Do início até metade do filme as cenas foram tão minuciosamente montadas quanto a própria experiência gastronômica proposta. A dinâmica tanto dos clientes entre si quando deles com aquela funcionária que os guia nas primeiras cenas é angustiante, digna de um suspense. A falta de empatia entre os personagens cria uma sensação de agonia geral em quem está assistindo. A Margot que faz pouco caso da apreciação do Tyler, a Bloom que faz suas críticas constantes e mordazes sem preocupação em ser ouvida, os artistas e os ricos que estão alí sem a menor reverência pelo "espetáculo" que estão vivenciando, a funcionária que trata os clientes com demasiado rigor como se fossem crianças rebeldes incapazes de se comportar. Tudo isso cria uma atmosfera de tensão que acredito ser digna do gênero.
depois de certo ponto o filme começa a se desenvolver de forma desleixada. Os funcionários conhecem cada cliente ali, era de se esperar que uma grande porção deles fosse ter uma morte bem específica, mas poucos clientes foram explorados em suas mortes. O Menu proposto pela equipe perde o roteiro ao qual se propôs e não temos mais a deliciosa sensação de que tudo está orquestrado e controlado, vira uma bagunça. Se essa seria a obra prima do chef antes de seu grande sacrifício ritualístico, não terminou digno o suficiente para valer a vida de todos ali. A inteligência de Margot foi muito aleatória. Ela viu uma foto dele fazendo hambúrguer na chapa e isso foi o suficiente para toda aquela ideia mirabolante a seguir? Achei milagroso e aleatório demais.
A cena final a princípio me causou estranhamento, por também achar aleatório demais todos morrerem parecendo conformados e até um tanto quanto felizes. Mas ao puxar na memória cenas anteriores, foi interessante perceber a transição que foi feita após o guarda se revelar um dos funcionários do chef. Essa cartada na manga culminou na perda do resto de esperanças que todos tinham, fazendo com que a aceitação da morte (e até apreciação) fosse possível.
No geral, um filme com grande potencial que poderia ter sido melhor desenvolvido, talvez se tivessem colocado menos personagens e assim sido capazes de explorar melhor cada um, quem sabe.
O que prometia ser um filme empolgante sobre vida dupla, descobertas sexuais e fetichismo acabou como um romance insosso. É forçado no final mostrar que tudo que aconteceu (lá vem o spoiler) foi devido a um transtorno, mas isso não foi bem construído ao longo do filme. Os caras que terminaram sendo agressivos não demonstraram violência no decorrer das cenas, pra criar um suspense e até as cenas de sexo não foram tão bem exploradas. A angústia da personagem, causada pelo transtorno, mal dá pra sentir.
É incrível ver que o cinema coreano não precisa de muito pra fazer obras primas. A maior parte do filme acontece dentro de duas casas, enquanto filmes caríssimos, que possuem um cenário muito mais elaborado, não oferecem o que um filme como esse oferece.
Na minha opinião o loop no qual o personagem principal se encontra é uma referência as reencarnações e a roda de samsara. Vi algumas pessoas dizendo que Mr. Robertson também seria a mesma pessoa que Jane/John/Garçom, mas para mim isso não faz sentido. Mr. Robertson é o galo, ou um encarregado dele, pois ele conhece toda a história, independente do tempo no qual se encontra, e apenas dá as cartas. Em uma alegoria ao que ocorreria na roda de samsara, Jane tem livre arbítrio para tomar suas decisões, mas ao simplesmente seguir seus instintos ela permanece no loop de reencarnações. Se, por exemplo, John tivesse agido conscientemente e decidido ficar com Jane o loop seria quebrado. Em determinado ponto do filme é dito que o futuro não pode ser evitado, mas ao mesmo tempo sempre existem pessoas se esforçando pra fazer com que o futuro aconteça "como deve ser", o que dá a impressão de que esse futuro predestinado é na verdade forçado. Infelizmente eu não vou encontrar o nome da teoria agora, se eu encontrar futuramente talvez edite esse comentário, mas existe uma teoria que afirma que a reencarnação não é realmente necessária, porém após o desencarne de uma pessoa existem espíritos "ruins" disfarçados de espíritos de luz que fazem o espírito desencarnado acreditar que precisa reencarnar, deixando assim o espírito preso no ciclo de reencarnações. De certa forma, é esse que soa ser o papel de Mr. Robertson, e por consequência o papel do garçom que após ser doutrinado ensina essa mesma filosofia para John. Mr. Robertson, sendo esse espírito que ilude, apesar de parecer inofensivo, exerce um papel essencial mantendo Jane/John/Garçom realizando as mesmas ações eternamente, como um agente que busca manter a pessoa presa ao seu karma (suas ações).
Uma outra teoria seria a possibilidade de Mr. Robertson ser uma crítica ao deus cristão, pintando-o com esse ar sádico disfarçado de amigável.
Uau! Quem diria que o filme mais esperado do ano pelos evangélicos seria uma crítica tão forte ao extremismo de direita que está tão presente na igreja evangélica da atualidade. "Fomos chamados não para governar, e sim para cuidar". Explica isso para os extremistas que lutam pra que candidatos religiosos igualmente extremistas dominem o governo.
Eu queria entender, se você odeia tanto filmes de romance, porque você assiste? Afinal, só de olhar a capa desse filme já dá para saber que ele tem esse estilo. Então não da pra dizer que foi sem querer. Quis assistir esse filme justamente porque ele promete ser um romance sem nada de complexo demais, e ele prometeu o anunciado.
O que mais me impactou nesse filme foi notar que a linha de pensamento dos radicais do Estado Islâmico é semelhante a dos extremistas de direita aqui do Brasil. Eles partem do princípio de que estão sendo oprimidos e graças ao sentimento que isso desencadeia, eles se prendem em um mundo obsessivo, paranóico e doentio. E o mais assustador é ver que o tipo de pessoa perfeita pra acreditar nessas teorias são justamente pessoas empáticas. Pessoas que enxergam que há uma injustiça sendo feita e não conseguem não fazer algo em relação a isso. É também angustiante ver os pais de Layla desesperados, porém sem saber como ajudá-la. Apesar das críticas que vi sobre esse filme ser superficial demais, eu acredito que o objetivo dele não era mostrar informações detalhadas sobre o estado islâmico, mas sim mostrar a jornada de Layla.
Engraçado, vejo todo mundo dizendo que o Noé conforme descrito no filme virou um tirano, e etc., mas para mim a impressão que ficou foi a de que o homem é incapaz de ser Deus. O homem, por si só, faz a justiça através da crueldade, ou através da complacência, o 08 ou o 80. E em Deus a justiça está em seu equilíbrio. À Noé foi dada a missão de ser frio e racional, esse foi seu papel. Se ele não tivesse a capacidade de ser racional, não seria capaz de fazer a justiça. Assim como um juiz muitas vezes não é capaz de dar vitória à alguém, sem condenar outro alguém. Mas a justiça de Noé era temporária, na verdade ele nem mesmo estava fazendo justiça, ele estava auxiliando na justiça de Deus e por um instante achou que a justiça era sua. Aí começou seu erro. Vocês acham que Noé seria capaz de auxiliar nos planos de Deus se ele não tivesse enxergado toda a desgraça da raça humana e perdido a fé? Deus deu a ele visões que o fizeram capaz de deixar todas pessoas fora da arca, mas Deus também encheu seu coração de compaixão quando foi o momento de agir com compaixão, assim como a personagem da Emma disse. Porém, eu não julgo Noé. Não é fácil entender a vontade de Deus. Para a humanidade, a vida não é um calculo matemático com formulas para todas as situações. Em síntese, se for para encarar esse filme como uma crítica, na minha opinião ele é uma crítica à nossa incapacidade de sermos equilibrados, sempre pendendo entre a extrema complacência e o extremo niilismo.
Achei que o término do Ben com a Kat foi muito repentino e mal construído. Foi aquela coisa de "bom, os dois precisam de um final feliz, então vamo juntar os dois e pronto".
Quando você pede respeito através do desrespeito você perde sua credibilidade e restringe a compreensão do seu protesto para o pequeno número de pessoas que não se ofenderão com o desrespeito que você está inflingindo. Da mesma forma como quando você se desespera a calar o que te inflige pode ser uma expressão da sua insegurança. É o paradoxo desse tipo de protesto não-tão-pacífico.
Acho que as pessoas ofendidas tem todo o direito de se sentirem assim, afinal o protesto foi feito justamente para incomodar. Seria hipocrisia dizer que elas não queriam ofender. Se não quisessem ofender não teriam usado como objeto a parte mais sagrada da vida daquelas pessoas que estavam ali presentes. É como xingar sua mãe e esperar que você não se enfureça. Contudo, é válido analisar que a proporção da ofensa que elas infligiram talvez seja condizente com o quanto elas se sentem violentadas pelo estado e pela igreja.
Em algum momento algum dos lados precisaria sair do modo de ação-reação automática, onde um bate e ofende, o outro apanha e bate, e assim fica o ciclo constante. E, tendo em vista a posição privilegiada do clero, era de se esperar que essa quebra na automaticidade viesse dele, uma vez que o protesto sofrido é pífio quando comparado à constante opressão que as protestantes são submetidas diariamente. (Lembrando que quando falo sobre o clero, não incluí os fiéis - pois esses muitas vezes por sua fé acabam vivendo acorrentados às ideias do clero e do estado).
Achei interessante que desde o princípio deu a entender que o Stephen gostava da Ema, mas no final das contas o filme acabou sem que nada realmente ocorresse de romântico entre os dois. Isso é algo que não é de se esperar, principalmente no gênero.
Outro ponto é que da pra notar o ciclo de auto sabotagem no qual nós entramos em determinadas situações da nossa vida.
Um comentário que se adequa bem às críticas ao filme é quando citam Jim Carrey falando "queria que todos fossem ricos e famosos, para que vissem que essa não é a resposta" e o público retruca dizendo "é fácil pra ele dizer isso, ele é rico". Mas é claro que é fácil, difícil é você que não é rico ficar julgando quem é baseado nas SUAS experiências de vida, não nas deles. É muito fácil ter preconceito de rico e julgar a vida deles superficial quando não se é rico. Aliás, até lembrei agora que Buda (Sidarta) era podre de rico, então se você valoriza os ensinamentos budistas e menospreza os insights dos ricos tá rolando uma contradição aí. Independente da classe social as pessoas precisam de liberdade de expressão, de compartilhar suas angústias (adivinha só, dinheiro não dissipa todas angústias dos seres humanos). Só acho que dentre todos que participaram do documentário, escolher os minimalistas como protagonistas não foi a melhor escolha. A intenção do documentário não é falar que você precisa ser pobre pra ser minimalista, ao contrário. Existem até cenas onde eles explicam que não é essa a questão, como em uma das palestras dos minimalistas onde eles são questionados por um senhor, ou quando o loirinho fala que usa roupas de boa qualidade. Pra chegar a conclusões preconceituosas assistindo esse filme é realmente preciso assistir na defensiva pra conseguir ignorar a mensagem que é passada e captar só o que convém.
Um dos pontos que mais me marcou foi terem apontado a parcela de responsabilidade que nós como público temos. Ok, em muitos momentos isso foi colocado como uma maneira de livrar os humoristas de suas responsabilidades. Fora isso, é um ponto a se analisar.
A primeira coisa a impressionar-me foi a belíssima fotografia. O filme é previsível, mas não deixa de ser comovente. É interessante observar o lado humano das freiras, cada uma com seu tipo de fé. As vezes essa padronização que há faz com que pareçam todas robozinhos, assim como acontece com qualquer grupo uniformizado onde todos abrem mão de suas vidas para uma mesma causa. Esse filme nos dá a chance de enxergar o que está além de todos aqueles panos - seres humanos distintos com seus próprios medos e ambições.
A proposta é interessante, dava pra ter sido brilhantemente executada. Mas não foi. O filme não é um completo desperdício, pois traz alguns argumentos bons, porém dava pra ter trazido muito mais. Se o objetivo era fazer a existência de deus ser provada através do material científico que já temos, faltou muito.
A pesquisa feita por Nurit Peled-Elhanan é de extrema relevância para entender o que passa na cabeça dos militares israelenses, ou mesmo da população em geral que apóia a guerra não declarada. É uma pesquisa que traz dados essenciais para entender o processo de desumanização palestina, assim como também entender a relevância política dos livros didáticos. Uma vez ouvi, não lembro onde, alguém dizer que o lado vencedor conta a história. É uma frase meio óbvia, mas não paramos muito pra refletir nisso. Se eu venço uma guerra, e o meu inimigo está morto ou não tem voz, eu conto a história da forma que eu preferir, porque eu sou a única fonte ou a fonte com maior credibilidade.
Esse filme tem uma das coisas que mais sinto falta em filmes de terror/suspense: personagens psicologicamente intrigantes. A maioria dos filmes que lança-se hoje em dia é sangue, sangue, demônio, demônio, mas não tem personagens realmente densos para você ficar analisando e te prender.
Achei interessante o desenrolar filosófico da vida de Takaki, e do filme num geral. Ao contrário da maioria das animações do gênero, essa animação segue um curso bem ''real'', sem magia ou grandes ilusões de que as coisas sempre funcionam de determinada maneira.
A premissa em si não é para ser espetacular. É como se fosse uma aula. O conteúdo é relevante, mas obviamente devido a avançada idade do orador e suas habilidades limitadas a palestra se desenrola de maneira lenta e arrastada. Acredito que deva ser julgada pelo conteúdo ministrado em si e não a forma como foi ministrada.
Tocante, poderoso... Humano! O documentário traz questões essenciais da existência humana, como o próprio conceito de existência. Em meio a toda liquidez e superficialidade que nossas vidas tem se tornado, em meio a todas tecnologias e toda robótica, o que nós realmente precisamos é de humanidade. Existir está longe de ser definido como o respirar, ter sangue correndo em suas veias. Existir é ser relevante. O homem consegue enxergar a necessidade em pisar em outros corpos celestes, mas não consegue ver a relevância de tocar o coração de um outro alguém, e permitir ser tocado. Tudo que esses idosos precisam é serem humanos de verdade, viverem as casualidades do dia-a-dia, as coisas que nós nem prestamos atenção, mas que quando são tiradas de nós levam nossa essência com elas. Escolher a roupa que se vai vestir, visitar um conhecido, ouvir música, dançar, sentir o vento batendo no rosto. Ouvir um ''obrigada'', receber um abraço, fazer a diferença. O homem consegue enxergar a necessidade em pisar em outros corpos celestes, mas não consegue ver a relevância de tocar o coração de um outro alguém, e permitir ser tocado.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraDo início até metade do filme as cenas foram tão minuciosamente montadas quanto a própria experiência gastronômica proposta. A dinâmica tanto dos clientes entre si quando deles com aquela funcionária que os guia nas primeiras cenas é angustiante, digna de um suspense. A falta de empatia entre os personagens cria uma sensação de agonia geral em quem está assistindo. A Margot que faz pouco caso da apreciação do Tyler, a Bloom que faz suas críticas constantes e mordazes sem preocupação em ser ouvida, os artistas e os ricos que estão alí sem a menor reverência pelo "espetáculo" que estão vivenciando, a funcionária que trata os clientes com demasiado rigor como se fossem crianças rebeldes incapazes de se comportar. Tudo isso cria uma atmosfera de tensão que acredito ser digna do gênero.
Contudo,
depois de certo ponto o filme começa a se desenvolver de forma desleixada. Os funcionários conhecem cada cliente ali, era de se esperar que uma grande porção deles fosse ter uma morte bem específica, mas poucos clientes foram explorados em suas mortes. O Menu proposto pela equipe perde o roteiro ao qual se propôs e não temos mais a deliciosa sensação de que tudo está orquestrado e controlado, vira uma bagunça. Se essa seria a obra prima do chef antes de seu grande sacrifício ritualístico, não terminou digno o suficiente para valer a vida de todos ali. A inteligência de Margot foi muito aleatória. Ela viu uma foto dele fazendo hambúrguer na chapa e isso foi o suficiente para toda aquela ideia mirabolante a seguir? Achei milagroso e aleatório demais.
A cena final a princípio me causou estranhamento, por também achar aleatório demais todos morrerem parecendo conformados e até um tanto quanto felizes. Mas ao puxar na memória cenas anteriores, foi interessante perceber a transição que foi feita após o guarda se revelar um dos funcionários do chef. Essa cartada na manga culminou na perda do resto de esperanças que todos tinham, fazendo com que a aceitação da morte (e até apreciação) fosse possível.
No geral, um filme com grande potencial que poderia ter sido melhor desenvolvido, talvez se tivessem colocado menos personagens e assim sido capazes de explorar melhor cada um, quem sabe.
A Vida Secreta de Zoe
2.4 148 Assista AgoraO que prometia ser um filme empolgante sobre vida dupla, descobertas sexuais e fetichismo acabou como um romance insosso. É forçado no final mostrar que tudo que aconteceu (lá vem o spoiler) foi devido a um transtorno, mas isso não foi bem construído ao longo do filme. Os caras que terminaram sendo agressivos não demonstraram violência no decorrer das cenas, pra criar um suspense e até as cenas de sexo não foram tão bem exploradas.
A angústia da personagem, causada pelo transtorno, mal dá pra sentir.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraÉ incrível ver que o cinema coreano não precisa de muito pra fazer obras primas. A maior parte do filme acontece dentro de duas casas, enquanto filmes caríssimos, que possuem um cenário muito mais elaborado, não oferecem o que um filme como esse oferece.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraToda vez que lembro desse filme fico pensando no tempo de vida que perdi assistindo.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraNa minha opinião o loop no qual o personagem principal se encontra é uma referência as reencarnações e a roda de samsara. Vi algumas pessoas dizendo que Mr. Robertson também seria a mesma pessoa que Jane/John/Garçom, mas para mim isso não faz sentido. Mr. Robertson é o galo, ou um encarregado dele, pois ele conhece toda a história, independente do tempo no qual se encontra, e apenas dá as cartas.
Em uma alegoria ao que ocorreria na roda de samsara, Jane tem livre arbítrio para tomar suas decisões, mas ao simplesmente seguir seus instintos ela permanece no loop de reencarnações. Se, por exemplo, John tivesse agido conscientemente e decidido ficar com Jane o loop seria quebrado.
Em determinado ponto do filme é dito que o futuro não pode ser evitado, mas ao mesmo tempo sempre existem pessoas se esforçando pra fazer com que o futuro aconteça "como deve ser", o que dá a impressão de que esse futuro predestinado é na verdade forçado.
Infelizmente eu não vou encontrar o nome da teoria agora, se eu encontrar futuramente talvez edite esse comentário, mas existe uma teoria que afirma que a reencarnação não é realmente necessária, porém após o desencarne de uma pessoa existem espíritos "ruins" disfarçados de espíritos de luz que fazem o espírito desencarnado acreditar que precisa reencarnar, deixando assim o espírito preso no ciclo de reencarnações. De certa forma, é esse que soa ser o papel de Mr. Robertson, e por consequência o papel do garçom que após ser doutrinado ensina essa mesma filosofia para John.
Mr. Robertson, sendo esse espírito que ilude, apesar de parecer inofensivo, exerce um papel essencial mantendo Jane/John/Garçom realizando as mesmas ações eternamente, como um agente que busca manter a pessoa presa ao seu karma (suas ações).
Uma outra teoria seria a possibilidade de Mr. Robertson ser uma crítica ao deus cristão, pintando-o com esse ar sádico disfarçado de amigável.
Paulo, Apóstolo de Cristo
3.8 133Uau! Quem diria que o filme mais esperado do ano pelos evangélicos seria uma crítica tão forte ao extremismo de direita que está tão presente na igreja evangélica da atualidade.
"Fomos chamados não para governar, e sim para cuidar". Explica isso para os extremistas que lutam pra que candidatos religiosos igualmente extremistas dominem o governo.
A Filha do Meu Melhor Amigo
2.8 361 Assista AgoraEu queria entender, se você odeia tanto filmes de romance, porque você assiste? Afinal, só de olhar a capa desse filme já dá para saber que ele tem esse estilo. Então não da pra dizer que foi sem querer.
Quis assistir esse filme justamente porque ele promete ser um romance sem nada de complexo demais, e ele prometeu o anunciado.
Layla M.
3.4 21 Assista AgoraO que mais me impactou nesse filme foi notar que a linha de pensamento dos radicais do Estado Islâmico é semelhante a dos extremistas de direita aqui do Brasil.
Eles partem do princípio de que estão sendo oprimidos e graças ao sentimento que isso desencadeia, eles se prendem em um mundo obsessivo, paranóico e doentio.
E o mais assustador é ver que o tipo de pessoa perfeita pra acreditar nessas teorias são justamente pessoas empáticas. Pessoas que enxergam que há uma injustiça sendo feita e não conseguem não fazer algo em relação a isso.
É também angustiante ver os pais de Layla desesperados, porém sem saber como ajudá-la.
Apesar das críticas que vi sobre esse filme ser superficial demais, eu acredito que o objetivo dele não era mostrar informações detalhadas sobre o estado islâmico, mas sim mostrar a jornada de Layla.
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraEngraçado, vejo todo mundo dizendo que o Noé conforme descrito no filme virou um tirano, e etc., mas para mim a impressão que ficou foi a de que o homem é incapaz de ser Deus. O homem, por si só, faz a justiça através da crueldade, ou através da complacência, o 08 ou o 80. E em Deus a justiça está em seu equilíbrio.
À Noé foi dada a missão de ser frio e racional, esse foi seu papel. Se ele não tivesse a capacidade de ser racional, não seria capaz de fazer a justiça. Assim como um juiz muitas vezes não é capaz de dar vitória à alguém, sem condenar outro alguém. Mas a justiça de Noé era temporária, na verdade ele nem mesmo estava fazendo justiça, ele estava auxiliando na justiça de Deus e por um instante achou que a justiça era sua. Aí começou seu erro. Vocês acham que Noé seria capaz de auxiliar nos planos de Deus se ele não tivesse enxergado toda a desgraça da raça humana e perdido a fé? Deus deu a ele visões que o fizeram capaz de deixar todas pessoas fora da arca, mas Deus também encheu seu coração de compaixão quando foi o momento de agir com compaixão, assim como a personagem da Emma disse. Porém, eu não julgo Noé. Não é fácil entender a vontade de Deus. Para a humanidade, a vida não é um calculo matemático com formulas para todas as situações.
Em síntese, se for para encarar esse filme como uma crítica, na minha opinião ele é uma crítica à nossa incapacidade de sermos equilibrados, sempre pendendo entre a extrema complacência e o extremo niilismo.
Dance Academy: O Filme
3.8 24Achei que o término do Ben com a Kat foi muito repentino e mal construído. Foi aquela coisa de "bom, os dois precisam de um final feliz, então vamo juntar os dois e pronto".
Pussy Riot: A Punk Prayer
4.2 24Quando você pede respeito através do desrespeito você perde sua credibilidade e restringe a compreensão do seu protesto para o pequeno número de pessoas que não se ofenderão com o desrespeito que você está inflingindo.
Da mesma forma como quando você se desespera a calar o que te inflige pode ser uma expressão da sua insegurança.
É o paradoxo desse tipo de protesto não-tão-pacífico.
Acho que as pessoas ofendidas tem todo o direito de se sentirem assim, afinal o protesto foi feito justamente para incomodar. Seria hipocrisia dizer que elas não queriam ofender. Se não quisessem ofender não teriam usado como objeto a parte mais sagrada da vida daquelas pessoas que estavam ali presentes. É como xingar sua mãe e esperar que você não se enfureça.
Contudo, é válido analisar que a proporção da ofensa que elas infligiram talvez seja condizente com o quanto elas se sentem violentadas pelo estado e pela igreja.
Em algum momento algum dos lados precisaria sair do modo de ação-reação automática, onde um bate e ofende, o outro apanha e bate, e assim fica o ciclo constante. E, tendo em vista a posição privilegiada do clero, era de se esperar que essa quebra na automaticidade viesse dele, uma vez que o protesto sofrido é pífio quando comparado à constante opressão que as protestantes são submetidas diariamente.
(Lembrando que quando falo sobre o clero, não incluí os fiéis - pois esses muitas vezes por sua fé acabam vivendo acorrentados às ideias do clero e do estado).
Lift Me Up
3.0 13Apesar de parecer que o tema principal do filme é o ballet, há muito pouco sobre ele no filme.
De qualquer forma não é um filme ruim.
Achei interessante que desde o princípio deu a entender que o Stephen gostava da Ema, mas no final das contas o filme acabou sem que nada realmente ocorresse de romântico entre os dois. Isso é algo que não é de se esperar, principalmente no gênero.
Outro ponto é que da pra notar o ciclo de auto sabotagem no qual nós entramos em determinadas situações da nossa vida.
Minimalismo: Um Documentário Sobre Coisas Importantes
3.5 195Um comentário que se adequa bem às críticas ao filme é quando citam Jim Carrey falando "queria que todos fossem ricos e famosos, para que vissem que essa não é a resposta" e o público retruca dizendo "é fácil pra ele dizer isso, ele é rico". Mas é claro que é fácil, difícil é você que não é rico ficar julgando quem é baseado nas SUAS experiências de vida, não nas deles.
É muito fácil ter preconceito de rico e julgar a vida deles superficial quando não se é rico.
Aliás, até lembrei agora que Buda (Sidarta) era podre de rico, então se você valoriza os ensinamentos budistas e menospreza os insights dos ricos tá rolando uma contradição aí.
Independente da classe social as pessoas precisam de liberdade de expressão, de compartilhar suas angústias (adivinha só, dinheiro não dissipa todas angústias dos seres humanos). Só acho que dentre todos que participaram do documentário, escolher os minimalistas como protagonistas não foi a melhor escolha.
A intenção do documentário não é falar que você precisa ser pobre pra ser minimalista, ao contrário. Existem até cenas onde eles explicam que não é essa a questão, como em uma das palestras dos minimalistas onde eles são questionados por um senhor, ou quando o loirinho fala que usa roupas de boa qualidade.
Pra chegar a conclusões preconceituosas assistindo esse filme é realmente preciso assistir na defensiva pra conseguir ignorar a mensagem que é passada e captar só o que convém.
O Riso dos Outros
4.2 152Um dos pontos que mais me marcou foi terem apontado a parcela de responsabilidade que nós como público temos. Ok, em muitos momentos isso foi colocado como uma maneira de livrar os humoristas de suas responsabilidades. Fora isso, é um ponto a se analisar.
O Experimento Humano
3.7 7Tem um desenvolvimento meio maçante, mas não deixa de ser um conteúdo relevante.
Agnus Dei
4.1 272 Assista AgoraA primeira coisa a impressionar-me foi a belíssima fotografia. O filme é previsível, mas não deixa de ser comovente.
É interessante observar o lado humano das freiras, cada uma com seu tipo de fé. As vezes essa padronização que há faz com que pareçam todas robozinhos, assim como acontece com qualquer grupo uniformizado onde todos abrem mão de suas vidas para uma mesma causa. Esse filme nos dá a chance de enxergar o que está além de todos aqueles panos - seres humanos distintos com seus próprios medos e ambições.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraA proposta é interessante, dava pra ter sido brilhantemente executada. Mas não foi.
O filme não é um completo desperdício, pois traz alguns argumentos bons, porém dava pra ter trazido muito mais. Se o objetivo era fazer a existência de deus ser provada através do material científico que já temos, faltou muito.
O Império dos Sentidos
3.3 304 Assista Agora"A kiss is the beginning of cannibalism".
Os Palestinos nos Livros Escolares de Israel
4.2 3A pesquisa feita por Nurit Peled-Elhanan é de extrema relevância para entender o que passa na cabeça dos militares israelenses, ou mesmo da população em geral que apóia a guerra não declarada. É uma pesquisa que traz dados essenciais para entender o processo de desumanização palestina, assim como também entender a relevância política dos livros didáticos.
Uma vez ouvi, não lembro onde, alguém dizer que o lado vencedor conta a história. É uma frase meio óbvia, mas não paramos muito pra refletir nisso. Se eu venço uma guerra, e o meu inimigo está morto ou não tem voz, eu conto a história da forma que eu preferir, porque eu sou a única fonte ou a fonte com maior credibilidade.
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraEsse filme tem uma das coisas que mais sinto falta em filmes de terror/suspense: personagens psicologicamente intrigantes. A maioria dos filmes que lança-se hoje em dia é sangue, sangue, demônio, demônio, mas não tem personagens realmente densos para você ficar analisando e te prender.
Meu Outro Eu
2.1 120Podiam colocar "Perfect" do Simple Plan pra tocar durante o filme, porque é bem "suspense" teen emo mesmo.
5 Centímetros por Segundo
3.9 383Achei interessante o desenrolar filosófico da vida de Takaki, e do filme num geral. Ao contrário da maioria das animações do gênero, essa animação segue um curso bem ''real'', sem magia ou grandes ilusões de que as coisas sempre funcionam de determinada maneira.
No Presente Está a Totalidade do Tempo
4.0 1A premissa em si não é para ser espetacular. É como se fosse uma aula. O conteúdo é relevante, mas obviamente devido a avançada idade do orador e suas habilidades limitadas a palestra se desenrola de maneira lenta e arrastada. Acredito que deva ser julgada pelo conteúdo ministrado em si e não a forma como foi ministrada.
Alive Inside
4.6 100Tocante, poderoso... Humano!
O documentário traz questões essenciais da existência humana, como o próprio conceito de existência.
Em meio a toda liquidez e superficialidade que nossas vidas tem se tornado, em meio a todas tecnologias e toda robótica, o que nós realmente precisamos é de humanidade.
Existir está longe de ser definido como o respirar, ter sangue correndo em suas veias. Existir é ser relevante. O homem consegue enxergar a necessidade em pisar em outros corpos celestes, mas não consegue ver a relevância de tocar o coração de um outro alguém, e permitir ser tocado. Tudo que esses idosos precisam é serem humanos de verdade, viverem as casualidades do dia-a-dia, as coisas que nós nem prestamos atenção, mas que quando são tiradas de nós levam nossa essência com elas. Escolher a roupa que se vai vestir, visitar um conhecido, ouvir música, dançar, sentir o vento batendo no rosto. Ouvir um ''obrigada'', receber um abraço, fazer a diferença. O homem consegue enxergar a necessidade em pisar em outros corpos celestes, mas não consegue ver a relevância de tocar o coração de um outro alguém, e permitir ser tocado.
Impossível não se emocionar vendo Denise dizer que não aceita a ideia de morrer sem deixar nada para ninguém. Não é assim com todos nós?