Interessante ver um filme de terror que se passa todo durante 'o dia'.
Assisti imaginando que seria um terror convencional, estilo Hereditário, e me surpreendi positivamente nesse sentido, porque também gosto de filmes de terror que não apelam pra jump-scares o tempo todo e focam mais na história ("The Witch" é um exemplo de filme assim que me veio a cabeça agora).
Segundo filme do Ari Aster que vejo e já gosto da criatividade dele. A fotografia é muito boa (tudo verde e branco, bem iluminado), a trilha sonora inquietante durante o filme inteiro, uns takes diferenciados
tipo, ela batendo a porta do banheiro da casa e já cortar pra porta do banheiro do avião, a viagem de carro até a comunidade, onde a filmagem começa 'normal' e depois vira de ponta-cabeça, simbolizando mais ou menos o que vai acontecer com eles lá.
Há muita coisa no filme sobre a cultura viking também,
o oráculo ser todo deformado, a águia de sangue no cara pendurado com as costelas pra cima, etc. Então, não foi meu primeiro contato com algumas bizarrices por causa da série (Vikings). As cenas que mais me deixaram desconfortáveis foram os velhinhos pulando do penhasco no fim do ciclo deles e do sacrifício no final.
Mas isso falando do ápice do desconforto, porque o filme todo passa essa sensação, com a depressão da Dani (aliás, o Ari sabe escolher as protagonistas, que atuação!), as brisas dos chás e afins.
Um bom filme, longe de ser um terror convencional, que não vai agradar todo mundo, mas que te insere totalmente numa comunidade bizarra, que prende pelo suspense, que aborda relações, depressão, dor e rituais macabros. Hereditário é meio que assim também, muita dor e sofrimento, e isso potencializa muito o filme e o desconforto que ele quer passar.
Um filme sobre a brutal desigualdade imposta na atual fase do capitalismo? Sobre desumanização? Sobre a dominação do rico sobre o pobre?
Desigualdade sempre existiu, mas quando a elite da mídia é amamentada, ela se cala. Quando se tira os privilégios desses, para devolver ao povo, ela grita.
Parasita é um excelente filme, porque mostra o lado podre do ser-humano. Seja ele rico ou pobre. Evidencia a diferença de classes sim, mas quando os pobres estão numa situação de poder sobre a antiga governanta, não a ajudam, a aprisionam, a chutam escada abaixo, para uma posição pior que a deles. Então o filme deixa bem claro que não importa a classe, o poder é tentador e a natureza humana é sempre corruptível. O rico sentir nojo do cheiro do pobre é revoltante. Mas o pobre chamar a dona da casa de burra, de terrivelmente inocente enquanto se deleitam em prazeres capitalistas, aproveitando-se do que não são deles, é tranquilo, afinal, pobres pobres.
Então o que cansa, é o discurso pedindo justiça social, disfarçado em empatia pelo ser-humano, quando na verdade o que realmente querem é que seja cada um por si, desde que eles estejam por cima. Eu até acredito no jovem determinado, que realmente carrega essa bandeira de amor ao próximo, e isso é muito bacana. Mas a elite que te fez pensar assim está te enganando, porque esse nunca será o real sentimento de quem tá lá em cima.
"Vamos mudar o mundo" e conseguir isso na base da porrada. "O aquecimento global precisa parar", e não somos capazes nem de separar o plástico do lixo em casa.
Viva a hipocrisia que Parasita retrata tão bem! Oscar muito bem merecido.
Carrego um carinho muito grande por Toy Story. Vi o primeiro no fim da minha infância. Lembro até hoje da sensação de ver pela primeira vez aquele mundo mágico e inédito da computação gráfica. Tive o jogo pra Super Nintendo.
Continuei acompanhando a saga depois que cresci. Li o livro "Criatividade S.A.", que conta a história dos criadores da Pixar (excelente livro, por sinal) e me aprofundei ainda mais na história. Da participação do Steve Jobs, da fusão com a Disney, etc.
Sobre o 4, me espantei com a qualidade gráfica desse filme e com o realismo das coisas. Aquela parte em que o Woody cai na estrada com o Forky e tá tudo meio esfumaçado. A chuva do começo. É impressionante o salto da tecnologia a cada filme que a Pixar / Disney produzem.
Sobre a história, creio que poderia ter terminado no terceiro. O terceiro teve uma história e um final espetacular. Nesse filme a maioria dos brinquedos que crescemos vendo, ouvindo e fazendo parte da personalidade, foram deixados de lado. Não que não tenha sido um bom filme, não que não tenha tido um bom final, mas enfim, o terceiro foi o que fechou com chave de ouro. E realmente espero que termine agora, porque pra mim, nem o Woody parecia mais o mesmo...
Talvez a essência do personagem tenha mudado, talvez nós tenhamos mudado, talvez os dois...
O bom de filmes assim é ver o circo pegando fogo nos comentários. Tem opinião de tudo o que é lado, cima, embaixo, na diagonal...
Há os que são contra a religião, os que são contra deus. Há os que por serem contra evangélicos apoiam a grande passada de pano na história dos dois papas. Há os progressistas disfarçados de bonzinhos seres superiores, preocupados com o (entre aspas, mais aspas), "pensamento retrógrado conservador" tomando conta do mundo. Nesse caso o apoio progressista no filme é algo positivo, por isso foda-se o resto, vamos todos pra missa no domingo em período eleitoral. Há também o futebol e a Dilma agora canonizados na Netflix, empresa essa que cresceu nas costas do capitalismo que queima a Amazônia, e que por volta e meia cospe no prato dourado que come. Há os que comentam sobre o Meirelles e suas tendências. Os que comentam sobre a fotografia.
E há os inocentes. Aqueles que como eu, não viram nada disso e apenas gostaram do filme. Apenas mais um "inocente", entre aspas...
O filme possui 2 segmentos narrativos bem executados. As mensagens de texto no celular são intrigantes, você imagina, mas não sabe de onde vem... Há roteiro aqui pra dois filmes diferentes, e mesmo assim, mesmo não tendo um "gênero certo", a história é contada, entrega frio na espinha, entrega suspense, entrega poesia, entrega duvida, e além de tudo, entrega um final inquietante e que foi pro rumo certo do filme (na minha opinião). Poderia ter ido pra narrativa B, mas foi pra narrativa A.
E os comentários da geral: "Filme parado, arrastado, nadavê, sei lá". Eu não entendo. Me dá muito mais sono assistir um filme cheio de explosão e previsível do começo ao fim, do que um filme como esse, que pode ficar 2 minutos sem uma fala sequer, mas que prende pela ambivalência. Bem, há quem prefira desligar o cérebro ao assistir um filme...
Não vou nem falar da Kristen, julga-la por Crepúsculo é o mesmo que julgar diCaprio por Titanic, dada as devidas proporções. Essa atriz é super talentosa. Filmaço pra quem quer fugir do convencional de vez em quando...
Ninguém é obrigado a gostar de um filme. Um filme precisa ser bom por si só. Acontece que alguns filmes não são pra todo mundo... Pela nota e pelos comentários, percebo que a galera realmente espera que o cinema seja Vingadores a partir de agora.
Ainda bem que ainda existam filmes assim (embora esse seja mais antigo), que fazem questionamentos profundos e que contam histórias que deixam abertas as interpretações. Atuações excelentes, mesquinharia, sociopatia, falsidade e o mais raso do ser humano reunidos em três atores já consagrados no cinema.
O filme não é brilhante, mas conta uma história muito boa e cumpre totalmente seu papel de entreter e fazer pensar.
O roteiro não é ruim, a direção, execução e edição sim. O filme também não traz nenhuma novidade, já que é sobre o assunto em voga, humanismo. Atualmente há vários filmes e séries que tratam desse assunto.
Mas não deixa de ser uma história interessante, com um final interessante se você passar um pano pra algumas coisas.
Tratando-se de paradoxo temporal, meu eu de 2019 acredita que tenha sido o melhor filme sobre a temática que já vi até 2015.
Faltou alma, talvez uma trilha sonora mais cuidadosa, mas o filme é brilhante em outros aspectos. Para os que curtem ficção científica, é definitivamente um filme a ser visto, e aos fãs de Dark, obrigatório.
A explicação do filme tá no poster dele. Na aranha ali no comando de seu cérebro e de toda a sua vida.
Minha interpretação, é de que a aranha aqui (ironicamente, ou não) representa a mulher na vida do personagem principal, que pode sofrer ou não de esquizofrenia.
É uma pessoa só, que luta contra o domínio que o sexo feminino tem sobre sua vida. Tanto que no começo do filme, parece que ele torce pra que a prostituta esmague a aranha ali no chão, ele quer se livrar disso, de sua infidelidade, mas não consegue.
Quanto maior a aranha, maior o controle exercido. Quando a mãe dele aparece, logo depois (ou pouco antes, não lembro direito) aparece aquela aranha enorme sobre a cidade, ou seja, a mãe é quem tem de certa forma, o maior controle e influência sobre sua vida.
E essa questão do controle fica clara na aula que ele dá e diz que isso se repete continuamente na história. Tudo bem que ali ele tava falando de governos e de ditaduras. Mas também diz: "Mantinham a população ocupada com entretenimento. Em outras ditaduras tiveram outras estratégias para controlar ideias e conhecimento. Como fazem isso? Baixam o nível da educação, limitam a cultura e censuram informação." Pra mim, aqui há uma crítica à cultura contemporânea. Se formos olhar para o meio cultural de hoje em dia, há um apelo sexual fortíssimo em tudo: Na música, no cinema, nos comerciais, sempre objetificando a mulher. É um tema complicado, mas um garoto que cresce bombardeado por insinuações sexuais, a ver a mulher como um objeto de luxúria, como será quando for adulto?
ele resolve deixar de lado o seu lado infiel, e sua esposa grávida percebe isso e pede pra ele ficar. Seu lado infiel é "morto" num acidente de carro. No entanto, no dia seguinte, quando ele encontra a chave do clube de prostituição secreto, cai na mesma repetição que permeou toda a sua vida e diz à esposa que vai sair a noite. Ali, quando ele entra no quarto, encontra outra grande aranha (sua esposa) acuada. Ela não vai atacar, ela apenas sabe o que vai acontecer e se fecha em si mesma.
E aí voltamos a frase que dá início ao filme e ao paradoxo do controle: "Caos é a ordem ainda não decifrada". Ele pensa viver num mundo de caos, onde suas ações moralmente não aceitas, transgridem o seu "eu", e não consegue se libertar disso, sente culpa. Não entende que grande parte do que ele é, de certa forma foi imposto por uma sociedade doente. Quando passa a entender que faz parte de uma forma de controle cultural, passa a ter o poder de decisão e controle sobre sua vida, que é possível decifrar o caos e dar a devida ordem às coisas.
O filme seguiu os passos da série, parecia mais um capítulo de Breaking Bad, não os melhores capítulos, mas fizeram um filme digno. Foi bem fiel à personalidade de cada um, mantiveram a inocência do Pinkman em determinadas situações, a sua vontade de lidar com as coisas de um jeito bom. Também é muito Breaking Bad a forma que lidaram com um determinado corpo, kkkk.
O antes e depois foi bem colocado. Achei algumas partes um pouco preguiçosas, como por exemplo
o dinheiro na geladeira e toda a trama com o Todd que criaram pra explicar que o dinheiro tava ali. Ele libertar o Jesse quando estava sozinho no fim de semana, falar que prefere dinheiro à mão que no banco... Sei lá, alguns diálogos e ações pareceram muito específicos somente para dar sentido ao roteiro
Também esperava mais do diálogo recriado com o Walter. Não sei, essa parte teria que ser especial e única.
Mas se tratando de um filme do Jessie e para o Jessie, é um filme muito bom e bem fiel às suas origens.
Não sabia da existência desse filme. E ainda bem que não o vi em 2009 ou antes. É necessária uma certa maturidade e vivência pra digerir alguns filmes.
Sou um fascinado pela teoria do caos. E pra mim, a melhor representação cinematográfica do furacão do outro lado do mundo causado pelo voo de uma borboleta aqui desse lado, está nesse filme. Até onde o caos determina nosso futuro? Quantas possibilidades diárias realmente nos são dadas em função do mero acaso? Até onde nossas escolhas são realmente nossas?
Acredito que todos se perguntam como sua vida poderia ter sido se tivesse feito isso, ou feito aquilo, ou não feito isso ou aquilo. No entanto, essas questões são mais comuns nos fatos mais marcantes das nossas vidas.
Esse filme nos faz questionar o que poderia ter acontecido se na minha infância eu tivesse ido à padaria 5 minutos mais cedo numa quarta-feira de um mês qualquer num ano qualquer, ou se tivesse corrido alguns centímetros pra direita num jogo de futebol, tropeçado e batido a cabeça na trave, ou se tivesse feito o curso técnico em outra escola, ou escolhesse não levar um cachorro de rua pra casa. Alguém poderia o ter atropelado de moto e morrido por causa disso. Nesse caso, gerações e mais gerações de seres humanos deixariam de existir. Tudo isso por causa de um cachorro que deveria ser adotado e não foi... Tantas possibilidades em questões tão banais.
Ou mais, qual o efeito que eu causei ou deixei de causar nas pessoas, ou num âmbito mais profundo, no mundo?
Ou como o planeta ainda não explodiu abrigando mais de 7 bilhões de agentes do caos?
Nos faz pensar se realmente tudo é fruto do acaso, ou se há algum "arquiteto" por trás de tudo. Há leis que regem o universo e que são imutáveis. Diante disso, será que somos mesmo livres pra decidir o que bem entendemos?
Filmes assim nos fazem pensar nesse tipo de coisa. E falando um pouco do filme em si, mesmo diante de tantas linhas temporais, você não fica confuso assistindo. Direção impecável nesse sentido. Precisa ser muito foda pra escrever e dirigir um roteiro desses. Além de que também foi o primeiro filme que vi abordar também a teoria do Big Crunch.
Não creio que o filme seja sobre vingança, e sim sobre a completude de um trabalho artístico.
Além de abordar questões sobre o peso de uma determinada classe social e seus consumismos bizarros, a história é uma prova do quão profundo e quão raso (no caso da exposição da Susan) um trabalho artístico pode ser. Toda arte nasce de emoções, e do ponto de vista do Edward, aquilo que o esmagou no passado foi o que o permitiu finalmente lançar-se como um bom escritor, e ir além de um livro, provocar talvez uma catarse em Susan (que ele ainda ama). Ele não se casou novamente.
Lembro-me de um filme (só não qual) que dizia em seu final que todo livro é escrito para alguém. Em animais noturnos a dedicatória é "Para Susan". Tudo ali é direcionado à ela.
Em seu livro, que obviamente contém analogias com sua vida real, ele não só
prova que pode ser forte e determinado em prol daqueles que ama, como também expõe sua impotência de forma absurdamente dolorosa quando o policial mata um dos estupradores e ele explode em raiva dizendo que não se importa pelo policial o ter matado, e grita que "deveria ter impedido! Deveria ter impedido" as mortes. De sua filha quando a Susan decide abortar sem envolvê-lo na decisão, e de sua mulher quando ele descobre a traição, no mesmo momento em que descobre sobre o aborto (a cena dela no carro com o Walker no estacionamento da clínica). Daí a cena das duas mortas para ele, no sofá. Pra mim aqui há uma forte crítica ao aborto por pressões sociais. Havia um relacionamento, a decisão não era somente dela. Quando a Susan lê sobre as duas mortas no sofá, imediatamente liga para sua filha (do seu novo casamento), no domingo de manhã após passar a madrugada toda lendo. Edward a faz refletir sobre a vida.
E por fim, cego em seus traumas, ele morre atirando contra si mesmo (em sua barriga).
Ele está morto, por isso não aparece no jantar. Não se trata apenas de uma vingança mesquinha... Ela seguiu sua vida e se arrependeu no fim. Ele não seguiu...
O que dizer sobre isso? Acredito que nunca mais haverá privacidade de fato. Enquanto a tecnologia evolui sempre no sentido de integrar tudo, globalizar, fornecer cada vez mais informações em tempo real, é impossível que haja privacidade. Como é dito no próprio documentário: O ativo da vez é a informação, mais caro que petróleo, quem a detém, detém o poder.
As perguntas que faço diante desse cenário é: - Se a Hilary tivesse sido eleita nos Estados Unidos, haveria esse documentário, ou esse interesse da mídia convencional no assunto? - Estão pintando esse uso de informações como os principais manipuladores das eleições nos Estados Unidos. Se não houvesse internet, somente a mídia convencional, não haveria manipulação da opinião e favorecimento de um determinado candidato? - Existe mídia isenta? O Jornal Nacional nunca manipulou sua opinião quando mal existia internet?
A mídia sempre manipulou, e sempre para o lado que pagou mais. Esse documentário não traz nenhuma novidade nesse sentido. O verdadeiro interesse em documentários como esse não é trazer a discussão, querer o bem da população geral, alertar sobre violação de privacidade. Apenas utilizam desses argumentos para o real objetivo, que é neutralizar as formas que a oposição tem de ganhar. E essa guerra será eterna.
Assisti em 2019 e creio que o "terror" de um tempo pra cá deu uma boa melhorada. Ainda há muito clichê no gênero, nesse filme por exemplo: os curto circuitos, a polícia que não serve para nada, o porão, etc.
Mas o que vem me surpreendendo positivamente são as mensagens que esse gênero vem passando. A Bruxa é um bom exemplo, a série The Houting of Hill House, que pqp e agora esse, que embora seja de 2014, assisti ontem.
Pra mim, o Babadook é como se fosse aquele 'demônio interno' que todos carregam. Depois que a Amelia perdeu seu marido no dia em que seu filho nasceu, se tornou uma mulher cheia de traumas psicológicos. Necessidade de agradar a todos, carente (como o filme deixa claro que era ao ver outros casais na rua, na TV), tendo que manter uma casa e um filho problemático sozinha, sem apoio da família, com insônia, e por aí vai.
"Não deixe ele entrar, não deixe ele entrar", e depois que entra, meio que toma o controle da mente. Ela passa, juntamente com a exaustão da insonia, a ter pensamentos que fogem do controle dela, numa briga psicológica, raiva, ódio, fúria, mata o cachorro e a insanidade começa a tomar conta porque ela não aguenta mais a sua situação. Mas aí, o amor do filho a traz de volta.
E numa briga com ela mesma (babadook), com aquele monstro que vai ficando cada vez maior, ela vence, sem ajuda de ninguém, de nada, só com o apoio e amor de seu filho, e o tranca lá naquele porão da mente.
Aí no final, ela diz ao garoto que ele poderá conhecer o babadook quando for adulto, ou seja, quando perder sua inocência e passar a ter seus próprios traumas. Ela o alimenta, mesmo ali naquele porão, controlado, onde ele sempre vai estar. Os traumas são superados, mas nunca esquecidos.
Filme foda, me fez ficar pensando. Fora esse lado mais "filosófico", rende vários sustos e um suspense digno do gênero.
Um homem diferenciado. Um homem acima de qualquer conceito político, um homem que praticava o amor, e que pelo amor mudou toda uma opinião pública. Aprendam a protestar com esse homem, aprendam como mudar uma legislação em favor de uma causa justa.
Ele expôs os verdadeiros preconceituosos, conseguiu a atenção do presidente da maior potência mundial e o fez ser ouvido, sem praticar violência, sem mijar em foto de ninguém, sendo maior que todos, sendo um exemplo a ser seguido.
Por mais homens e mulheres assim no mundo... São raros, muito raros. Têm um objetivo real, não ganancioso, um altruísmo não natural no ser humano, mas que provoca um impacto na História digno de ser sempre lembrado.
Num mundo tão dividido entre esquerda e direita, nos faltam pessoas acima de qualquer motivação política, e eu me incluo nessa mesquinhez toda...
Juntem todos os Mercenários, Miss Sloane acabará com todos eles de uma só vez. Sem palavras para Jessica Chastain nesse filme, cada vez mais fã dessa mulher e de todas as suas camadas. Ela se impõe como poucas. Tem uma beleza singular e um olhar que convence até o mais cético. Não é um filme com um tema que agrada a todos, mas um tema muito pertinente para o momento que vivemos aqui no Brasil, inclusive. Filmes com temas políticos, debates morais e diálogos complexos normalmente não surpreendem o telespectador, mas eu fui surpreendido, gostei, indico e assistiria novamente.
Textão sem spoiler: Depois de assistir a Logan, filme que gostei demais e que me emocionou por ser a despedida do Hugh Jackman do papel de Wolverine, comecei a ver umas entrevistas e ler mais sobre o ator, que já conhecia bem, pois já assisti a maioria de seus filmes. #HughJackman é indiscutivelmente um ator fantástico. Além de marcar uma geração como Wolverine, quem assistiu a adaptação britânica de "Os Miseráveis" com certeza se surpreendeu com a potência de sua voz e de sua grandiosidade dramática. Seu papel em "Os Suspeitos" também merece destaque, um pai desesperado. Além, de claro, praticamente nos fazer sentir agonia física juntamente com ele nesse último Logan, que é de longe o filme de "super-heroi" mais adulto já feito. É onde o drama mais humano se mistura com um mundo fictício de uma forma quase que imperceptível. Que filme!
Mas o que quero falar aqui é sobre a pessoa de Hugh Jackman. Esse cara me emocionou. Vendo as entrevistas dele, me chamou atenção a sua humildade. Não aquela falsa modéstia que estamos acostumados a ver, e que ok, pelo menos as pessoas tentam, mas a sua verdadeira modéstia. Esse cara é incrível, aquele tipo de pessoa que dá vontade de dar um abraço e ser amigo. Há uma classe de seres humanos que espontaneamente são diferentes, modestos e agradáveis. Se ele fosse de fato um X-Men, esse seria seu super poder. E é claro que não conheço sua vida pessoal, o que ele é no seu dia-a-dia, mas no fundo a gente sente, percebe e sabe quando uma pessoa é boa.
Além de tudo, é filantropo. É louvável que pessoas que possuem um destaque mundial façam algo para mudar a humanidade para melhor, mas penso que não adianta fazer a coisa certa pela motivação errada, e muitos fazem boas ações somente para aparecer mesmo, e alimentar seus egos inflados. Hugh Jackman enfrenta um tumor de pele que reapareceu pela sexta vez com a maior naturalidade. É um palhaço nas redes sociais, sem muita exposição e exagero. Um sorriso sincero. Virei um fã de carteirinha e torço para que o tumor desapareça de uma vez por todas. E que possamos nos espelhar em pessoas assim. Pessoas que conquistam o mundo e permanecem intactas internamente, com uma bondade impregnada em seus corações.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraInteressante ver um filme de terror que se passa todo durante 'o dia'.
Assisti imaginando que seria um terror convencional, estilo Hereditário, e me surpreendi positivamente nesse sentido, porque também gosto de filmes de terror que não apelam pra jump-scares o tempo todo e focam mais na história ("The Witch" é um exemplo de filme assim que me veio a cabeça agora).
Segundo filme do Ari Aster que vejo e já gosto da criatividade dele. A fotografia é muito boa (tudo verde e branco, bem iluminado), a trilha sonora inquietante durante o filme inteiro, uns takes diferenciados
tipo, ela batendo a porta do banheiro da casa e já cortar pra porta do banheiro do avião, a viagem de carro até a comunidade, onde a filmagem começa 'normal' e depois vira de ponta-cabeça, simbolizando mais ou menos o que vai acontecer com eles lá.
Há muita coisa no filme sobre a cultura viking também,
o oráculo ser todo deformado, a águia de sangue no cara pendurado com as costelas pra cima, etc. Então, não foi meu primeiro contato com algumas bizarrices por causa da série (Vikings). As cenas que mais me deixaram desconfortáveis foram os velhinhos pulando do penhasco no fim do ciclo deles e do sacrifício no final.
Mas isso falando do ápice do desconforto, porque o filme todo passa essa sensação, com a depressão da Dani (aliás, o Ari sabe escolher as protagonistas, que atuação!), as brisas dos chás e afins.
Um bom filme, longe de ser um terror convencional, que não vai agradar todo mundo, mas que te insere totalmente numa comunidade bizarra, que prende pelo suspense, que aborda relações, depressão, dor e rituais macabros. Hereditário é meio que assim também, muita dor e sofrimento, e isso potencializa muito o filme e o desconforto que ele quer passar.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraUm filme sobre a brutal desigualdade imposta na atual fase do capitalismo? Sobre desumanização? Sobre a dominação do rico sobre o pobre?
Desigualdade sempre existiu, mas quando a elite da mídia é amamentada, ela se cala. Quando se tira os privilégios desses, para devolver ao povo, ela grita.
Parasita é um excelente filme, porque mostra o lado podre do ser-humano. Seja ele rico ou pobre. Evidencia a diferença de classes sim, mas quando os pobres estão numa situação de poder sobre a antiga governanta, não a ajudam, a aprisionam, a chutam escada abaixo, para uma posição pior que a deles. Então o filme deixa bem claro que não importa a classe, o poder é tentador e a natureza humana é sempre corruptível. O rico sentir nojo do cheiro do pobre é revoltante. Mas o pobre chamar a dona da casa de burra, de terrivelmente inocente enquanto se deleitam em prazeres capitalistas, aproveitando-se do que não são deles, é tranquilo, afinal, pobres pobres.
Então o que cansa, é o discurso pedindo justiça social, disfarçado em empatia pelo ser-humano, quando na verdade o que realmente querem é que seja cada um por si, desde que eles estejam por cima. Eu até acredito no jovem determinado, que realmente carrega essa bandeira de amor ao próximo, e isso é muito bacana. Mas a elite que te fez pensar assim está te enganando, porque esse nunca será o real sentimento de quem tá lá em cima.
"Vamos mudar o mundo" e conseguir isso na base da porrada. "O aquecimento global precisa parar", e não somos capazes nem de separar o plástico do lixo em casa.
Viva a hipocrisia que Parasita retrata tão bem! Oscar muito bem merecido.
Toy Story 4
4.1 1,4K Assista AgoraCarrego um carinho muito grande por Toy Story. Vi o primeiro no fim da minha infância.
Lembro até hoje da sensação de ver pela primeira vez aquele mundo mágico e inédito da computação gráfica. Tive o jogo pra Super Nintendo.
Continuei acompanhando a saga depois que cresci. Li o livro "Criatividade S.A.", que conta a história dos criadores da Pixar (excelente livro, por sinal) e me aprofundei ainda mais na história. Da participação do Steve Jobs, da fusão com a Disney, etc.
Sobre o 4, me espantei com a qualidade gráfica desse filme e com o realismo das coisas. Aquela parte em que o Woody cai na estrada com o Forky e tá tudo meio esfumaçado. A chuva do começo. É impressionante o salto da tecnologia a cada filme que a Pixar / Disney produzem.
Sobre a história, creio que poderia ter terminado no terceiro. O terceiro teve uma história e um final espetacular. Nesse filme a maioria dos brinquedos que crescemos vendo, ouvindo e fazendo parte da personalidade, foram deixados de lado. Não que não tenha sido um bom filme, não que não tenha tido um bom final, mas enfim, o terceiro foi o que fechou com chave de ouro. E realmente espero que termine agora, porque pra mim, nem o Woody parecia mais o mesmo...
Talvez a essência do personagem tenha mudado, talvez nós tenhamos mudado, talvez os dois...
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraO bom de filmes assim é ver o circo pegando fogo nos comentários. Tem opinião de tudo o que é lado, cima, embaixo, na diagonal...
Há os que são contra a religião, os que são contra deus. Há os que por serem contra evangélicos apoiam a grande passada de pano na história dos dois papas. Há os progressistas disfarçados de bonzinhos seres superiores, preocupados com o (entre aspas, mais aspas), "pensamento retrógrado conservador" tomando conta do mundo. Nesse caso o apoio progressista no filme é algo positivo, por isso foda-se o resto, vamos todos pra missa no domingo em período eleitoral. Há também o futebol e a Dilma agora canonizados na Netflix, empresa essa que cresceu nas costas do capitalismo que queima a Amazônia, e que por volta e meia cospe no prato dourado que come. Há os que comentam sobre o Meirelles e suas tendências. Os que comentam sobre a fotografia.
E há os inocentes. Aqueles que como eu, não viram nada disso e apenas gostaram do filme. Apenas mais um "inocente", entre aspas...
Personal Shopper
3.1 384 Assista AgoraO filme possui 2 segmentos narrativos bem executados. As mensagens de texto no celular são intrigantes, você imagina, mas não sabe de onde vem... Há roteiro aqui pra dois filmes diferentes, e mesmo assim, mesmo não tendo um "gênero certo", a história é contada, entrega frio na espinha, entrega suspense, entrega poesia, entrega duvida, e além de tudo, entrega um final inquietante e que foi pro rumo certo do filme (na minha opinião). Poderia ter ido pra narrativa B, mas foi pra narrativa A.
E os comentários da geral: "Filme parado, arrastado, nadavê, sei lá".
Eu não entendo. Me dá muito mais sono assistir um filme cheio de explosão e previsível do começo ao fim, do que um filme como esse, que pode ficar 2 minutos sem uma fala sequer, mas que prende pela ambivalência. Bem, há quem prefira desligar o cérebro ao assistir um filme...
Não vou nem falar da Kristen, julga-la por Crepúsculo é o mesmo que julgar diCaprio por Titanic, dada as devidas proporções. Essa atriz é super talentosa. Filmaço pra quem quer fugir do convencional de vez em quando...
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraQue show de atuações.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraAssistir esse filme em Imax chega a ser quase uma imersão espiritual, pqp.
Homens em Fúria
2.6 354 Assista AgoraNinguém é obrigado a gostar de um filme. Um filme precisa ser bom por si só. Acontece que alguns filmes não são pra todo mundo... Pela nota e pelos comentários, percebo que a galera realmente espera que o cinema seja Vingadores a partir de agora.
Ainda bem que ainda existam filmes assim (embora esse seja mais antigo), que fazem questionamentos profundos e que contam histórias que deixam abertas as interpretações. Atuações excelentes, mesquinharia, sociopatia, falsidade e o mais raso do ser humano reunidos em três atores já consagrados no cinema.
O filme não é brilhante, mas conta uma história muito boa e cumpre totalmente seu papel de entreter e fazer pensar.
Cópias: De Volta à Vida
2.5 284 Assista AgoraO roteiro não é ruim, a direção, execução e edição sim. O filme também não traz nenhuma novidade, já que é sobre o assunto em voga, humanismo. Atualmente há vários filmes e séries que tratam desse assunto.
Mas não deixa de ser uma história interessante, com um final interessante se você passar um pano pra algumas coisas.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraTratando-se de paradoxo temporal, meu eu de 2019 acredita que tenha sido o melhor filme sobre a temática que já vi até 2015.
Faltou alma, talvez uma trilha sonora mais cuidadosa, mas o filme é brilhante em outros aspectos. Para os que curtem ficção científica, é definitivamente um filme a ser visto, e aos fãs de Dark, obrigatório.
Além da Vida
3.5 72 Assista AgoraGrata surpresa. Que filme bonito.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraDemorei pra assistir. Uma palava pra esse filme: Leveza
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraA explicação do filme tá no poster dele. Na aranha ali no comando de seu cérebro e de toda a sua vida.
Minha interpretação, é de que a aranha aqui (ironicamente, ou não) representa a mulher na vida do personagem principal, que pode sofrer ou não de esquizofrenia.
É uma pessoa só, que luta contra o domínio que o sexo feminino tem sobre sua vida. Tanto que no começo do filme, parece que ele torce pra que a prostituta esmague a aranha ali no chão, ele quer se livrar disso, de sua infidelidade, mas não consegue.
Quanto maior a aranha, maior o controle exercido. Quando a mãe dele aparece, logo depois (ou pouco antes, não lembro direito) aparece aquela aranha enorme sobre a cidade, ou seja, a mãe é quem tem de certa forma, o maior controle e influência sobre sua vida.
E essa questão do controle fica clara na aula que ele dá e diz que isso se repete continuamente na história. Tudo bem que ali ele tava falando de governos e de ditaduras. Mas também diz: "Mantinham a população ocupada com entretenimento. Em outras ditaduras tiveram outras estratégias para controlar ideias e conhecimento. Como fazem isso? Baixam o nível da educação, limitam a cultura e censuram informação."
Pra mim, aqui há uma crítica à cultura contemporânea. Se formos olhar para o meio cultural de hoje em dia, há um apelo sexual fortíssimo em tudo: Na música, no cinema, nos comerciais, sempre objetificando a mulher. É um tema complicado, mas um garoto que cresce bombardeado por insinuações sexuais, a ver a mulher como um objeto de luxúria, como será quando for adulto?
E por fim
ele resolve deixar de lado o seu lado infiel, e sua esposa grávida percebe isso e pede pra ele ficar. Seu lado infiel é "morto" num acidente de carro. No entanto, no dia seguinte, quando ele encontra a chave do clube de prostituição secreto, cai na mesma repetição que permeou toda a sua vida e diz à esposa que vai sair a noite. Ali, quando ele entra no quarto, encontra outra grande aranha (sua esposa) acuada. Ela não vai atacar, ela apenas sabe o que vai acontecer e se fecha em si mesma.
E aí voltamos a frase que dá início ao filme e ao paradoxo do controle: "Caos é a ordem ainda não decifrada". Ele pensa viver num mundo de caos, onde suas ações moralmente não aceitas, transgridem o seu "eu", e não consegue se libertar disso, sente culpa. Não entende que grande parte do que ele é, de certa forma foi imposto por uma sociedade doente.
Quando passa a entender que faz parte de uma forma de controle cultural, passa a ter o poder de decisão e controle sobre sua vida, que é possível decifrar o caos e dar a devida ordem às coisas.
E ele fez isso por uma noite. Mas no dia seguinte tudo volta a se repetir.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista AgoraO filme seguiu os passos da série, parecia mais um capítulo de Breaking Bad, não os melhores capítulos, mas fizeram um filme digno. Foi bem fiel à personalidade de cada um, mantiveram a inocência do Pinkman em determinadas situações, a sua vontade de lidar com as coisas de um jeito bom. Também é muito Breaking Bad a forma que lidaram com um determinado corpo, kkkk.
O antes e depois foi bem colocado. Achei algumas partes um pouco preguiçosas, como por exemplo
o dinheiro na geladeira e toda a trama com o Todd que criaram pra explicar que o dinheiro tava ali. Ele libertar o Jesse quando estava sozinho no fim de semana, falar que prefere dinheiro à mão que no banco... Sei lá, alguns diálogos e ações pareceram muito específicos somente para dar sentido ao roteiro
Também esperava mais do diálogo recriado com o Walter. Não sei, essa parte teria que ser especial e única.
Mas se tratando de um filme do Jessie e para o Jessie, é um filme muito bom e bem fiel às suas origens.
Sr. Ninguém
4.3 2,7KNão sabia da existência desse filme. E ainda bem que não o vi em 2009 ou antes. É necessária uma certa maturidade e vivência pra digerir alguns filmes.
Sou um fascinado pela teoria do caos. E pra mim, a melhor representação cinematográfica do furacão do outro lado do mundo causado pelo voo de uma borboleta aqui desse lado, está nesse filme. Até onde o caos determina nosso futuro? Quantas possibilidades diárias realmente nos são dadas em função do mero acaso? Até onde nossas escolhas são realmente nossas?
Acredito que todos se perguntam como sua vida poderia ter sido se tivesse feito isso, ou feito aquilo, ou não feito isso ou aquilo. No entanto, essas questões são mais comuns nos fatos mais marcantes das nossas vidas.
Esse filme nos faz questionar o que poderia ter acontecido se na minha infância eu tivesse ido à padaria 5 minutos mais cedo numa quarta-feira de um mês qualquer num ano qualquer, ou se tivesse corrido alguns centímetros pra direita num jogo de futebol, tropeçado e batido a cabeça na trave, ou se tivesse feito o curso técnico em outra escola, ou escolhesse não levar um cachorro de rua pra casa. Alguém poderia o ter atropelado de moto e morrido por causa disso. Nesse caso, gerações e mais gerações de seres humanos deixariam de existir. Tudo isso por causa de um cachorro que deveria ser adotado e não foi... Tantas possibilidades em questões tão banais.
Ou mais, qual o efeito que eu causei ou deixei de causar nas pessoas, ou num âmbito mais profundo, no mundo?
Ou como o planeta ainda não explodiu abrigando mais de 7 bilhões de agentes do caos?
Nos faz pensar se realmente tudo é fruto do acaso, ou se há algum "arquiteto" por trás de tudo. Há leis que regem o universo e que são imutáveis. Diante disso, será que somos mesmo livres pra decidir o que bem entendemos?
Filmes assim nos fazem pensar nesse tipo de coisa. E falando um pouco do filme em si, mesmo diante de tantas linhas temporais, você não fica confuso assistindo. Direção impecável nesse sentido. Precisa ser muito foda pra escrever e dirigir um roteiro desses. Além de que também foi o primeiro filme que vi abordar também a teoria do Big Crunch.
Ah, entrou pra lista dos filmes da vida...
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraNão creio que o filme seja sobre vingança, e sim sobre a completude de um trabalho artístico.
Além de abordar questões sobre o peso de uma determinada classe social e seus consumismos bizarros, a história é uma prova do quão profundo e quão raso (no caso da exposição da Susan) um trabalho artístico pode ser.
Toda arte nasce de emoções, e do ponto de vista do Edward, aquilo que o esmagou no passado foi o que o permitiu finalmente lançar-se como um bom escritor, e ir além de um livro, provocar talvez uma catarse em Susan (que ele ainda ama). Ele não se casou novamente.
Lembro-me de um filme (só não qual) que dizia em seu final que todo livro é escrito para alguém. Em animais noturnos a dedicatória é "Para Susan". Tudo ali é direcionado à ela.
Em seu livro, que obviamente contém analogias com sua vida real, ele não só
prova que pode ser forte e determinado em prol daqueles que ama, como também expõe sua impotência de forma absurdamente dolorosa quando o policial mata um dos estupradores e ele explode em raiva dizendo que não se importa pelo policial o ter matado, e grita que "deveria ter impedido! Deveria ter impedido" as mortes. De sua filha quando a Susan decide abortar sem envolvê-lo na decisão, e de sua mulher quando ele descobre a traição, no mesmo momento em que descobre sobre o aborto (a cena dela no carro com o Walker no estacionamento da clínica). Daí a cena das duas mortas para ele, no sofá. Pra mim aqui há uma forte crítica ao aborto por pressões sociais. Havia um relacionamento, a decisão não era somente dela. Quando a Susan lê sobre as duas mortas no sofá, imediatamente liga para sua filha (do seu novo casamento), no domingo de manhã após passar a madrugada toda lendo. Edward a faz refletir sobre a vida.
E por fim, cego em seus traumas, ele morre atirando contra si mesmo (em sua barriga).
Ele está morto, por isso não aparece no jantar. Não se trata apenas de uma vingança mesquinha... Ela seguiu sua vida e se arrependeu no fim. Ele não seguiu...
Privacidade Hackeada
3.8 119 Assista AgoraO que dizer sobre isso? Acredito que nunca mais haverá privacidade de fato.
Enquanto a tecnologia evolui sempre no sentido de integrar tudo, globalizar, fornecer cada vez mais informações em tempo real, é impossível que haja privacidade. Como é dito no próprio documentário: O ativo da vez é a informação, mais caro que petróleo, quem a detém, detém o poder.
As perguntas que faço diante desse cenário é:
- Se a Hilary tivesse sido eleita nos Estados Unidos, haveria esse documentário, ou esse interesse da mídia convencional no assunto?
- Estão pintando esse uso de informações como os principais manipuladores das eleições nos Estados Unidos. Se não houvesse internet, somente a mídia convencional, não haveria manipulação da opinião e favorecimento de um determinado candidato?
- Existe mídia isenta? O Jornal Nacional nunca manipulou sua opinião quando mal existia internet?
A mídia sempre manipulou, e sempre para o lado que pagou mais. Esse documentário não traz nenhuma novidade nesse sentido. O verdadeiro interesse em documentários como esse não é trazer a discussão, querer o bem da população geral, alertar sobre violação de privacidade. Apenas utilizam desses argumentos para o real objetivo, que é neutralizar as formas que a oposição tem de ganhar. E essa guerra será eterna.
O Babadook
3.5 2,0KAssisti em 2019 e creio que o "terror" de um tempo pra cá deu uma boa melhorada. Ainda há muito clichê no gênero, nesse filme por exemplo: os curto circuitos, a polícia que não serve para nada, o porão, etc.
Mas o que vem me surpreendendo positivamente são as mensagens que esse gênero vem passando. A Bruxa é um bom exemplo, a série The Houting of Hill House, que pqp e agora esse, que embora seja de 2014, assisti ontem.
Pra mim, o Babadook é como se fosse aquele 'demônio interno' que todos carregam. Depois que a Amelia perdeu seu marido no dia em que seu filho nasceu, se tornou uma mulher cheia de traumas psicológicos. Necessidade de agradar a todos, carente (como o filme deixa claro que era ao ver outros casais na rua, na TV), tendo que manter uma casa e um filho problemático sozinha, sem apoio da família, com insônia, e por aí vai.
"Não deixe ele entrar, não deixe ele entrar", e depois que entra, meio que toma o controle da mente. Ela passa, juntamente com a exaustão da insonia, a ter pensamentos que fogem do controle dela, numa briga psicológica, raiva, ódio, fúria, mata o cachorro e a insanidade começa a tomar conta porque ela não aguenta mais a sua situação.
Mas aí, o amor do filho a traz de volta.
E numa briga com ela mesma (babadook), com aquele monstro que vai ficando cada vez maior, ela vence, sem ajuda de ninguém, de nada, só com o apoio e amor de seu filho, e o tranca lá naquele porão da mente.
"Você nunca poderá se livrar do babadook"
Aí no final, ela diz ao garoto que ele poderá conhecer o babadook quando for adulto, ou seja, quando perder sua inocência e passar a ter seus próprios traumas. Ela o alimenta, mesmo ali naquele porão, controlado, onde ele sempre vai estar. Os traumas são superados, mas nunca esquecidos.
Filme foda, me fez ficar pensando. Fora esse lado mais "filosófico", rende vários sustos e um suspense digno do gênero.
Amor e Revolução
3.9 298 Assista AgoraO brasileiro sempre cagando nos títulos... No mundo inteiro o filme se chama Colonia, por que aqui inventaram essa merda?
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 793Um homem diferenciado. Um homem acima de qualquer conceito político, um homem que praticava o amor, e que pelo amor mudou toda uma opinião pública. Aprendam a protestar com esse homem, aprendam como mudar uma legislação em favor de uma causa justa.
Ele expôs os verdadeiros preconceituosos, conseguiu a atenção do presidente da maior potência mundial e o fez ser ouvido, sem praticar violência, sem mijar em foto de ninguém, sendo maior que todos, sendo um exemplo a ser seguido.
Por mais homens e mulheres assim no mundo... São raros, muito raros. Têm um objetivo real, não ganancioso, um altruísmo não natural no ser humano, mas que provoca um impacto na História digno de ser sempre lembrado.
Num mundo tão dividido entre esquerda e direita, nos faltam pessoas acima de qualquer motivação política, e eu me incluo nessa mesquinhez toda...
O Chamado 3
2.3 1,2K Assista AgoraO episódio em que o Chaves entra na casa da Bruxa do 71 é bem melhor que esse filme.
Peçam desculpas à Samara por essa merda...
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraFinalmente uma vítima que pensa!
Armas na Mesa
4.0 223 Assista AgoraJuntem todos os Mercenários, Miss Sloane acabará com todos eles de uma só vez.
Sem palavras para Jessica Chastain nesse filme, cada vez mais fã dessa mulher e de todas as suas camadas. Ela se impõe como poucas. Tem uma beleza singular e um olhar que convence até o mais cético.
Não é um filme com um tema que agrada a todos, mas um tema muito pertinente para o momento que vivemos aqui no Brasil, inclusive. Filmes com temas políticos, debates morais e diálogos complexos normalmente não surpreendem o telespectador, mas eu fui surpreendido, gostei, indico e assistiria novamente.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraTextão sem spoiler: Depois de assistir a Logan, filme que gostei demais e que me emocionou por ser a despedida do Hugh Jackman do papel de Wolverine, comecei a ver umas entrevistas e ler mais sobre o ator, que já conhecia bem, pois já assisti a maioria de seus filmes.
#HughJackman é indiscutivelmente um ator fantástico. Além de marcar uma geração como Wolverine, quem assistiu a adaptação britânica de "Os Miseráveis" com certeza se surpreendeu com a potência de sua voz e de sua grandiosidade dramática. Seu papel em "Os Suspeitos" também merece destaque, um pai desesperado. Além, de claro, praticamente nos fazer sentir agonia física juntamente com ele nesse último Logan, que é de longe o filme de "super-heroi" mais adulto já feito. É onde o drama mais humano se mistura com um mundo fictício de uma forma quase que imperceptível. Que filme!
Mas o que quero falar aqui é sobre a pessoa de Hugh Jackman. Esse cara me emocionou. Vendo as entrevistas dele, me chamou atenção a sua humildade. Não aquela falsa modéstia que estamos acostumados a ver, e que ok, pelo menos as pessoas tentam, mas a sua verdadeira modéstia. Esse cara é incrível, aquele tipo de pessoa que dá vontade de dar um abraço e ser amigo. Há uma classe de seres humanos que espontaneamente são diferentes, modestos e agradáveis. Se ele fosse de fato um X-Men, esse seria seu super poder. E é claro que não conheço sua vida pessoal, o que ele é no seu dia-a-dia, mas no fundo a gente sente, percebe e sabe quando uma pessoa é boa.
Além de tudo, é filantropo. É louvável que pessoas que possuem um destaque mundial façam algo para mudar a humanidade para melhor, mas penso que não adianta fazer a coisa certa pela motivação errada, e muitos fazem boas ações somente para aparecer mesmo, e alimentar seus egos inflados.
Hugh Jackman enfrenta um tumor de pele que reapareceu pela sexta vez com a maior naturalidade. É um palhaço nas redes sociais, sem muita exposição e exagero. Um sorriso sincero.
Virei um fã de carteirinha e torço para que o tumor desapareça de uma vez por todas. E que possamos nos espelhar em pessoas assim. Pessoas que conquistam o mundo e permanecem intactas internamente, com uma bondade impregnada em seus corações.