Quando eu pinto e termino, fico pensando nas partes da pintura que eu mais gostei, ainda que meus olhos me levem pras que eu menos gostei. Em outros âmbitos artísticos, fico pensando na preocupação do cineasta quando vê seu filme pronto, sobre as partes que lhe salta mais aos olhos. Felizmente, no cinema espectadora, consigo ressaltar o que tem de mais bonito e a longa-sequência em que ela escuta o rock e se levanta pra dançar já me ganhou pelo filme inteiro de tão linda que é.
O filme é lindo e a Joanna Kulig é o filme inteiro.
Anualmente por muito tempo da minha vida, tinha apresentações de dança de grupos folclóricos (Polônia incluso) aqui na cidade e era uma coisa que sempre me pegava: quais são as histórias individuais? Há alguns anos passei a acompanhar uma artista (Katherine Tsenkova, ou Katikasss) que é uma das minhas cantoras de covers favorita no Youtube e que volta e meia posta apresentações folclóricas búlgaras. E ela quebrou pra mim a imagem da menina abaixo das vestes típicas e me inspirou a perguntar novamente: qual o caminho que ela segue?
Assistir Guerra Fria é um presente, adentrar na história de uma das integrantes do grupo é lindo de uma forma que só a vida em seu curso natural de encontros e desencontros e amores diversos consegue ser.
Assisti, li o livro, fui re-assistir. Achei que nesse caminho a Lara Jean e o Peter perderam a química. E a atuação mais crível passou a ser do Israel Broussard.
Mas ainda gosto do filme e guardo no coração as similaridades com a Laranjinha.
Eu olho pro cartaz e volto a chorar. Pesado. Sinto que se passarão dias e eu continuarei pensando na Cleo (e nas muitas Cleos latinas, desse retrato nosso), na relação empregado x empregador, na pirâmide de classes, nesse recorte de história, nesse amor e desamor, na pureza, ingenuidades e inocências.
Achei a proposta bem interessante. É de espantar que não tenham feito antes algum filme sobre o submundo de cams e pornografia na internet. É interessante também, se entendi, a proposta de
deep fake, se for considerar que o site que contratava as meninas ficava com metade do dinheiro delas, quando elas já tinham destaque o suficiente, seria uma saída bem rentável cloná-las e ficar com o dinheiro todo. Quem iria acreditar no que Alice viu dentro do País das Maravilhas?
Eu ainda não sei definir o que senti do filme, ainda vou pensar direitinho e rever teorias. Mas acho um erro achar que o discurso do Grindelwald não coloca medo. Ele junta seguidores por falar o que eles querem, por colocar a culpa no adversário. Acho inteligente investir na ideia do vilão que não esbraveja, mas que fala calmo e consegue quem dê a vida por "um bem maior". Se relembrarmos a história, ele envolveu até Dumbledore nesse discurso.
Achei atual, inclusive. Não só pelo cenário político, mas por um vilão recente do cinema/blockbusters que também não esbravejava e fez bastante estrago: Thanos.
Acho que a proposta foi melhor que o resultado. Esperei conclusões das histórias, tinha entrevistados sensacionais ali. Saí com a sensação de que a história, de fato, não foi terminada. Não sei se um problema de roteiro ou se um problema de direção. Não foi uma montagem coerente. Mas é bom esbarrar com músicas que conheço desde pequena, sendo cria de donos de bar e românticos apreciadores do brega.
Entre tantas coisas, dá um peso no coração a valorização da vida no meio de tanta morte. E a filmagem e direção é muito característica do Cuarón. Em muitas tomadas, o clima lembrava muito O prisioneiro de Azkaban, no movimento, na obscuridade.
Não foi dessa vez que foi um filme sobre uma adolescente gorda onde ser gorda não é só uma característica física, mas um motivo pra compensar sendo outras coisas. Eu esperei que não fosse porque estamos muito distantes, penso, de entender gordo como um adjetivo e só.
Não acho que seja perceptível a todos, mas tem muitas nuances ali do dia-a-dia gordo: a invisibilidade, o apagamento de ~feminilidade~, o entendimento automático do gordo como feio, como excluído, como sedentário, como engraçado, como inteligente, nerd, loser. Passei muito tempo da minha vida sem entender porque as pessoas me liam como lésbica sempre. Existe um entendimento social, aparentemente, de que lésbicas tem comportamentos 'masculinos'. Eu nunca fui lida como feminina e ser gorda tem um dedo nisso. Total Sierra nesse aspecto. É péssimo pressão social? com certeza, é essa coisinha que TODOS passam. Mas quando vem uma personagem padrão e diz "você não sabe como é ser eu", o que apita na minha mente é: enquanto você se sente excluído, uma sensação sua, a questão do gordo é que A SOCIEDADE QUE EXCLUI. Não acho necessariamente que é um erro do filme. Adolescentes se entendem assim mesmo. Se é pra lembrar que a gente tá numa mentalidade fodida de demonizar o gordo, é válido sim, pra mim, mostrar que alguém passe e desconstrua isso. Para Todos os Garotos Que Já Amei também trata de uma adolescente não popular, mas ela não é necessariamente uma loser e todo mundo acha fofíssima e as coisas dão certo pra ela e ela não é rejeitada etc, porque, bem, ela é magra. O filme não deixa de ser bom por isso, veja bem. Mas se ela fosse gorda o filme teria que dar voltas pra inserir explicações de auto estima, aceitação, etc. Porque acho que gordo nenhum passa na vida sem escutar isso repetidas vezes, especialmente se for mulher. Esse é o molde social hoje e ainda tem muito chão pra mudar isso.
Achei, no geral, um filme confortável de ver porque eu tenho muito da Sierra. E é bom se ver, de vez em quando, representada num filme fácil, já que comédias românticas passam muito longe de fazer esse papel.
E não me espanta que as pessoas tenham gostado mais da Verônica, rs. A verônica tem mesmo uma história interessante e fácil de gostar. Ela geralmente é o foco das outras comédias românticas, aliás. Mas tirando o foco dela, ainda temos uma mãe frustrada, gorda, que projeta na filha a pressão social de ser gorda. Ver além da Verônica é difícil, né.
Termino dizendo que, pra todo mundo que é rosa, vocês é que não sabem como é ser girassol. E a música é uma delicinha.
Ah, eu fingi que aquele final não existiu, porque muito ruim, rs.
A casca dura, a briga entre gangues femininas, o escape da realidade (aquela cena em que elas performam Diamonds é muito, muito maravilhosa, inclusive em como o som segue só com a música e depois corta pra elas cantando, numa volta a realidade), o posicionamento com 'feminilidade' entre as meninas, mas entre os meninos mostrar força escondendo que é mulher, o senso de responsabilidade maternal (e cultural), a sororidade. Céline Sciamma é maravilhosa, até onde vi, em mostrar o crescimento e sentimento juvenil, especialmente de minorias.
E a cena em que Vic entra na boate pra entregar a droga, não é de surpreender que todos os frequentantes sejam brancos.
Vic/Marieme é uma protagonista maravilhosa e seu "bande de fille" é maravilhoso junto.
They Remain
1.7 10Tô indignada como um filme ruim desses tem um poster lindo.
They Remain
1.7 10kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Misericórdia, que filme ruim, pqp. Tô rindo de ódio.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraGenial.
A Balada de Buster Scruggs
3.7 533 Assista AgoraComo ler um livro divertido de contos.
Podres de Ricos
3.5 509 Assista AgoraMenine, e essa entrada da noiva? Que imaginação maravilhosa
Culpa
3.9 355 Assista AgoraQue aflição, misericórdia.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraQuando eu pinto e termino, fico pensando nas partes da pintura que eu mais gostei, ainda que meus olhos me levem pras que eu menos gostei. Em outros âmbitos artísticos, fico pensando na preocupação do cineasta quando vê seu filme pronto, sobre as partes que lhe salta mais aos olhos. Felizmente, no cinema espectadora, consigo ressaltar o que tem de mais bonito e a longa-sequência em que ela escuta o rock e se levanta pra dançar já me ganhou pelo filme inteiro de tão linda que é.
O filme é lindo e a Joanna Kulig é o filme inteiro.
Anualmente por muito tempo da minha vida, tinha apresentações de dança de grupos folclóricos (Polônia incluso) aqui na cidade e era uma coisa que sempre me pegava: quais são as histórias individuais?
Há alguns anos passei a acompanhar uma artista (Katherine Tsenkova, ou Katikasss) que é uma das minhas cantoras de covers favorita no Youtube e que volta e meia posta apresentações folclóricas búlgaras. E ela quebrou pra mim a imagem da menina abaixo das vestes típicas e me inspirou a perguntar novamente: qual o caminho que ela segue?
Assistir Guerra Fria é um presente, adentrar na história de uma das integrantes do grupo é lindo de uma forma que só a vida em seu curso natural de encontros e desencontros e amores diversos consegue ser.
Para Todos os Garotos que Já Amei
3.7 1,2KAssisti, li o livro, fui re-assistir.
Achei que nesse caminho a Lara Jean e o Peter perderam a química. E a atuação mais crível passou a ser do Israel Broussard.
Mas ainda gosto do filme e guardo no coração as similaridades com a Laranjinha.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraEu olho pro cartaz e volto a chorar.
Pesado.
Sinto que se passarão dias e eu continuarei pensando na Cleo (e nas muitas Cleos latinas, desse retrato nosso), na relação empregado x empregador, na pirâmide de classes, nesse recorte de história, nesse amor e desamor, na pureza, ingenuidades e inocências.
Tão ingênua x tão colonizadores.
tô triste.
Dumplin'
3.5 421 Assista AgoraComo pegar um livro e adaptá-lo pro cinema melhorado <3
Cam
3.1 548 Assista AgoraAchei a proposta bem interessante. É de espantar que não tenham feito antes algum filme sobre o submundo de cams e pornografia na internet.
É interessante também, se entendi, a proposta de
deep fake, se for considerar que o site que contratava as meninas ficava com metade do dinheiro delas, quando elas já tinham destaque o suficiente, seria uma saída bem rentável cloná-las e ficar com o dinheiro todo. Quem iria acreditar no que Alice viu dentro do País das Maravilhas?
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraEu ainda não sei definir o que senti do filme, ainda vou pensar direitinho e rever teorias.
Mas acho um erro achar que o discurso do Grindelwald não coloca medo. Ele junta seguidores por falar o que eles querem, por colocar a culpa no adversário. Acho inteligente investir na ideia do vilão que não esbraveja, mas que fala calmo e consegue quem dê a vida por "um bem maior".
Se relembrarmos a história, ele envolveu até Dumbledore nesse discurso.
Achei atual, inclusive. Não só pelo cenário político, mas por um vilão recente do cinema/blockbusters que também não esbravejava e fez bastante estrago: Thanos.
Vou Rifar Meu Coração
4.1 214Acho que a proposta foi melhor que o resultado. Esperei conclusões das histórias, tinha entrevistados sensacionais ali. Saí com a sensação de que a história, de fato, não foi terminada. Não sei se um problema de roteiro ou se um problema de direção. Não foi uma montagem coerente. Mas é bom esbarrar com músicas que conheço desde pequena, sendo cria de donos de bar e românticos apreciadores do brega.
Odair José, melhor entrevistado, dos artistas.
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraEntre tantas coisas, dá um peso no coração a valorização da vida no meio de tanta morte.
E a filmagem e direção é muito característica do Cuarón. Em muitas tomadas, o clima lembrava muito O prisioneiro de Azkaban, no movimento, na obscuridade.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraEu sempre esqueço de incluir esse filme como um dos mais tristes que já vi.
Prova de Redenção
4.2 363A edição desse filme é a coisa mais linda do mundo.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraEu amo a noção do que é amor do Spike Jonze.
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KMulheres enlouquecidas por um pau de ouro.
Ah vá.
Sierra Burgess é uma Loser
3.1 748 Assista AgoraNão foi dessa vez que foi um filme sobre uma adolescente gorda onde ser gorda não é só uma característica física, mas um motivo pra compensar sendo outras coisas. Eu esperei que não fosse porque estamos muito distantes, penso, de entender gordo como um adjetivo e só.
Não acho que seja perceptível a todos, mas tem muitas nuances ali do dia-a-dia gordo: a invisibilidade, o apagamento de ~feminilidade~, o entendimento automático do gordo como feio, como excluído, como sedentário, como engraçado, como inteligente, nerd, loser. Passei muito tempo da minha vida sem entender porque as pessoas me liam como lésbica sempre. Existe um entendimento social, aparentemente, de que lésbicas tem comportamentos 'masculinos'. Eu nunca fui lida como feminina e ser gorda tem um dedo nisso. Total Sierra nesse aspecto.
É péssimo pressão social? com certeza, é essa coisinha que TODOS passam. Mas quando vem uma personagem padrão e diz "você não sabe como é ser eu", o que apita na minha mente é: enquanto você se sente excluído, uma sensação sua, a questão do gordo é que A SOCIEDADE QUE EXCLUI. Não acho necessariamente que é um erro do filme. Adolescentes se entendem assim mesmo. Se é pra lembrar que a gente tá numa mentalidade fodida de demonizar o gordo, é válido sim, pra mim, mostrar que alguém passe e desconstrua isso.
Para Todos os Garotos Que Já Amei também trata de uma adolescente não popular, mas ela não é necessariamente uma loser e todo mundo acha fofíssima e as coisas dão certo pra ela e ela não é rejeitada etc, porque, bem, ela é magra. O filme não deixa de ser bom por isso, veja bem. Mas se ela fosse gorda o filme teria que dar voltas pra inserir explicações de auto estima, aceitação, etc. Porque acho que gordo nenhum passa na vida sem escutar isso repetidas vezes, especialmente se for mulher. Esse é o molde social hoje e ainda tem muito chão pra mudar isso.
Achei, no geral, um filme confortável de ver porque eu tenho muito da Sierra. E é bom se ver, de vez em quando, representada num filme fácil, já que comédias românticas passam muito longe de fazer esse papel.
E não me espanta que as pessoas tenham gostado mais da Verônica, rs. A verônica tem mesmo uma história interessante e fácil de gostar. Ela geralmente é o foco das outras comédias românticas, aliás. Mas tirando o foco dela, ainda temos uma mãe frustrada, gorda, que projeta na filha a pressão social de ser gorda. Ver além da Verônica é difícil, né.
Termino dizendo que, pra todo mundo que é rosa, vocês é que não sabem como é ser girassol. E a música é uma delicinha.
Ah, eu fingi que aquele final não existiu, porque muito ruim, rs.
Garotas
3.9 66 Assista AgoraO crescimento de meninas adolescentes na periferia francesa onde cada menina ali, diante a realidade, cresce à força e com força no seu próprio jeito.
A casca dura, a briga entre gangues femininas, o escape da realidade (aquela cena em que elas performam Diamonds é muito, muito maravilhosa, inclusive em como o som segue só com a música e depois corta pra elas cantando, numa volta a realidade), o posicionamento com 'feminilidade' entre as meninas, mas entre os meninos mostrar força escondendo que é mulher, o senso de responsabilidade maternal (e cultural), a sororidade. Céline Sciamma é maravilhosa, até onde vi, em mostrar o crescimento e sentimento juvenil, especialmente de minorias.
E a cena em que Vic entra na boate pra entregar a droga, não é de surpreender que todos os frequentantes sejam brancos.
Vic/Marieme é uma protagonista maravilhosa e seu "bande de fille" é maravilhoso junto.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraDa Nadine eu só confio. Quero <3
Querido John
3.3 2,4K Assista AgoraTenta contar a história de vários personagens em paralelo, mas não consegue nem se aprofundar na história dos protagonistas.
A Rainha de Espadas
4.0 3Adoraria ver, alguém sabe onde achar? :)
Wicked
20Gente, mas não saiu mesmo nenhuma informaçãozinha sobre? A suposta estreia já é ano que vem, pelo amor de deus, mandem sinal que o projeto ta vivo!