O sentimento que a segunda parte deixou foi a mesma da oitava temporada de Game of Thrones. O roteiro péssimo, a direção de núcleo deixou várias pontas soltas. O que salva são as vilãs
Terminei de reassistir hoje. Tinha algumas lembranças da novela quando a assisti com 8 anos, principalmente da reta final; mas no geral foi como assistir pela primeira vez, apesar de já ter começado com algumas informações básicas (como quem era a verdadeira assassina). É uma novela ótima, instigante, com muitos elementos de nível cinematográfico, que foi o que achei mais impressionante. Porém, como toda novela, peca em diversos pontos, principalmente no quesito duração. É extremamente longa e há capítulos que não acrescentam absolutamente em nada a trama. Sem contar que o núcleo secundário é absolutamente maçante, com exceção do núcleo que envolve a Catarina, seu terrível marido Leo e, posteriormente, a personagem Stela. Eu pulava a maior parte das cenas sem pena. Mas falando do que, mesmo com todos os defeitos, garantiu à novela tamanho status e admiração, com certeza o nome a ser mencionado é Patrícia Pillar. Uma das vilãs mais complexas e icônicas da teledramaturgia brasileira, a sua personagem Flora conseguiu nos fazer rir, sentir ódio e medo dela e, até mesmo, pena. A novela pecou em não trazer mais flashbacks do passado de Faísca e Espoleta (ela teria se beneficiado muito do modelo de desenvolver personagens de Lost, por exemplo), que trariam um elemento emocional muito mais bem-vindo do que as cenas das personagens, já adultas, lembrando de um passado longínquo, que é alheio ao público. Mas ainda assim, a personagem Flora é tão bem construída na atuação de Pillar, que você consegue compreendê-la sem necessitar desses artifícios. No quesito atuação, além da espetacular Patrícia Pillar, Cláudia Raia também deu um show como Donatella, que tem um jeito propositalmente caricato e destrambelhado, mas também empático e de grande coração, que define sua personagem. Mariana Ximenes, como Lara, foi em geral mal aproveitada em um triângulo amoroso horrível com dois atores péssimos; seus melhores momentos são dividindo cenas emocionantes com a sua mãe de criação, Donatella (a do julgamento da Donatella foi um dos momentos mais emocionantes que já vi em uma novela) e na reta final, nos momentos que ela confronta sua mãe biológica, Flora. Murílio Benício, como Dodi, também foi incrível, com seu jeito debochado e malandro e seu vestuário cafona. Para fechar, do núcleo secundário, merece ser mencionada Lília Cabral, com sua personagem Catarina, que teve um desenvolvimento absurdo e muito bom de acompanhar (apesar de as cenas do início ao meio da novela com o seu marido Leo me davam nos nervos de tanta raiva). Jackson Antunes, como Leo, também foi muito competente, porque me fez odiar seu personagem desde o primeiro minuto de cena. Enfim, mesmo com as barrigas da novela, os furos enormes e grotescos de roteiro - em alguns momentos, você só tem que fingir que as situações propostas por ele fazem sentido - e os núcleos secundários em sua maioria chatíssimos, o saldo da novela ainda é positivo, seja por suas protagonistas absolutamente memoráveis, seja por suas reviravoltas que dariam inveja à Hollywood. Foi longa a jornada, mas estou muito feliz de ter embarcado nela.
"Você é a minha favorita, sabia?" <3 God I could just cry
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Todas as Flores
3.4 99 Assista AgoraO sentimento que a segunda parte deixou foi a mesma da oitava temporada de Game of Thrones. O roteiro péssimo, a direção de núcleo deixou várias pontas soltas. O que salva são as vilãs
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3.9 348 Assista AgoraTerminei de reassistir hoje. Tinha algumas lembranças da novela quando a assisti com 8 anos, principalmente da reta final; mas no geral foi como assistir pela primeira vez, apesar de já ter começado com algumas informações básicas (como quem era a verdadeira assassina). É uma novela ótima, instigante, com muitos elementos de nível cinematográfico, que foi o que achei mais impressionante. Porém, como toda novela, peca em diversos pontos, principalmente no quesito duração. É extremamente longa e há capítulos que não acrescentam absolutamente em nada a trama. Sem contar que o núcleo secundário é absolutamente maçante, com exceção do núcleo que envolve a Catarina, seu terrível marido Leo e, posteriormente, a personagem Stela. Eu pulava a maior parte das cenas sem pena.
Mas falando do que, mesmo com todos os defeitos, garantiu à novela tamanho status e admiração, com certeza o nome a ser mencionado é Patrícia Pillar. Uma das vilãs mais complexas e icônicas da teledramaturgia brasileira, a sua personagem Flora conseguiu nos fazer rir, sentir ódio e medo dela e, até mesmo, pena. A novela pecou em não trazer mais flashbacks do passado de Faísca e Espoleta (ela teria se beneficiado muito do modelo de desenvolver personagens de Lost, por exemplo), que trariam um elemento emocional muito mais bem-vindo do que as cenas das personagens, já adultas, lembrando de um passado longínquo, que é alheio ao público. Mas ainda assim, a personagem Flora é tão bem construída na atuação de Pillar, que você consegue compreendê-la sem necessitar desses artifícios.
No quesito atuação, além da espetacular Patrícia Pillar, Cláudia Raia também deu um show como Donatella, que tem um jeito propositalmente caricato e destrambelhado, mas também empático e de grande coração, que define sua personagem. Mariana Ximenes, como Lara, foi em geral mal aproveitada em um triângulo amoroso horrível com dois atores péssimos; seus melhores momentos são dividindo cenas emocionantes com a sua mãe de criação, Donatella (a do julgamento da Donatella foi um dos momentos mais emocionantes que já vi em uma novela) e na reta final, nos momentos que ela confronta sua mãe biológica, Flora. Murílio Benício, como Dodi, também foi incrível, com seu jeito debochado e malandro e seu vestuário cafona. Para fechar, do núcleo secundário, merece ser mencionada Lília Cabral, com sua personagem Catarina, que teve um desenvolvimento absurdo e muito bom de acompanhar (apesar de as cenas do início ao meio da novela com o seu marido Leo me davam nos nervos de tanta raiva). Jackson Antunes, como Leo, também foi muito competente, porque me fez odiar seu personagem desde o primeiro minuto de cena.
Enfim, mesmo com as barrigas da novela, os furos enormes e grotescos de roteiro - em alguns momentos, você só tem que fingir que as situações propostas por ele fazem sentido - e os núcleos secundários em sua maioria chatíssimos, o saldo da novela ainda é positivo, seja por suas protagonistas absolutamente memoráveis, seja por suas reviravoltas que dariam inveja à Hollywood. Foi longa a jornada, mas estou muito feliz de ter embarcado nela.
"Você é a minha favorita, sabia?" <3 God I could just cry