão importante quanto os três capítulos do filme. Aqui também entre o mérito da atuação. Os três "Chirons" estão espetaculares. Ali também faz um papel pequeno, mas com tanta força que até sua ausência marca a importância de seu personagem.
Outro destaque é a trilha em estilo clássico. Ela dá o tom onírico do título (um filme extremamente real contado de modo onírico, outro mérito do roteiro) e faz com que a história pareça uma poesia, algo leve, ainda que denso. Muito, muito denso. Após a sessão, abri o Spotify e fiquei algum tempo saboreando as músicas.
A direção de fotografia (que caminha lado a lado com a edição aqui) também é fantástica. Perfeitamente alinhada com a trilha musical, as cenas sabem exatamente o que mostrar e o que não mostrar. Não se perde o ritmo. As duas horas de projeção pareceram alguns minutos, deixando aquele gosto de quero-saber-mais-sobre-Chiron-por-favor.
Enfim, tudo, absolutamente tudo em Moonlight conflui para um filme poderoso e único. Racismo, problemas sociais, drogas, homossexualidade (a lista é longa), tudo tratado de maneira calma, mas profunda. Você quer conhecer ainda mais Chiron, mas o filme te conta pouco sobre ele (no sentido de tempo de projeção). Porque, na verdade, você já conhece Chiron.
Quando Te Conheci
3.3 472 Assista AgoraNo começo do filme, me senti num mundo similar ao de THX 1138, mas menos claustrofóbico e mais bonito. A imensidão branca transparecendo limpeza com silhuetas melancolicamente azuis foi um belo acerto do filme (o azul também nos remete a algo futurístico). E, nesse universo, pouco importa a morte de um indivíduo; o real problema é encontrar alguém para substituir a vaga de trabalho dele! É um filme interessante sobre a distopia e até sobre a descoberta da sexualidade, sobre os riscos que decidimos correr quando encontramos o amor.
Belo filme, porém suave demais em alguns momentos. Faltou a amargura de THX, por exemplo. Faltou algo que me fizesse de fato odiar aquela sociedade e torcer pelo casal. Talvez tenha sido light demais. Na pior das hipóteses, ainda serve pra nos convencer do potencial subestimado de Kristen!
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraUma palavra: roteiro! Que roteiro fantástico!
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista AgoraFaroeste moderno com algumas críticas interessantes sobre a posse de terra no oeste texano e a capitalização malígna dos bancos do meio oeste. A história é interessante e não me perdeu em nenhum momento, tampouco me surpreendeu. Logo nos créditos iniciais vi que um dos responsáveis pela música era Nick Cave (do Nick Cave and The Bad Seeds) e já sabia que a trilha sonora seria ótima. E, de fato, foi. Outro ponto que me chamou atenção foi o cuidado dado ao posicionamento e movimento de câmera. São takes muito interessantes e bem construídos. Porém, é um filme americano para americanos, não exatamente um filme internacional que trata de problemas americanos. Deve ter feito muito mais sentido para seu país de origem.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraO filme começa leve, cômico e rapidamente já queremos ser amigos das personagens principais. O tom cômico permanece durante todo o filme, mas isso não tira em momento nenhum a profundidade da abordagem do filme de Theodore Melfi. Há um momento na narrativa em que Dorothy (Spencer) diz para Vivian (Dunst) "Eu sei que você acredita nisso [não ter nada contra negros]". Melfi dá um tiro certeiro no pensamento que vigora até hoje nos países ocidentais. Também há o momento espetacular de Taraji Henson, quando ela explode por ter que andar meia milha para ir ao banheiro.
Norte, O Fim da História
4.2 24O estilo de Lav Diaz é muito diferente do que estamos acostumados. Não é fumar um cigarro que se adapta ao filme, mas o filme se adapta para o tempo de fumar um cigarro. Portanto, uma cena como essa pode levar vários minutos. Outra característica marcante é o uso de planos abertos. Quase todo o filme é nesse formato. Como se Diaz nos dissesse "Olhe para o todo. Tudo aqui é importante. Essa história vai muito além dos personagens".
Ainda assim, é uma história sobre o declínio moral de um homem que se julga superior a uma velha e sobre uma família pobre sobre a qual recaem as consequências dos atos do criminoso.
A direção é impressionante. Diaz nos conduz por um turbilhão de emoções ao longo das quatro horas. Quatro horas, aliás, de pouca história, mas de muita reflexão. As longas tomadas do diretor são até um alívio para nossas mentes, que podem refletir sobre aquele todo com mais calma. Isso, claro, quando Diaz não se estende em alguma cena justamente para nos deixar desconfortável com nossos pensamentos. Como já deu para perceber, boa parte daquelas quatro horas se passam em nossas cabeças, assim como num romance russo.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraAté o Último Homem [Americano]
Nunca vi tantas frases prontas sobre Deus. Em certas partes me senti lendo citações de Facebook. Em nenhum momento me senti imerso na crença do jovem Adventista do Sétimo Dia. Me senti, na verdade, dentro de um lugar comum absurdo. Por falar em lugar comum, a fotografia faz o mesmo. No começo, sépia e tons marrons para os EUA, delatando um flashback. E, posteriormente, um verde acinzentado nas cenas de guerra. A música também não se destaca, já ouvi tantas outras parecidas. Some tudo isso a um Andrew Garfield abobalhado.
O mérito, e a única parte verdadeiramente interessante do filme, são as cenas de guerra. Absurdamente bem dirigidas. A sensação é de estar imerso no campo de batalha, Mel Gibson fez um excelente trabalho. Seria melhor, talvez, sem as cenas de intestino pra tudo quanto é lado e membros caídos (o que até poderia ser parte do horror sangrento, mas é puro estilismo do diretor como podemos ver na cena da artéria logo no começo do filme). Ainda assim, as balas atravessando o corpo dos soldados é medonho.
Porém, há dois erros imperdoáveis. O primeiro, a abertura: por que contar o final ali de cara? Estragou boa parte do filme, afinal ficou óbvio que Garfield iria salvar várias vidas e que ganharia o respeito dos homens a ponto destes tentarem salvá-lo. O segundo, a cena da segunda investida americana. Um filme que propaga uma curiosa mensagem de paz e valores, não poupa esforços em mostrar os japoneses morrendo, sendo massacrados. A cena toda é completamente desnecessária e exagerada. Mesmo o suicídio do general (que deveria mostrar a supremacia de um valor), só ressalta a"superioridade" americana.
Ao fim do filme, por mais maquiavélico e medíocre que eu possa ter achado, fica bem claro a escolha da Academia.
P.S. A história real é, de fato, de tirar o fôlego. Uma lição.
Beasts of No Nation
4.3 831 Assista AgoraUm filme brutal sobre os horrores da guerra e suas consequência na vida dos jovens e de um país. O domínio do diretor sobre o desenrolar da narrativa e do espaço geográfico me deixou boquiaberto. Fukunaga sabe exatamente a história que quer contar e qual a melhor maneira de chegar lá. Mais do que isso, o filme não imprime os tradicionais preconceitos ocidentais; em nenhum momento se transmite uma mensagem de "bárbaros" ou de "cultura atrasada". O pequeno Abraham Attah tem uma desenvoltura impressionante, não via um desempenho tão fascinante numa criança desde Beasts of The Southern Wild (Indomável Sonhadora).
O final melancólico e fatalista, mostrando que tudo que aqueles jovens sabem fazer é lembrar dos horrores do passado e continuar guerreando eternamente, nos mostra o porquê de um ciclo de guerras intermináveis em lugares esquecidos pela maioria.
Estréia incrível da Netflix em longa-metragens. Poderosíssimo.
Incêndios
4.5 1,9KUma complexa história sobre a busca pela própria origem através de enigmas que, como o próprio filme diz sobre a matemática, são insolúveis e nos levam a outras perguntas também insolúveis.
Nos lembra que nada neste mundo é preto no branco; Simon não pode culpar a mãe por sua ausência emocional, porque não conhece a incrível e dolorosa colcha de retalhos que compões a vida de uma mulher que ele só conheceu depois de morta.
Remete a uma grande tragédia grega, uma reformulação de Édipo Rei. E, como um drama grego, que essencialmente é feito para passar uma lição ao público, nos ensina a quebrar a corrente do ódio. O ódio das religiões, das famílias separadas, dos imigrantes.
Belíssimo filme