É um bom filme, mas simplesmente não consegui ter o mesmo envolvimento que outras pessoas tiveram com os personagens e com a história em si. O filme não chega a glamourizar o alcoolismo como muitos pensam, apenas mostra as diversas camadas de um vício, infelizmente, bastante comum. De fato, houveram gênios embriagados, muito além daqueles mencionados no filme. Não apenas alcoólatras, mas com diversos outros vícios. Bebida, por si só, não é medida de caráter.
Creio que o ponto principal aqui, que muitos infelizmente se esquecem, é o contexto de onde vem o filme. A Dinamarca é apontada por pesquisas como o país ou um dos mais felizes do mundo. Nas palavras do próprio diretor, Thomas Vinterberg, isso não é bem uma verdade. Segundo ele, o país pode ser o mais seguro, o que por sua vez também traz uma boa dose de tédio.
É verdade. A sociedade nórdica vive atualmente e já há um bom tempo, em um contexto completamente diferente e distante daquele vivenciado pela maioria dos povos do mundo, ainda mais nós, latino-americanos. Com grande parte de seus problemas sociais praticamente resolvidos, ricos e estáveis, as pessoas começam a se enfadar com suas rotinas sempre enfastiadas, onde um dia parece sempre igual ao outro, e ao outro e ao outro, sem grandes crises ou rupturas. Talvez a sociedade nórdica seja uma prévia do mundo ocidental como um todo quando e se, alcançarmos tal nível de desenvolvimento.
O filme também fala sobre a tão conhecida crise de meia-idade. Novamente segundo as palavras do próprio diretor, a sociedade não respeita as pessoas mais velhas. E novamente temos aqui uma verdade. Além do fastio da rotina, os personagens passam a ter de encarar uma realidade onde já não são mais valorizados pelos outros, são ultrapassados, relegados a um papel secundário. E encontram na bebida, uma forma de afirmar a vida, mesmo que isso implique em perder o respeito por si mesmo.
Gosto é uma coisa muito peculiar mesmo. Assisti o original há alguns anos atrás, não gostei e não consegui entender o por que da reverência toda ao filme. Assisti este ontem, sem qualquer pretensão e por puro acaso, sem sequer ter me tocado de que era um remake do original. Adorei. E aparentemente o filme não é muito bem falado, vai entender...
Grata surpresa. Não conhecia o filme até pouco tempo atrás, vi a sinopse e me interessei. Grandes atuações e um clima de tensão que te prende o tempo todo. O início é um pouco lento, mas importante para o desenvolvimento da história. Os últimos 40 minutos certamente valem por toda a obra. Um dos melhores do gênero de suspense, sem dúvidas.
É o típico filme "comercial" desse gênero. Tem atores muito conhecidos, uma história previsível mas que prende o grande público e um clima constante de tensão. Não é ruim, mas não assista com grandes expectativas. É um bom passa tempo e talvez possa agradar mais a alguns do que a outros.
Sim, as atuações são ruins. O que não torno todo o filme ruim. Sempre massacrado pela ''crítica especializada'', definitivamente não é um filme para ''crítico ver''. Não há beleza estética, poética, conceitual - ou seja lá o que os inteligentinhos da crítica gostam de dizer -, nesse filme. Mostra a realidade das pessoas envolvidas nesse meio como ela é, de modo cru e direto. Não assista se for cult ou ''moralista''.
Definitivamente não é um filme de humor para qualquer um. Chegou a ter seu lançamento proibido na época de lançamento em diversos países, já que muitos o enxergaram (e ainda enxergam), como uma ''blasfêmia''. Visão distorcida da obra. Não há, exceto em um ou outro momento, uma crítica a fé cristã em si; o que temos é um humor muito inteligente (e engraçado) que alfineta sarcasticamente os diversos falsos profetas, o fanatismo, os grupos que se dizem unidos em torno de um prol mas que parecem mais interessados apenas em obter o poder para si; até mesmo convenções sociais como pagar o que se pede por algo em uma feira é criticado aqui. Uma pena ser tão difícil encontrar obras assim nos dias hoje...
Filme absurdamente bom e subvalorizado. Não há quase nada em português sobre a obra. Temos aqui uma mistura de sensações do início ao fim. De cara, temos um certo distanciamento do personagem Eric, vivido por Rutger Hauer, mas aos poucos vamos nos afeiçoando a ele e a Olga, interpretada por Monique van de Ven. Os primeiros momentos do filme nos trazem uma sensação de liberdade, de desprezo as normas sociais. O filme evolui, passando por decepção, traição
(a cena do jantar é assustadora, é como se estivéssemos na mente de Eric)
, tristeza, empatia... Eu diria que o filme aborda os sentimentos e fases pelos quais perpassam praticamente qualquer relacionamento; e a finitude da vida.
Bom filme. De fato, ele é um pouco confuso em alguns momentos. Admito que em certos pontos da drama, não entendi muito bem onde os diretores estavam querendo chegar. Todavia, o resultado final é bom e, infelizmente - como ocorre com grande parte dos filmes nacionais -, subestimado pelo público de massa. Pouco importa o posicionamento ideológico daqueles que produziram o filme. Impossível uma obra de arte, seja ela qual for, se manter neutra.
Sim, a obra é uma representação de parte daquilo que incomoda os diretores do filme no Brasil dos dias de hoje e possui uma visão ideológica de fundo. E daí? Dentro da crítica que ''Bacurau'' se propõe a fazer do Brasil, os diretores mais acertam do que erram na forma como buscam realizar a representação na tela. O filme consegue prender a atenção daqueles que assistem e não fazem parte daquele grupo de pessoas que querem tudo mastigado; as atuações também são razoavelmente boas e o no final, o que temos é sem dúvidas uma das principais películas do cinema nacional até hoje, goste ou não.
Há tempos digo que tentarei deixar de lado meu preconceito com o cinema nacional; essa ideia vinha sendo constantemente postergada. Na busca por algum filme aleatório para assistir nessa noite de 20/11/20, descubro esse filme. Certamente será meu ponto de virada quanto ao cinema nacional. No primeiro terço, a obra de Fernando Coimbra (estreia dele como diretor de um longa), o filme chega até mesmo a apresentar algumas tiradas bastante divertidas. Quem o assiste, não consegue - ainda - imaginar todo o drama e suspensa que virá a engendrar a película.
Não entrarei em detalhes sobre a história (inspirada em fatos reais), mas as atuações são muito bons, os planos longos (embora algumas críticas), me agradaram muito, a fotografia também é ótima e, embora o filme pudesse ser um pouquinho mais curto, prende a atenção e o tempo passa relativamente rápido aqui.
O filme em si não é ruim. Só tem um problema... Não é terror, tampouco suspense. O filme todo é pura ação. Muito sangue, muita porradaria, muita agressividade, vingança em estado puro. Para mim, que não curto esse tipo de filme, foi um porre assistir enquanto consegui.
Que filme gostoso de assistir, com certeza vai entrar entre os melhores que vi nesse ano. O personagem de Peter Sellers é extremamente carismático, mesmo que quase nada diga. As 2h de filme passam voando e ainda há um ponto bastante interessante: Chance parece ser alguém alienado pela mídia. Uma pessoa que após muito tempo assistindo televisão, apenas é capaz de repetir aquilo que por anos a fio acompanhou na TV, além de seu hobby, a jardinagem. Ainda assim, o personagem possui uma pureza que conquista todos ao seu redor, em um mundo carregado de sentimentos por vezes exagerados, Chance traz uma leveza a queda interação que possui com os personagens do filme.
Filosoficamente, considero o filme bastante denso. Existem várias reflexões bastante sagazes aqui, porém o filme - como geralmente ocorre em obras do gênero -, é bastante lento. Os últimos 45 minutos de filme valem a pena, mas a primeira hora, no meu caso, foi bem difícil de aguentar.
Filme extremamente sensível que trata muito bem a velhice o passar do tempo. Alvim é um personagem que não possui tantas falas, mas ao longo da película, em diversos momentos nos transmite grandes ensinamentos que em geral, só aceitamos com o passar dos anos, com a chegada da velhice quando já não há muito que possamos fazer. Desde a relação dele com seu irmão, aos eventos que ocorrem ao longo de sua viagem, até mesmo suas expressões faciais (muito bem capturadas pelo jogo de câmeras, que é excelente) são realmente de uma sensibilidade muito grande
Lindíssima película, que embora retrate meados de 1936, durante a Guerra Civil da Espanha, pode muito bem ser usado como um ponto de reflexão para nossos dias atuais. Tempos de intolerância e extremismo, onde diversos grupos começam a se aglutinar contra aqueles que expressam sua visão de mundo e tentam trazer um pouco de luz a um mundo onde o conformismo e a ignorância sempre serão os caminhos mais fáceis. Tempos em que nos viramos contra amigos e até mesmo familiares por conta de divergências de opinião e onde o que vale não é o que é, mas o que aparente ser. A realidade atual é tão dura e triste quanto o final de ''A Língua das Mariposas''
É um filme muito bonito, com um figurino maravilhoso, belas atuações, sentimentos muito bem transmitidos pela paleta de cores em cada cena... mas só. Não entendi todo o hype em torno do filme, mas é bom
O filme em si não é grande coisa, os diálogos particularmente são bem rasos e certamente o Truffaut ter decidido gravar o filme em inglês, o que ainda não havia feito tampouco retornou a fazer, teve impacto nisso. Ademais, as atuações são até que boas e o mais importante aqui é a mensagem, que segue atual. Principalmente em tempos onde as pessoas são especialmente intolerantes e extremistas nos seus posicionamentos, não poucas vezes negacionista como ocorre hoje
É um filme delicioso de se assistir, muito pelo carisma incomparável do Darin, muito também por ser mais um desses filmes argentinos ditos ''comerciais'' que se saem muito bem como boas opções de entretenimento. Tem boas atuações e embora seja uma comédia romântica, creio que passa longe de ser raso. Tem vários questionamentos interessantes ao longo da obra. Apenas o final me decepcionou um pouco, achei muito forçado
É um bom filme, bastante hypado pela crítica social que traz, que inclusive, bem como todo o filme, possui mais de uma camada. Muitos podem interpretar a obra somente como uma crítica feroz ao capitalismo e a desigualdade existente no mundo em que vivemos. Embora inegavelmente a obra apresente essa crítica (válida), é importante mencionar que, segundo o próprio diretor (que em minha opinião cometeu um erro em explicar a própria obra), o foco aqui é mostrar que todas as formas que tentamos de impor um determinado sistema econômico, deu errado. O filme é também uma crítica ao socialismo, que com seu discurso ideológico-teórico de exterminar o sistema capitalista e elevar o proletariado ao nível de dono dos meios de produção, também se degradou em suas tentativas de imperar como regime dominante.
descer até o último nível do ''poço'', eles o fazem com boas intenções, porém ao mesmo tempo em que pregam o discurso de racionar a comida para que todos possam comer, eles próprios acabam por matar grande parte das pessoas do poço que decidem não seguir suas ordens.
Muito mais do que uma mera crítica social ao capitalismo e suas mazelas, temos aqui uma obra voltada a criticar a degradação humana, degradação que independe de sistema seja ele qual for, degradação que parece estar contida nos genes humanos pela mais pura vontade não apenas de sobreviver como de se impor, impor aos outros e estar sempre acima dos demais.
Evidentemente a crítica ao capitalismo também está aqui presente. Temos um sistema que embora tenha trazido para a sociedade um nível de desenvolvimento jamais visto antes em tão pouco tempo, por tantas vezes concentra renda nas mãos de poucas pessoas e grupos influentes, bem como não dá por si só as condições necessárias para aqueles que vem de baixo terem alguma possibilidade real de ascensão em vida.
Ainda creio que o filme apresenta uma interessante exposição de como intelectuais por vezes possuem uma visão distante da realidade factual e como o confrontamento com a realidade da revolução, tende a modificar ao menos o modo como esses imaginam que seja possível realizar uma mudança na ordem dominante. Digo, pela evolução muito interessante do personagem Goreng, como quando ele ameaça defecar na comida dos moradores do nível de baixo ou quando come páginas do livro de Cervantes.
Lamento pelos que enxergam o filme apenas como algo ''comunista'' ou coisa parecida. Bem como os que provavelmente não irão gostar da crítica que aqui realizei por conta de também apontar que a obra não é uma mera crítica ao capitalismo (dispensei adentrar em detalhes sobre essas críticas pois creio serem as mais explícitas). Em um mundo de extremos como esse que vivemos, ainda mais tempos de pandemia, talvez o melhor recado do filme diga respeito a falta de união que temos nos dias de hoje, bem como no filme, falta de união que independe do pensamento político-econômico que cada um segue...
Não é o tipo de filme que qualquer pessoa goste de assistir. É confuso, é perturbador, é cansativo em alguns momentos, faz você ficar sem fôlego - e sem entender o que está acontecendo. Desde a metade do filme comecei a entender a metáfora aqui presente. Acredito que outros espectadores também. Na realidade o filme pode ter diversas interpretações, embora a bíblica tenha sido aparentemente a intencionada pelo diretor, ainda podemos enxergar a obra do ponto de vista de uma mulher (como tantas) relegadas e submissas a influência de um homem, as religiões modernas e o fanatismo propagado por muitos de seus líderes ou mesmo a simples vida de um autor sem inspiração e suas crises
Uma leve comédia, que vale a pena ser assistida por quem é fã do diretor mas possivelmente não agrade muito aqueles que não possuem tanta afinidade com os filmes do Allen. Longe de ser um dos seus melhores filmes, ainda assim possui diálogos muito interessantes, como o que menciona a relação entre amor/sexo/tensão. Boas atuações, o primeiro filme de Mia Farrow com Woody Allen e um cenário bucólico extremamente bonito
Que filme maravilhoso, e subvalorizado. É poético, romântico, realista e crítico ao mesmo tempo. Javier Bardem tem mais uma atuação sensacional em um personagem que certamente não deve ter sido dos mais fáceis de se interpretar. Se consolida cada vez mais como um de meus atores favoritos. Toda a fotografia do filme transmite uma sensação de falta de vida, de apatia, afinal de contas, como diz o próprio Ramón Sampedro, ''uma vida sem liberdade, também não é vida''. Críticas pertinentes e um tema ainda polêmico e atual. Vale cada segundo assistido
''A Vila'' é uma obra muito comentada, em grande parte por seu conhecido diretor Night Shyamalan de ''O Sexto Sentido''. Considero esse o primeiro ponto negativo da obra. Desde o filme com Bruce Willis, existe uma gigante expectativa sobre qualquer filme feito pelo diretor, em especial pelo final desses filmes. Sempre se espera uma reviravolta impensável a cada nova obra lançada pelo indiano. E o diretor parece ter comprado a ideia de ser o ''novo Hitchcock'' banalizando vários filmes que fez.
Ainda assim, o filme consegue ser interessante e prender a atenção do espectador. Joaquin Phoenix tem uma bela atuação, além dos demais atores. O filme é instigante até certo ponto embora suas reviravoltas sejam óbvias até certo ponto. Acredito que gira muito em torno do papel que o medo exerce sobre as pessoas.
Demorei muito tempo para assistir esse filme, mesmo sendo aclamado há anos como um clássico do cinema. É uma obra muito bela, que nos faz refletir especialmente na minha visão, sobre nossa identidade. Visualmente o filme é muito bonito e isso ajuda o filme a ser ainda mais gostoso de se assistir, sem falar no carisma que cada personagem possui. Vale cada minuto assistido
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraÉ um bom filme, mas simplesmente não consegui ter o mesmo envolvimento que outras pessoas tiveram com os personagens e com a história em si. O filme não chega a glamourizar o alcoolismo como muitos pensam, apenas mostra as diversas camadas de um vício, infelizmente, bastante comum. De fato, houveram gênios embriagados, muito além daqueles mencionados no filme. Não apenas alcoólatras, mas com diversos outros vícios. Bebida, por si só, não é medida de caráter.
Creio que o ponto principal aqui, que muitos infelizmente se esquecem, é o contexto de onde vem o filme. A Dinamarca é apontada por pesquisas como o país ou um dos mais felizes do mundo. Nas palavras do próprio diretor, Thomas Vinterberg, isso não é bem uma verdade. Segundo ele, o país pode ser o mais seguro, o que por sua vez também traz uma boa dose de tédio.
É verdade. A sociedade nórdica vive atualmente e já há um bom tempo, em um contexto completamente diferente e distante daquele vivenciado pela maioria dos povos do mundo, ainda mais nós, latino-americanos. Com grande parte de seus problemas sociais praticamente resolvidos, ricos e estáveis, as pessoas começam a se enfadar com suas rotinas sempre enfastiadas, onde um dia parece sempre igual ao outro, e ao outro e ao outro, sem grandes crises ou rupturas. Talvez a sociedade nórdica seja uma prévia do mundo ocidental como um todo quando e se, alcançarmos tal nível de desenvolvimento.
O filme também fala sobre a tão conhecida crise de meia-idade. Novamente segundo as palavras do próprio diretor, a sociedade não respeita as pessoas mais velhas. E novamente temos aqui uma verdade. Além do fastio da rotina, os personagens passam a ter de encarar uma realidade onde já não são mais valorizados pelos outros, são ultrapassados, relegados a um papel secundário. E encontram na bebida, uma forma de afirmar a vida, mesmo que isso implique em perder o respeito por si mesmo.
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraGosto é uma coisa muito peculiar mesmo. Assisti o original há alguns anos atrás, não gostei e não consegui entender o por que da reverência toda ao filme. Assisti este ontem, sem qualquer pretensão e por puro acaso, sem sequer ter me tocado de que era um remake do original. Adorei. E aparentemente o filme não é muito bem falado, vai entender...
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraTem uma fotografia muito bonita. E só.
Um Clarão nas Trevas
4.2 185Grata surpresa. Não conhecia o filme até pouco tempo atrás, vi a sinopse e me interessei. Grandes atuações e um clima de tensão que te prende o tempo todo. O início é um pouco lento, mas importante para o desenvolvimento da história. Os últimos 40 minutos certamente valem por toda a obra. Um dos melhores do gênero de suspense, sem dúvidas.
O Colecionador de Ossos
3.7 662 Assista AgoraÉ o típico filme "comercial" desse gênero. Tem atores muito conhecidos, uma história previsível mas que prende o grande público e um clima constante de tensão. Não é ruim, mas não assista com grandes expectativas. É um bom passa tempo e talvez possa agradar mais a alguns do que a outros.
Showgirls
3.0 210 Assista AgoraSim, as atuações são ruins. O que não torno todo o filme ruim. Sempre massacrado pela ''crítica especializada'', definitivamente não é um filme para ''crítico ver''. Não há beleza estética, poética, conceitual - ou seja lá o que os inteligentinhos da crítica gostam de dizer -, nesse filme. Mostra a realidade das pessoas envolvidas nesse meio como ela é, de modo cru e direto. Não assista se for cult ou ''moralista''.
A Vida de Brian
4.2 560 Assista AgoraDefinitivamente não é um filme de humor para qualquer um. Chegou a ter seu lançamento proibido na época de lançamento em diversos países, já que muitos o enxergaram (e ainda enxergam), como uma ''blasfêmia''. Visão distorcida da obra. Não há, exceto em um ou outro momento, uma crítica a fé cristã em si; o que temos é um humor muito inteligente (e engraçado) que alfineta sarcasticamente os diversos falsos profetas, o fanatismo, os grupos que se dizem unidos em torno de um prol mas que parecem mais interessados apenas em obter o poder para si; até mesmo convenções sociais como pagar o que se pede por algo em uma feira é criticado aqui. Uma pena ser tão difícil encontrar obras assim nos dias hoje...
Louca Paixão
3.9 66Filme absurdamente bom e subvalorizado. Não há quase nada em português sobre a obra. Temos aqui uma mistura de sensações do início ao fim. De cara, temos um certo distanciamento do personagem Eric, vivido por Rutger Hauer, mas aos poucos vamos nos afeiçoando a ele e a Olga, interpretada por Monique van de Ven. Os primeiros momentos do filme nos trazem uma sensação de liberdade, de desprezo as normas sociais. O filme evolui, passando por decepção, traição
(a cena do jantar é assustadora, é como se estivéssemos na mente de Eric)
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraBom filme. De fato, ele é um pouco confuso em alguns momentos. Admito que em certos pontos da drama, não entendi muito bem onde os diretores estavam querendo chegar. Todavia, o resultado final é bom e, infelizmente - como ocorre com grande parte dos filmes nacionais -, subestimado pelo público de massa. Pouco importa o posicionamento ideológico daqueles que produziram o filme. Impossível uma obra de arte, seja ela qual for, se manter neutra.
Sim, a obra é uma representação de parte daquilo que incomoda os diretores do filme no Brasil dos dias de hoje e possui uma visão ideológica de fundo. E daí? Dentro da crítica que ''Bacurau'' se propõe a fazer do Brasil, os diretores mais acertam do que erram na forma como buscam realizar a representação na tela. O filme consegue prender a atenção daqueles que assistem e não fazem parte daquele grupo de pessoas que querem tudo mastigado; as atuações também são razoavelmente boas e o no final, o que temos é sem dúvidas uma das principais películas do cinema nacional até hoje, goste ou não.
O Lobo Atrás da Porta
4.0 1,3K Assista AgoraHá tempos digo que tentarei deixar de lado meu preconceito com o cinema nacional; essa ideia vinha sendo constantemente postergada. Na busca por algum filme aleatório para assistir nessa noite de 20/11/20, descubro esse filme. Certamente será meu ponto de virada quanto ao cinema nacional. No primeiro terço, a obra de Fernando Coimbra (estreia dele como diretor de um longa), o filme chega até mesmo a apresentar algumas tiradas bastante divertidas. Quem o assiste, não consegue - ainda - imaginar todo o drama e suspensa que virá a engendrar a película.
Não entrarei em detalhes sobre a história (inspirada em fatos reais), mas as atuações são muito bons, os planos longos (embora algumas críticas), me agradaram muito, a fotografia também é ótima e, embora o filme pudesse ser um pouquinho mais curto, prende a atenção e o tempo passa relativamente rápido aqui.
Eu Vi o Diabo
4.1 1,1KO filme em si não é ruim. Só tem um problema... Não é terror, tampouco suspense. O filme todo é pura ação. Muito sangue, muita porradaria, muita agressividade, vingança em estado puro. Para mim, que não curto esse tipo de filme, foi um porre assistir enquanto consegui.
Muito Além do Jardim
4.1 267 Assista AgoraQue filme gostoso de assistir, com certeza vai entrar entre os melhores que vi nesse ano. O personagem de Peter Sellers é extremamente carismático, mesmo que quase nada diga. As 2h de filme passam voando e ainda há um ponto bastante interessante: Chance parece ser alguém alienado pela mídia. Uma pessoa que após muito tempo assistindo televisão, apenas é capaz de repetir aquilo que por anos a fio acompanhou na TV, além de seu hobby, a jardinagem. Ainda assim, o personagem possui uma pureza que conquista todos ao seu redor, em um mundo carregado de sentimentos por vezes exagerados, Chance traz uma leveza a queda interação que possui com os personagens do filme.
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraFilosoficamente, considero o filme bastante denso. Existem várias reflexões bastante sagazes aqui, porém o filme - como geralmente ocorre em obras do gênero -, é bastante lento. Os últimos 45 minutos de filme valem a pena, mas a primeira hora, no meu caso, foi bem difícil de aguentar.
Uma História Real
4.2 298Filme extremamente sensível que trata muito bem a velhice o passar do tempo. Alvim é um personagem que não possui tantas falas, mas ao longo da película, em diversos momentos nos transmite grandes ensinamentos que em geral, só aceitamos com o passar dos anos, com a chegada da velhice quando já não há muito que possamos fazer. Desde a relação dele com seu irmão, aos eventos que ocorrem ao longo de sua viagem, até mesmo suas expressões faciais (muito bem capturadas pelo jogo de câmeras, que é excelente) são realmente de uma sensibilidade muito grande
A Língua das Mariposas
4.2 217 Assista AgoraLindíssima película, que embora retrate meados de 1936, durante a Guerra Civil da Espanha, pode muito bem ser usado como um ponto de reflexão para nossos dias atuais. Tempos de intolerância e extremismo, onde diversos grupos começam a se aglutinar contra aqueles que expressam sua visão de mundo e tentam trazer um pouco de luz a um mundo onde o conformismo e a ignorância sempre serão os caminhos mais fáceis. Tempos em que nos viramos contra amigos e até mesmo familiares por conta de divergências de opinião e onde o que vale não é o que é, mas o que aparente ser. A realidade atual é tão dura e triste quanto o final de ''A Língua das Mariposas''
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraÉ um filme muito bonito, com um figurino maravilhoso, belas atuações, sentimentos muito bem transmitidos pela paleta de cores em cada cena... mas só. Não entendi todo o hype em torno do filme, mas é bom
Fahrenheit 451
4.2 419O filme em si não é grande coisa, os diálogos particularmente são bem rasos e certamente o Truffaut ter decidido gravar o filme em inglês, o que ainda não havia feito tampouco retornou a fazer, teve impacto nisso. Ademais, as atuações são até que boas e o mais importante aqui é a mensagem, que segue atual. Principalmente em tempos onde as pessoas são especialmente intolerantes e extremistas nos seus posicionamentos, não poucas vezes negacionista como ocorre hoje
Um Amor Inesperado
3.7 52 Assista AgoraÉ um filme delicioso de se assistir, muito pelo carisma incomparável do Darin, muito também por ser mais um desses filmes argentinos ditos ''comerciais'' que se saem muito bem como boas opções de entretenimento. Tem boas atuações e embora seja uma comédia romântica, creio que passa longe de ser raso. Tem vários questionamentos interessantes ao longo da obra. Apenas o final me decepcionou um pouco, achei muito forçado
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraÉ um bom filme, bastante hypado pela crítica social que traz, que inclusive, bem como todo o filme, possui mais de uma camada. Muitos podem interpretar a obra somente como uma crítica feroz ao capitalismo e a desigualdade existente no mundo em que vivemos. Embora inegavelmente a obra apresente essa crítica (válida), é importante mencionar que, segundo o próprio diretor (que em minha opinião cometeu um erro em explicar a própria obra), o foco aqui é mostrar que todas as formas que tentamos de impor um determinado sistema econômico, deu errado. O filme é também uma crítica ao socialismo, que com seu discurso ideológico-teórico de exterminar o sistema capitalista e elevar o proletariado ao nível de dono dos meios de produção, também se degradou em suas tentativas de imperar como regime dominante.
Quando Goreng e Baharat decidem
descer até o último nível do ''poço'', eles o fazem com boas intenções, porém ao mesmo tempo em que pregam o discurso de racionar a comida para que todos possam comer, eles próprios acabam por matar grande parte das pessoas do poço que decidem não seguir suas ordens.
Muito mais do que uma mera crítica social ao capitalismo e suas mazelas, temos aqui uma obra voltada a criticar a degradação humana, degradação que independe de sistema seja ele qual for, degradação que parece estar contida nos genes humanos pela mais pura vontade não apenas de sobreviver como de se impor, impor aos outros e estar sempre acima dos demais.
Evidentemente a crítica ao capitalismo também está aqui presente. Temos um sistema que embora tenha trazido para a sociedade um nível de desenvolvimento jamais visto antes em tão pouco tempo, por tantas vezes concentra renda nas mãos de poucas pessoas e grupos influentes, bem como não dá por si só as condições necessárias para aqueles que vem de baixo terem alguma possibilidade real de ascensão em vida.
Ainda creio que o filme apresenta uma interessante exposição de como intelectuais por vezes possuem uma visão distante da realidade factual e como o confrontamento com a realidade da revolução, tende a modificar ao menos o modo como esses imaginam que seja possível realizar uma mudança na ordem dominante. Digo, pela evolução muito interessante do personagem Goreng, como quando ele ameaça defecar na comida dos moradores do nível de baixo ou quando come páginas do livro de Cervantes.
Lamento pelos que enxergam o filme apenas como algo ''comunista'' ou coisa parecida. Bem como os que provavelmente não irão gostar da crítica que aqui realizei por conta de também apontar que a obra não é uma mera crítica ao capitalismo (dispensei adentrar em detalhes sobre essas críticas pois creio serem as mais explícitas). Em um mundo de extremos como esse que vivemos, ainda mais tempos de pandemia, talvez o melhor recado do filme diga respeito a falta de união que temos nos dias de hoje, bem como no filme, falta de união que independe do pensamento político-econômico que cada um segue...
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraNão é o tipo de filme que qualquer pessoa goste de assistir. É confuso, é perturbador, é cansativo em alguns momentos, faz você ficar sem fôlego - e sem entender o que está acontecendo. Desde a metade do filme comecei a entender a metáfora aqui presente. Acredito que outros espectadores também. Na realidade o filme pode ter diversas interpretações, embora a bíblica tenha sido aparentemente a intencionada pelo diretor, ainda podemos enxergar a obra do ponto de vista de uma mulher (como tantas) relegadas e submissas a influência de um homem, as religiões modernas e o fanatismo propagado por muitos de seus líderes ou mesmo a simples vida de um autor sem inspiração e suas crises
Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão
3.4 103Uma leve comédia, que vale a pena ser assistida por quem é fã do diretor mas possivelmente não agrade muito aqueles que não possuem tanta afinidade com os filmes do Allen. Longe de ser um dos seus melhores filmes, ainda assim possui diálogos muito interessantes, como o que menciona a relação entre amor/sexo/tensão. Boas atuações, o primeiro filme de Mia Farrow com Woody Allen e um cenário bucólico extremamente bonito
Mar Adentro
4.2 607Que filme maravilhoso, e subvalorizado. É poético, romântico, realista e crítico ao mesmo tempo. Javier Bardem tem mais uma atuação sensacional em um personagem que certamente não deve ter sido dos mais fáceis de se interpretar. Se consolida cada vez mais como um de meus atores favoritos. Toda a fotografia do filme transmite uma sensação de falta de vida, de apatia, afinal de contas, como diz o próprio Ramón Sampedro, ''uma vida sem liberdade, também não é vida''. Críticas pertinentes e um tema ainda polêmico e atual. Vale cada segundo assistido
A Vila
3.3 1,6K''A Vila'' é uma obra muito comentada, em grande parte por seu conhecido diretor Night Shyamalan de ''O Sexto Sentido''. Considero esse o primeiro ponto negativo da obra. Desde o filme com Bruce Willis, existe uma gigante expectativa sobre qualquer filme feito pelo diretor, em especial pelo final desses filmes. Sempre se espera uma reviravolta impensável a cada nova obra lançada pelo indiano. E o diretor parece ter comprado a ideia de ser o ''novo Hitchcock'' banalizando vários filmes que fez.
Ainda assim, o filme consegue ser interessante e prender a atenção do espectador. Joaquin Phoenix tem uma bela atuação, além dos demais atores. O filme é instigante até certo ponto embora suas reviravoltas sejam óbvias até certo ponto. Acredito que gira muito em torno do papel que o medo exerce sobre as pessoas.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraDemorei muito tempo para assistir esse filme, mesmo sendo aclamado há anos como um clássico do cinema. É uma obra muito bela, que nos faz refletir especialmente na minha visão, sobre nossa identidade. Visualmente o filme é muito bonito e isso ajuda o filme a ser ainda mais gostoso de se assistir, sem falar no carisma que cada personagem possui. Vale cada minuto assistido