Matheus Fac

Numa análise macro do filme "O Abutre" observa-se o roteiro excelente de Dan Gillroy, pouco previsível e envolvente. O jovem Lou Bloom, interpretado pelo grande Jake Gyllenhal, se mostra pervertido e fanático pela busca incessante pelo conteúdo cinematográfico. O autor também quis causar certa instigação no expectador quando intitula a obra de "O Abutre".
A ideia de alimentar o telejornal sensacionalista através de um cinegrafista inexperiente é incrível e envolvente. Quando ele mostra que um "não profissional" daquela área, também é capaz de registrar imagens e conteúdos impactantes. Fica mais que em evidência a manipulação descontrolada da TV.
Na composição da obra, existe uma interação indireta e, quase que, imperceptível entre as características e o aspecto do personagem Lou com o nome do filme. Na preparação do personagem, o ator Jake emagreceu cerca de 10kg, o que resultou no seu semblante "chupado" e doente, que veste muito bem o personagem "morto de fome".
O tema central, ética profissional, foi bastante aproveitado. Sabe-se que mesmo num mundo informatizado e com o advento da informação cada vez mais rápido e mais forte, nem tudo se deve ser mostrado. É exatamente quando essa premissa é quebrada, que o filme engaja surpreendentemente. O ousado Lou ao idealizar genialmente para conseguir um motorista, rasga, novamente, a vestimenta do pobre e ignorante rapaz do início do filme. É esta descaracterização que impressiona o público, ainda mais quando a honestidade e o caráter do protagonista é posto em dúvida.
No mais, é uma bela e instrutiva obra, que mereceu o Oscar pela sua criatividade e seu enredo entrelaçante.

Preciso nem falar que o filme é incrível, o Brad Pitt se saiu muito bem no papel do Gerry Lane e ainda a pósprodução do filme. Simplesmente Fantástica!
São poucos os filmes que mostram tão detalhada a transfomação da pessoa em zumbi.
Excelente, parabéns!