O pessoal aqui elogiando a gênese do Duende Verde. Gente, a origem do vilão aqui é tão forçada e deslocada que ele só vira o Duende Verde porque, por acaso, ele está de frente com a armadura do Duende. Tivesse ido pra esquerda ou pra direita o Harry tinha virado o Doutor Octopus ou o Abutre. Tsc,tsc!
O Espetacular Homem-Aranha 2 deixa na garganta um gosto amargo. Fica a nítida impressão de um produto elaborado em comitê, no qual confunde-se grandiosidade com grandiloquência e com um herói que deveria ser protagonista e que acaba por se tornar coadjuvante de um festival de excessos e emoções plastificadas. Infelizmente o filme desperdiça um belissimo arco com os personagens principais e trata um momento contundente da vida do Aranha de forma irresponsavelmente irrelevante. Pra quem se interessa, minha critica completa aqui: http://callmemisterglass.wordpress.com/2014/05/02/o-espetacular-homem-aranha-2-a-ameaca-de-electro/
Curiosamente, o filme mais acessível da carreira do diretor Steve McQueen é provavelmente um dos mais difíceis de ser assistido. É certo afirmar que, nas mãos de outro diretor, a história do homem livre que é sequestrado e passa 12 anos como escravo poderia descambar para o melodrama exagerado (certo, Spielberg?). McQueen, entretanto, retrata a trajetória real de Solomon Northup com um tom realista e sem concessões, Suas longas tomadas - enquanto possam incomodar o espectador - apenas reforçam o caráter absurdo do que é a escravidão e da mentalidade dos homens que a ratificam. Chiwetel Ejiofor está absolutamente brilhante, mas é a jovem Lupita Nyong'o que rouba o filme com a tragédia irreversível de sua personagem Patsey. Ainda que uma obra essencial e importante, o filme tem suas falhas, como não conseguir estabelecer uma passagem de tempo coerente. Da mesma forma, o filme se beneficiaria com uns 15 minutos a menos. A trilha de Hans Zimmer, ainda que dissonante e poderosa, lembra em vários momentos a de Inception, o que me tirou do filme diversas vezes. Mas é imperdível, especialmente em tempos que colocar negros amarrados em postes com travas de bicicleta virou coisa aceitável e justificável.
As paisagens retratadas em belíssimo preto e branco e as árvores envelhecidas e sem folhas traduzem de forma magistral o clima de perenidade constante neste belíssimo Nebraska. Ao contar a história do velho Woody Grant (Bruce Dern), que acredita ter ganhado um milhão de dólares em uma promoção, Alexander Payne constrói uma narrativa ao mesmo tempo melancólica e divertida, no qual as memórias e as lembranças – e as mágoas inerentes – são confrontadas com a dura realidade de se envelhecer e já não conseguir compreender o que nos cerca. Pode-se afirmar que Alexander Payne tem um olhar cínico sobre o núcleo familiar – algo já delineado no anterior Os Descendentes –, visto como um bando de abutres em busca de compensações financeiras, mas Nebraska também tem um olhar doce sobre as relações – marcado principalmente pela personagem de June Squibb como a esposa de Woody, uma mulher sem papas na língua que detona a todos a seu redor, mas cujo amor por seu marido à beira da demência (ou do Alzheimer) é inquestionável. Neste ponto, a lição (ainda que óbvia) que se fica de Nebraska é que, de um jeito ou de outro,
independentemente do sucesso ou do fracasso de nossas vidas, todos nós envelhecemos - e que iremos, eventualmente, trocar de lugar com nossos filhos, como mostra o belíssimo plano que fecha o filme.
Papai Noel dublando a Morte. John Williams achando que está em Harry Potter. Um diretor que sonha ser o Spielberg de Cavalo de Guerra. Nazistas são maus. Crianças são boas. A Guerra é inútil. A leitura abre horizontes. Próximo, por favor.
É muito bom ver Stephen Frears de volta à velha e ótima forma. Desta vez, o cineasta nos traz a história real de Philomena, um mulher que, nos anos 50, engravidou e foi mandada para um convento na Irlanda, no qual foi forçada a trabalhar e teve seu filho de 4 anos adotado por um casal americano. Cinquenta anos depois, na companhia de um jornalista (Steve Coogan, reinventando-se), Philomena decide contar sua história e partir em busca de seu filho, numa jornada de descobertas, reencontros e decepções. A direção concisa de Frears evita que o filme derrape no melodrama – o que seria bastante compreensível –, no que é ajudada pelo roteiro preciso de Steve Coogan e Jeff Pope, que não poupa críticas fortes à Igreja Católica Irlandesa e ao governo americano de Reagan e Bush. Judi Dench mais uma vez dá uma aula de intepretação ao equilibrar o estoicismo de sua personagem com sua visão simples, direta e surpreendentemente esclarecida sobre a vida – que, como sabemos, é cheia de reviravoltas inesperadas.
O Robocop do Padilha é um filme irregular. Apesr disso, é um remake de qualidade que honra o original e amplia seus conceitos, atualizando-o não apenas em termos de efeitos visuais, mas a partir da própria realidade em que vivemos, completamente diferente daquele do fim dos anos 80. Se ele não é completamente bem sucedido é porque faltou a Padilha e ao roteirista Zetumer aquela ironia fina que tão bem fluía no filme de Verhoeven. Quando o apresentador Pat Novak (Jackson) brada a plenos pulmões como o mundo está melhor com os drones e robôs americanos em solo estrangeiro, pouco sobra ao espectador para questionar ou racionalizar. Padilha fez um filme inteligente. Mas deveria ter confiado mais na inteligência do espectador. Confira a minha crítica completa aqui: http://amoscabranca.com/2014/02/critica-robocop/
Homem de Ferro 3. Mas também pode chamar de Tony Stark: Marcado para a Morte. Ou Um Milionário na Mira dos Assassinos. Não importa. O que fica claro neste terceiro filme do super-herói metalizado da Marvel é que há cada vez menos espaço para o alter-ego de Tony Stark em seu próprio filme.
Ao colocar o foco quase que exclusivamente sobre os devaneios, dramas e agruras do excêntrico milionário, os produtores investem com segurança naquilo que é o elemento mais forte e de maior empatia com os espectadores: a atuação magnética de Robert Downey Jr., cada vez mais à vontade em seu papel. O que é muito bom. Mas que também carrega a sua dose de problemas.
A Morte do Demônio consegue se estabelecer como um dos poucos filmes da nova safra capaz de gastar galões de sangue falso e, ainda assim, causar risos nervosos na plateia e surpreender mesmos os fãs mais hardcore do gênero.
Não é o filme mais aterrorizante que você verá na sua vida. Mas está longe de ser desprezado.
A união dos dois roteiristas mais criativos e inteligentes do momento (Steven Moffat e Edgar Wright) com os dois cineastas mais talentosos do cinema de ação e fantasia (Spielberg e Peter Jackson) só podia resultar numa obra imperdível. Tintim é uma aventura empolgante, um mergulho delicioso em um universo mágico, com cenas de ação espetaculares, diálogos espirituosos e gags visuais das mais inspiradas. Um clássico instantâneo. Minha crítica:
Baseado no livro de John Le Carré, O Espião que Sabia Demais é um thriller de espionagem com um pé nos ano 70, não apenas na estética e no clima de paranoia, mas também no esmerado desenvolvimento de seus personagens. Uma atuação antológica de Gary Oldman em um filme irrepreensível. Minha crítica completa:
Não gostei do filme. A boa história é afundada pelo excesso de clichês, situações inverossímeis e/ou forçadas e um cavalo que é praticamente Jesus. Leia a minha critica completa no blog A Mosca Branca:
Frank
3.7 599 Assista AgoraMelhor filme desse ano, disparado.
Minha 'pequena' crítica, a quem se interessar:
http://callmemisterglass.wordpress.com/2014/09/18/frank-2014/
Planeta dos Macacos: O Confronto
3.9 1,8K Assista AgoraMeus comentários sobre este excelente filme: http://callmemisterglass.wordpress.com/2014/07/20/critica-planeta-dos-macacos-o-confronto/
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista AgoraO pessoal aqui elogiando a gênese do Duende Verde. Gente, a origem do vilão aqui é tão forçada e deslocada que ele só vira o Duende Verde porque, por acaso, ele está de frente com a armadura do Duende. Tivesse ido pra esquerda ou pra direita o Harry tinha virado o Doutor Octopus ou o Abutre. Tsc,tsc!
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista AgoraO Espetacular Homem-Aranha 2 deixa na garganta um gosto amargo. Fica a nítida impressão de um produto elaborado em comitê, no qual confunde-se grandiosidade com grandiloquência e com um herói que deveria ser protagonista e que acaba por se tornar coadjuvante de um festival de excessos e emoções plastificadas.
Infelizmente o filme desperdiça um belissimo arco com os personagens principais e trata um momento contundente da vida do Aranha de forma irresponsavelmente irrelevante.
Pra quem se interessa, minha critica completa aqui: http://callmemisterglass.wordpress.com/2014/05/02/o-espetacular-homem-aranha-2-a-ameaca-de-electro/
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KCuriosamente, o filme mais acessível da carreira do diretor Steve McQueen é provavelmente um dos mais difíceis de ser assistido. É certo afirmar que, nas mãos de outro diretor, a história do homem livre que é sequestrado e passa 12 anos como escravo poderia descambar para o melodrama exagerado (certo, Spielberg?).
McQueen, entretanto, retrata a trajetória real de Solomon Northup com um tom realista e sem concessões, Suas longas tomadas - enquanto possam incomodar o espectador - apenas reforçam o caráter absurdo do que é a escravidão e da mentalidade dos homens que a ratificam. Chiwetel Ejiofor está absolutamente brilhante, mas é a jovem Lupita Nyong'o que rouba o filme com a tragédia irreversível de sua personagem Patsey.
Ainda que uma obra essencial e importante, o filme tem suas falhas, como não conseguir estabelecer uma passagem de tempo coerente. Da mesma forma, o filme se beneficiaria com uns 15 minutos a menos. A trilha de Hans Zimmer, ainda que dissonante e poderosa, lembra em vários momentos a de Inception, o que me tirou do filme diversas vezes.
Mas é imperdível, especialmente em tempos que colocar negros amarrados em postes com travas de bicicleta virou coisa aceitável e justificável.
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraAs paisagens retratadas em belíssimo preto e branco e as árvores envelhecidas e sem folhas traduzem de forma magistral o clima de perenidade constante neste belíssimo Nebraska. Ao contar a história do velho Woody Grant (Bruce Dern), que acredita ter ganhado um milhão de dólares em uma promoção, Alexander Payne constrói uma narrativa ao mesmo tempo melancólica e divertida, no qual as memórias e as lembranças – e as mágoas inerentes – são confrontadas com a dura realidade de se envelhecer e já não conseguir compreender o que nos cerca.
Pode-se afirmar que Alexander Payne tem um olhar cínico sobre o núcleo familiar – algo já delineado no anterior Os Descendentes –, visto como um bando de abutres em busca de compensações financeiras, mas Nebraska também tem um olhar doce sobre as relações – marcado principalmente pela personagem de June Squibb como a esposa de Woody, uma mulher sem papas na língua que detona a todos a seu redor, mas cujo amor por seu marido à beira da demência (ou do Alzheimer) é inquestionável. Neste ponto, a lição (ainda que óbvia) que se fica de Nebraska é que, de um jeito ou de outro,
independentemente do sucesso ou do fracasso de nossas vidas, todos nós envelhecemos - e que iremos, eventualmente, trocar de lugar com nossos filhos, como mostra o belíssimo plano que fecha o filme.
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A Menina que Roubava Livros
4.0 3,4K Assista AgoraPapai Noel dublando a Morte. John Williams achando que está em Harry Potter. Um diretor que sonha ser o Spielberg de Cavalo de Guerra. Nazistas são maus. Crianças são boas. A Guerra é inútil. A leitura abre horizontes.
Próximo, por favor.
Philomena
4.0 920 Assista AgoraÉ muito bom ver Stephen Frears de volta à velha e ótima forma. Desta vez, o cineasta nos traz a história real de Philomena, um mulher que, nos anos 50, engravidou e foi mandada para um convento na Irlanda, no qual foi forçada a trabalhar e teve seu filho de 4 anos adotado por um casal americano. Cinquenta anos depois, na companhia de um jornalista (Steve Coogan, reinventando-se), Philomena decide contar sua história e partir em busca de seu filho, numa jornada de descobertas, reencontros e decepções.
A direção concisa de Frears evita que o filme derrape no melodrama – o que seria bastante compreensível –, no que é ajudada pelo roteiro preciso de Steve Coogan e Jeff Pope, que não poupa críticas fortes à Igreja Católica Irlandesa e ao governo americano de Reagan e Bush. Judi Dench mais uma vez dá uma aula de intepretação ao equilibrar o estoicismo de sua personagem com sua visão simples, direta e surpreendentemente esclarecida sobre a vida – que, como sabemos, é cheia de reviravoltas inesperadas.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraO Robocop do Padilha é um filme irregular. Apesr disso, é um remake de qualidade que honra o original e amplia seus conceitos, atualizando-o não apenas em termos de efeitos visuais, mas a partir da própria realidade em que vivemos, completamente diferente daquele do fim dos anos 80.
Se ele não é completamente bem sucedido é porque faltou a Padilha e ao roteirista Zetumer aquela ironia fina que tão bem fluía no filme de Verhoeven. Quando o apresentador Pat Novak (Jackson) brada a plenos pulmões como o mundo está melhor com os drones e robôs americanos em solo estrangeiro, pouco sobra ao espectador para questionar ou racionalizar.
Padilha fez um filme inteligente. Mas deveria ter confiado mais na inteligência do espectador.
Confira a minha crítica completa aqui: http://amoscabranca.com/2014/02/critica-robocop/
Homem de Ferro 3
3.5 3,4K Assista AgoraHomem de Ferro 3. Mas também pode chamar de Tony Stark: Marcado para a Morte. Ou Um Milionário na Mira dos Assassinos. Não importa. O que fica claro neste terceiro filme do super-herói metalizado da Marvel é que há cada vez menos espaço para o alter-ego de Tony Stark em seu próprio filme.
Ao colocar o foco quase que exclusivamente sobre os devaneios, dramas e agruras do excêntrico milionário, os produtores investem com segurança naquilo que é o elemento mais forte e de maior empatia com os espectadores: a atuação magnética de Robert Downey Jr., cada vez mais à vontade em seu papel. O que é muito bom. Mas que também carrega a sua dose de problemas.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraA Morte do Demônio consegue se estabelecer como um dos poucos filmes da nova safra capaz de gastar galões de sangue falso e, ainda assim, causar risos nervosos na plateia e surpreender mesmos os fãs mais hardcore do gênero.
Não é o filme mais aterrorizante que você verá na sua vida. Mas está longe de ser desprezado.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraProdução caprichada, filosofia simplória e maquiagem do Táxi do Gugu. Este é A Viagem:
As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista AgoraA união dos dois roteiristas mais criativos e inteligentes do momento (Steven Moffat e Edgar Wright) com os dois cineastas mais talentosos do cinema de ação e fantasia (Spielberg e Peter Jackson) só podia resultar numa obra imperdível. Tintim é uma aventura empolgante, um mergulho delicioso em um universo mágico, com cenas de ação espetaculares, diálogos espirituosos e gags visuais das mais inspiradas. Um clássico instantâneo.
Minha crítica:
O Espião que Sabia Demais
3.4 744 Assista AgoraBaseado no livro de John Le Carré, O Espião que Sabia Demais é um thriller de espionagem com um pé nos ano 70, não apenas na estética e no clima de paranoia, mas também no esmerado desenvolvimento de seus personagens. Uma atuação antológica de Gary Oldman em um filme irrepreensível.
Minha crítica completa:
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KNão gostei do filme. A boa história é afundada pelo excesso de clichês, situações inverossímeis e/ou forçadas e um cavalo que é praticamente Jesus.
Leia a minha critica completa no blog A Mosca Branca:
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraMelhor filme de ação dos últimos anos. Brad Bird é um gênio.
Confira a minha crítica:
As Aventuras de Agamenon - O Repórter
1.2 1,0KOs 84 minutos de Agamenon não chegam aos pés dos 5 minutos de Moacyr Franco em O Palhaço. É isso. Confiram a minha critica (quem quiser, claro):