"Sorriso amável seguido por sorriso tímido"- isso foi o que ele disse, mas como saber se não estava mentindo? Epa, mas as pessoas normalmente não usam cabeça falsa e também nem sempre é fácil distinguir um sorriso verdadeiro de um disfarce malicioso.
Aliás, nem sempre nós mesmos sabemos identificar o que realmente sentimos e se estamos transmitindo corretamente aquilo vem de dentro. No fim, aqui e ali todos usamos "máscaras" de nós mesmos- e de nossas intenções momentâneas.
Vi comentarios afirmando que o cara não fez muito para sair daquela situação, como vender peixinhos de madeira, por exemplo. Eu, como brasileira, tb concordo que quando o cinto aperta a pessoa deveria vender umas bugigangas e trufas pra ir aguentando. Porém, aqui na Inglaterra as coisas são diferentes. Não é permitido comercializar o que quer que seja nas ruas sem uma licença- falo sério, não se vê ambulantes ou gente vendendo coisa informalmente, pq a polícia cai em cima. Ah, mas e o cara lá vendendo tênis? Bom, isso é coisa de imigrante; os britânicos são muito, muito, muito corretos e em sua maioria tentam não infringir a lei.
Quanto ao fato de ele nao ter um pé de meia, cabe dizer que habitação e comida na Inglaterra são coisas bem caras e alguém que ganha salário mínimo não consegue fazer uma poupança para emergências, especialmente se morar sozinho.
Tb vi comentários sobre ele ser "vagabundo" por não ter aceitado o emprego que lhe foi oferecido mas...calma lá! Se meu pai tivesse tido um enfarte eu não permitiria que ele voltasse à ativa antes se ter se recuperado, principalmente se os médicos dissessem que ele estava vulnerável. Enquanto somos jovens temos a idéia de que toda recuperação leva uns pares de dias, mas na terceira idade o bicho pega. O cara lá se safou de um enfarte sem muitas sequelas mas poderia muito bem ter virado um vegetal preso a uma cama, então todo cuidado é pouco. É uma hora boa para exercitarmos nossa empatia em vez de julgar.
Meu namorado, que eh inglês, chorou tanto quanto eu ao ver o filme e disse que, realmente, os benefícios estão ficando cada vez mais difíceis de ser obtidos e que as pessoas no geral estão cada vez mais pobres. Até esmolar é proibido!
Enquanto isso, a rainha está lá, usando diferentes chapéus a cada dia, feitos sob medida. E sequer governa.
Parecia promissor no início. O cara que interpreta o Bubby praticamente carregou o filme nas costas- todo o resto é muito ruim, com cenas desconexas e diálogos nada a ver. A continuidade do filme deve ser a pior que já vi.
O diretor aparentemente tinha duas ou três coisas pra falar mas não soube bem como expor suas idéias e inclui-las nas cenas. Ex: 1) a maneira com que os diálogos são travados na cena em que Angel leva Bubby para almoçar com seus pais mostra que o diretor queria fazer uma crítica aos pais que destroem o psicológico de seus filhos com sobrepeso. A intenção é genial mas a cena foi executada de qualquer jeito, sem intensidade, com atuações artificiais e falas soltas e sem sentido até por parte dos personagens tidos como normais. 2) quando o cara da igreja leva Bubby para uma fábrica para falar de Deus. Outra ótima intenção mas peloamordeqqcoisa, por que os indivíduos não encaixaram essa cena melhor no filme? Ela saiu do nada e foi pra lugar algum, assim como a outra tomada em que um dos caras da banda tb começa a questionar a existência divina.
Algo que tenho percebido: em muitos filmes vazios, a direção tenta compensar a falta de praticamente "tudo" com matança desnecessária de animais e nudez excessiva e fora de hora. E la vai um conselho pra quem não consegue uma namorada: vá para a Austrália. Aparentemente, qualquer mulher que vc encontrar na rua (qualquer mesmo) vai te deixar apalpá-la e fazer sexo contigo em dois minutos, ainda que vc pareça um maluco. Sobre isso, cheguei a me questionar se o diretor não estaria fazendo alguma crítica sobre como é fácil levar uma mulher para a cama hj em dia- mas não, não pode ser isso. Foi só nudez "para encher linguiça" (talvez literalmente).
Em diversas outras situações fiquei tentando achar algum sentido para tanto nonsense, mas parei antes que eu virasse uma daquelas pessoas que enxergam "sensibilidade e profundidade de natureza inigualáveis" em um quadro com dois pingos.
O final feliz, a la Hollywood, foi forçado demais na minha opinião #ata
Enfim, um filme que promete mas não entrega. Tinha potencial e terminou sendo um desperdício.
Absolutamente chato. Eu estava tentando buscar forças no âmago para seguir em frente (palavra de quem adora mastigar filme difícil e jamais desiste de uma película) mas aquela cena desnecessária em que maltratam o porquinho foi a gota d'água pra mim.
CO2, Metano...entre essas e muitas outras causas, sempre estranhei não ver alguém mencionar o sobrepeso como vilão do meio ambiente. Os médicos alardeiam que as pessoas que comem demais podem ter colesterol, artérias entupidas, etc., etc., etc. mas ninguém comenta que uma pessoa que come demais come por duas- ou três. Ora, não deveríamos comer mais do que o necessário para sobreviver. Não estou dizendo que deveríamos ser anorexicos, mas boa parte das pessoas enche o prato de forma desnecessária (especialmente alguns homens, pra "provar que comem feito machos"). Ainda, reduzir o consumo de carne para um, dois ou três dias da semana tb não mataria ninguém. Tenho um amigo que acha chique/ bonito/digno de admiração dizer que come um filé do tamanho de um boi td dia no almoço e na janta...talvez pra "mostrar que pode pagar", velho hábito tupiniquim.
Ela passa o filme todo correndo, dançando e rodopiando...quem vê de fora deve achar que aquela é uma pessoa muito feliz........
Ela se sentia sufocada em Paris, a filha preferiu ir morar com o pai, o cara que ela amava mal a esperou virar as costas pra voltar com uma ex...
Não conseguia emprego, não tinha amigos... Se sentia sozinha, profundamente sozinha. Casou-se com alguém que a fazia sentir-se mais sozinha ainda. Traiu sem querer fazê-lo pq se sentia sozinha.
Sofria do maior dos males dos nossos tempos. Se sentia e estava sozinha.
E na hora da entrevista em que a repórter questiona se ela chegou a pensar em abrir mão do Jack logo após ele ter nascido para que ele pudesse ser livre?
Se ela o tivesse enviado pra adoção, teria sido julgada por abrir mão do próprio filho. Como não enviou, é automaticamente rotulada de egoísta.
Gosto de pensar que a cena da corrida tenha sido idealizada para mostrar o "quem-pode-mais" entre elas: Sarah vem correndo, "esbarra" na Charlie, que se sente afetada e resolve revidar depois de ter apanhado por tanto tempo. Ela então ganha fôlego, corre e esbarra pra dar o troco na Sarah, mas esta até mesmo ri da tentiva enquanto Charlie tenta continuar a corrida aos tropeções- seu fôlego (ou seu psicológico), contudo, não dá conta do recado e ela vai ao chão (ou ao fundo do poço).
Bateu, mas tomou de si mesma. Ela não tinha "força" para "derrubar" Sarah.
Diria eu que a cena da maçã refere-se à vontade da personagem de provar o mesmo "fruto proibido" que o seu objeto de desejo havia saboreado- e não podia ser qualquer "maçã", tinha que ser a de Floriane.
Fiquei o tempo todo esperando pelo momento em que o diretor nos mostraria que Yorgos desistiu de ser uma pessoa honesta, como na cena em que ele carrega o tapete enrolado no apartamento do vizinho. Cheguei a pensar que ele havia decidido “empacotar” o senhor para então ficar morando no apartamento dele. Imaginei o mesmo quando ele adentrou a pet shop e depois a igreja. Em vez disso, comprou alpiste e uma vela com os últimos trocados que tinha e, ainda por cima, foi rezar.
E ele realmente tentou não perder a dignidade: recusou comida após desmaiar em frente ao cara do piano (note aqui a importância de se ter que “falar a língua alemã” para “obter o trabalho que garantiria a subsistência”- alusão à UE) e evitou pedir ajuda à mãe a todo custo, como se isso fosse a coisa mais horrível do mundo.
Por vezes, tive a impressão de que o diretor quis nos passar a mensagem de que nosso protagonista estava sempre “tentando se equilibrar”, como quando se pendurou na janela da cozinha para colocar alpiste para o pássaro que estava na varanda, ou quando esteve de pé em cima da pia, apoiando contas vencidas na nuca enquanto pensava no que viria acontecer mais adiante.
Sobre a espetacular cena em que ele está dando uns amassos na menina: a câmera desfocada e a camiseta pendurada no pescoço dão a ilusão de que ali há uma corda; é como se ele estivesse prestes a ser enforcado e suas palavras, olhar e desespero reforçam essa idéia- e ele realmente deve ter se sentido assim momentos depois, quando a menina pareceu sentir um misto de arrependimento, pena e até mesmo nojo, por estar ali com praticamente um mendigo. Há alguns dias ele tinha uma casa bem bonitinha no padrão classe média e, agora, é um indigente que percebe que até sua vida amorosa deixará de existir por razões óbvias.
Então, ele finalmente encontra uma escada, a carrega para seu novo esconderijo e, em vez de subir, desce alguns degraus para chegar às ruínas(triplo sentido detected), dar comida ao seu pássaro e seguir levando a vida, sabe-se lá como...
Super protetores e preocupados com seus filhos, os pais não perceberam que o ambiente que criaram dentro de casa se tornou muito pior do que qualquer outra coisa que poderia ter acontecido fora dela.
Quando a filha mais velha sumiu, o pai saiu pela estrada enquanto os demais permaneceram latindo na porta de casa, mostrando que o adestramento havia surtido efeito. Efeito este que não trouxe resultados benéficos porque, apesar de terem sido teoricamente bem treinados, na prática não houve ações concretas para resolver a situação, da maneira que bem pede a vida real. Mas e a mãe? Tendo conhecimento de que era tudo uma farsa e que seria “seguro” sair de casa, por que ela não foi à procura da filha junto com seu esposo?
Me parece que o foco acabou por recair nos filhos, mas também existe ali uma crítica direcionada à esposa: ela é extremamente submissa ao seu marido e acabou por tornar-se tão frágil e adestrada quanto os filhotes.
Ainda sobre o sumiço da filha mais velha: a mãe estava visivelmente alterada com o desaparecimento mas ainda assim se manteve passiva e não disse uma palavra sobre eles enquanto pais terem ido longe demais, certamente por medo de contrariar o marido. Em outra cena, ele a culpa diretamente por as coisas terem saindo de controle e diz algo sobre como seu cabelo está despenteado, o que poderia vir a influenciar negativamente as crianças. Ele, em seguida, sugere que haja um incesto na casa e ela não dá um pio de discordância. Haja passividade.
Por fim, também me chamou a atenção a regra que dizia só ser seguro sair de casa utilizando-se de um carro; uma crítica direta às crianças de condomínio dos dias de hoje, que vivem em suas bolhas particulares e protegidas. Abrir o portão, ligar o carro para que este ande exatos 2 metros portão afora para recolher um brinquedo/avião caído parece absurdo na tela, mas há pessoas que sequer vão até a esquina comprar pão sem o auxílio de seus automotores.
"Amo quando ouço uma música e penso nela. Amo como ela faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, tipo...como se a vida valesse a pena." O amor talvez seja uma forma de egoísmo e, às vezes, pode até ser difícil saber se amamos a pessoa ou o sentimento que ela nos proporciona. Em outras palavras, como fazemos pra saber se gostamos mesmo de alguém ou se os cafunés, os beijos, o fato de termos alguém pra passar o fim de semana, etc. são o que realmente fazem com que nos sintamos nas nuvens?
Olhando de fora, parece patético o fato de o cara estar lá dançando, viajando ou rindo “sozinho”, mas na cabeça dele, ele está, naquele momento, não só acompanhado como muito feliz. Enquanto pessoa, o mais importante é experimentar uma emoção ou importa mais compartilhá-la? Um sentimento não compartilhado seria inválido? Filme profundo, muito profundo.
Sobre a cena final, quando um cachorro encara um gato, talvez a mensagem seja essa: "os cães da polícia caminham sobre os locais manchados de sangue que eles mesmos derramaram e ainda encaram os demais sobreviventes, que até se sentem acuados e sabem da "superioridade" daquele que os oprime, mas terminam por permaner ali, estáticos, talvez por pensar que fugir é inútil."
Frank
3.7 599 Assista Agora"Sorriso amável seguido por sorriso tímido"- isso foi o que ele disse, mas como saber se não estava mentindo? Epa, mas as pessoas normalmente não usam cabeça falsa e também nem sempre é fácil distinguir um sorriso verdadeiro de um disfarce malicioso.
Aliás, nem sempre nós mesmos sabemos identificar o que realmente sentimos e se estamos transmitindo corretamente aquilo vem de dentro. No fim, aqui e ali todos usamos "máscaras" de nós mesmos- e de nossas intenções momentâneas.
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraVi comentarios afirmando que o cara não fez muito para sair daquela situação, como vender peixinhos de madeira, por exemplo. Eu, como brasileira, tb concordo que quando o cinto aperta a pessoa deveria vender umas bugigangas e trufas pra ir aguentando. Porém, aqui na Inglaterra as coisas são diferentes. Não é permitido comercializar o que quer que seja nas ruas sem uma licença- falo sério, não se vê ambulantes ou gente vendendo coisa informalmente, pq a polícia cai em cima. Ah, mas e o cara lá vendendo tênis? Bom, isso é coisa de imigrante; os britânicos são muito, muito, muito corretos e em sua maioria tentam não infringir a lei.
Quanto ao fato de ele nao ter um pé de meia, cabe dizer que habitação e comida na Inglaterra são coisas bem caras e alguém que ganha salário mínimo não consegue fazer uma poupança para emergências, especialmente se morar sozinho.
Tb vi comentários sobre ele ser "vagabundo" por não ter aceitado o emprego que lhe foi oferecido mas...calma lá! Se meu pai tivesse tido um enfarte eu não permitiria que ele voltasse à ativa antes se ter se recuperado, principalmente se os médicos dissessem que ele estava vulnerável. Enquanto somos jovens temos a idéia de que toda recuperação leva uns pares de dias, mas na terceira idade o bicho pega. O cara lá se safou de um enfarte sem muitas sequelas mas poderia muito bem ter virado um vegetal preso a uma cama, então todo cuidado é pouco. É uma hora boa para exercitarmos nossa empatia em vez de julgar.
Meu namorado, que eh inglês, chorou tanto quanto eu ao ver o filme e disse que, realmente, os benefícios estão ficando cada vez mais difíceis de ser obtidos e que as pessoas no geral estão cada vez mais pobres. Até esmolar é proibido!
Enquanto isso, a rainha está lá, usando diferentes chapéus a cada dia, feitos sob medida. E sequer governa.
Bad Boy Bubby
4.0 142Parecia promissor no início. O cara que interpreta o Bubby praticamente carregou o filme nas costas- todo o resto é muito ruim, com cenas desconexas e diálogos nada a ver. A continuidade do filme deve ser a pior que já vi.
O diretor aparentemente tinha duas ou três coisas pra falar mas não soube bem como expor suas idéias e inclui-las nas cenas. Ex: 1) a maneira com que os diálogos são travados na cena em que Angel leva Bubby para almoçar com seus pais mostra que o diretor queria fazer uma crítica aos pais que destroem o psicológico de seus filhos com sobrepeso. A intenção é genial mas a cena foi executada de qualquer jeito, sem intensidade, com atuações artificiais e falas soltas e sem sentido até por parte dos personagens tidos como normais. 2) quando o cara da igreja leva Bubby para uma fábrica para falar de Deus. Outra ótima intenção mas peloamordeqqcoisa, por que os indivíduos não encaixaram essa cena melhor no filme? Ela saiu do nada e foi pra lugar algum, assim como a outra tomada em que um dos caras da banda tb começa a questionar a existência divina.
Algo que tenho percebido: em muitos filmes vazios, a direção tenta compensar a falta de praticamente "tudo" com matança desnecessária de animais e nudez excessiva e fora de hora. E la vai um conselho pra quem não consegue uma namorada: vá para a Austrália. Aparentemente, qualquer mulher que vc encontrar na rua (qualquer mesmo) vai te deixar apalpá-la e fazer sexo contigo em dois minutos, ainda que vc pareça um maluco. Sobre isso, cheguei a me questionar se o diretor não estaria fazendo alguma crítica sobre como é fácil levar uma mulher para a cama hj em dia- mas não, não pode ser isso. Foi só nudez "para encher linguiça" (talvez literalmente).
Em diversas outras situações fiquei tentando achar algum sentido para tanto nonsense, mas parei antes que eu virasse uma daquelas pessoas que enxergam "sensibilidade e profundidade de natureza inigualáveis" em um quadro com dois pingos.
O final feliz, a la Hollywood, foi forçado demais na minha opinião #ata
Enfim, um filme que promete mas não entrega. Tinha potencial e terminou sendo um desperdício.
Cores do Destino
3.5 196 Assista AgoraAbsolutamente chato. Eu estava tentando buscar forças no âmago para seguir em frente (palavra de quem adora mastigar filme difícil e jamais desiste de uma película) mas aquela cena desnecessária em que maltratam o porquinho foi a gota d'água pra mim.
A Conspiração da Vaca: O Segredo da Sustentabilidade
4.4 212 Assista AgoraCO2, Metano...entre essas e muitas outras causas, sempre estranhei não ver alguém mencionar o sobrepeso como vilão do meio ambiente. Os médicos alardeiam que as pessoas que comem demais podem ter colesterol, artérias entupidas, etc., etc., etc. mas ninguém comenta que uma pessoa que come demais come por duas- ou três. Ora, não deveríamos comer mais do que o necessário para sobreviver. Não estou dizendo que deveríamos ser anorexicos, mas boa parte das pessoas enche o prato de forma desnecessária (especialmente alguns homens, pra "provar que comem feito machos"). Ainda, reduzir o consumo de carne para um, dois ou três dias da semana tb não mataria ninguém. Tenho um amigo que acha chique/ bonito/digno de admiração dizer que come um filé do tamanho de um boi td dia no almoço e na janta...talvez pra "mostrar que pode pagar", velho hábito tupiniquim.
Amor Pleno
3.0 558Ela passa o filme todo correndo, dançando e rodopiando...quem vê de fora deve achar que aquela é uma pessoa muito feliz........
Ela se sentia sufocada em Paris, a filha preferiu ir morar com o pai, o cara que ela amava mal a esperou virar as costas pra voltar com uma ex...
Não conseguia emprego, não tinha amigos...
Se sentia sozinha, profundamente sozinha.
Casou-se com alguém que a fazia sentir-se mais sozinha ainda.
Traiu sem querer fazê-lo pq se sentia sozinha.
Sofria do maior dos males dos nossos tempos. Se sentia e estava sozinha.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraE na hora da entrevista em que a repórter questiona se ela chegou a pensar em abrir mão do Jack logo após ele ter nascido para que ele pudesse ser livre?
Se ela o tivesse enviado pra adoção, teria sido julgada por abrir mão do próprio filho.
Como não enviou, é automaticamente rotulada de egoísta.
Eta mundo difícil de agradar.
Respire
3.8 290 Assista AgoraTalvez a "asma" seja simbólica e esteja sendo usada para representar a "falta de ar" que sentimos ao estar em uma relação tóxica.
Gosto de pensar que a cena da corrida tenha sido idealizada para mostrar o "quem-pode-mais" entre elas: Sarah vem correndo, "esbarra" na Charlie, que se sente afetada e resolve revidar depois de ter apanhado por tanto tempo. Ela então ganha fôlego, corre e esbarra pra dar o troco na Sarah, mas esta até mesmo ri da tentiva enquanto Charlie tenta continuar a corrida aos tropeções- seu fôlego (ou seu psicológico), contudo, não dá conta do recado e ela vai ao chão (ou ao fundo do poço).
Bateu, mas tomou de si mesma. Ela não tinha "força" para "derrubar" Sarah.
Lírios D'Água
3.1 159Diria eu que a cena da maçã refere-se à vontade da personagem de provar o mesmo "fruto proibido" que o seu objeto de desejo havia saboreado- e não podia ser qualquer "maçã", tinha que ser a de Floriane.
O Garoto que Come Alpiste
3.5 50Não li o livro e nem pretendo fazê-lo para evitar comparações. Enquanto filme, achei espetacular.
Fiquei o tempo todo esperando pelo momento em que o diretor nos mostraria que Yorgos desistiu de ser uma pessoa honesta, como na cena em que ele carrega o tapete enrolado no apartamento do vizinho. Cheguei a pensar que ele havia decidido “empacotar” o senhor para então ficar morando no apartamento dele. Imaginei o mesmo quando ele adentrou a pet shop e depois a igreja. Em vez disso, comprou alpiste e uma vela com os últimos trocados que tinha e, ainda por cima, foi rezar.
E ele realmente tentou não perder a dignidade: recusou comida após desmaiar em frente ao cara do piano (note aqui a importância de se ter que “falar a língua alemã” para “obter o trabalho que garantiria a subsistência”- alusão à UE) e evitou pedir ajuda à mãe a todo custo, como se isso fosse a coisa mais horrível do mundo.
Por vezes, tive a impressão de que o diretor quis nos passar a mensagem de que nosso protagonista estava sempre “tentando se equilibrar”, como quando se pendurou na janela da cozinha para colocar alpiste para o pássaro que estava na varanda, ou quando esteve de pé em cima da pia, apoiando contas vencidas na nuca enquanto pensava no que viria acontecer mais adiante.
Sobre a espetacular cena em que ele está dando uns amassos na menina: a câmera desfocada e a camiseta pendurada no pescoço dão a ilusão de que ali há uma corda; é como se ele estivesse prestes a ser enforcado e suas palavras, olhar e desespero reforçam essa idéia- e ele realmente deve ter se sentido assim momentos depois, quando a menina pareceu sentir um misto de arrependimento, pena e até mesmo nojo, por estar ali com praticamente um mendigo. Há alguns dias ele tinha uma casa bem bonitinha no padrão classe média e, agora, é um indigente que percebe que até sua vida amorosa deixará de existir por razões óbvias.
Então, ele finalmente encontra uma escada, a carrega para seu novo esconderijo e, em vez de subir, desce alguns degraus para chegar às ruínas(triplo sentido detected), dar comida ao seu pássaro e seguir levando a vida, sabe-se lá como...
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraSuper protetores e preocupados com seus filhos, os pais não perceberam que o ambiente que criaram dentro de casa se tornou muito pior do que qualquer outra coisa que poderia ter acontecido fora dela.
Quando a filha mais velha sumiu, o pai saiu pela estrada enquanto os demais permaneceram latindo na porta de casa, mostrando que o adestramento havia surtido efeito. Efeito este que não trouxe resultados benéficos porque, apesar de terem sido teoricamente bem treinados, na prática não houve ações concretas para resolver a situação, da maneira que bem pede a vida real. Mas e a mãe? Tendo conhecimento de que era tudo uma farsa e que seria “seguro” sair de casa, por que ela não foi à procura da filha junto com seu esposo?
Me parece que o foco acabou por recair nos filhos, mas também existe ali uma crítica direcionada à esposa: ela é extremamente submissa ao seu marido e acabou por tornar-se tão frágil e adestrada quanto os filhotes.
Ainda sobre o sumiço da filha mais velha: a mãe estava visivelmente alterada com o desaparecimento mas ainda assim se manteve passiva e não disse uma palavra sobre eles enquanto pais terem ido longe demais, certamente por medo de contrariar o marido. Em outra cena, ele a culpa diretamente por as coisas terem saindo de controle e diz algo sobre como seu cabelo está despenteado, o que poderia vir a influenciar negativamente as crianças. Ele, em seguida, sugere que haja um incesto na casa e ela não dá um pio de discordância. Haja passividade.
Por fim, também me chamou a atenção a regra que dizia só ser seguro sair de casa utilizando-se de um carro; uma crítica direta às crianças de condomínio dos dias de hoje, que vivem em suas bolhas particulares e protegidas. Abrir o portão, ligar o carro para que este ande exatos 2 metros portão afora para recolher um brinquedo/avião caído parece absurdo na tela, mas há pessoas que sequer vão até a esquina comprar pão sem o auxílio de seus automotores.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista Agora"Amo quando ouço uma música e penso nela. Amo como ela faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, tipo...como se a vida valesse a pena."
O amor talvez seja uma forma de egoísmo e, às vezes, pode até ser difícil saber se amamos a pessoa ou o sentimento que ela nos proporciona. Em outras palavras, como fazemos pra saber se gostamos mesmo de alguém ou se os cafunés, os beijos, o fato de termos alguém pra passar o fim de semana, etc. são o que realmente fazem com que nos sintamos nas nuvens?
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraOlhando de fora, parece patético o fato de o cara estar lá dançando, viajando ou rindo “sozinho”, mas na cabeça dele, ele está, naquele momento, não só acompanhado como muito feliz.
Enquanto pessoa, o mais importante é experimentar uma emoção ou importa mais compartilhá-la? Um sentimento não compartilhado seria inválido?
Filme profundo, muito profundo.
Carandiru
3.7 750 Assista AgoraSobre a cena final, quando um cachorro encara um gato, talvez a mensagem seja essa:
"os cães da polícia caminham sobre os locais manchados de sangue que eles mesmos derramaram e ainda encaram os demais sobreviventes, que até se sentem acuados e sabem da "superioridade" daquele que os oprime, mas terminam por permaner ali, estáticos, talvez por pensar que fugir é inútil."