Personagens principais totalmente fora dos paradigmas estabelecidos. Watson comilão, atrapalhado e preguiçoso (quando Conan Doyle nos deixa claro que ele era um dos "populares" na juventude, tendo participado do time de remo da escola); Holmes envolvido sem razões com uma personagem mulher rasa e unidimensional, apenas para dar uma explicação heteronormativa ao seu não envolvimento posterior com nenhuma mulher (e preencher a cota de mulheres do filme), sem interesse manifesto por teatro (quando ele repete de novo e de novo que fazia parte de trupes amadoras), com a pior representação de método dedutivo que eu já vi nos últimos tempos. O roteiro é medíocre, cheio de diálogos desnecessários e óbvios, com desvios imensamente fáceis de prever para quem já viu Indiana Jones e um Holmes não muito inteligente, que se torna brilhante em comparação com a estupidez das pessoas ao redor. Sem contar que é absurdamente racista, com uma "seita egípcia" como vilões bárbaros e grosseiros. Que tal fazer uma leitura coerente com o contexto sócio-político-econômico da época, ao invés da história que Spielberg tenta nos vender?
Um bando de jovens brancos com muita grana se enfia em um país colonizado pela Inglaterra, com maioria da população negra ou árabe, para fazer um investimento de benefício próprio que trará turistas a uma área onde não há nenhum diálogo ou benefício com a população local, apenas para enriquecimento próprio ainda maior. Nesse processo, destroem um cemitério milenar e múmias de princesas locais (lembrando que manter intacto o corpo das pessoas era a única possibilidade de ressurreição posterior. Vamos comparar com destruir relíquias do Vaticano, que tal? Seriam chamados de... terroristas?). A população, já explorada pela colonização, massacrada por tentativas insurrecionais anteriores, se revolta com a destruição da sua história e cultura e tenta interromper o investimento e assassinar os profanadores. Nisso, o exército colonizador interfere em defesa, claro, dos brancos "empreendedores" e mata absolutamente todo mundo do vilarejo e queima a terra toda. Os dois únicos sobreviventes são crianças mestiças que juram vingança. Esses são os vilões do filme: crianças mestiças sobreviventes de um massacre que juraram vingança contra os responsáveis por eles. Spielberg nos retrata isso no filme? Não. Em nenhum momento temos qualquer possibilidade de empatia com o povo egípcio, que, inclusive, nem representado por pessoas negras ou árabes é. Os atores "egípcios" são gente branca com pancacke escuro na cara.
Além dos clichês de sempre de Hollywood (não consegui nem empatizar com o filme), da ausência total de mulheres fora dos estereótipos (Lilith, Eva, Maria... Aliás, o filme inteiro parece uma história bíblica) e das incongruências de roteiro, o mais que eu tenho a dizer não é meu.
"(...)Você viu, Joana, que a maldade dela é infinita?" "E como você domina A maldade dela! Como vocês exploram a maldade dela! Você não vê que a maldade dela passa frio? (...)Se ele vendeu o ódio - justo - que sentia É porque vocês pagam e ele precisou. Se a maldade deles é infinita, infinita também é a sua pobreza. Não foi a maldade dos pobres O que você me mostrou, foi A pobreza dos pobres. Vocês me mostraram a maldade da gente pobre E eu lhes mostro o sofrimento da pobre gente má. Maldade, rumor infundado! És refutada pelo sofrimento no rosto." (A Santa Joana dos Matadouros, Brecht. pp. 60-61)
Um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. A trilha sonora é magnífica, as atuações estão espetaculares, o roteiro é fascinante (inclusive por tratar a questão de uso de drogas sem glamour ou moralismo), me apaixonei pela fotografia... Sério, saí realizada da sala de cinema. Desses filmes que quero um pôster para colocar no quarto e um dvd para ter em casa.
Saí do filme cheia de percepções de cunho sociológico e doida para discutir com alguém sobre isso. Alguém viu o tanto de política estadunidense sendo dita nas entrelinhas quanto eu?
"Baseado em uma história verdadeira" = Deturpamos completamente a Revolução Russa e lavamos a mente de milhões de crianças para o capitalismo e a monarquia. Infelizmente, é muito divertido.
O Enigma da Pirâmide
3.7 202 Assista AgoraPersonagens principais totalmente fora dos paradigmas estabelecidos. Watson comilão, atrapalhado e preguiçoso (quando Conan Doyle nos deixa claro que ele era um dos "populares" na juventude, tendo participado do time de remo da escola); Holmes envolvido sem razões com uma personagem mulher rasa e unidimensional, apenas para dar uma explicação heteronormativa ao seu não envolvimento posterior com nenhuma mulher (e preencher a cota de mulheres do filme), sem interesse manifesto por teatro (quando ele repete de novo e de novo que fazia parte de trupes amadoras), com a pior representação de método dedutivo que eu já vi nos últimos tempos.
O roteiro é medíocre, cheio de diálogos desnecessários e óbvios, com desvios imensamente fáceis de prever para quem já viu Indiana Jones e um Holmes não muito inteligente, que se torna brilhante em comparação com a estupidez das pessoas ao redor. Sem contar que é absurdamente racista, com uma "seita egípcia" como vilões bárbaros e grosseiros. Que tal fazer uma leitura coerente com o contexto sócio-político-econômico da época, ao invés da história que Spielberg tenta nos vender?
Um bando de jovens brancos com muita grana se enfia em um país colonizado pela Inglaterra, com maioria da população negra ou árabe, para fazer um investimento de benefício próprio que trará turistas a uma área onde não há nenhum diálogo ou benefício com a população local, apenas para enriquecimento próprio ainda maior. Nesse processo, destroem um cemitério milenar e múmias de princesas locais (lembrando que manter intacto o corpo das pessoas era a única possibilidade de ressurreição posterior. Vamos comparar com destruir relíquias do Vaticano, que tal? Seriam chamados de... terroristas?). A população, já explorada pela colonização, massacrada por tentativas insurrecionais anteriores, se revolta com a destruição da sua história e cultura e tenta interromper o investimento e assassinar os profanadores. Nisso, o exército colonizador interfere em defesa, claro, dos brancos "empreendedores" e mata absolutamente todo mundo do vilarejo e queima a terra toda. Os dois únicos sobreviventes são crianças mestiças que juram vingança. Esses são os vilões do filme: crianças mestiças sobreviventes de um massacre que juraram vingança contra os responsáveis por eles.
Spielberg nos retrata isso no filme? Não. Em nenhum momento temos qualquer possibilidade de empatia com o povo egípcio, que, inclusive, nem representado por pessoas negras ou árabes é. Os atores "egípcios" são gente branca com pancacke escuro na cara.
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Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
3.8 2,2K Assista Agoradetestei.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2
3.0 4,0K Assista AgoraINCRIVELMENTE RACISTA! Não tiveram nem a decência de arrumar índixs brasileirxs de verdade! Nem índixs norte-americanxs!
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraAlém dos clichês de sempre de Hollywood (não consegui nem empatizar com o filme), da ausência total de mulheres fora dos estereótipos (Lilith, Eva, Maria... Aliás, o filme inteiro parece uma história bíblica) e das incongruências de roteiro, o mais que eu tenho a dizer não é meu.
"(...)Você viu, Joana, que a maldade dela é infinita?"
"E como você domina
A maldade dela! Como vocês exploram a maldade dela!
Você não vê que a maldade dela passa frio?
(...)Se ele vendeu o ódio - justo - que sentia
É porque vocês pagam e ele precisou.
Se a maldade deles é infinita, infinita também é a sua pobreza. Não foi a maldade dos pobres
O que você me mostrou, foi
A pobreza dos pobres.
Vocês me mostraram a maldade da gente pobre
E eu lhes mostro o sofrimento da pobre gente má.
Maldade, rumor infundado!
És refutada pelo sofrimento no rosto." (A Santa Joana dos Matadouros, Brecht. pp. 60-61)
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraUm dos meus filmes favoritos de todos os tempos. A trilha sonora é magnífica, as atuações estão espetaculares, o roteiro é fascinante (inclusive por tratar a questão de uso de drogas sem glamour ou moralismo), me apaixonei pela fotografia...
Sério, saí realizada da sala de cinema. Desses filmes que quero um pôster para colocar no quarto e um dvd para ter em casa.
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraSaí do filme cheia de percepções de cunho sociológico e doida para discutir com alguém sobre isso. Alguém viu o tanto de política estadunidense sendo dita nas entrelinhas quanto eu?
Anastasia
3.9 829 Assista Agora"Baseado em uma história verdadeira" = Deturpamos completamente a Revolução Russa e lavamos a mente de milhões de crianças para o capitalismo e a monarquia. Infelizmente, é muito divertido.