Que pena que tenham escolhido colocar a última reviravolta. Eu teria achado infinitamente melhor se o filme tivesse terminado explorando ainda mais a história do Silas e seus traumas de guerra.
Em todo o caso, é um ótimo filme. Não irá decepcionar os admiradores da mente humana.
No lançamento desse filme eu estava às voltas de superar o meu próprio "Oliver" e optei por aguardar para assistir. Que bom que eu fiz isso. Hoje, findada a mágoa e controlada a saudade, consegui absorver toda a beleza e sensibilidade dessa história tão linda. Certamente um dos meus favoritos da vida ♥
A primeira meia hora é impecável e promete um suspense muito bem construído, mas a partir da cena em que a menina é agredida, é ladeira abaixo. Gente, a protagonista tava BEM longe e deitada no chão, era nítido que não tinha como ter partido dela o golpe ou ao menos era o suficiente pra ter plantado uma dúvida. Mas não, a menina automaticamente já compra com absoluta convicção a ideia de que foi agredida pela Cecília. Mesma coisa com a irmã: é sério que bastou um e-mail pra desmoronar a relação entre as duas? E não preciso nem falar da cena ridícula do restaurante e da prisão. Aparentemente nenhum dos dois lugares tinha nenhuma câmera capaz de registrar o absurdo da faca flutuante nem dos golpes invisíveis que os policiais levaram. E não bastasse a tecnologia dos trajes conferirem invisibilidade a ele, também deram superforça, aparentemente. Quase um filme de super-herói. Em tempo: a única coisa verdadeiramente inquestionável do filme é a qualidade da atuação da Elizabeth Moss. Que desperdício de tamanho talento.
Nossa, que agonia. Não imaginei que a imersão seria tão grande! Cheguei a ficar realmente enjoada no começo e na metade tive que pausar por uns minutos pra amenizar a tensão.
Confesso que trilha sonora usada à exaustão para forçar o suspense me incomodou bastante. Parece que o filme não se sustenta sozinho, e isso é um problema.
Também me incomodou o fato de o plot twist ser totalmente condicionado a algo imprevisível - que é o fato do cara se apaixonar tanto pela filha do inspetor, a ponto de tramar a morte da própria mulher. Aliás, porque é mesmo que ele precisava se apaixonar por ela? A própria morte da mulher dele já poderia ter sido armada pelo inspetor e a filha, que poderiam apenas ter plantado provas falsas incriminando o marido.
Olha, eu realmente tentei, mas, pra mim, Hereditário não rolou.
A tensão e o suspense até que são bem construídos em algumas cenas, mas o roteiro não ajuda. Talvez eu tenha ido com expectativas muito altas, mas para um filme que estava sendo vendido como "inovador", achei bem mais do mesmo.
É apenas mais uma história sobre ocultismo, com gente não tendo um pingo de razoabilidade e mexendo com o que não deve (qualquer filme que mexa com tábuas de ouija ou jogo do copo se encaixa aqui), culminando com possessões demoníacas. Nada de novo sob a luz do sol.
A performance de Toni Collette, entretanto, é realmente digna de todos os elogios que vem recebendo.
Um filme presunçoso, eu diria. Promete muito mais do que entrega.
(E não, Hereditário não tem nada a ver com a A Bruxa. Este último é uma pequena obra prima.)
Desenvolvimento interessante para um final preguiçoso e previsível.
Quer dizer que quando foi com o noivo da menina era mentirinha, mas quando foi com ela era verdade? Eu sei que esse é exatamente o ponto da história, mas convenhamos, é preguiçoso e nada original.
Vale como entretenimento (a cena da maçã é realmente boa), mas é esquecível assim que termina.
Quando fiquei sabendo do filme, e por já suspeitar que se tratasse de uma história sobre possíveis distúrbios psicológicos (dupla personalidade, dissociação, etc), fui com MUITA expectativa atrás do livro, porque eu simplesmente não poderia esperar até o filme ser lançado.
O resultado foi uma tremenda decepção. O livro é chato, pouco habilidoso ao construir uma narrativa minimamente interessante. A personagem principal é pouco complexa para convencer quanto ao papel de escritora aclamada que passa por um bloqueio criativo. Os ataques que ela vai recebendo ao longo da história, por cartas anônimas e posts em redes sociais, são apenas pontas soltas que não acrescentam NADA à história além de plantar uma dúvida a respeito da existência ou não da Elle e seu possível envolvimento com tudo isso (algo que a trama poderia ter dispensado se a escritora tivesse habilidade para tanto). A figura da Elle é o ponto mais interessante que o livro oferece, mas, por se tratar de uma faceta da personagem principal que, por sua vez, é pouco explorada, acaba também não convencendo.
Porém, contudo, todavia, minha esperança era a de que, na adaptação do livro para roteiro, fosse feito um bom trabalho, que aliado a uma direção competente, resultasse num filme memorável. Não foi o que aconteceu.
O filme é bem fiel ao livro - o que, nesse caso, é péssimo, e tudo o que eu esperava que fosse melhorado, resultou em algo ainda mais entediante. Particularmente, eu esperava que tornassem a Delphine mais interessante, que explorassem melhor seu processo criativo (que a levou ao sucesso) e, aos poucos, fossem inserindo elementos de insanidade, que justificassem o bloqueio criativo e o surgimento da Elle. Esperava especialmente que o final fosse o ápice da loucura, com as duas figuras se confundindo em uma só. Não é o que acontece. O filme só reproduz o final insosso do livro - que qualquer leitor mais calejado já desconfiava desde o início.
Por fim, meu comentário poderia ter sido resumido em apenas uma frase: essa história já foi contada (e MAGISTRALMENTE) pelo Bergman em Persona.
Um filme feito por e para mulheres. Não me entendam mal, qualquer um que tenha uma boa dose de sensibilidade é capaz de apreciar essa obra, independentemente de gênero. Tratando-se de uma espectadora mulher, no entanto, a história ganha um peso muito maior, quase que insuportável.
A história é ambientada no pós segunda guerra, mas poderia ser facilmente adaptada para a atualidade. Os horrores que vitimaram as mulheres ali retratadas são os mesmos que atormentam qualquer mulher que, mesmo hoje, numa realidade suposta e aparentemente pacífica, "atreva-se" a sair sozinha ou a usar a roupa que bem quiser. Essa cultura que subjuga mulheres é anterior à guerra, sobreviveu à ela e permanece bastante expressiva, sem dar sinais de extinção.
É interessante traçar um paralelo entre o sentimento de autopunição demonstrado pelas freiras, ultrajadas em suas crenças de forma tão ou mais intensa do que a violação física que sofreram, e o sentimento de culpa que tão comumente atinge as vítimas de abuso sexual, ainda que desprovidas de qualquer compromisso religioso. É a prova de que existe todo um cenário em que as atitudes da vítima são mais questionadas do que as motivações do abusador.
O fato da ajuda também ter vindo das mãos de uma mulher, tão diferente das moças do convento em suas convicções, mas tão próxima a elas quanto aos medos que compartilham (o quase estupro da Mathilde é o elo de identificação que faltava entre elas), é algo fortemente simbólico.
Por fim, a atmosfera de esperança que paira nas cenas finais deixa uma mensagem clara: juntas somos mais fortes.
A quem interessar possa: o filme pode ser assistido online no Cinecultz ou baixado pelo Kickass. E tem legenda em português no Opensubtitles.
Ok, já virou clichê falar mal de 50 tons, mas a história (tanto nos livros - que não li - quanto no filme) não se ajuda. Vá lá: a trilha sonora funciona e as cenas de sexo são bonitas. E ao menos o filme "amenizou" alguns aspectos mais abusivos do livro. Mas, de resto, tá tudo lá: romantização de abuso, o velho moralismo enlatado como "filme erótico" e uma distorcida e inaceitável versão do que é o sadomasoquismo. Sugerir que a prática do BDSM pressupõe desvio de caráter e traumas na infância é simplesmente absurdo. E pior: o filme sugere que o fetiche (lembrando mais uma vez, totalmente equivocado) é o grande problema do protagonista, e não todo o "resto", como a sua personalidade manipuladora, abusiva e stalker.
Sem contar que os diálogos são sofríveis. Para um filme que se diz erótico, dar sono nos espectadores não é um bom sinal. Enfim, a quem quiser ver Jamie Dornan em melhor contexto, sugiro: assistam The Fall.
Ai, que filme difícil! Faz pensar na quantidade de injustiças que devem acontecer mundo afora, sem que o grande público sequer desconfie.
No fundo, acredito que o grande debate do filme seja esse mesmo. A irracionalidade que nós, enquanto sociedade, ostentamos sempre que temos ímpetos de fazer "justiça com as próprias mãos". Há situações cujos contornos jamais poderão ser devidamente apurados e é em razão disso que toda cautela é pouca quando se trata de acusar e julgar alguém (aqui, falo não só dos julgamentos morais, mas também daqueles perante a lei).
Mas falando especificamente da situação do filme, entendo a atitude de todos ali. Que pai ou mãe não teria a mesma atitude, ou até pior? A verdade é que tudo se desenrolou de tal forma que, inevitavelmente, a inocência de Lucas se tornou bastante questionável. E isso é o mais desesperador. E sei que é um tanto quanto contraditório, mas "me dei" o direito de sentir muita raiva da menina. Eu sei, ela é criança e carente. Mas não deixa de ser dissimulada. Ela poderia até não saber a proporção que tomaria a pequena mentira que contou, mas o fez com o claro intuito de prejudicar. Em nenhum momento houve inocência quanto à intenção de causar mal. Ela poderia ter inventado QUALQUER coisa. Mas inventou e dissimulou aquilo que ela sabia, ainda que "inocentemente", que era mais grave.
Enfim, um filme capaz de causar todos esses questionamentos é, com toda a certeza, um filme que merece ser assistido. Mads sempre maravilhoso, e a menina Annika foi simplesmente incrível!
Já ciente das tantas críticas negativas que o filme recebeu, comecei a assistir sem muitas expectativas. Agora, só fico me perguntando o porquê de tanta decepção. Evidente que não estamos falando de um clássico como Silêncio dos Inocentes, mas este Hannibal - A Origem do Mal consegue cumprir o seu papel de contar uma boa história, ainda que com algumas falhas. Só posso entender que o que causou tanta revolta seja o fato de ter sido dada uma "explicação" pra toda a maldade do personagem - o que me soa meio incompreensível, tendo em vista que o roteiro foi feito pelo próprio Thomas Harris, respeitando (segundo o que eu ouvi de quem já leu os livros, ainda não tive o prazer - mas já estou atrás de toda a série) fielmente o que foi contado no livro. Além disso, não vejo os acontecimentos deste filme como justificativa para o futuro do personagem. Aqui, vemos apenas o ponto inicial da trajetória, o estopim para que toda a "essência" do personagem viesse à tona. Basta um pequeno contato com a obra (seja através dos filmes ou dos livros) para notar que Hannibal Lecter é um personagem complexo, multifacetado. É claro que a mera maldade, pura e independente, já é divertida o bastante para compor um dos personagens mais fascinantes já criados. Mas atribuir a ela um início um pouco mais verossímil não macula em nada a imagem do nosso querido psicopata. Hannibal é daqueles personagens que, de tão bem construídos, conseguem "segurar" explicações um tanto quanto contraditórias: ele pode sim, em seu início, parecer com um anti-herói em busca de vingança e, AINDA ASSIM, ter se tornado o psicopata frio e sádico que conhecemos. Sua complexidade permite que seja assim. Eu, particularmente, acho ótimo. Nunca vou me cansar de descobrir mais e mais sobre Hannibal Lecter.
E gente, que Hannibal mais lindinho, hein? Achei que minha paixão fosse só pelo Mads, mas vejo que não <3 hahaha
Segue também uma ótima crítica que ilustra muito bem o meu pensamento: http://www.cineplayers.com/critica/hannibal--a-origem-do-mal/1464
Ao terminar de assistir, só conseguia pensar em como algumas horas de excelentes diálogos e reflexões sobre a condição humana haviam sido desperdiçados com um final revoltante. Felizmente, essa sensação durou apenas até que esse final fosse digerido e eu pudesse perceber que a intenção era exatamente essa: permitir que pudéssemos sentir - ainda mais - todo o peso da trajetória de Joe e, acima de tudo, para que pudéssemos finalizar todas aquelas reflexões com a confirmação de como o ser humano pode ser inegavelmente podre (para resumir em uma só palavra as tantas características que podemos extrair da atitude de Selligman e de tantos outros personagens).
"As qualidades humanas podem ser expressas em uma palavra: hipocrisia. Enaltecemos aqueles que dizem o certo, mas desejam o errado, e zombamos daqueles que dizem o errado, mas desejam o certo."
Tão chato que não consegui terminar de assistir. Vale pela fotografia e pela excelente trilha sonora, apenas. Fico torcendo para que o livro seja melhor.
Ainda que o filme tenha se saído um pouco melhor do que o livro (algumas mudanças foram importantes e trouxeram um pouco mais de coerência e maturidade à obra), é incrível o quanto essa história é superestimada.
A boa caracterização do distrito 12, a maneira como optaram por retratar os "Idealizadores dos Jogos" e a excelente reação do distrito 11 à morte de Rue (bem diferente do que acontece no livro) não fazem muito pelo roteiro previsível. E claro (sei que talvez eu seja a única que pense assim), poucas vezes vi uma atuação tão fria e indiferente quanto a de Jennifer Lawrence. Tudo o que Katniss me "conquistou" no livro (que, volto a repetir, é igualmente superestimado - ou até mais), a Katniss do filme apenas me irritou e despertou antipatia.
Refúgio do Medo
3.6 374 Assista AgoraQue pena que tenham escolhido colocar a última reviravolta. Eu teria achado infinitamente melhor se o filme tivesse terminado explorando ainda mais a história do Silas e seus traumas de guerra.
Em todo o caso, é um ótimo filme. Não irá decepcionar os admiradores da mente humana.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraNo lançamento desse filme eu estava às voltas de superar o meu próprio "Oliver" e optei por aguardar para assistir.
Que bom que eu fiz isso. Hoje, findada a mágoa e controlada a saudade, consegui absorver toda a beleza e sensibilidade dessa história tão linda.
Certamente um dos meus favoritos da vida ♥
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraNossa, que palhaçada.
A primeira meia hora é impecável e promete um suspense muito bem construído, mas a partir da cena em que a menina é agredida, é ladeira abaixo. Gente, a protagonista tava BEM longe e deitada no chão, era nítido que não tinha como ter partido dela o golpe ou ao menos era o suficiente pra ter plantado uma dúvida. Mas não, a menina automaticamente já compra com absoluta convicção a ideia de que foi agredida pela Cecília.
Mesma coisa com a irmã: é sério que bastou um e-mail pra desmoronar a relação entre as duas? E não preciso nem falar da cena ridícula do restaurante e da prisão. Aparentemente nenhum dos dois lugares tinha nenhuma câmera capaz de registrar o absurdo da faca flutuante nem dos golpes invisíveis que os policiais levaram.
E não bastasse a tecnologia dos trajes conferirem invisibilidade a ele, também deram superforça, aparentemente. Quase um filme de super-herói.
Em tempo: a única coisa verdadeiramente inquestionável do filme é a qualidade da atuação da Elizabeth Moss. Que desperdício de tamanho talento.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraNossa, que agonia. Não imaginei que a imersão seria tão grande! Cheguei a ficar realmente enjoada no começo e na metade tive que pausar por uns minutos pra amenizar a tensão.
O Corpo
4.1 1,0KMuito bom, mas
Confesso que trilha sonora usada à exaustão para forçar o suspense me incomodou bastante. Parece que o filme não se sustenta sozinho, e isso é um problema.
Também me incomodou o fato de o plot twist ser totalmente condicionado a algo imprevisível - que é o fato do cara se apaixonar tanto pela filha do inspetor, a ponto de tramar a morte da própria mulher. Aliás, porque é mesmo que ele precisava se apaixonar por ela? A própria morte da mulher dele já poderia ter sido armada pelo inspetor e a filha, que poderiam apenas ter plantado provas falsas incriminando o marido.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraOlha, eu realmente tentei, mas, pra mim, Hereditário não rolou.
A tensão e o suspense até que são bem construídos em algumas cenas, mas o roteiro não ajuda. Talvez eu tenha ido com expectativas muito altas, mas para um filme que estava sendo vendido como "inovador", achei bem mais do mesmo.
É apenas mais uma história sobre ocultismo, com gente não tendo um pingo de razoabilidade e mexendo com o que não deve (qualquer filme que mexa com tábuas de ouija ou jogo do copo se encaixa aqui), culminando com possessões demoníacas. Nada de novo sob a luz do sol.
A performance de Toni Collette, entretanto, é realmente digna de todos os elogios que vem recebendo.
Um filme presunçoso, eu diria. Promete muito mais do que entrega.
(E não, Hereditário não tem nada a ver com a A Bruxa. Este último é uma pequena obra prima.)
Adeus, Primeiro Amor
3.3 192Recebi a indicação desse filme, vim ler os comentários e meu coração já tá apertado. Criando coragem para assistir.
O Espelho
2.9 933 Assista AgoraDesenvolvimento interessante para um final preguiçoso e previsível.
Quer dizer que quando foi com o noivo da menina era mentirinha, mas quando foi com ela era verdade? Eu sei que esse é exatamente o ponto da história, mas convenhamos, é preguiçoso e nada original.
Vale como entretenimento (a cena da maçã é realmente boa), mas é esquecível assim que termina.
Baseado em Fatos Reais
3.1 189 Assista AgoraQuando fiquei sabendo do filme, e por já suspeitar que se tratasse de uma história sobre possíveis distúrbios psicológicos (dupla personalidade, dissociação, etc), fui com MUITA expectativa atrás do livro, porque eu simplesmente não poderia esperar até o filme ser lançado.
O resultado foi uma tremenda decepção. O livro é chato, pouco habilidoso ao construir uma narrativa minimamente interessante. A personagem principal é pouco complexa para convencer quanto ao papel de escritora aclamada que passa por um bloqueio criativo. Os ataques que ela vai recebendo ao longo da história, por cartas anônimas e posts em redes sociais, são apenas pontas soltas que não acrescentam NADA à história além de plantar uma dúvida a respeito da existência ou não da Elle e seu possível envolvimento com tudo isso (algo que a trama poderia ter dispensado se a escritora tivesse habilidade para tanto). A figura da Elle é o ponto mais interessante que o livro oferece, mas, por se tratar de uma faceta da personagem principal que, por sua vez, é pouco explorada, acaba também não convencendo.
Porém, contudo, todavia, minha esperança era a de que, na adaptação do livro para roteiro, fosse feito um bom trabalho, que aliado a uma direção competente, resultasse num filme memorável. Não foi o que aconteceu.
O filme é bem fiel ao livro - o que, nesse caso, é péssimo, e tudo o que eu esperava que fosse melhorado, resultou em algo ainda mais entediante. Particularmente, eu esperava que tornassem a Delphine mais interessante, que explorassem melhor seu processo criativo (que a levou ao sucesso) e, aos poucos, fossem inserindo elementos de insanidade, que justificassem o bloqueio criativo e o surgimento da Elle. Esperava especialmente que o final fosse o ápice da loucura, com as duas figuras se confundindo em uma só. Não é o que acontece. O filme só reproduz o final insosso do livro - que qualquer leitor mais calejado já desconfiava desde o início.
Por fim, meu comentário poderia ter sido resumido em apenas uma frase: essa história já foi contada (e MAGISTRALMENTE) pelo Bergman em Persona.
Agnus Dei
4.1 271 Assista AgoraUm filme feito por e para mulheres. Não me entendam mal, qualquer um que tenha uma boa dose de sensibilidade é capaz de apreciar essa obra, independentemente de gênero. Tratando-se de uma espectadora mulher, no entanto, a história ganha um peso muito maior, quase que insuportável.
A história é ambientada no pós segunda guerra, mas poderia ser facilmente adaptada para a atualidade. Os horrores que vitimaram as mulheres ali retratadas são os mesmos que atormentam qualquer mulher que, mesmo hoje, numa realidade suposta e aparentemente pacífica, "atreva-se" a sair sozinha ou a usar a roupa que bem quiser. Essa cultura que subjuga mulheres é anterior à guerra, sobreviveu à ela e permanece bastante expressiva, sem dar sinais de extinção.
É interessante traçar um paralelo entre o sentimento de autopunição demonstrado pelas freiras, ultrajadas em suas crenças de forma tão ou mais intensa do que a violação física que sofreram, e o sentimento de culpa que tão comumente atinge as vítimas de abuso sexual, ainda que desprovidas de qualquer compromisso religioso. É a prova de que existe todo um cenário em que as atitudes da vítima são mais questionadas do que as motivações do abusador.
O fato da ajuda também ter vindo das mãos de uma mulher, tão diferente das moças do convento em suas convicções, mas tão próxima a elas quanto aos medos que compartilham (o quase estupro da Mathilde é o elo de identificação que faltava entre elas), é algo fortemente simbólico.
Por fim, a atmosfera de esperança que paira nas cenas finais deixa uma mensagem clara: juntas somos mais fortes.
A quem interessar possa: o filme pode ser assistido online no Cinecultz ou baixado pelo Kickass. E tem legenda em português no Opensubtitles.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraOk, já virou clichê falar mal de 50 tons, mas a história (tanto nos livros - que não li - quanto no filme) não se ajuda. Vá lá: a trilha sonora funciona e as cenas de sexo são bonitas. E ao menos o filme "amenizou" alguns aspectos mais abusivos do livro. Mas, de resto, tá tudo lá: romantização de abuso, o velho moralismo enlatado como "filme erótico" e uma distorcida e inaceitável versão do que é o sadomasoquismo. Sugerir que a prática do BDSM pressupõe desvio de caráter e traumas na infância é simplesmente absurdo. E pior: o filme sugere que o fetiche (lembrando mais uma vez, totalmente equivocado) é o grande problema do protagonista, e não todo o "resto", como a sua personalidade manipuladora, abusiva e stalker.
Sem contar que os diálogos são sofríveis. Para um filme que se diz erótico, dar sono nos espectadores não é um bom sinal. Enfim, a quem quiser ver Jamie Dornan em melhor contexto, sugiro: assistam The Fall.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraAi, que filme difícil! Faz pensar na quantidade de injustiças que devem acontecer mundo afora, sem que o grande público sequer desconfie.
No fundo, acredito que o grande debate do filme seja esse mesmo. A irracionalidade que nós, enquanto sociedade, ostentamos sempre que temos ímpetos de fazer "justiça com as próprias mãos". Há situações cujos contornos jamais poderão ser devidamente apurados e é em razão disso que toda cautela é pouca quando se trata de acusar e julgar alguém (aqui, falo não só dos julgamentos morais, mas também daqueles perante a lei).
Mas falando especificamente da situação do filme, entendo a atitude de todos ali. Que pai ou mãe não teria a mesma atitude, ou até pior? A verdade é que tudo se desenrolou de tal forma que, inevitavelmente, a inocência de Lucas se tornou bastante questionável. E isso é o mais desesperador. E sei que é um tanto quanto contraditório, mas "me dei" o direito de sentir muita raiva da menina. Eu sei, ela é criança e carente. Mas não deixa de ser dissimulada. Ela poderia até não saber a proporção que tomaria a pequena mentira que contou, mas o fez com o claro intuito de prejudicar. Em nenhum momento houve inocência quanto à intenção de causar mal. Ela poderia ter inventado QUALQUER coisa. Mas inventou e dissimulou aquilo que ela sabia, ainda que "inocentemente", que era mais grave.
Enfim, um filme capaz de causar todos esses questionamentos é, com toda a certeza, um filme que merece ser assistido. Mads sempre maravilhoso, e a menina Annika foi simplesmente incrível!
Hannibal: A Origem do Mal
3.6 753Já ciente das tantas críticas negativas que o filme recebeu, comecei a assistir sem muitas expectativas. Agora, só fico me perguntando o porquê de tanta decepção. Evidente que não estamos falando de um clássico como Silêncio dos Inocentes, mas este Hannibal - A Origem do Mal consegue cumprir o seu papel de contar uma boa história, ainda que com algumas falhas. Só posso entender que o que causou tanta revolta seja o fato de ter sido dada uma "explicação" pra toda a maldade do personagem - o que me soa meio incompreensível, tendo em vista que o roteiro foi feito pelo próprio Thomas Harris, respeitando (segundo o que eu ouvi de quem já leu os livros, ainda não tive o prazer - mas já estou atrás de toda a série) fielmente o que foi contado no livro.
Além disso, não vejo os acontecimentos deste filme como justificativa para o futuro do personagem. Aqui, vemos apenas o ponto inicial da trajetória, o estopim para que toda a "essência" do personagem viesse à tona. Basta um pequeno contato com a obra (seja através dos filmes ou dos livros) para notar que Hannibal Lecter é um personagem complexo, multifacetado. É claro que a mera maldade, pura e independente, já é divertida o bastante para compor um dos personagens mais fascinantes já criados. Mas atribuir a ela um início um pouco mais verossímil não macula em nada a imagem do nosso querido psicopata. Hannibal é daqueles personagens que, de tão bem construídos, conseguem "segurar" explicações um tanto quanto contraditórias: ele pode sim, em seu início, parecer com um anti-herói em busca de vingança e, AINDA ASSIM, ter se tornado o psicopata frio e sádico que conhecemos. Sua complexidade permite que seja assim. Eu, particularmente, acho ótimo. Nunca vou me cansar de descobrir mais e mais sobre Hannibal Lecter.
E gente, que Hannibal mais lindinho, hein? Achei que minha paixão fosse só pelo Mads, mas vejo que não <3 hahaha
Segue também uma ótima crítica que ilustra muito bem o meu pensamento: http://www.cineplayers.com/critica/hannibal--a-origem-do-mal/1464
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraAo terminar de assistir, só conseguia pensar em como algumas horas de excelentes diálogos e reflexões sobre a condição humana haviam sido desperdiçados com um final revoltante. Felizmente, essa sensação durou apenas até que esse final fosse digerido e eu pudesse perceber que a intenção era exatamente essa: permitir que pudéssemos sentir - ainda mais - todo o peso da trajetória de Joe e, acima de tudo, para que pudéssemos finalizar todas aquelas reflexões com a confirmação de como o ser humano pode ser inegavelmente podre (para resumir em uma só palavra as tantas características que podemos extrair da atitude de Selligman e de tantos outros personagens).
"As qualidades humanas podem ser expressas em uma palavra: hipocrisia. Enaltecemos aqueles que dizem o certo, mas desejam o errado, e zombamos daqueles que dizem o errado, mas desejam o certo."
E a Charlotte Gainsbourg é apaixonante.
Na Estrada
3.3 1,9KTão chato que não consegui terminar de assistir. Vale pela fotografia e pela excelente trilha sonora, apenas. Fico torcendo para que o livro seja melhor.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraAinda que o filme tenha se saído um pouco melhor do que o livro (algumas mudanças foram importantes e trouxeram um pouco mais de coerência e maturidade à obra), é incrível o quanto essa história é superestimada.
A boa caracterização do distrito 12, a maneira como optaram por retratar os "Idealizadores dos Jogos" e a excelente reação do distrito 11 à morte de Rue (bem diferente do que acontece no livro) não fazem muito pelo roteiro previsível.
E claro (sei que talvez eu seja a única que pense assim), poucas vezes vi uma atuação tão fria e indiferente quanto a de Jennifer Lawrence. Tudo o que Katniss me "conquistou" no livro (que, volto a repetir, é igualmente superestimado - ou até mais), a Katniss do filme apenas me irritou e despertou antipatia.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista Agora"Uh, muthafucka tryin to rape me, I don't want to give him a skin rash. I wanna shot that nigga down!"
Prison Break - O Resgate Final
4.0 334sobre esse filme, só digo isso: melhor fingir que não existe. [2]
À Procura da Felicidade
4.2 2,8K Assista AgoraDe resto o que poderia ser uma bela crítica ao capitalismo se converteu em propaganda do sistema. [2]