bom filme. otimas atuações, e entretenimento impecável. traz um assunto importante de ser tratado, mas achei o filme condescendente com a falta de escrúpulos do protagonista, e achei também que poerdeu a chance de mostrar a industria das fake news como um fenômeno estrutural de como funciona a política hoje em dia - acabou focando no protagonista, e deu a entender que as fake news e o controle através das redes sociais é o resultado de ações individuais
viva o "pós terror!". esses filmes novos que estão acrescentando profundidade e finalmente ampliando a linguagem do terror para o nível de grande arte! XD
reassisti agora... nossa, "mother!" é tipo ctrl+c ctrl+v, quase
o final eleva o filme de "um thriller divertido mas clichê" para.... um filme do miyazaki, rs. o significado do tesouro e, principalmente, a forma como ele lida com a princesa me ganharam de cara.
não é a falta de grana. o cara que tá responsável por terminar o filme não vê ninguém na animação japonesa que esteja sintonizado com o gênio do satoshi kon. provavelmente nunca haverá tal animador, amigos... nunca veremos esse filme
a moça recorrendo à prostituição, a morte dele minutos antes da apelação.... achei caricaturado, até.
vale a pena pela intenção de criticar o sistema burocrático, a crise econômica atual, o capitalismo explorando o precariado... mas tem algo de ordinário e forçado que talvez empobreça até seu valor como arma de convencimento
a obra do spike lee é sempre marcada com o discurso "black lives matter", e esse é o principal ponto positivo do filme. é o que garante 5 estrelas. tirando isso, vira só um filme de guerra, né. um bom, vá lá.
depois de ver "feherlófia" e ter ficado deslumbrado com a criatividade da animação poética do marcel jankovics, fiquei intrigado para conhecer "a tragédia do homem". mais ainda, ao descobrir que: - era o segundo e único longa que jankovics produziu. - era um filme profundo e filosófico, que discorria sobre a natureza humana. - foi um projeto pessoal do diretor, que levou 23 anos para conseguir terminar o filme, entre 1988 e 2011!
no que diz respeito à animação, "a tragédia do homem" não deixou nada a desejar. é um delírio imagético que passeia em diferentes traços e tipo de animação, enquanto acompanha a história humana. só entendendo o poder da indústria massificadora para explicar como esse filme é tão desconhecido até mesmo do público mais aficionado....
mas nem tudo é perfeito, haha o filme se estrutura em cima de um diálogo filosófico denso (dica: caso tenham essa opção, assistam sem legenda, para o fluxo constante de texto não fazer perder nenhum pedaço da animação primorosa). e é onde o discurso filosófico falha em convencer o expectador que o filme perde potência, e fica com um leve ranço de... bom, me incomodaram as raízes cristãs da teologia que norteia o filme, o machismo inerente, a ideia eurocêntrica de história da humanidade. talvez fosse mais interessante chamar "a tragédia do homem ocidental", pois o filme falha em fazer um estudo teológico e filosófico profundo do ser humano como um todo...
mas tudo bem! mesmo que o texto não tenha me convencido como convenceu o jankovics a levar 23 anos de sua vida lutando para trazer essas ideias à tela, a discussão filosófica e o deslumbre da animação valem todo os 160 minutos da película!
deve ser um livro incrível. estou devendo ler algo do mutarelli. o filme é bacana. fiquei só imaginando o filme que poderia ter sido, se trouxesse para a tela as imagens arquetípicas descritas nas falas... daria um terror psicológico extraordinário
é sério que os produtores acharam que o uso de drogas precisa de publicidade?
sim, informação sobre redução de dano precisa ser espalhada. mas o filme não é sobre isso. o assunto do uso de psicotrópicos na psiquiatria, a legalização das substâncias, a desmistificação das lendas sobre drogas, tudo isso precisa ser discutido. mas o filme não é sobre isso. o filme é um panfleto do uso de drogas, como se o ser humano não fosse louco por drogas desde a pre história mais remota que podemos desencavar nos sítios arqueológicos. tudo numa perspectiva burguesa e recreativa, colocando drogas sagradas no mesmo saco de drogas de rave, colocando rituais shamânicos numa pegada de turismo psicotrópico, enfim...
divertido. histórias hilárias. mas é só um compilado de trips engraçadas de subcelebridades
a narrativa não é tão lenta e desinteressante como disseram... e o filme certamente vale a pena por conta da experiência estética e do enorme trabalho laborioso que foi produzi-lo. como um amante de animação, foi um prazer assistir.
mas tem alguns detalhes que, de fato, diminuem o brilho da obra. e fiquei o tempo todo sonhando com o filme que "loving vincent" poderia ter sido.
por escolherem contar a história após a morte do van gogh, praticamente todas as cenas importantes de sua vida acontecem em flashback, na linguagem em preto e branco que, mesmo linda, não tem nada a ver com o estilo do pintor. a maioria das cenas em cores são diálogos - o que diminuiu a possibilidade de explorar movimento, e o deslumbre visual que os quadros do van gogh representam. os momentos onde há movimento de câmera, que são poucos, dão uma vida à técnica adotada que fica apagada na maioria das cenas.
talvez o filme tenha saído muito objetivo, não fazendo jus à forte subjetividade da obra retratada. van gogh era um pintor de almas - a sua própria, e a dos seus modelos. o filme de investigação, o protagonista truculento, tudo acabou não combinando muito.
outro detalhe que me incomodou foi a "dureza" da rotoscopia. os movimentos, as expressões, tudo é muito de carne e osso - acompanhando a objetividade da narrativa, talvez. durante quase toda a película, as imagens perdem a expressividade de cores e sentimento dos quadros, pois podemos enxergar os atores "vestindo" a pintura na cara como quem veste um filtro do instagram. e, de fato, parece em vários momentos que a arte é gerada por um método digital similar aos filmes animados do linklater.
no fim, é um filme excelente. tem que se dar valor ao trabalho incrível, à ideia corajosa, ao financiamento coletivo, e à paixão com que o trabalho foi realizado. dá pra ver que foi tudo realizado com enorme veneração e respeito à vida e obra do pintor. mas, como disse, fiquei no sonho de um projeto realizado por alguém de uma sensibilidade artística mais em sintonia com o trabalho do van gogh...
CARROS! uau, fez baita sucesso, vamos fazer um carros 2? CARROS 2! será que é exagero fazer um carros 3? não, porra nenhuma, quero saber é do dinheiro... CARROS 3! carros 4 já é demais, né? vai ficar pior que velozes e furiosos... mas queremos tirar essa grana... que fazer? AVIÕES!
eu, quando percebo que estou bem menos sensível à violência gore no cinema quando ela precisa ser assustadora, e mais sensível (de uma forma negativa) quando ela precisa ser "cool", ou heróica.
e o tarantino... bem, continua um grande diretor de entretenimento, sabendo conduzir a trama, enlaçar personagens, descrever personagens, fazer diálogos. dou 4 estrelas, significando que achei o filme excelente, boa comédia. mas parece que sua violência "cool" não me desce mais. em "once upon a time", o que mais incomodou foi:
(o comentário abaixo contém spoilers de Once Upon a Time in Hollywood também de Bastardos Inglórios)
O exercício de correção histórica, em Bastardos Inglórios, me pareceu mais aceitável. eu era mais jovem, aquela violência vingativa não me incomodava ainda, e ver hitler morrer foi no fim do filme foi surpreendente, apoteótico. mas ver, hoje, o tarantino cair na mesma pegada de diretor da justiça histórica, matando os seguidores do charles manson de uma forma tão espalhafatosa, não me pareceu surpreendente, nem justo, ou justificável. nem, muito menos, "cool". também não acho legal ver, nem no cinema, um cowboy moderno estuporar a cara de um hippie porque ele furou seu pneu. se a violência sem sentido já não tem tanta graça.... colocar heróis "acidentais", preconceituosos, nada heróicos, para satisfazer o desejo de justiça DO DIRETOR, heróico e, agora, moralista, me parece, além de covarde... pobre.
por um lado, midsommar demonstra uma força e um primor estético realmente louváveis. a começar pela fotografia. há a escolha do sol constante para contar essa história assombrosa, a trilha sonora, e algumas cenas com uma força inigualável.
a cena da dani sendo aparada pelas mulheress, elas chorando com ela, que força!
ok, tudo lindo. mas quando chega na questão de CONTEÚDO, o filme não se sustenta em pé. ele opta por conduzir a trama através dos dramas psicológicos e dos conflitos dos personagens - que se demonstram rasos e forçados, e sem muita correlação com o desenrolar da trama
(mesmo a bela cena do choro da dani... acontece sem a devida profundidade emocional que julgo ser necessária para ela. ela estava em sofrimento profundo porque... o namorado traiu ela? naquele cenário completamente bizarro e assustador, com o relacionamento deles já definhando há algum tempo, a motivação emocional da cena me pareceu diluída)
. a trama em si (que, inicialmente, ia desenrolar num filme slasher, mas foi mudado na etapa da roteirização) é mais que batida. e há o que mais me incomodou: a visão xenofóbica e ocidental dos cultos pagãos.
tudo bem que os americanos eram conflituosos, desrespeitosos, desequilibrados, traidores, e que a dani, no fim, aceita tudo e vira parte da "família". mas toda a celebração acontece com uma sanguinolência psicótica, quase que meramente se baseando em sacrifício humano em todas as práticas... gente, só eu achei complicada essa caricatura inventada de uma cultura antiga e sábia?
vendido pelo trailer como mais um filme de roubo adolescente, desde bem cedo no filme ridiculariza e caricatura o gênero... achei uma estratégia bem corajosa, que acaba apresentando um filme com personagens ricos e situações mais provocantes que as de um mero thriller de roubo... mas é péssimo pra quem vai pensar "quero meu dinheiro de volta!", por não ter tido a expectativa satisfeita.
no final, fiquei um pouco em dúvida sobre uma certa natureza moralista do filme... as motivações superficiais dos personagens, claro, foram alvos de crítica... perfeito até aí. mas não corre o risco de ser um filme usado para defender que *qualquer* pensamento fora da caixinha ou guerrilha ideológica é egoísta e superficial...? "viu, garotada? não largue a faculdade nem chame o reitor de 'decepção'... obedeçam o papai, se formem, tenham um emprego que, no fim, vai ser melhor que ser preso., não é mesmo?".
excelente filme! muito raro para mim achar uma comédia que tenha as exatas qualidades de ser: 1. engraçada. 2. um bom filme, independente do gênero. 3. um filme que vá além da estética cinematográfica, e nos traga alguma espécie de reflexão, de aprendizado, discussão, provocação...
não dou 5 estrelas porque acho fácil e covarde da parte dos americanos e ingleses da produção fazer uma comédia política sobre o didator alheio, de um sistema político em decadência, que já não ameaça mais com o horror que fazia no passado... sendo que eles mesmos são representantes de sistemas ditatoriais, também passivos de crítica/sátira, e atualmente muito mais danoso às pessoas (e, diga-se de passagem, o meio-ambiente) do que qualquer outro...
por ser "mais um filme de natal", eu tinha expectativas baixas. klaus, porém, foi bem além delas, com uma história cativante, verossímil, personagens interessantes, animação impecável (usaram uma técnica nova, dá profundidade ao 2-D acrescentando uma camada de iluminação à cena). infelizmente, na virada para o último ato (naquela parte que todo filme hollywoodiano tem, "tudo-parecia-que-ia-dar-certo-mas-começa-a-dar-errado-antes-de-dar-certo-no-fim") a coisa fica um pouquinho artificial. aí descamba para os presentes de natal, o bom velhinho que, acreditem, crianças, existe de verdade! mas, sério, isso é só no fim. o filme é ótimo.
ah, gente. sei lá. a disney é paia, né? mil continuações dos filmes de sucesso, formulinha clássica pra vender ingresso, o interesse dos empresários é bem expresso: ganhar dinheiro. "tem música demais"? claro, pra vender CD. "mais do mesmo"? claro, agradar fanbase. se quer algo diferente, de qualidade, vá pegar os filmes dos estúdios ghibli, vai. ou se limitar à pixar.
minha crítica real à franquia é o bafafá que chamou a atenção do primeiro filme: a questão feminina. "nossa, um filme de princesas da disney que "o grande amor" não é um homem desconhecido, é a irmã dela"...? po, passar no teste de bechdel não é um grande trunfo, não! pra mim, parece a disney tentando limpar a barra de quase um século envenenando cabeça de menininhas - e não conseguindo fazer nem isso! as princesas continuam com uma beleza estereotipada, dormem e acordam com maquiagem tatuada na cara, são brancas e pertencem a uma nobreza caduca... precisamos de muito mais se queremos empoderar nossas crianças (de novo, cof, cof, ghibli).
maaaaaaas... sabendo que é um filme disney, sabendo que não se pode esperar muito, é um filme muito bom, vá. até superior ao primeiro - me pareceu mais engraçado, o design dos personagens novos muito mais interessantes, e as cenas de ação são de tirar o chapéu!
assim como o ratzinger passou a mão na cabeça dos pedófilos, o filme passa a mão na cabeça da igreja católica... mas é isso, né? o fernando meirelles sempre foi "bom moço", que gosta de agradar e evita muita polêmica. a mesma coisa se diz da netflix, haha. mas acho que o filme atinge quem é católico: estamos numa era de retrocesso ideológico no mundo inteiro, e incentivar pensamentos mais progressistas - mesmo que dentro das limitações do catolicismo - é algo positivo.
é, a sophia copolla não bate tão certo pra mim (talvez só em "lost in translation"). bom filme, maquiagem, cenários e figurino impressionante. tem até algum valor histórico, mas... sei lá. entendo que não era a proposta do filme fazer uma análise politica do período... mas questiono justamente essa escolha, de se fazer um filme enfocando tanto nos dramas pessoais de uma das pessoas mais supérfluas do que foi um dos momentos históricos mais cruéis (colonização africana e americana, escravização, fome na europa...).
Rede de Ódio
3.7 362 Assista Agorabom filme. otimas atuações, e entretenimento impecável.
traz um assunto importante de ser tratado, mas achei o filme condescendente com a falta de escrúpulos do protagonista, e achei também que poerdeu a chance de mostrar a industria das fake news como um fenômeno estrutural de como funciona a política hoje em dia - acabou focando no protagonista, e deu a entender que as fake news e o controle através das redes sociais é o resultado de ações individuais
A Hora do Lobo
4.2 308viva o "pós terror!". esses filmes novos que estão acrescentando profundidade e finalmente ampliando a linguagem do terror para o nível de grande arte!
XD
reassisti agora... nossa, "mother!" é tipo ctrl+c ctrl+v, quase
O Castelo de Cagliostro
4.0 146 Assista Agorauau, excelente
o final eleva o filme de "um thriller divertido mas clichê" para.... um filme do miyazaki, rs. o significado do tesouro e, principalmente, a forma como ele lida com a princesa me ganharam de cara.
The Dream Machine
4.5 12não é a falta de grana. o cara que tá responsável por terminar o filme não vê ninguém na animação japonesa que esteja sintonizado com o gênio do satoshi kon.
provavelmente nunca haverá tal animador, amigos... nunca veremos esse filme
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista Agorasó eu achei superficial? os personagens principais tão sem falhas, os funcionários do governo tão malvados.
a moça recorrendo à prostituição, a morte dele minutos antes da apelação.... achei caricaturado, até.
vale a pena pela intenção de criticar o sistema burocrático, a crise econômica atual, o capitalismo explorando o precariado... mas tem algo de ordinário e forçado que talvez empobreça até seu valor como arma de convencimento
Destacamento Blood
3.8 448 Assista Agoraa obra do spike lee é sempre marcada com o discurso "black lives matter", e esse é o principal ponto positivo do filme. é o que garante 5 estrelas.
tirando isso, vira só um filme de guerra, né. um bom, vá lá.
A Tragédia do Homem
4.4 6depois de ver "feherlófia" e ter ficado deslumbrado com a criatividade da animação poética do marcel jankovics, fiquei intrigado para conhecer "a tragédia do homem". mais ainda, ao descobrir que:
- era o segundo e único longa que jankovics produziu.
- era um filme profundo e filosófico, que discorria sobre a natureza humana.
- foi um projeto pessoal do diretor, que levou 23 anos para conseguir terminar o filme, entre 1988 e 2011!
no que diz respeito à animação, "a tragédia do homem" não deixou nada a desejar. é um delírio imagético que passeia em diferentes traços e tipo de animação, enquanto acompanha a história humana.
só entendendo o poder da indústria massificadora para explicar como esse filme é tão desconhecido até mesmo do público mais aficionado....
mas nem tudo é perfeito, haha
o filme se estrutura em cima de um diálogo filosófico denso (dica: caso tenham essa opção, assistam sem legenda, para o fluxo constante de texto não fazer perder nenhum pedaço da animação primorosa). e é onde o discurso filosófico falha em convencer o expectador que o filme perde potência, e fica com um leve ranço de... bom, me incomodaram as raízes cristãs da teologia que norteia o filme, o machismo inerente, a ideia eurocêntrica de história da humanidade. talvez fosse mais interessante chamar "a tragédia do homem ocidental", pois o filme falha em fazer um estudo teológico e filosófico profundo do ser humano como um todo...
mas tudo bem! mesmo que o texto não tenha me convencido como convenceu o jankovics a levar 23 anos de sua vida lutando para trazer essas ideias à tela, a discussão filosófica e o deslumbre da animação valem todo os 160 minutos da película!
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista Agoramelhor que o filme é o trabalho dessa mulher incrível
Natimorto
3.6 141deve ser um livro incrível. estou devendo ler algo do mutarelli.
o filme é bacana. fiquei só imaginando o filme que poderia ter sido, se trouxesse para a tela as imagens arquetípicas descritas nas falas... daria um terror psicológico extraordinário
Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica
3.7 76é sério que os produtores acharam que o uso de drogas precisa de publicidade?
sim, informação sobre redução de dano precisa ser espalhada. mas o filme não é sobre isso.
o assunto do uso de psicotrópicos na psiquiatria, a legalização das substâncias, a desmistificação das lendas sobre drogas, tudo isso precisa ser discutido. mas o filme não é sobre isso.
o filme é um panfleto do uso de drogas, como se o ser humano não fosse louco por drogas desde a pre história mais remota que podemos desencavar nos sítios arqueológicos.
tudo numa perspectiva burguesa e recreativa, colocando drogas sagradas no mesmo saco de drogas de rave, colocando rituais shamânicos numa pegada de turismo psicotrópico, enfim...
divertido. histórias hilárias. mas é só um compilado de trips engraçadas de subcelebridades
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista Agoraa narrativa não é tão lenta e desinteressante como disseram...
e o filme certamente vale a pena por conta da experiência estética e do enorme trabalho laborioso que foi produzi-lo. como um amante de animação, foi um prazer assistir.
mas tem alguns detalhes que, de fato, diminuem o brilho da obra. e fiquei o tempo todo sonhando com o filme que "loving vincent" poderia ter sido.
por escolherem contar a história após a morte do van gogh, praticamente todas as cenas importantes de sua vida acontecem em flashback, na linguagem em preto e branco que, mesmo linda, não tem nada a ver com o estilo do pintor. a maioria das cenas em cores são diálogos - o que diminuiu a possibilidade de explorar movimento, e o deslumbre visual que os quadros do van gogh representam. os momentos onde há movimento de câmera, que são poucos, dão uma vida à técnica adotada que fica apagada na maioria das cenas.
talvez o filme tenha saído muito objetivo, não fazendo jus à forte subjetividade da obra retratada. van gogh era um pintor de almas - a sua própria, e a dos seus modelos. o filme de investigação, o protagonista truculento, tudo acabou não combinando muito.
outro detalhe que me incomodou foi a "dureza" da rotoscopia. os movimentos, as expressões, tudo é muito de carne e osso - acompanhando a objetividade da narrativa, talvez. durante quase toda a película, as imagens perdem a expressividade de cores e sentimento dos quadros, pois podemos enxergar os atores "vestindo" a pintura na cara como quem veste um filtro do instagram. e, de fato, parece em vários momentos que a arte é gerada por um método digital similar aos filmes animados do linklater.
no fim, é um filme excelente. tem que se dar valor ao trabalho incrível, à ideia corajosa, ao financiamento coletivo, e à paixão com que o trabalho foi realizado. dá pra ver que foi tudo realizado com enorme veneração e respeito à vida e obra do pintor. mas, como disse, fiquei no sonho de um projeto realizado por alguém de uma sensibilidade artística mais em sintonia com o trabalho do van gogh...
Aviões
2.8 175 Assista AgoraCARROS!
uau, fez baita sucesso, vamos fazer um carros 2?
CARROS 2!
será que é exagero fazer um carros 3? não, porra nenhuma, quero saber é do dinheiro...
CARROS 3!
carros 4 já é demais, né? vai ficar pior que velozes e furiosos... mas queremos tirar essa grana... que fazer?
AVIÕES!
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista Agoraé... estamos eu e o tarandino ficando velhos. rs
eu, quando percebo que estou bem menos sensível à violência gore no cinema quando ela precisa ser assustadora, e mais sensível (de uma forma negativa) quando ela precisa ser "cool", ou heróica.
e o tarantino... bem, continua um grande diretor de entretenimento, sabendo conduzir a trama, enlaçar personagens, descrever personagens, fazer diálogos. dou 4 estrelas, significando que achei o filme excelente, boa comédia. mas parece que sua violência "cool" não me desce mais. em "once upon a time", o que mais incomodou foi:
(o comentário abaixo contém spoilers de Once Upon a Time in Hollywood também de Bastardos Inglórios)
O exercício de correção histórica, em Bastardos Inglórios, me pareceu mais aceitável. eu era mais jovem, aquela violência vingativa não me incomodava ainda, e ver hitler morrer foi no fim do filme foi surpreendente, apoteótico. mas ver, hoje, o tarantino cair na mesma pegada de diretor da justiça histórica, matando os seguidores do charles manson de uma forma tão espalhafatosa, não me pareceu surpreendente, nem justo, ou justificável. nem, muito menos, "cool". também não acho legal ver, nem no cinema, um cowboy moderno estuporar a cara de um hippie porque ele furou seu pneu.
se a violência sem sentido já não tem tanta graça.... colocar heróis "acidentais", preconceituosos, nada heróicos, para satisfazer o desejo de justiça DO DIRETOR, heróico e, agora, moralista, me parece, além de covarde... pobre.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista Agorapor um lado, midsommar demonstra uma força e um primor estético realmente louváveis. a começar pela fotografia. há a escolha do sol constante para contar essa história assombrosa, a trilha sonora, e algumas cenas com uma força inigualável.
a cena da dani sendo aparada pelas mulheress, elas chorando com ela, que força!
ok, tudo lindo. mas quando chega na questão de CONTEÚDO, o filme não se sustenta em pé. ele opta por conduzir a trama através dos dramas psicológicos e dos conflitos dos personagens - que se demonstram rasos e forçados, e sem muita correlação com o desenrolar da trama
(mesmo a bela cena do choro da dani... acontece sem a devida profundidade emocional que julgo ser necessária para ela. ela estava em sofrimento profundo porque... o namorado traiu ela? naquele cenário completamente bizarro e assustador, com o relacionamento deles já definhando há algum tempo, a motivação emocional da cena me pareceu diluída)
e há o que mais me incomodou: a visão xenofóbica e ocidental dos cultos pagãos.
tudo bem que os americanos eram conflituosos, desrespeitosos, desequilibrados, traidores, e que a dani, no fim, aceita tudo e vira parte da "família". mas toda a celebração acontece com uma sanguinolência psicótica, quase que meramente se baseando em sacrifício humano em todas as práticas... gente, só eu achei complicada essa caricatura inventada de uma cultura antiga e sábia?
Uma Aventura Perigosa
3.5 110o que o filme tem de bom, é o que faz dele um erro comercial (e, talvez, o que garanta sua nota baixa aqui no filmow:
vendido pelo trailer como mais um filme de roubo adolescente, desde bem cedo no filme ridiculariza e caricatura o gênero... achei uma estratégia bem corajosa, que acaba apresentando um filme com personagens ricos e situações mais provocantes que as de um mero thriller de roubo... mas é péssimo pra quem vai pensar "quero meu dinheiro de volta!", por não ter tido a expectativa satisfeita.
no final, fiquei um pouco em dúvida sobre uma certa natureza moralista do filme... as motivações superficiais dos personagens, claro, foram alvos de crítica... perfeito até aí. mas não corre o risco de ser um filme usado para defender que *qualquer* pensamento fora da caixinha ou guerrilha ideológica é egoísta e superficial...? "viu, garotada? não largue a faculdade nem chame o reitor de 'decepção'... obedeçam o papai, se formem, tenham um emprego que, no fim, vai ser melhor que ser preso., não é mesmo?".
A Morte de Stalin
3.6 134 Assista Agoraexcelente filme! muito raro para mim achar uma comédia que tenha as exatas qualidades de ser: 1. engraçada. 2. um bom filme, independente do gênero. 3. um filme que vá além da estética cinematográfica, e nos traga alguma espécie de reflexão, de aprendizado, discussão, provocação...
não dou 5 estrelas porque acho fácil e covarde da parte dos americanos e ingleses da produção fazer uma comédia política sobre o didator alheio, de um sistema político em decadência, que já não ameaça mais com o horror que fazia no passado... sendo que eles mesmos são representantes de sistemas ditatoriais, também passivos de crítica/sátira, e atualmente muito mais danoso às pessoas (e, diga-se de passagem, o meio-ambiente) do que qualquer outro...
Klaus
4.3 610 Assista Agorapor ser "mais um filme de natal", eu tinha expectativas baixas. klaus, porém, foi bem além delas, com uma história cativante, verossímil, personagens interessantes, animação impecável (usaram uma técnica nova, dá profundidade ao 2-D acrescentando uma camada de iluminação à cena).
infelizmente, na virada para o último ato (naquela parte que todo filme hollywoodiano tem, "tudo-parecia-que-ia-dar-certo-mas-começa-a-dar-errado-antes-de-dar-certo-no-fim") a coisa fica um pouquinho artificial. aí descamba para os presentes de natal, o bom velhinho que, acreditem, crianças, existe de verdade!
mas, sério, isso é só no fim. o filme é ótimo.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista Agorapior filme de 3h que já assisti... e olha que eu não esperava lá muita coisa...
3 estrelas pelos efeitos visuais.
Frozen II
3.6 785ah, gente. sei lá. a disney é paia, né? mil continuações dos filmes de sucesso, formulinha clássica pra vender ingresso, o interesse dos empresários é bem expresso: ganhar dinheiro. "tem música demais"? claro, pra vender CD. "mais do mesmo"? claro, agradar fanbase. se quer algo diferente, de qualidade, vá pegar os filmes dos estúdios ghibli, vai. ou se limitar à pixar.
minha crítica real à franquia é o bafafá que chamou a atenção do primeiro filme: a questão feminina. "nossa, um filme de princesas da disney que "o grande amor" não é um homem desconhecido, é a irmã dela"...? po, passar no teste de bechdel não é um grande trunfo, não! pra mim, parece a disney tentando limpar a barra de quase um século envenenando cabeça de menininhas - e não conseguindo fazer nem isso! as princesas continuam com uma beleza estereotipada, dormem e acordam com maquiagem tatuada na cara, são brancas e pertencem a uma nobreza caduca... precisamos de muito mais se queremos empoderar nossas crianças (de novo, cof, cof, ghibli).
maaaaaaas... sabendo que é um filme disney, sabendo que não se pode esperar muito, é um filme muito bom, vá. até superior ao primeiro - me pareceu mais engraçado, o design dos personagens novos muito mais interessantes, e as cenas de ação são de tirar o chapéu!
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista Agoratrem ruim
Dois Papas
4.1 962 Assista Agoraassim como o ratzinger passou a mão na cabeça dos pedófilos, o filme passa a mão na cabeça da igreja católica...
mas é isso, né? o fernando meirelles sempre foi "bom moço", que gosta de agradar e evita muita polêmica. a mesma coisa se diz da netflix, haha.
mas acho que o filme atinge quem é católico: estamos numa era de retrocesso ideológico no mundo inteiro, e incentivar pensamentos mais progressistas - mesmo que dentro das limitações do catolicismo - é algo positivo.
Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
4.3 4165 estrelas mais pela importância da obra que por uma realização cinematográfica.
mas quem se importa?
Bacurau
4.3 2,8K Assista Agoraassista bacurau
Maria Antonieta
3.7 1,3K Assista Agoraé, a sophia copolla não bate tão certo pra mim (talvez só em "lost in translation").
bom filme, maquiagem, cenários e figurino impressionante.
tem até algum valor histórico, mas... sei lá. entendo que não era a proposta do filme fazer uma análise politica do período... mas questiono justamente essa escolha, de se fazer um filme enfocando tanto nos dramas pessoais de uma das pessoas mais supérfluas do que foi um dos momentos históricos mais cruéis (colonização africana e americana, escravização, fome na europa...).