óia esse filme querendo parecer um filme profissional e de verdade de hollywood e conseguindo! (high production value nóis gosta né), consequentemente assimilando sem dó e até com certa 'paixão' todos os cacoetes formulaicos, obsoletos e bem bregas de um biopic comunzão e meio oco das terras de lá. mas tá certo, tem que sair da mesmice brazuca e mergulhar de cabeça na mesmice universal.
a primeira parte é sem dúvidas mais contundente, crua, potente e no geral, mais sensível e humana, mas a segunda eh doida demais pra ignorar. Gostei bastante
Cafona pra caralho, e não a cafonice proposital e inócua que ele fica tentando esfregar na sua cara, mas uma cafonice proveniente da falha insistente mas miserável em criar uma 'personalidade' brega e referencial msm. Quando solta a franga na segunda metade, fica um pouco melhor, de resto, zero tato.
o twist eh conceitualmente bem interessante mas o filme vai se sabotando miseravelmente até chegar nele: ritmo péssimo, cenas e sequências acabam sem resolução e todo o desenvolvimento da coisa eh sofrível. Eh praticamente uma ideia de filme 'filmada'
as histórinhas avulsas são bem boas, tava bem animado com a progressão da coisa toda e até preparado pra avaliar mais alto, mas o filme como um todo é broxante e sua 'mensagem' só não é mais mesquinha porque é fraca e infantil, fica basicamente tagarelando na superfície das coisas e azeda a experiência mais honesta que as histórinhas e seus personagens tavam proporcionando. fala sério, um zé ruela de terninho como um arauto da 'revelação', regurgitando todo o tipo de lugar comum neo-religioso sobre experiências sensíveis e transcendentais demonstrando exatamente a falta de contato e amor com qualquer coisa próxima delas.
Filme horrível, uma velha coroca 'bruxinha' banguela e com cabelo de fuá, profeta, rindo e protegendo sua vizinhança, criando antídotos contra os tipos mais nefastos de 'policiais' da beleza e da forma.
""fãs"" de suspiria tem mais eh q tomar no cu. tomara que esse filme seja bem bom, com atuação espetacular de chloe morezt e pra melhorar msmo, só se fosse lançado em p&b
final meio de bocó, mas trabalho de câmera e construção de atmosfera excepcionais, além de um ou outro momento ali assustador pra caramba. filmes de terror exercem sua força máxima qndo são voltados a personagens e não a eventos. e laurie holden, que atrizona, né.
não sei se compro a ideia da coisa toda, mas o filme flui graciosamente, como uma musiquinha, sem dúvida nenhuma. E acerta justamente onde geral diz que errou, na narrativa meio dispersa.
Obra-prima. Ficar insistindo na ideia de 'revisionismo' é se ater à parte mais periférica desse filme e esquecer a central, que é uma travessia pura pela aridez.
Mas que filme do caralho. Um pesadelo do início ao fim, tudo meio amador, bem pobrão, sem elegância nem perícia técnica nenhuma, mas uma grande experiência de ambientação, contextualização e um desenvolvimento de universo impressionante pra um set tão pequeno e minimalista. A atriz tá muito boa, a personagem foi escrita e delineada de forma honesta e humana, as aparições, embora tenha uma ou outra que repita certos vícios meio fajutos do gênero, funcionam muito bem (tomei vários sustos), o desenho de som está ÓTIMO, fora do normal, conseguiu emular uma sensação de medo e sombriedade que fica claro pra quem assiste que o cara que dirigiu sabia bem onde queria chegar. O filme joga com o experimental às vezes e acerta bastante, mas a força msmo do negócio tá na exploração de várias vertentes do terror, sem depender de normas esquemáticas de certos nichos do gênero: tá tudo abraçado aqui na tentativa de representar um horror que começa na corrupção do espírito e da mente e se espalha pelo físico, terminando na violência sobre os corpos msmo. Muito daora!
minha visão, primeiro uma mais simples: o tal do 'shimmer' faz com a terra justamente o que o câncer por exemplo faz com o organismo dos seres vivos, tem algumas qualidades da vida, cresce e se prolifera como ela mas visando a destruição. As formas aleatórias e 'novas' representam muito bem o dilema que algo que cresce só pra morrer e, aparentemente, não tem nenhum propósito, causa em nós, humanos, que dependemos muito de explicações, sentido, razão, causas, etc, e essas formas são a representação do absurdo. Além disso são também uma 'afronta', uma 'corrupção' da vida, como a personagem lá diz. É o próprio incompreensível. Eu até diria que é a própria morte. O 'alien' é o câncer, elas o sistema imunológico (o crédito pra essa teoria do sistema imunológico vai pra um anônimo da internet)
Agora uma mais desenvolvida: Todas as personagens carregam consigo algum acontecimento marcante o suficiente pra motivá-las a se arriscar nessa jornada, e embora alguns desses acontecimentos tenham explicitamente a ver com o câncer em si (a chefe da expedição lá que tá doente, a mãe que perdeu a filha pra leucemia) eu sinto que a ligação é muito mais com eventos que te modificam profundamente, como um trauma ou o luto do que com a doença especificamente. E todos esses eventos representam uma mudança no extremo interior de quem passa por eles. Como uma espécie de mutação no DNA msmo, que é o seu centro, a chave e o código pra te desvendar, ou seja, toda a sua noção de 'EU' e aonde essa mudança dá início, se espalhando pra outras áreas, mas num nível emocional, mental e espiritual. E isso porque uma das características desses eventos traumáticos que falei é que eles geralmente desafiam todas as noções e conceitos que uma pessoa criou anteriormente pra entender a si próprio e o mundo, a morte cruel de uma criança por exemplo te faz questionar o propósito da vida e do sofrimento e se a própria existência no geral não é vazia de qualquer sentido. Daí, após a vivência desses eventos, duas coisas podem acontecer: 1- a renovação do olhar sobre a própria existência (a modificação com sucesso do DNA, o centro de tudo o que te define, tudo o que te constitui), representado por esse ser idêntico a você, a sua cópia, que acaba tomando, renovando e substituindo todas aquelas caracterìsticas que você achava que constituiam a parte essencial do seu eu, o seu DNA, culminando numa espécie de reencarnação, renascimento; ou 2- a perda de toda estabilidade, o desespero, o abandono de si, dos seus alicerces e parâmetros, a desfragmentação e a autodestruição (que é o que acontece com qualquer um dos outros personagens na floresta, e os que chegam até o fim mas são consumidos).
A autodestruição aqui é a chave: Desde o começo, quando a doutora tá explicando como as células se reproduzem, ela já toca nesse ponto, e sei que em uma cena falam exatamente sobre isso, uma das personagens diz que nem todo mundo é suicida mas todos se autodestroem, seja através de vícios, de autosabotagem, seja através da agressão intencional a elementos da sua vida que supostamente deveriam te completar (a mulher traindo o marido lá): é algo que praticamente tá codificado no gene humano. Muito importante a diferença entre a destruição através do suicídio, que é física e encerra a continuidade da vida, e a outra, que é imaterial, preservando a capacidade pra reparação e pra cura. E é esse último passo, essa última distinção, que faltava pra essa forma alienígena se aperfeiçoar na imitação da vida da terra, era algo que ela não era capaz de fazer. E é assim que a doutora consegue 'vencer' a sua cópia, ela faz uma mímica da autodestruição. Só que, por mais que pareça que ela tenha sido destruída no final, essa autodestruição 'aprendida' com a doutora foi justamente onde ela sucedeu, 'se adaptou para possuir', para se propagar para o resto da Terra. Parte do DNA alien já estava na doutora, fazendo com que aquele local na 'zona' por onde ele entrou e cresceu não fosse mais necessário, era só uma espécie de crisálida.
Agora, porque essa forma simplesmente não deixava as outras pessoas saírem vivas se ela queria tanto se espalhar pelo resto da Terra? Duas coisas: Primeiro que ela não 'queria' exatamente, querer é um conceito que ela simplesmente não tem, ela não é inteligente ou senciente, é como o câncer, uma célula, é só algo que cresce e se reproduz, sem qualquer propósito e sentido, o sentido é a gente que dá (até como a própria vida dependendo de como vc vê). E segundo, praticamente todo mundo que entrou, até onde sabemos, cedeu, desistiu, enlouqueceu, se matou e não chegou nesse estágio final, uma porque a própria natureza dessa coisa alienígena criou um 'predador' graças às modificações nos animais e esse predador ia eliminando os humanos ou qualquer coisa mais fraca (aí você pode pensar em evolucionismo e como o mais forte dentro de uma espécie é o principal agente de sua propagação) e duas porque a primeira forma de autodestruição aprendida, que aconteceu com o suicído do marido após ele passar por todas as provações, ainda era imperfeita, apenas uma imagem, não foi o bastante para que o DNA alien se assimilasse harmoniosamente com o gene humano e implicava a destruição iminente do seu hospedeiro (o marido se suicida na 'zona'/o marido quase morre quando volta pra casa). A segunda forma, aprendida com a luta entre a doutora e sua cópia, estava aperfeiçoada, pois não implicou em autodestruição do hospedeiro, que é o passo essencial para substitui-lo com sucesso e garantir sua sobrevida fora da 'zona', o DNA se assimilou harmoniosamente. Aí voltamos praquilo que eu disse das duas destruições. A primeira autodestruição, a do marido, era física, como o suicídio, a segunda não, era imaterial e transcendente.
Se auto-destruir para viver eternamente, bem contra-intuitivo, mas a autodestruição, o que numa planta ou num animal não significa nada, no humano possui um significado profundo, e esse é o da reencarnação, da vida após a 'morte', do sentido da vida reencontrado depois de um trauma, da reconstrução, do retorno das cinzas. A forma de vida alien achou uma maneira de se adaptar aos homens imitando aquilo que existe de mais humano neles, que é a capacidade de passar por várias 'mortes' e renascer depois, e tudo isso ainda respeitando aquilo que eu disse sobre a falta de propósito ou inteligência nessa forma de vida, simplesmente porque ela apenas encontrou um hospedeiro perfeito, no caso o mais forte deles. E o poder desse hospedeiro é o de vencer a própria morte.
É uma versão do 'Invasores de Corpos', só que mais voltada pro aspecto existencial de uma transformação e pras mudanças profundas pelas quais as pessoas passam após grandes acontecimentos. (até o fato do casal ter feito parte do exército serve pra indicar um pouco isso, devido aos horrores que soldados vivenciam na guerra e que acabam afetando e revirando suas vidas msmo mtos anos após o término dela, PTSD e tal)
ps: ficou longo pra porra e sou péssimo pra me articular, mas espero que dê pra pegar alguma coisa ps2: deve ter um monte de coisa errada, me avisem ps3: spoiler
Custódia
4.2 157AS PERNA TA Q FICA BAMBA.
final lindo.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista Agorafosse só aqueles primeiros minutos, antes mesmo do evento que dá corda ao bagulho todo, seria um filme grandioso.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista Agoraóia esse filme querendo parecer um filme profissional e de verdade de hollywood e conseguindo! (high production value nóis gosta né), consequentemente assimilando sem dó e até com certa 'paixão' todos os cacoetes formulaicos, obsoletos e bem bregas de um biopic comunzão e meio oco das terras de lá. mas tá certo, tem que sair da mesmice brazuca e mergulhar de cabeça na mesmice universal.
Os Escolhidos
3.3 952 Assista Agoraque família bostona. tinha mais que ser atormentada e levada à beira da insanidade mesmo.
O Canal
2.9 204é bom nas partes em q não se entrega a uma paródia de filme de terror
Starry Eyes
2.9 178a primeira parte é sem dúvidas mais contundente, crua, potente e no geral, mais sensível e humana, mas a segunda eh doida demais pra ignorar. Gostei bastante
Late Phases
3.1 95Filmaço. Puro coração
O Hóspede
3.1 487Cafona pra caralho, e não a cafonice proposital e inócua que ele fica tentando esfregar na sua cara, mas uma cafonice proveniente da falha insistente mas miserável em criar uma 'personalidade' brega e referencial msm. Quando solta a franga na segunda metade, fica um pouco melhor, de resto, zero tato.
Primavera
3.3 160que direção fantástica! Isso aqui eh nouvelle vague!
Tumba Aberta
3.1 333o twist eh conceitualmente bem interessante mas o filme vai se sabotando miseravelmente até chegar nele: ritmo péssimo, cenas e sequências acabam sem resolução e todo o desenvolvimento da coisa eh sofrível. Eh praticamente uma ideia de filme 'filmada'
Histórias de Além-Túmulo
3.2 244 Assista Agoraas histórinhas avulsas são bem boas, tava bem animado com a progressão da coisa toda e até preparado pra avaliar mais alto, mas o filme como um todo é broxante e sua 'mensagem' só não é mais mesquinha porque é fraca e infantil, fica basicamente tagarelando na superfície das coisas e azeda a experiência mais honesta que as histórinhas e seus personagens tavam proporcionando.
fala sério, um zé ruela de terninho como um arauto da 'revelação', regurgitando todo o tipo de lugar comum neo-religioso sobre experiências sensíveis e transcendentais demonstrando exatamente a falta de contato e amor com qualquer coisa próxima delas.
Leptirica
3.5 7leptirica
Falsa Loura
2.9 140Filme horrível, uma velha coroca 'bruxinha' banguela e com cabelo de fuá, profeta, rindo e protegendo sua vizinhança, criando antídotos contra os tipos mais nefastos de 'policiais' da beleza e da forma.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista Agora""fãs"" de suspiria tem mais eh q tomar no cu. tomara que esse filme seja bem bom, com atuação espetacular de chloe morezt e pra melhorar msmo, só se fosse lançado em p&b
Pyewacket: Entidade Maligna
2.9 96 Assista Agorafinal meio de bocó, mas trabalho de câmera e construção de atmosfera excepcionais, além de um ou outro momento ali assustador pra caramba. filmes de terror exercem sua força máxima qndo são voltados a personagens e não a eventos. e laurie holden, que atrizona, né.
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista Agorathe book of thanos
Tempos Obscuros
3.3 266mto bom filme sobre doenças contagiosas
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista Agorao milagre desse filme eh deixar uma sala cheia inteira em silêncio até o fim só experimentando o silêncio do mundo dentro do filme
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista Agoraoloco e essas notinha aí? não tava dando nada pro filme, agora vou ter q ver
Popstar: Sem Parar, Sem Limites
3.4 140 Assista AgoraINFINITY WAR IS THE MOST AMBITIOUS CROSSOVER EVENT IN HISTORY
Pequena Grande Vida
2.7 431 Assista Agoranão sei se compro a ideia da coisa toda, mas o filme flui graciosamente, como uma musiquinha, sem dúvida nenhuma. E acerta justamente onde geral diz que errou, na narrativa meio dispersa.
O Atalho
3.3 60 Assista AgoraObra-prima. Ficar insistindo na ideia de 'revisionismo' é se ater à parte mais periférica desse filme e esquecer a central, que é uma travessia pura pela aridez.
Last Shift
3.0 205Mas que filme do caralho. Um pesadelo do início ao fim, tudo meio amador, bem pobrão, sem elegância nem perícia técnica nenhuma, mas uma grande experiência de ambientação, contextualização e um desenvolvimento de universo impressionante pra um set tão pequeno e minimalista. A atriz tá muito boa, a personagem foi escrita e delineada de forma honesta e humana, as aparições, embora tenha uma ou outra que repita certos vícios meio fajutos do gênero, funcionam muito bem (tomei vários sustos), o desenho de som está ÓTIMO, fora do normal, conseguiu emular uma sensação de medo e sombriedade que fica claro pra quem assiste que o cara que dirigiu sabia bem onde queria chegar. O filme joga com o experimental às vezes e acerta bastante, mas a força msmo do negócio tá na exploração de várias vertentes do terror, sem depender de normas esquemáticas de certos nichos do gênero: tá tudo abraçado aqui na tentativa de representar um horror que começa na corrupção do espírito e da mente e se espalha pelo físico, terminando na violência sobre os corpos msmo. Muito daora!
Aniquilação
3.4 1,6K Assista Agoraminha visão, primeiro uma mais simples: o tal do 'shimmer' faz com a terra justamente o que o câncer por exemplo faz com o organismo dos seres vivos, tem algumas qualidades da vida, cresce e se prolifera como ela mas visando a destruição. As formas aleatórias e 'novas' representam muito bem o dilema que algo que cresce só pra morrer e, aparentemente, não tem nenhum propósito, causa em nós, humanos, que dependemos muito de explicações, sentido, razão, causas, etc, e essas formas são a representação do absurdo. Além disso são também uma 'afronta', uma 'corrupção' da vida, como a personagem lá diz. É o próprio incompreensível. Eu até diria que é a própria morte. O 'alien' é o câncer, elas o sistema imunológico (o crédito pra essa teoria do sistema imunológico vai pra um anônimo da internet)
Agora uma mais desenvolvida: Todas as personagens carregam consigo algum acontecimento marcante o suficiente pra motivá-las a se arriscar nessa jornada, e embora alguns desses acontecimentos tenham explicitamente a ver com o câncer em si (a chefe da expedição lá que tá doente, a mãe que perdeu a filha pra leucemia) eu sinto que a ligação é muito mais com eventos que te modificam profundamente, como um trauma ou o luto do que com a doença especificamente. E todos esses eventos representam uma mudança no extremo interior de quem passa por eles. Como uma espécie de mutação no DNA msmo, que é o seu centro, a chave e o código pra te desvendar, ou seja, toda a sua noção de 'EU' e aonde essa mudança dá início, se espalhando pra outras áreas, mas num nível emocional, mental e espiritual. E isso porque uma das características desses eventos traumáticos que falei é que eles geralmente desafiam todas as noções e conceitos que uma pessoa criou anteriormente pra entender a si próprio e o mundo, a morte cruel de uma criança por exemplo te faz questionar o propósito da vida e do sofrimento e se a própria existência no geral não é vazia de qualquer sentido.
Daí, após a vivência desses eventos, duas coisas podem acontecer: 1- a renovação do olhar sobre a própria existência (a modificação com sucesso do DNA, o centro de tudo o que te define, tudo o que te constitui), representado por esse ser idêntico a você, a sua cópia, que acaba tomando, renovando e substituindo todas aquelas caracterìsticas que você achava que constituiam a parte essencial do seu eu, o seu DNA, culminando numa espécie de reencarnação, renascimento; ou 2- a perda de toda estabilidade, o desespero, o abandono de si, dos seus alicerces e parâmetros, a desfragmentação e a autodestruição (que é o que acontece com qualquer um dos outros personagens na floresta, e os que chegam até o fim mas são consumidos).
A autodestruição aqui é a chave: Desde o começo, quando a doutora tá explicando como as células se reproduzem, ela já toca nesse ponto, e sei que em uma cena falam exatamente sobre isso, uma das personagens diz que nem todo mundo é suicida mas todos se autodestroem, seja através de vícios, de autosabotagem, seja através da agressão intencional a elementos da sua vida que supostamente deveriam te completar (a mulher traindo o marido lá): é algo que praticamente tá codificado no gene humano. Muito importante a diferença entre a destruição através do suicídio, que é física e encerra a continuidade da vida, e a outra, que é imaterial, preservando a capacidade pra reparação e pra cura. E é esse último passo, essa última distinção, que faltava pra essa forma alienígena se aperfeiçoar na imitação da vida da terra, era algo que ela não era capaz de fazer. E é assim que a doutora consegue 'vencer' a sua cópia, ela faz uma mímica da autodestruição. Só que, por mais que pareça que ela tenha sido destruída no final, essa autodestruição 'aprendida' com a doutora foi justamente onde ela sucedeu, 'se adaptou para possuir', para se propagar para o resto da Terra. Parte do DNA alien já estava na doutora, fazendo com que aquele local na 'zona' por onde ele entrou e cresceu não fosse mais necessário, era só uma espécie de crisálida.
Agora, porque essa forma simplesmente não deixava as outras pessoas saírem vivas se ela queria tanto se espalhar pelo resto da Terra? Duas coisas: Primeiro que ela não 'queria' exatamente, querer é um conceito que ela simplesmente não tem, ela não é inteligente ou senciente, é como o câncer, uma célula, é só algo que cresce e se reproduz, sem qualquer propósito e sentido, o sentido é a gente que dá (até como a própria vida dependendo de como vc vê). E segundo, praticamente todo mundo que entrou, até onde sabemos, cedeu, desistiu, enlouqueceu, se matou e não chegou nesse estágio final, uma porque a própria natureza dessa coisa alienígena criou um 'predador' graças às modificações nos animais e esse predador ia eliminando os humanos ou qualquer coisa mais fraca (aí você pode pensar em evolucionismo e como o mais forte dentro de uma espécie é o principal agente de sua propagação) e duas porque a primeira forma de autodestruição aprendida, que aconteceu com o suicído do marido após ele passar por todas as provações, ainda era imperfeita, apenas uma imagem, não foi o bastante para que o DNA alien se assimilasse harmoniosamente com o gene humano e implicava a destruição iminente do seu hospedeiro (o marido se suicida na 'zona'/o marido quase morre quando volta pra casa). A segunda forma, aprendida com a luta entre a doutora e sua cópia, estava aperfeiçoada, pois não implicou em autodestruição do hospedeiro, que é o passo essencial para substitui-lo com sucesso e garantir sua sobrevida fora da 'zona', o DNA se assimilou harmoniosamente. Aí voltamos praquilo que eu disse das duas destruições. A primeira autodestruição, a do marido, era física, como o suicídio, a segunda não, era imaterial e transcendente.
Se auto-destruir para viver eternamente, bem contra-intuitivo, mas a autodestruição, o que numa planta ou num animal não significa nada, no humano possui um significado profundo, e esse é o da reencarnação, da vida após a 'morte', do sentido da vida reencontrado depois de um trauma, da reconstrução, do retorno das cinzas. A forma de vida alien achou uma maneira de se adaptar aos homens imitando aquilo que existe de mais humano neles, que é a capacidade de passar por várias 'mortes' e renascer depois, e tudo isso ainda respeitando aquilo que eu disse sobre a falta de propósito ou inteligência nessa forma de vida, simplesmente porque ela apenas encontrou um hospedeiro perfeito, no caso o mais forte deles. E o poder desse hospedeiro é o de vencer a própria morte.
É uma versão do 'Invasores de Corpos', só que mais voltada pro aspecto existencial de uma transformação e pras mudanças profundas pelas quais as pessoas passam após grandes acontecimentos. (até o fato do casal ter feito parte do exército serve pra indicar um pouco isso, devido aos horrores que soldados vivenciam na guerra e que acabam afetando e revirando suas vidas msmo mtos anos após o término dela, PTSD e tal)
ps: ficou longo pra porra e sou péssimo pra me articular, mas espero que dê pra pegar alguma coisa
ps2: deve ter um monte de coisa errada, me avisem
ps3: spoiler