Filmaço. Roteiro muito bem amarrado e atuações impecáveis. O fato de Emma Stone ter ganhado o oscar no lugar da Sandra Huller é bem a prova de como eles são enviesados pra próprio umbigo. Os diálogos são muito bem construídos, o flashback é perfeito, e a construção do drama, das duas narrativas paralelas, é feito de forma bem delicada. A história vai se desenrolando de uma forma que você tem cada vez mais informações, surgem novas camadas na vida dos personagens, e você acaba participando desse processo de construir uma narrativa e acreditar nela.
Que no final, fica bem clara, graças ao experimento com o Snoop. Acho que uma das mensagens por trás da história é sobre o ato do julgamento em si, sua imensa fragilidade e sua natureza essencialmente subjetiva, ficcional, quase literária. No programa de TV eles dizem certa hora: "É muito mais interessante uma escritora que assassina o marido do que um professor que se mata", e acho que vai bem por aí. Falando nisso, aquele promotor é uma cobra!
O filme é super original e criativo, tem um tom surrealista gostoso de assistir, e boas atuações. Mas senti como se o roteiro tivesse sido um pouco preguiçoso em termos de deixar aquela realidade paralela mais verossímil na forma como a personagem se desenvolve, em especial suas capacidades cognitivas e motoras.
Por exemplo, ela estar lendo um livro sobre filosofia mas ainda escrever como se fosse criança
. . Acho que, pela efusividade com que o filme foi recebido, eu esperava um roteiro mais amarradinho.
Por outro lado, me parece que ele se propõe a ser mais próximo de um conto mesmo, metafórico e lúdico, e a história se desenvolve de uma forma totalmente inesperada. A forma como a protagonista usa o corpo pra ir descobrindo o mundo é bem legal, e as coisas que ela descobre são de fato bem importantes. É refrescante ver a personagem, como mulher, ter uma segunda chance em se permitir e ser permitida. De vê-la olhando o mundo com olhar ingênuo e, talvez por isso, mais aguçado e revolucionário.
Acho que o diretor conseguiu criar uma obra única e com valor, apesar de talvez um bocadinho caricata, como p. ex. cenários e fotografia.
Pra mim, não se trata de questão mediúnica ou espiritual, é simplesmente ele lidando com aquilo e escrevendo sobre. Acho que o ato de se apaixonar é o gatilho, tornar-se um casal, ver-se espelhado na relação de seus pais. Esse é o elemento psicanalítico que o filme carrega, da relação através da qual nós enxergamos as outras relações em nossas vidas, como se vivêssemos uma espécie de paródia, de busca reproduzir ou reescrever aquilo. É um filme muito simbólico, a começar pelo fato dele ser um roteirista, e acredito que os cortes mais surrealísticos têm justamente essa função. No final, não pude senão pensar que havia uma história igualmente profunda na vida do Harry, só não tivemos acesso à ela. Nem o Adam. Ninguém tem acesso de fato às nossas histórias, e essa é a ilusão em ser um casal: a que temos.
gostei da produção da série, da forma como ela usa a poesia pra compor a história, do corte intimista de algumas cenas, mas achei a correção de som um pouco ruim (muitas vezes não entendi o que as personagens falavam) e o final um pouco fraco. Karine Teles manda bem, e vale destacar a originalidade/relevância do roteiro, mas que podia ter sido mais bem explorado
filmaço, claustrofóbico, tenso, aflitivo e angustiante; mas super emocionante, absurdo e lindo ver toda a mobilização e inventividade utilizadas pra possibilitar a operação de resgate. muita coragem, muito sangue frio, horas horas e horas submerso. as lágrimas de jae mae nang non inundaram a caverna, e também passaram por aqui
Filme bonito, delicado. Menos de reviravoltas grandiosas, e mais sobre pequenos grandes acontecimentos. Tem um começo quase documental, se desenvolve sem pressa, fazendo conhecer cada um dos quatro membros da família, e termina compondo um arco bonito de quebra de expectativas e reconstrução de sonhos.
Filmaço. Ir assistir sem ter lido essa sinopse que entrega é melhor ainda. Cronenberg cria um futuro distópico, anárquico, na qual a relação com o próprio corpo é posta em destaque, na medida em que a tecnologia cirúrgica está tão evoluída que os seres humanos engrendam modificações corporais como forma de arte e prazer. O corpo já não sente dor como antes, e a cirurgia, além de se tornar algo acessível, ganha uma nova dimensão:
é o novo sexo, a nova forma de exploração do próprio corpo e do corpo do outro. E isso é só o contexto. O filme começa com uma criança sendo morta pela própria mãe depois de devorar uma lata de lixo - é o primogénito de uma evolução natural humana, que digere plástico com uma baba branca espessa e ácida. É o homem que cabe na terra do futuro. A evolução do homem é se tornar o comedor de seu próprio lixo
. E a história se desenrola através da arte performática, acompanhando as performances cirúrgicas para remover órgãos que nascem espontaneamente no corpo de um homem. Repetidamente. Sua natureza idiopática é um mistério, e conforme entendemos no filme,
era a luta de um homem para continuar humano, para não se afastar de sua linha de evolução. Cronenberg apresenta um futuro de evolução do corpo humano onde, como espécie pensante, muitas vezes acabamos lutando contra nossa própria natureza. Ao mesmo tempo, sugere que nossas evoluções nos levarão a um caminho cada vez menos humano, mais sintético e tecnológico. Em uma cena lindíssima, um homem com orelhas implantadas por todo o corpo, olhos e boca costurados, dança ao som de uma música eletrônica. A representação desse êxtase e dessa aberração que coexiste. Também chama a atenção a contraposição entre o futuro tecnológico e os materiais e texturas presentes no filme, particularmente as máquinas que parecem ser feitas de ossos e pedras. Parece ser um simbolismo desse futuro que retorna ao corpo, às suas funções básicas e órgãos internos, na mesma medida que quer encontrar solução nas suas raízes. Arte, tecnologia, escapismo e, em que medida, o fim? O ser humano se entrega e luta por si próprio.
Sinopse do filme tá horrível: não explica bem a história, entrega informações reveladas só no meio/fim do filme, além de falar coisas erradas.
Pablo Quintero (Eusebio Poncela) é um diretor de teatro homossexual, que mantém relações casuais com os homens, e em um momento se vê às voltas com as cobranças de Juan Bermúdez (Miguel Molina) e Antonio Benitez (Antonio Banderas), dois jovens com quem manteve relações e que se apaixonaram por ele. Sua irmã, Tina (Carmen Maura), a estrela de sua peça, e futura protagonista de um filme para o qual Pablo está escrevendo o roteiro, acaba envolvida nos dramas desse triângulo amoroso.
Ainda poderia ser melhor, mas tô com preguiça, pelo menos não tá errada rs.
filmaço, ótimas atuações, tema tratado de forma brilhante, a história evolui super bem, e de quebra ainda rola aquele clima de certo suspense erótico enquanto você conhece os personagens - e delicia conhecê-los.
o filme se constrói como uma alegoria pra lá de lúdica, cria um roteiro interessante, tem um lado cómico meio besteirol, entrega boas cenas de ação, às vezes se perde um pouquinho no meio de tanta informação, mas consegue amarrar um bom produto final. Rendeu boas risadas, algumas surpresas, um pouco daquela sensação de "meu deus, o que vai rolar agora", mas também algumas olhadas no celular.
Achei que faltou força no fim, pra um filme que se pretendeu o tempo todo tão tudo ao mesmo tempo - ou bom, talvez o ponto fosse >> só aquilo <<, afinal, a proposta do roteiro parte de criar uma alegoria para o processo de aceitação da sua filha, que é gay. Isso no contexto de uma menina filha de pais imigrantes, que vive uma realidade totalmente diferente da deles, cada vez mais distante da língua, da cultura e da família.
A reflexão que o filme propõe, do diálogo das pedras até o bagel-buraco-negro, é que existem possibilidades infinitas de viver a vida, e que conseguir sair da sua perspectiva única, pra entender/sentir/ser de outra perspectiva, é um superpoder. Capaz de te fazer reatar seu relacionamento com seu marido e sua filha, acessando a essência daquilo que realmente importa. Ao invés de desistir e virar as costas pros mundos que você não acessa com tanta facilidade.
Pode soar um tanto piegas, mas no meio de troféus fálicos, nunchakus de consolo, figurinos gritantes e maquiagens surrealistas, o filme te faz sentir a todo momento um pouco de tudo.
Fui já sabendo da opinião negativa sobre o filme, mas me surpreendi positivamente. A apresentação da narrativa se dá através de uma metalinguagem debochada, que faz piada de si própria e se usa como o exemplo daquilo que critica e acusa. Nessa toada, aproveita para traçar um paralelo com o momento político atual, construindo parte do humor do filme na nossa realidade de algoritmos, mídias sociais, fake news e populismo conservador. Vale saber que a simbologia de Matrix foi apropriada pela alt-right americana (movimento de supremacia branca) para espalhar teorias da conspiração e promover ideologias racistas, fascistas e neoliberais. Assim, o filme se apresenta desde o começo como uma ideia apropriada, que mais uma fez busca se libertar. As cenas do filme antigo expõem sua obsolescência, ao mesmo tempo que o homenageiam. E é aí que entra a explicação do porquê as cenas de ação não superam a do primeiro filme: porque não eram para superar. Tornar a narrativa uma crítica metalinguística é também uma forma da diretora Lana Wachowski expor a pressão das produtoras para a criação do quarto filme de uma trilogia já terminada. O que elas querem: bullet time. O efeito que conquistou as pessoas, que gerou o "wow effect" e estorou as bilheterias. O filme sempre fala de si próprio "fora da Matrix", seu impacto no mundo real, tudo aquilo que suas ideias inspiraram, mas também das forças de apropriação que agem sobre si. Pois então foram feitas as tais cenas lucrativas, iguaizinhas a antes, mas sob um véu de deboche crítico e metalinguístico. Honestamente, genial. Não é só mais um filme da trilogia, pois seu enredo dialoga com o impacto e construção simbólica dos três primeiros filmes na vida política da sociedade. O paralelo entre o universo de algoritmos de Matrix e o mundo real nunca esteve tão pungente, e portanto a escolha de tratar o assunto dentro de sua própria semiótica o torna uma espécie de blockbuster experimental, que usa a ficção científica enquanto documentário. A proposta é mostrar a realidade político-econômica que, ao longo dos últimos anos, se confundiu com a própria história do filme. Me parece um caso único na história do cinema, e ter utilizado a oportunidade de regravar uma produção de sucesso gigante de forma tão emaranhada com a crítica social que permeia a narrativa é,
nas palavras finais da Trinity, símbolo do empoderamento e protagonismo feminino dentro e fora das telas, "é algo que nunca poderíamos imaginar", uma chance única, "uma nova chance".
Assisti a sessão de 15/12/21 do Festival do Rio. O filme apresenta uma rotina de quarentena de uma forma fora do óbvio: ao invés de se concentrar na melancolia e tédio do isolamento, dá voz aos sonhos e devaneios de todo o futuro que ainda há pela frente. Quarentenado com Brendo, o diretor nos apresenta um retrato intimista do protagonista - sua história, conquistas, personalidades e sonhos. Figura carismática e bem articulada, vamos nos entretendo com Brendo entre afazeres domésticos, conversas de vídeo, passarinhos na janela e vizinhos se exercitando. O filme não mergulha no profundo mas, nem por isso, é superficial: com leveza, joga um olhar no momento de vida do protagonista, pincela algumas dinâmicas específicas do relacionamento entre os dois, e abre espaço pra que ele sonhe em voz alta, e se apresente como quem sonha ser. Também brinca com a questão da atuação, preferindo por vezes mostrar só o que está por trás do corte, o entrecena de alguém que fica confortável na frente das câmeras, mas que não gosta de ser dirigido. Um olhar fresco sobre a quarentena, um retrato divertido sobre alguém que conquista e sonha, e quem sabe uma possível peça experimental de capital eleitoral pro futuro.
Essa primeira temporada é impecável, uma das melhores coisas já feitas. Roteiro, produção, direção, atuações, tudo de primeiríssima qualidade. Super vale a pena assistir.
O filme é muito bom, muito bem escrito, a fotografia é linda, tem ótimas enquadramentos, a locação é ótima, enfim, vale muito a pena assistir. Os personagens são profundos e os diálogos são bastante intensos, e vão contando a história da relação enquanto trazem à tona uma série de questões emocionais que existe entre os dois. O diretor se aproveita do personagem de sucesso de Zendaya na série Euphoria para construir a personagem do filme, mas não o faz de uma forma repetitiva. E Zendaya reinventa com excelência. Existe também um certo toque metalinguistico no roteiro, que é utilizado para fazer um recorte racial crítico do filme, através das próprias críticas do personagem de Washington, que é cineasta. Gostei da forma delicada de tocar no assunto, e de garantir que o filme supere esse recorte. O filme de fato vai além porque trata do que é mais visceral, humano, falho e poderoso na relação dos dois. E te prende porque permeia tudo isso com a certeza e a promessa de amor. E com a dúvida.
O filme simplesmente é ruim. E sim, surpreende que Nolan tenha errado tanto a mão depois de tantos acertos. Um imaginaria que ele já teria desvendado a fórmula...e será que não foi esse o problema?
O roteiro é mal construído, a história dos personagens é superficial e a história não se sustenta na mistura de "dama drama" e complexo de heroi com entropia reversa e guerra mundial III. Ficou mal costurado, você perde o fio da meada, personagens somem e aparecem, belas fotografias de lugares que você nunca sabe onde é exatamente e, claro, as surpresas da entropia reversa que causam hipotermia em quem está dentro de um carro que explode.....e não só a execução é ruim, como a história em si pareceu muito mal pensada, como se tivesse sido projetada para a espetacularização, aquele típico exagero estadunidense de armas e grandes cenas de ação - apesar da origem británica do diretor. Acredito que se fosse menos blockbuster daria chance pro roteiro ser mais bem construído, numa crescente mais lenta e cheia de suspense. Afinal, são 2h30 de filme, e melhor um arco narrativo claro e poucos personagens bem construídos, do que uma história épica mas vazia.
Às vezes acontece d'eu descordar da impressão geral dos comentários sobre o filme, e esse com certeza é um desses casos. O filme é ótimo, não é nada raso, e traz um olhar muito especial sobre o tema. Consegue ser sensível, ácido, dramático, poético, crítico, tudo aos poucos, com equilíbrio, construído de uma maneira que reflete a forma como a protagonista experiencia toda aquela situação. A Cameron também é múltipla: consegue ser uma adolescente, confusa e se descobrindo, impotente perante uma situação que lhe foi imposta, mas também consegue transparecer ser uma pessoa que sabe de que lado está, reconhece seu aliados, não pretende se dobrar, se curar, ou abdicar de sua individualidade. Navega a experiência, contudo, de maneira um pouco esquiva, com uma passividade às vezes um pouco blasé, e eu acho que é isso que talvez tenha passado essa impressão de filme parado/raso. O filme pretender entregar um retrato mais interno e psicológico da história e das personagens: a confusão, a negação da identidade, a moral intrusiva, as pequenas crises e os pequenos atos de revolta, a falta de chão e a submissão, a catarse afimadora de quem se é, o desespero, o encontro consigo. É um filme sobre adolescentes em crise, rejeitados pela sociedade ao expressarem sua sexualidade, mas o olhar é maduro, afiado. Existe uma tentativa de lavagem cerebral em curso, "uma programação ao ódio-próprio", nas palavras da protagonista, e o filme é justamente sobre esse embate, sobre as soluções que os jovens encontram para lidar com a lógica moralista, preconceituosa, hipócrita e pseudo-freudiana que lhes é imposta. O fiilme se mantêm na superfície, isso sim, mas nunca no raso, e o faz tão somente porque, reinterpretando a simbologia do iceberg trabalhada na história, não há nada na superfície que seja diferente do que está submerso, aquilo que se torna visível é expressão do todo, e não há necessidade de se investigar se isso automaticamente é ceder a uma identidade de falta, trauma, negação e culpa.
Tem tanta cena simbólica, tanta fala expressiva, tanto vigor implícito.
Série muito boa, com uma ótima produção, roteiro super criativo e episódios muito bem construídos.
Realmente primorosa, especialmente do episódio 1 ao 8. O suspense é muito bem amarrado. Confesso que, para mim, o nono e último episódio pecou em algumas coisas. Não fosse isso, diria que é uma minissérie perfeita.
Agora um spoiler enorme sobre o que eu não gostei do episódio 9:
A Angela conversando com o Dr. Manhattan enquanto ele tá preso no cubo sendo destruído.... sério? Eles se ouvem, não tá barulho, etc? E porque ela não tá dando uns tiros na cara da Trieu, posso saber? Já não tinha mais ninguém ali, era literalmente voar em cima dela, porrada entre gênia e vigilante eu acho que vigilante leva a melhor. E aí as lulas congeladas caem do céu, destroem o centrifugador quântico em segundos, mas a cabine telefonica que a menina mãe da Trieu se esconde permanece intacta, assim como a maleta que a Angela usa pra se proteger... odeio esse furinhos de realidade sabe, principalmente quando o roteiro é construído de maneira fantasiosamente realista, acho que tem que manter 100% a realidade dentro da fantasia que se construiu. Sim, sou um chato, rs. Mas senti a mesma quando antes do governador entrar na cabine a Angela chega e ao invés de chegar matando fica conversando com o cara, depois a agente do FBI fala pro Looking Glass atirar nele e ele responde "and then what?". Bom, a ideia não era impedir que o supremacista branco mate o Manhattan e se torne super poderoso? Oras! Tudo bem que a ideia do roteiro era deixar ele entrar pra ele poder virar gosma, de qualquer forma ele tem seu fim, mas preferia que a condução tivesse sido menos melodramática nesse sentido, de querer criar aquele momento de diálogo em que o vilão se expõe blabla, isso já tava bem construído e não tinha necessidade. Inclusive, aquele personagem aleatório que entra pelo bueiro ficou sem narrativa. E eu gostei mt da forma como montaram em paralelo o enredo da lua Europa, apesar de que fiquei com vontade de saber mais sobre o começo dos tempos dele ali. Por último, não sei se gostei de não terem mostrado o rosto do Dr Manhattan em nenhum momento, e achei que de fato ele podia ter feito mais por ele mesmo e por todos os outros. Parece que ele tá se entregando mesmo, e acho que isso é um outro pequeno furo, porque de fato não ficou perfeitamente explicado na história como aquele material afeta sua capacidade de ver o futuro, mas a cena do canhão atrás dele e ele parado "I'm sorry" eu achei meio meh. Bastante meh. Abaixa, caralho, não precisa saber o futuro e nem ser onipotente pra se abaixar.. Ele não perde todos os poderes, e nem a capacidade de agir e reagir. Pronto, é isso, reclamei reclamei mas a verdade é que amei e já procurei o livro dos quadrinhos pra comprar, rs
A série tem uma pegada realista, minimalista, e preza ao máximo por explorar os momentos em que os personagens estão juntos - mesmo que em períodos em que se veem pouco, o que implica cortes temporais um tanto abruptos, mas que não tiram a coesão da trama. Os personagens principais são bem construídos, assim como os secundários, que acabam servindo na série como um reflexo daquele momento da vida dos protagonistas - ou seja, são pensados de alguma forma para reforçar a construção da personalidade dos personagens principais, o que é interessante, já que a série é totalmente voltada para a relação entre os dois. Apesar disso, cada um dos protagonistas é analisado em profundidade - mas nunca de maneira demorada. Os episódios não são longos, e os anos vão se passando rápido, o que não permite à série se demorar muito em questões específicas.
Confesso que em alguns momentos fiquei um pouco impaciente com o desencontro entre os personagens. Mas, ao mesmo tempo, no decorrer da série a gente entender melhor a profundidade das dores, inseguranças e dificuldades de cada um deles. A história é um pouco como aquelas sem começo nem fim, eles já se conheciam antes, e vão continuar tendo alguma relação depois. No fim das contas, tenho a impressão de que o roteiro foi pensado para abarcar o período entre o começo de uma relação amorosa um tanto problemática até o desenvolvimento de uma relação de amizade mais madura. O final pode ser um pouco frustrante para os românticos, talvez pareça trair a construção da narrativa, mas de alguma forma também a fortalece.
Bebê Rena
4.0 532 Assista AgoraEscrita muito refinada, história profunda, atuações brilhantes, explora o tema de forma muito original e intrigante.
Anatomia de uma Queda
4.0 822 Assista AgoraFilmaço. Roteiro muito bem amarrado e atuações impecáveis. O fato de Emma Stone ter ganhado o oscar no lugar da Sandra Huller é bem a prova de como eles são enviesados pra próprio umbigo. Os diálogos são muito bem construídos, o flashback é perfeito, e a construção do drama, das duas narrativas paralelas, é feito de forma bem delicada. A história vai se desenrolando de uma forma que você tem cada vez mais informações, surgem novas camadas na vida dos personagens, e você acaba participando desse processo de construir uma narrativa e acreditar nela.
Que no final, fica bem clara, graças ao experimento com o Snoop. Acho que uma das mensagens por trás da história é sobre o ato do julgamento em si, sua imensa fragilidade e sua natureza essencialmente subjetiva, ficcional, quase literária. No programa de TV eles dizem certa hora: "É muito mais interessante uma escritora que assassina o marido do que um professor que se mata", e acho que vai bem por aí. Falando nisso, aquele promotor é uma cobra!
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraO filme é super original e criativo, tem um tom surrealista gostoso de assistir, e boas atuações. Mas senti como se o roteiro tivesse sido um pouco preguiçoso em termos de deixar aquela realidade paralela mais verossímil na forma como a personagem se desenvolve, em especial suas capacidades cognitivas e motoras.
Por exemplo, ela estar lendo um livro sobre filosofia mas ainda escrever como se fosse criança
Por outro lado, me parece que ele se propõe a ser mais próximo de um conto mesmo, metafórico e lúdico, e a história se desenvolve de uma forma totalmente inesperada. A forma como a protagonista usa o corpo pra ir descobrindo o mundo é bem legal, e as coisas que ela descobre são de fato bem importantes. É refrescante ver a personagem, como mulher, ter uma segunda chance em se permitir e ser permitida. De vê-la olhando o mundo com olhar ingênuo e, talvez por isso, mais aguçado e revolucionário.
Acho que o diretor conseguiu criar uma obra única e com valor, apesar de talvez um bocadinho caricata, como p. ex. cenários e fotografia.
Todos Nós Desconhecidos
3.8 191 Assista AgoraO filme conta a história de um homem que, ao se apaixonar, acaba lidando com emoções do seu passado - menino gay que perdeu os pais aos 12 anos.
Pra mim, não se trata de questão mediúnica ou espiritual, é simplesmente ele lidando com aquilo e escrevendo sobre. Acho que o ato de se apaixonar é o gatilho, tornar-se um casal, ver-se espelhado na relação de seus pais. Esse é o elemento psicanalítico que o filme carrega, da relação através da qual nós enxergamos as outras relações em nossas vidas, como se vivêssemos uma espécie de paródia, de busca reproduzir ou reescrever aquilo. É um filme muito simbólico, a começar pelo fato dele ser um roteirista, e acredito que os cortes mais surrealísticos têm justamente essa função. No final, não pude senão pensar que havia uma história igualmente profunda na vida do Harry, só não tivemos acesso à ela. Nem o Adam. Ninguém tem acesso de fato às nossas histórias, e essa é a ilusão em ser um casal: a que temos.
Os Últimos Dias de Gilda
4.0 22 Assista Agoragostei da produção da série, da forma como ela usa a poesia pra compor a história, do corte intimista de algumas cenas, mas achei a correção de som um pouco ruim (muitas vezes não entendi o que as personagens falavam) e o final um pouco fraco. Karine Teles manda bem, e vale destacar a originalidade/relevância do roteiro, mas que podia ter sido mais bem explorado
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 184 Assista Agoracorrida, pasteurizada, interpretações ruins, história boa mas mal executada. inferior a primeira temporada
Treze Vidas - O Resgate
4.0 152 Assista Agorafilmaço, claustrofóbico, tenso, aflitivo e angustiante; mas super emocionante, absurdo e lindo ver toda a mobilização e inventividade utilizadas pra possibilitar a operação de resgate. muita coragem, muito sangue frio, horas horas e horas submerso. as lágrimas de jae mae nang non inundaram a caverna, e também passaram por aqui
Atlanta (4ª Temporada)
4.4 53 Assista Agoraobra-prima!
Marte Um
4.1 303 Assista AgoraFilme bonito, delicado. Menos de reviravoltas grandiosas, e mais sobre pequenos grandes acontecimentos. Tem um começo quase documental, se desenvolve sem pressa, fazendo conhecer cada um dos quatro membros da família, e termina compondo um arco bonito de quebra de expectativas e reconstrução de sonhos.
Crimes do Futuro
3.2 265 Assista AgoraFilmaço. Ir assistir sem ter lido essa sinopse que entrega é melhor ainda. Cronenberg cria um futuro distópico, anárquico, na qual a relação com o próprio corpo é posta em destaque, na medida em que a tecnologia cirúrgica está tão evoluída que os seres humanos engrendam modificações corporais como forma de arte e prazer. O corpo já não sente dor como antes, e a cirurgia, além de se tornar algo acessível, ganha uma nova dimensão:
é o novo sexo, a nova forma de exploração do próprio corpo e do corpo do outro. E isso é só o contexto. O filme começa com uma criança sendo morta pela própria mãe depois de devorar uma lata de lixo - é o primogénito de uma evolução natural humana, que digere plástico com uma baba branca espessa e ácida. É o homem que cabe na terra do futuro. A evolução do homem é se tornar o comedor de seu próprio lixo
era a luta de um homem para continuar humano, para não se afastar de sua linha de evolução. Cronenberg apresenta um futuro de evolução do corpo humano onde, como espécie pensante, muitas vezes acabamos lutando contra nossa própria natureza. Ao mesmo tempo, sugere que nossas evoluções nos levarão a um caminho cada vez menos humano, mais sintético e tecnológico. Em uma cena lindíssima, um homem com orelhas implantadas por todo o corpo, olhos e boca costurados, dança ao som de uma música eletrônica. A representação desse êxtase e dessa aberração que coexiste. Também chama a atenção a contraposição entre o futuro tecnológico e os materiais e texturas presentes no filme, particularmente as máquinas que parecem ser feitas de ossos e pedras. Parece ser um simbolismo desse futuro que retorna ao corpo, às suas funções básicas e órgãos internos, na mesma medida que quer encontrar solução nas suas raízes. Arte, tecnologia, escapismo e, em que medida, o fim? O ser humano se entrega e luta por si próprio.
A Lei do Desejo
3.8 317 Assista AgoraSinopse do filme tá horrível: não explica bem a história, entrega informações reveladas só no meio/fim do filme, além de falar coisas erradas.
Pablo Quintero (Eusebio Poncela) é um diretor de teatro homossexual, que mantém relações casuais com os homens, e em um momento se vê às voltas com as cobranças de Juan Bermúdez (Miguel Molina) e Antonio Benitez (Antonio Banderas), dois jovens com quem manteve relações e que se apaixonaram por ele. Sua irmã, Tina (Carmen Maura), a estrela de sua peça, e futura protagonista de um filme para o qual Pablo está escrevendo o roteiro, acaba envolvida nos dramas desse triângulo amoroso.
Ainda poderia ser melhor, mas tô com preguiça, pelo menos não tá errada rs.
Boa Sorte, Leo Grande
3.8 117 Assista Agorafilmaço, ótimas atuações, tema tratado de forma brilhante, a história evolui super bem, e de quebra ainda rola aquele clima de certo suspense erótico enquanto você conhece os personagens - e delicia conhecê-los.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista Agorao filme se constrói como uma alegoria pra lá de lúdica, cria um roteiro interessante, tem um lado cómico meio besteirol, entrega boas cenas de ação, às vezes se perde um pouquinho no meio de tanta informação, mas consegue amarrar um bom produto final. Rendeu boas risadas, algumas surpresas, um pouco daquela sensação de "meu deus, o que vai rolar agora", mas também algumas olhadas no celular.
Achei que faltou força no fim, pra um filme que se pretendeu o tempo todo tão tudo ao mesmo tempo - ou bom, talvez o ponto fosse >> só aquilo <<, afinal, a proposta do roteiro parte de criar uma alegoria para o processo de aceitação da sua filha, que é gay. Isso no contexto de uma menina filha de pais imigrantes, que vive uma realidade totalmente diferente da deles, cada vez mais distante da língua, da cultura e da família.
A reflexão que o filme propõe, do diálogo das pedras até o bagel-buraco-negro, é que existem possibilidades infinitas de viver a vida, e que conseguir sair da sua perspectiva única, pra entender/sentir/ser de outra perspectiva, é um superpoder. Capaz de te fazer reatar seu relacionamento com seu marido e sua filha, acessando a essência daquilo que realmente importa. Ao invés de desistir e virar as costas pros mundos que você não acessa com tanta facilidade.
Pode soar um tanto piegas, mas no meio de troféus fálicos, nunchakus de consolo, figurinos gritantes e maquiagens surrealistas, o filme te faz sentir a todo momento um pouco de tudo.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraFui já sabendo da opinião negativa sobre o filme, mas me surpreendi positivamente. A apresentação da narrativa se dá através de uma metalinguagem debochada, que faz piada de si própria e se usa como o exemplo daquilo que critica e acusa. Nessa toada, aproveita para traçar um paralelo com o momento político atual, construindo parte do humor do filme na nossa realidade de algoritmos, mídias sociais, fake news e populismo conservador. Vale saber que a simbologia de Matrix foi apropriada pela alt-right americana (movimento de supremacia branca) para espalhar teorias da conspiração e promover ideologias racistas, fascistas e neoliberais. Assim, o filme se apresenta desde o começo como uma ideia apropriada, que mais uma fez busca se libertar. As cenas do filme antigo expõem sua obsolescência, ao mesmo tempo que o homenageiam. E é aí que entra a explicação do porquê as cenas de ação não superam a do primeiro filme: porque não eram para superar. Tornar a narrativa uma crítica metalinguística é também uma forma da diretora Lana Wachowski expor a pressão das produtoras para a criação do quarto filme de uma trilogia já terminada. O que elas querem: bullet time. O efeito que conquistou as pessoas, que gerou o "wow effect" e estorou as bilheterias. O filme sempre fala de si próprio "fora da Matrix", seu impacto no mundo real, tudo aquilo que suas ideias inspiraram, mas também das forças de apropriação que agem sobre si. Pois então foram feitas as tais cenas lucrativas, iguaizinhas a antes, mas sob um véu de deboche crítico e metalinguístico. Honestamente, genial. Não é só mais um filme da trilogia, pois seu enredo dialoga com o impacto e construção simbólica dos três primeiros filmes na vida política da sociedade. O paralelo entre o universo de algoritmos de Matrix e o mundo real nunca esteve tão pungente, e portanto a escolha de tratar o assunto dentro de sua própria semiótica o torna uma espécie de blockbuster experimental, que usa a ficção científica enquanto documentário. A proposta é mostrar a realidade político-econômica que, ao longo dos últimos anos, se confundiu com a própria história do filme. Me parece um caso único na história do cinema, e ter utilizado a oportunidade de regravar uma produção de sucesso gigante de forma tão emaranhada com a crítica social que permeia a narrativa é,
nas palavras finais da Trinity, símbolo do empoderamento e protagonismo feminino dentro e fora das telas, "é algo que nunca poderíamos imaginar", uma chance única, "uma nova chance".
O Dia da Posse
2.5 4Assisti a sessão de 15/12/21 do Festival do Rio. O filme apresenta uma rotina de quarentena de uma forma fora do óbvio: ao invés de se concentrar na melancolia e tédio do isolamento, dá voz aos sonhos e devaneios de todo o futuro que ainda há pela frente. Quarentenado com Brendo, o diretor nos apresenta um retrato intimista do protagonista - sua história, conquistas, personalidades e sonhos. Figura carismática e bem articulada, vamos nos entretendo com Brendo entre afazeres domésticos, conversas de vídeo, passarinhos na janela e vizinhos se exercitando. O filme não mergulha no profundo mas, nem por isso, é superficial: com leveza, joga um olhar no momento de vida do protagonista, pincela algumas dinâmicas específicas do relacionamento entre os dois, e abre espaço pra que ele sonhe em voz alta, e se apresente como quem sonha ser. Também brinca com a questão da atuação, preferindo por vezes mostrar só o que está por trás do corte, o entrecena de alguém que fica confortável na frente das câmeras, mas que não gosta de ser dirigido. Um olhar fresco sobre a quarentena, um retrato divertido sobre alguém que conquista e sonha, e quem sabe uma possível peça experimental de capital eleitoral pro futuro.
The Morning Show (1ª Temporada)
4.4 208Essa primeira temporada é impecável, uma das melhores coisas já feitas. Roteiro, produção, direção, atuações, tudo de primeiríssima qualidade. Super vale a pena assistir.
Malcolm & Marie
3.5 314 Assista AgoraO filme é muito bom, muito bem escrito, a fotografia é linda, tem ótimas enquadramentos, a locação é ótima, enfim, vale muito a pena assistir. Os personagens são profundos e os diálogos são bastante intensos, e vão contando a história da relação enquanto trazem à tona uma série de questões emocionais que existe entre os dois. O diretor se aproveita do personagem de sucesso de Zendaya na série Euphoria para construir a personagem do filme, mas não o faz de uma forma repetitiva. E Zendaya reinventa com excelência. Existe também um certo toque metalinguistico no roteiro, que é utilizado para fazer um recorte racial crítico do filme, através das próprias críticas do personagem de Washington, que é cineasta. Gostei da forma delicada de tocar no assunto, e de garantir que o filme supere esse recorte. O filme de fato vai além porque trata do que é mais visceral, humano, falho e poderoso na relação dos dois. E te prende porque permeia tudo isso com a certeza e a promessa de amor. E com a dúvida.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraO filme simplesmente é ruim. E sim, surpreende que Nolan tenha errado tanto a mão depois de tantos acertos. Um imaginaria que ele já teria desvendado a fórmula...e será que não foi esse o problema?
O roteiro é mal construído, a história dos personagens é superficial e a história não se sustenta na mistura de "dama drama" e complexo de heroi com entropia reversa e guerra mundial III. Ficou mal costurado, você perde o fio da meada, personagens somem e aparecem, belas fotografias de lugares que você nunca sabe onde é exatamente e, claro, as surpresas da entropia reversa que causam hipotermia em quem está dentro de um carro que explode.....e não só a execução é ruim, como a história em si pareceu muito mal pensada, como se tivesse sido projetada para a espetacularização, aquele típico exagero estadunidense de armas e grandes cenas de ação - apesar da origem británica do diretor. Acredito que se fosse menos blockbuster daria chance pro roteiro ser mais bem construído, numa crescente mais lenta e cheia de suspense. Afinal, são 2h30 de filme, e melhor um arco narrativo claro e poucos personagens bem construídos, do que uma história épica mas vazia.
O Mau Exemplo de Cameron Post
3.4 319 Assista AgoraÀs vezes acontece d'eu descordar da impressão geral dos comentários sobre o filme, e esse com certeza é um desses casos. O filme é ótimo, não é nada raso, e traz um olhar muito especial sobre o tema. Consegue ser sensível, ácido, dramático, poético, crítico, tudo aos poucos, com equilíbrio, construído de uma maneira que reflete a forma como a protagonista experiencia toda aquela situação. A Cameron também é múltipla: consegue ser uma adolescente, confusa e se descobrindo, impotente perante uma situação que lhe foi imposta, mas também consegue transparecer ser uma pessoa que sabe de que lado está, reconhece seu aliados, não pretende se dobrar, se curar, ou abdicar de sua individualidade. Navega a experiência, contudo, de maneira um pouco esquiva, com uma passividade às vezes um pouco blasé, e eu acho que é isso que talvez tenha passado essa impressão de filme parado/raso. O filme pretender entregar um retrato mais interno e psicológico da história e das personagens: a confusão, a negação da identidade, a moral intrusiva, as pequenas crises e os pequenos atos de revolta, a falta de chão e a submissão, a catarse afimadora de quem se é, o desespero, o encontro consigo. É um filme sobre adolescentes em crise, rejeitados pela sociedade ao expressarem sua sexualidade, mas o olhar é maduro, afiado. Existe uma tentativa de lavagem cerebral em curso, "uma programação ao ódio-próprio", nas palavras da protagonista, e o filme é justamente sobre esse embate, sobre as soluções que os jovens encontram para lidar com a lógica moralista, preconceituosa, hipócrita e pseudo-freudiana que lhes é imposta. O fiilme se mantêm na superfície, isso sim, mas nunca no raso, e o faz tão somente porque, reinterpretando a simbologia do iceberg trabalhada na história, não há nada na superfície que seja diferente do que está submerso, aquilo que se torna visível é expressão do todo, e não há necessidade de se investigar se isso automaticamente é ceder a uma identidade de falta, trauma, negação e culpa.
Tem tanta cena simbólica, tanta fala expressiva, tanto vigor implícito.
Watchmen
4.4 562 Assista AgoraSérie muito boa, com uma ótima produção, roteiro super criativo e episódios muito bem construídos.
Realmente primorosa, especialmente do episódio 1 ao 8. O suspense é muito bem amarrado. Confesso que, para mim, o nono e último episódio pecou em algumas coisas. Não fosse isso, diria que é uma minissérie perfeita.
Agora um spoiler enorme sobre o que eu não gostei do episódio 9:
A Angela conversando com o Dr. Manhattan enquanto ele tá preso no cubo sendo destruído.... sério? Eles se ouvem, não tá barulho, etc? E porque ela não tá dando uns tiros na cara da Trieu, posso saber? Já não tinha mais ninguém ali, era literalmente voar em cima dela, porrada entre gênia e vigilante eu acho que vigilante leva a melhor. E aí as lulas congeladas caem do céu, destroem o centrifugador quântico em segundos, mas a cabine telefonica que a menina mãe da Trieu se esconde permanece intacta, assim como a maleta que a Angela usa pra se proteger... odeio esse furinhos de realidade sabe, principalmente quando o roteiro é construído de maneira fantasiosamente realista, acho que tem que manter 100% a realidade dentro da fantasia que se construiu. Sim, sou um chato, rs. Mas senti a mesma quando antes do governador entrar na cabine a Angela chega e ao invés de chegar matando fica conversando com o cara, depois a agente do FBI fala pro Looking Glass atirar nele e ele responde "and then what?". Bom, a ideia não era impedir que o supremacista branco mate o Manhattan e se torne super poderoso? Oras! Tudo bem que a ideia do roteiro era deixar ele entrar pra ele poder virar gosma, de qualquer forma ele tem seu fim, mas preferia que a condução tivesse sido menos melodramática nesse sentido, de querer criar aquele momento de diálogo em que o vilão se expõe blabla, isso já tava bem construído e não tinha necessidade. Inclusive, aquele personagem aleatório que entra pelo bueiro ficou sem narrativa. E eu gostei mt da forma como montaram em paralelo o enredo da lua Europa, apesar de que fiquei com vontade de saber mais sobre o começo dos tempos dele ali. Por último, não sei se gostei de não terem mostrado o rosto do Dr Manhattan em nenhum momento, e achei que de fato ele podia ter feito mais por ele mesmo e por todos os outros. Parece que ele tá se entregando mesmo, e acho que isso é um outro pequeno furo, porque de fato não ficou perfeitamente explicado na história como aquele material afeta sua capacidade de ver o futuro, mas a cena do canhão atrás dele e ele parado "I'm sorry" eu achei meio meh. Bastante meh. Abaixa, caralho, não precisa saber o futuro e nem ser onipotente pra se abaixar.. Ele não perde todos os poderes, e nem a capacidade de agir e reagir. Pronto, é isso, reclamei reclamei mas a verdade é que amei e já procurei o livro dos quadrinhos pra comprar, rs
A série é ótima, assistam.
Normal People
4.4 440A série tem uma pegada realista, minimalista, e preza ao máximo por explorar os momentos em que os personagens estão juntos - mesmo que em períodos em que se veem pouco, o que implica cortes temporais um tanto abruptos, mas que não tiram a coesão da trama. Os personagens principais são bem construídos, assim como os secundários, que acabam servindo na série como um reflexo daquele momento da vida dos protagonistas - ou seja, são pensados de alguma forma para reforçar a construção da personalidade dos personagens principais, o que é interessante, já que a série é totalmente voltada para a relação entre os dois. Apesar disso, cada um dos protagonistas é analisado em profundidade - mas nunca de maneira demorada. Os episódios não são longos, e os anos vão se passando rápido, o que não permite à série se demorar muito em questões específicas.
Confesso que em alguns momentos fiquei um pouco impaciente com o desencontro entre os personagens. Mas, ao mesmo tempo, no decorrer da série a gente entender melhor a profundidade das dores, inseguranças e dificuldades de cada um deles. A história é um pouco como aquelas sem começo nem fim, eles já se conheciam antes, e vão continuar tendo alguma relação depois. No fim das contas, tenho a impressão de que o roteiro foi pensado para abarcar o período entre o começo de uma relação amorosa um tanto problemática até o desenvolvimento de uma relação de amizade mais madura. O final pode ser um pouco frustrante para os românticos, talvez pareça trair a construção da narrativa, mas de alguma forma também a fortalece.
Maravilhosa Sra. Maisel (1ª Temporada)
4.5 234 Assista Agoraessa primeira temporada é um banquete, é suculenta, você devora ela inteira e de sobremesa, meus amores, vou me servir da segunda temporada
Valéria (1ª Temporada)
3.6 94Roteiro fraquinho, larguei no quinto episódio, só assisti pra treinar meu espanhol mesmo rs
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraA história é louca, e o formato de documentário meio debochado ficou legal.