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Vivemos em um mundo onde nos escondemos para fazer amor, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia

Últimas opiniões enviadas

  • Marcelo Santiago

    Bom, não sou muito fã de King Kong nem Godzilla, do Kong eu vi o filme original, o segundo original e o remake com Jack Black e Adrien Brody. Do Godzilla, só aquele filme de 1998 com trilha do Wallflowers e Jamiroquai e o Minus One recentemente que é uma obra lindíssima. Eu gosto, mas não sou fã.
    Dito isto, os filmes anteriores desse "monsterverse" que foi batizado, eu não vi nenhum, nem o Godzilla com a Wanda e o Pietro (sim sou marvete), nem o Kong Rei dos Monstros, nem o anterior que era o Kong vs Godzilla... fui bem virgem para esse filme, e peguei bem o bonde andando.

    Portanto, não tenho muito embasamento para falar com propriedade sobre a franquia e os dois monstros, se foram bem representados, se o filme serve bem a história deles, se é melhor que o anterior, e por aí vai. Vou falar apenas o que achei assistindo o filme como uma pessoa leiga.

    Em termos de CGI, luta entre os Titãs, a destruição das cidades, as partes de batalha mesmo, os monstros e tal, eu achei satisfatório. Teve boas lutas, algumas curtas demais, como contra o poderoso Tiamat, uma luta curta para um monstro tão temido, enfim... mas as lutas foram boas, bem feitas, bem coreografadas, bem criadas, me entreteve e foi o ponto alto do filme para mim, quando tinham os embates.
    O Kong em si, eu meio que não gostei muito de ver ele assim meio, super-herói, sabe discernir o certo e o errado com uma facilidade muito grande, e só consegue se comunicar 100% mesmo com a garotinha Jia, interpretada pela atriz Surda Kaylee Hotlle.
    O Godzilla, como eu não o conheço a fundo, achei muito estranho ele dormir no coliseu romeno, ao invés de ir pro fundo do mar ou algo assim... assim como achei estranha a interação entre ele e Kong, como se conversassem, aquela cena dele e do Kong pulando em câmera lenta pra enfrentar os dois vilões, eles parecendo uma espécie de Vingadores ou algo assim... sei lá. Eu os achei bem descaracterizados do que eu os conheço, apenas isso.

    O roteiro em si achei bem fraco, bem morno, bem raso, apenas para dar uma desculpa para se contar essa história onde eles se juntam no final para enfrentar dois monstros que têm a fama de serem muito poderosos, e são derrotados em alguns minutos.
    Achei toda a trama bem clichê, bem desinteressante, não consegui me conectar com o povo Iwi, que estava nas terras não mapeadas pelos militares.
    Não gostei da personagem Jia (Kaylee Hotlle), eu vi que o filme todo ela sofre demais e faz caras e bocas de sofrimento, principalmente quando o Kong tá dodói e tudo... e aí quando ele tá bem ela abre o sorrisão, e fica contentona, isso é muito clichê de filmes noventistas com personagens mirins fracos... obviamente ela seria a salvadora da história inteira, eu não curti muito, bem preguiçoso a construção e resolução da história.

    Assim como não gostei do resto do núcleo humano do filme, todos muito caricatos, onde temos Bernie Hayes um personagem mega caricato, o alívio cômico do filme que ao meu ver em nada acrescentou ao longa... temos o Caçador, outro personagem totalmente clichê, onde sacamos todos os movimentos dele no longa, também serve como alívio cômico, e ele até aparece no longa de uma forma bacana, é bem construído e tudo, mas cai num clichê eterno e chato.
    Ainda temos aquele famoso personagem que sempre morre no começo da jornada dos personagens ao tentar solucionar a questão do filme, dessa vez por uma pseudo planta carnívora... clichê. Eu vejo somente a personagem principal Dra. Ilene Andrews bem escrita, melhor posicionada no roteiro, apesar de ter falas bem clichês, e pouca profundidade na trama, de longe é a mais interessante, ou a única do filme.

    Falando dos personagens, seus atores foram bem na medida do possível;
    Rebecca Hall (de Homem de Ferro 3) foi a mais esforçada e a que entregou a melhor performance do filme, gostei dela no longa, mas... ainda assim foi a mais esforçada e a mais dramática.
    Dan Stevens, de quem conheço da série 'Legion' (da FX/Marvel) onde fez David Heller, eu acho o Dan um ator sensacional, fora de série, sou muito fã do trabalho dele... mas nesse filme ele está bem clichezão, alegrão demais, como o personagem Caçador pede é claro, frases de efeito e tudo. Ele caiu como uma luva no personagem, é a cara dele mesmo, mas eu acho que ele começou bem o filme, foi bem apresentado, mas depois entrou numa espiral de comodismo que não curti muito... acho que muito por conta do diretor não cobrar muito do seu elenco.
    Brian Tyree Henry, que fez Bernie, para mim foi o mais fraco do longa, conheço Brian dos filmes 'Eternos' e 'Causeways', e ele é um ator ótimo, mas aqui realmente, eu não curti...acho que ele mais se divertiu do que interpretou.

    A trilha sonora do filme foi apenas ok, sendo composta por Junkie XL (que tem um remix chato paca de uma música do Elvis Presley) e Antonio Di Iorio, acho que essa adição do Junkie XL deixou a música do filme meio plástica, não sei, eu não curti muito.

    Os efeitos especiais são bons, satisfatórios, as cidades representadas no filme também ficaram muito bem em tela, apesar de uma cena de batalha entre os titãs na praia de Copacabana no Rio ter ficado meio esquisita, deu pra ver ali como fizeram o Rio em maquete em um dos frames... enfim...
    Muita ida e vinda no globo, toda hora o filme cortava para um canto do planeta, deu uma cansada em certos momentos, faz as coisas ficarem meio desconexas, menos coesas...

    A verdade é que eu achei um filme bem meia boca, sendo que tecnicamente ele é muito bem feito, foi um trabalho muito bem realizado e construído e conseguiram entregar algo visualmente que agrada quem assiste.
    Mas em termos de história e ritmo de filme eu não gostei, achei bem abaixo, e a grande maioria dos personagens eu também não consegui gostar ou me conectar, a não ser a Dra. Andrews.

    Na verdade este é um tipo de gênero que agrada mesmo os adeptos da cultura japonesa, envolvendo ali os kaijus, as brigas entre monstrengos gigantes, um pega pra capá da gota... só uma desculpa para os bichos caírem no murro, e destruírem tudo que veem pela frente, ou lutarem entre sim como foi o filme anterior que não vi.
    Nesse naipe, eu prefiro o Godzilla Minus One, que realmente foi um filmão acima da média com um roteiro matador e emocionante que tinha mais a mostrar e conversar com o público e me agradou muito e é mais a minha cara.

    Esse aqui, realmente, eu deixaria passar.

    (Assistido em 29/03/2024 - Kinoplex Vila Olímpia)

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  • Marcelo Santiago

    Baseado na obra de Barbara Abel, 'Instinto Materno' é o primeiro filme dirigido por Benoít Delhomme, que é um diretor de fotografia que já trabalhou em filmes como 'A Proposta', '1408' e 'A Teoria de Tudo'.

    Do meu ponto de vista, o filme tem muito brilho mais por conta das suas duas protagonistas, Anne Hathaway e Jessica Chastain, duas atrizes que sou fã número 1, muito mais de Chastain devo confessar...
    Acho que 'Instinto Materno' é um filme bem 'Super Cine', bem modesto, com uma premissa muito comum, e com um desenvolvimento bem clichê. Isso não é um ponto negativo que faça o filme não ser agradável, longe disso, mas deixa o filme com uma leitura muito fácil pra quem já é cinéfilo, acostumado a ver diversos filmes, você acaba sabendo o que vai acontecer em grande parte dos acontecimentos.
    Ficava claro que algo aconteceria com os dois meninos, o trailer deixou bem evidente que o embate entre as duas seria o tom do longa... quando ficamos sabendo que o filho de Alice não podia comer biscoito de amendoim, pois tinha alergia e poderia vir a óbito, estava claro que mais a frente no filme, ele acabaria provando esse biscoito... você não apresenta um ponto em um romance/conto, para não explorá-lo mais a frente, sem falar em outros detalhes do longa que são facilmente lidos. O filme fica bem previsível, mas não nego que ele consegue envolver quem o assiste, é um bom suspense.

    Achei a direção de Benóit boa, principalmente com as duas protagonistas e seus coadjuvantes, que foram seus maridos, interpretados por Josh Charles e Anders Danielsen Lie, ele rodou ótimas cenas de suspense, conseguiu extrair o melhor do talento de dos dois atores mirins, que foram muito bem no longa, e teve uma sequência de cenas satisfatórias para deixar o filme com um final bem emocionante, de deixar apreensivo que assistia no cinema.

    Não vou comentar a fundo sobre Hathaway e Chastain, pois nem há necessidade, para mim elas estavam incríveis em seus papéis e foram a alma do filme, que girou praticamente em torno delas, e foram as que mais se sobressaíram nas cenas.
    O final do longa não chega a ser uma surpresa, mas confesso que enxergava ali um caminho satisfatório para o que foi apresentado, com uma saída condizente para os envolvidos... na verdade optaram por um caminho mais corajoso, que vai desagradar aqueles que consomem filmes buscando um final feliz e vão criticar a forma como ele se encerrou. Eu particularmente achei mais atraente esse final, porque combina com tudo o que foi apresentado e arquitetado, apesar de ser um final não muito comum para o público comum, mas ser um final muito visto em vários filmes do gênero.

    Tecnicamente o filme é bem tocado, bem montado, tem um ótimo cenografia, temos figurinos muito bem criados, que são vestidos por Hathaway e Chastain, uma boa direção de arte, e uma edição muito boa, que não compromete o seguimento do filme.
    A trilha sonora também é competente, nada demais.

    É um filme bem clichê como disse, onde dá para se imaginar quais serão os próximos acontecimentos, e acaba sendo apenas um suspense para te entreter em uma noite.
    Como disse, um filme bem Super Cine... mas gostei.

    (Assistido em 30/03/24 - Kinoplex Vila Olímpia)

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  • Marcelo Santiago

    A diretora Kaouther Ben Hania ouviu uma entrevista de Olfa, a mãe das meninas deste documentário, na rádio sobre a sua história trágica com suas filhas, e logo ficou interessada em contar a história dessa família. Foi assim que surgiu a ideia de fazer este documentário.

    'As 4 Filhas de Olfa' traz o relato de Olfa, que na Tunísia, teve 4 filhas, Eya, Tayssir, Rahma e Ghofrane, vivendo e crescendo na cultura Tunisiana, com suas crenças e culturas, com a religião como ponto forte na sociedade, e o uso de hijabs, e o fato de as mulheres entenderem que o corpo delas pertencem somente ao marido, que podem ter até quatro esposas, alguns costumes sociais que de décadas e décadas pelos lados muçulmanos.

    Durante a infância e início de adolescência das meninas, depois de tanto viverem juntas, e aprontarem, flertarem com os meninos, brincarem, falarem sobre as questões sociais e sofrerem na mão da mãe, que impunha uma educação bem conservadora, ainda que com muito amor... Rahma e Ghofrane, as mais velhas, ao aceitarem de vez o uso dos Hijabs, acabam se envolvendo com o discurso mais radical dos muçulmanos, do país, onde elas acreditam que o país deve se libertar, seguir a vontade de Deus, que Deus quer que o país seja livre, livre da vida moderna, e tudo o que os mais extremistas acreditam.
    As duas resolvem fugir de casa e se entregar ao movimento, e fogem com homens que fazem parte desse movimento mais extremista, e que na verdade são terroristas, que atacaram muitos locais na Tunísia... e fogem pra Líbia e se casam com esses homens, e nunca mais voltam a ver sua família, por terem se entregado a outro estilo de vida.

    O documentário mostra como a educação rígida de Olfa, pode ter influenciado suas filhas de se juntarem a esse movimento extremista, e como suas duas filhas que ficaram, Eya e Tayssir, estavam indo pelo mesmo caminho e por pouco não se juntaram às suas irmãs...

    A diretora Ben Hania queria contar essa história, mas sentia que ter apenas Olfa e as duas filhas que ficaram não era o suficiente, não era a história como um todo, portanto contratou quatro atores para poder fazer as cenas que Olfa relatava.
    Duas atrizes fizeram as filhas que partiram, Rahma e Ghofrane, outra atriz para interpretar Olfa mais jovem, e um ator para fazer vários papéis masculinos que impactaram a vida da família.

    O documentário é bem forte, as atrizes entraram nas personagens e vivenciaram em partes como foi ser educadas por Olfa, e sentiram a dor das irmãs em perder suas parentes e em como elas ainda se ressentem de algumas atitudes tomadas por sua mãe.
    O ator Majd Mastoura também se sente incomodado em um determinado momento do filme, que traz um momento pesado, mostrando a carga que toda a história tinha por trás.

    É um filme muito interessante, ele pode confundir um pouco no começo, não ser coeso o suficiente para deixar você propenso a ficar imerso no que está acompanhando, mas a medida que ele avança, as coisas começam a ficar mais claras para quem está assistindo, e para quem gosta de documentários e outros costumes, acabará se tornando uma experiência bem satisfatória.
    Para mim, o melhor momento mesmo do filme é no seu 3º ato, onde temos algumas imagens reais, de arquivo, entrevistas de Olfa e as duas irmãs que ficaram, e imagens de Ghofrane, sua filha e Rahma na penitenciária. Muito pesado.

    Para quem assiste no Brasil, fica o fato de acompanharmos outra cultura, social e religiosa, completamente diferente dos que estamos acostumados. Para quem gosta de assistir tudo e se interessa pelo o que acontece ao redor do mundo, vai encontrar uma realidade da qual já somos familiarizados de outros países da região, do continente em questão... não é nada que já não saibamos e tenhamos visto em outros documentários, filmes, tele-jornalismo e afins.
    Mesmo assim, é curioso notar esses costumes dos quais não fazemos parte e entendemos como algo errado, e é difícil para nós aceitarmos que esta é a realidade social do país e que não cabe a nós julgarmos a forma como eles são educados e no que acreditam, afinal de contas, se olharmos para nosso próprio quintal, temos questões a ser resolvidas, tão sérias quanto às deles. É um debate amplo, que requer muito bom senso, onde não entra em questão, é claro, o lado extremista, os terroristas que são mais fanáticos, que está completamente fora de debate.

    Eu gostei muito de ter conhecido a história de Olfa e suas 4 filhas, e por mais que Olfa tenha defeitos gritantes que são imperdoáveis (ou não), é impossível negar o quão forte foi essa mulher durante toda sua vida e que no fim das contas ela criou suas filhas com muita dignidade e afeição.
    Igualmente digo sobre suas filhas, Eya e Tayssir, as que ficaram, que são as que dá para falar, elas são duas mulheres Lindíssimas, educadas, que pensam um pouco a frente da mãe, possuem personalidade, e querendo ou não foram bem criadas na medida do possível. São meninas que merecem tudo de bom que a vida pode oferecer, uma vez que já sofreram tanto desde a infância, e sofreram MUITO, coisas que apenas mulheres mesmo são capazes de vivenciar.
    As atrizes foram ótimas, e Naou Karoui e Ichraq Matar que fizeram Rahma e Ghofrane, respectivamente, em um certo ponto do filme, para mim pessoalmente, parece que eu estava assistindo as verdadeiras irmãs, e não duas atrizes, principalmente quando há um debate entre Naou e Olfa, e é tão verossímil, Naou entrou tanto no personagem, que parece uma discussão real de mãe e filha.

    Boa trilha sonora e uma boa direção de Kaouther Ben Hania, que teve muitas dificuldades durante a produção do documentário e enquanto filmava também.

    O filme foi indicado a Melhor Documentário no Oscar, no Spirit Awards, no César Awards e Gotham Awards;
    Além de ser indicado ao Festival de Cannes para o Palma de Ouro, o Prêmio do Júri e o Grand Prix.
    Destas Indicações, Kaouther levou o prêmio no César Awards, no Gotham Awards e no Spirit Awards, 3 prêmios para um trabalho muito bem feito e uma dedicação absurda para contar uma história tão forte com tanta dor e ressentimento envolvido.

    (Assistido em 29/03/2024 - Cine Instituto Moreira Salles)

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