Nem ouse confundir TRAFFIK - LIBERDADE ROUBADA (Traffik, 2018) com o Traffic (2000) de Steven Soderbergh, indicado ao Oscar. O antigo, com “c” ao invés de “k”, que aborda o mundo das drogas, é infinitamente melhor do que esse novo, que trata de um tráfico mais rentável atualmente: o de pessoas. Estrelado por Paula Patton, numa atuação mais sofrível do que o acontecido com sua personagem, o thriller de Deon Taylor, que transforma um final de semana romântico em uma luta pela sobrevivência, é supérfluo e chega a ser desrespeitoso com a relevância do tema. Cenas longas e inverossímeis parecem brincar com a escravização sexual de mulheres, transformando Traffik em mais do que uma perda de tempo, uma perda de oportunidade. (IG @omelhordocinema)
FERRUGEM (2018) explora a inconsequência de uma dessas brincadeiras sem graça, cada vez mais comum em uma juventude sem limite. Dividido em duas partes, a primeira é quando Tati tem um vídeo íntimo vazado para toda a escola, passando a ser o centro das atenções, humilhada até por quem não esperava. A segunda revela segredos e mostra como estamos cada vez mais incapazes de se conectar com o que realmente importa. O roteiro é bom, parte do elenco também, mas é a direção de Aly Muritiba o diferencial de Ferrugem, dentre tantos filmes sobre o assunto. Suas câmeras, bem como a fotografia, acertam os diálogos e o tom do desconforto desse pesadelo adolescente. E por mais que fique a sensação de que faltou uma cereja nesse bolo, ele consegue nos convencer de que a humanidade está mesmo enferrujada. The zoeira never ends? Acaba sim... e da pior maneira. (IG @omelhordocinema)
Ouviu falar de física e já fugiu? Tenha calma. As Leis da Termodinâmica é bem didático e intercala uma espécie de documentário para explicar vários conceitos. Se até eu, que sou de Humanas e só colava nessa disciplina, fui capaz de acompanhar todo o raciocínio, você também será. Despretensioso, o filme de Mateo Gil também tem uma direção certinha e um elenco carismático, e embora seja previsível e fique devendo um final inteligente, não seria correto dizer que é apenas mais uma comédia romântica. As Leis da Termodinâmica sai do padrão e se torna uma boa fórmula para fazer rir e entender o verdadeiro significado de entropia. (IG @omelhordocinema)
Em 90 minutos, em meio a personagens sem profundidade e carisma, uma direção de arte descuidada e efeitos nada especiais, o único elemento que ainda empolga é a reviravolta, mas que demora demais para acontecer, fazendo de Extinção uma boa ideia pessimamente executada. (IG @omelhordocinema)
Um filme desses, bicho. É tudo que a gente quer encontrar. UPGRADE (2018) é o novo trabalho de Leigh Whannell: o responsável pelas franquias Jogos Mortais e Sobrenatural, e que também deu uma mãozinha em Matrix. Só que dessa vez, ele mira na ficção científica e acaba acertando em um thriller que esbanja ação - com tudo bem enquadrado. Buscando vingança, depois de ver sua mulher ser assassinada e ficar paralítico, Gray aceita ser a cobaia de um milionário cientista, implantando um chip em seu cérebro, e se torna uma máquina de matar. São muitas sequências de luta, no estilo videogame, sangue e torções de roteiro empolgantes. O desempenho violento de Logan Marshall-Green, que aparenta um misto de Tom Hardy e Jamie Dornan, também se destaca, especialmente nos movimentos robóticos. Upgrade é o tipo de filme que supera qualquer falha. É inteligente e também prova que Whannell sabe fazer nosso queixo cair em qualquer gênero. (IG @omelhordocinema)
Nascido Marvin Bijou, Martin Clement era um estranho entre os seus. Não pertencia àquela família e cidade em que vivia. Encontrou no teatro a proteção que precisava para descobrir o que sempre soube de si, escondido pela intolerância e ignorância daqueles que o cercavam. Adaptação do best-seller autobiográfico de Edward Louis, “O Fim de Eddy”, MARVIN (2017) é o retrato de um menino que precisou se reinventar para aceitar a sua diferença e fazer dela algo diferente. Do inferno de sua infância familiar e escolar, o Marvin-criança é mais convincente do que o apático Marvin-adulto se livrando de suas origens. Mesmo com diálogos marcantes (é bom tomar notar, são várias lições), falta a Marvin emoção. Ela quase chega, mas se perde no vai e vem do drama de Marvin e Anne Fontaine deixa de produzir mais uma jóia. (IG @omelhordocinema)
Confesso que a história de JÁ NÃO ME SINTO EM CASA NESSE MUNDO (I Don't Feel at Home in This World Anymore, 2017) me conquistou no início, com aquela revolta de Ruth com o mundo que parece do avesso. Identifiquei-me tanto com ela, no seu esgotamento com as pessoas sem educação, que não recolhem o cocô do seu cachorro, que jogam lixo no chão, que poluem o ar, que esbravejam palavras racistas, que não cumprem suas funções corretamente ou que pegam o que é dos outros. Ruth é tão eu, sob o olhar das injustiças cotidianas. E acredito que ela será muita gente por aqui também. Mas o rumo que Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo toma a partir de seu segundo ato é uma péssima escolha. Bruscamente, ele sai do drama existencial para uma comédia atrapalhada e jorrada de sangue. E a carismática Ruth vira uma piada sem pé nem cabeça. Lançado no Festival de Cinema de Sundance do ano passado, o filme de Macon Blair tinha tudo para conquistar o meu coração, mas esse match não rolou. (IG @omelhordocinema)
Depois de Para Todos Os Garotos Que Já Amei, só se fala em SIERRA BURGESS É UMA LOSER (Sierra Burgess Is a Loser, 2018). A nova obsessão adolescente da Netflix também é um romance entre uma nerd e um atleta bonitão do ensino médio iniciada através de uma mensagem enviada por engano. Quem dá as caras por aqui também é conhecido: Shannon Purser, de Stranger Things, e Noah Centineo, de PTOGQJA. A comédia lançada essa semana na plataforma volta a beber - como muitos filmes já fizeram antes - da fonte de Cyrano de Bergerac, e nos indaga por que garotas como Sierra, inteligentes e amáveis, ainda são consideradas "perdedoras", não apenas por garotas como Veronica e suas amigas, mas por todos nós, como sociedade. Sem apresentar novidades e ainda trazendo as meninas como foco, Sierra Burgess é um pout-pourri de todos as temáticas juvenis em destaque, funcionando mais como um filme de amizade do que de um amor improvável. E apesar da queda do roteiro no desenvolvimento, cumpre sua função de conforto, principalmente pelo desempenho e química de sua tríade protagonista. Se Sierra Burgess é o final de uma sequência de rom-coms teens da Netflix, não sabemos, mas que é o mais agradável deles, disso não tenho dúvida. (IG @omelhordocinema)
Barrado na Rússia, A MORTE DE STALIN (The Death of Stalin, 2017) satiriza a crise na União Soviética após a perda de seu maior líder e será bem difícil associá-lo a algo que já tenha sido produzido. As intrigas e conspirações no Kremlin foram retiradas de uma história em quadrinhos francesa sobre o mistério em torno da morte de Stalin e das disputas entre os membros do Comitê Central do Partido Comunista Soviético para assumir o poder. E apesar de conter um pano de fundo trágico e pesado, Armando Iannucci consegue fazer o seu humor negro dar certo, graças a um elenco talentoso e irreconhecível que encobre um dos regimes mais brutais da história da humanidade com piadas refinadas e diálogos inteligentes. A Morte de Stalin só peca em sua duração – uns minutos a menos não me faria dormir; e não duvide das coisas ali retratadas – uma busca rápida no Google confirmará a veracidade dos fatos por mais bizarros que possam parecer. (IG @omelhordocinema)
A arte de Paula Maxan é morrer todos os dias. Ela é A MULHER MAIS ASSASSINADA DO MUNDO (La femme la plus assassinée du monde, 2018). A cada apresentação no Grand Guignol, noite após noite, Paula é brutalmente assassinada de um jeito diferente: esfaqueada, despedaçada, queimada, violada, torturada, decapitada e mutilada. Explorando o mundo do horror, na frente e atrás das cortinas, Franck Ribière não economiza no sangue e usa o palco do famoso teatro francês, especializado em peças assustadoras, como cenário. De clima crepuscular, a narrativa nos convida a conhecer os bastidores da vida da atormentada atriz e a seguir os passos do responsável por uma série de crimes cometidos na cidade, mas o chamado não é plenamente atendido. Falta charme, pontas ficam soltas e detalhes são mal contados. Felizmente, Anna Mouglalis está em cena e o arco dramático é suficiente para sustentar o nosso interesse nesse espetáculo. (IG @omelhordocinema)
A FREIRA (The Nun, 2018) investiga a história de fundo de Invocação do Mal 2. Em uma abadia romena, uma freira, atormentada por uma força oculta e maligna, tira a própria vida. Um padre, uma noviça e um jovem da região tentam descobrir o que aconteceu no local. Mas para desvendar esse mistério, eles precisarão ter mais do que fé... será preciso coragem. Sem surpresas, porém com alguns sustos, A Freira subaproveita a personagem-título e usa de tudo que já vimos no gênero. Tem móveis rangendo, portas que se abrem e fecham, velas que acendem e apagam, e jumpscares. E desse jeito, funciona melhor como suspense e humor do que como terror. Pode até conseguir agradar (os menos exigentes), é verdade; mas que desperdiça um bom fantasma, disso eu não tenho dúvida. Assim como é certo que a franquia não vai parar por aqui. Em resumo, A Freira é marketing e entretenimento, mesmo não conseguindo ser realmente assustador. (IG @omelhordocinema)
HOTEL ARTEMIS (2018) não é simplesmente um hotel, é um hospital para criminosos. Mas só para os associados que pagam esse "plano de saúde". E desde que não quebrem nenhuma das regras da Enfermeira, a responsável por manter o estabelecimento em pleno funcionamento há 22 anos, que contraditoriamente carrega, em uma mão, um tablet super tecnológico, e em outra, um toca-fitas portátil com uma seleção de músicas dos anos 70 para ninguém botar defeito. Algo bem parecido ao luxuoso abrigo de malfeitores de John Wick, Hotel Artemis traz Jodie Foster de volta. Para mim, isso já seria suficiente para vê-lo. E vai ser apenas por ela mesmo. Em uma daquelas atuações incríveis que compensa qualquer falha nos arcos dramáticos e as lacunas no roteiro. Durando o tempo exato para não cansar, o filme é sobre Ela e é totalmente dEla. E não espere ver nada além do que Ela em cena. (IG @omelhordocinema)
Partindo-se de uma peça de teatro de Judith Herzberg, de 1997, a história dos trabalhadores que ocupam a fábrica da empresa de elevadores onde trabalham e passam a administrá-la por conta própria realmente aconteceu. Em 1975, os funcionários da OTIS, prestes a perderem o emprego, resolvem transformar a “cruzada de braços” em autogestão, invertendo os papéis, colocando os diretores para fora e assumindo as rédeas da produção. Interessante se não fosse pela opção em deixar A FÁBRICA DE NADA (A Fábrica de Nada, 2017) de ser um musical, como originalmente era, para apenas oscilar entre o drama e o documentário. Extenso, as 3 horas de filme, entre o maquinário e o cotidiano dos trabalhadores, ficam enfadonhas, e a sonoridade só dá as caras no final. Com um convincente elenco de não atores, A Fábrica de Nada poderia ser mais “tudo” do que “nada”, e até consegue atingir isso quando critica o capitalismo, a superprodução e o desperdício, mas será bem difícil chegar até o final sem toscanejar. (IG @omelhordocinema)
Ambientada na Segunda Guerra Mundial, a história dos dois irmãos banqueiros que financiaram a resistência holandesa começa um pouco confusa, mas depois dos trinta primeiros minutos, o drama histórico de Joram Lürsen toma corpo e ritmo para embalar a biografia de Walraven e Gijs van Hall até o final. Escolhido para representar o país na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019, O BANQUEIRO DA RESISTÊNCIA (The Resistance Banker, 2018) não precisou pegar em nenhum revólver para fazer sua parte na luta contra Hitler. Usando sua melhor arma, a inteligência, conseguiu desviar milhões dos bancos holandeses, freando a máquina de guerra nazista. Um homem privilegiado que mesmo não estando na mira direta do extermínio, não se conformou com aquilo que estava acontecendo ao seu lado e arriscou a própria pele. Sem grandes holofotes para a sua produção, afora seu elenco, O Banqueiro da Resistência é outro importante relato heroico da 2GM que ainda faltava ser contado. (IG @melhordocinema)
O quarto filme da série, iniciada em 1987, não chega sequer a igualar ao clássico original estrelado por Arnold Schwarzenegger, mas não deixa de ser uma opção de entretenimento que funciona mais pelo humor do que pela ação. Em O PREDADOR (Predator, 2018), o protagonista é um atirador de elite que vive longe de sua família e sobrevive a um encontro com um predador que veio à Terra para uma missão especial. Quando as coisas dão errado, ele se une a uma bióloga, ao seu filho autista e a um grupo de soldados malucos para impedir que esse caçador alienígena destrua a raça humana. Para isso, o diretor Shane Black, que atuou no primeiro, não poupa no sangue e nos efeitos visuais, assim como não economizou nas desculpas por ter escalado um criminoso sexual no elenco. O Predador espera, ao mesmo tempo, ser um retrocesso aos anos 80 e o restart de uma nova saga, no entanto, ainda faltam muitas colunas vertebrais para evoluir e chegar a ser memorável. (IG @omelhordocinema)
Entre tantos nevoeiros sombrios, eis que surge UMA QUESTÃO PESSOAL (Una Questione Privata, 2017), mais um drama da Segunda Guerra Mundial. Baseado na obra de Beppe Fenoglio, de 1963, o romance dos irmãos Taviani brinca com a ambiguidade por trás da missão paranoica de um soldado italiano ao tentar salvar seu amigo que foi capturado pelas tropas inimigas. Estaria o partisan atrás do grande companheiro de juventude ou de um acerto de contas com o homem que se envolveu com a garota dos seus sonhos coloridos? Tanto faz. Apático, Uma Questão Pessoal não triunfou na batalha contra os meus olhos, e nem mesmo a bela fotografia e uma cena simbólica da matança nazista aliviou o sono inevitável. (IG @omelhordocinema)
Interrompemos a programação dos filmes medianos, para apresentar BUSCANDO... (Searching, 2018), um suspense bem acima do comum - mais na qualidade do que na originalidade. Através das telas do computador e do smartphone, conhecemos David, Pam e Margot, uma família de comercial de margarina. Mas o futuro de David ainda lhe reserva algumas tragédias. Quando sua filha desaparece, ele precisará da ajuda de uma experiente policial e da atenção nos pequenos detalhes para desvendar esse mistério. Buscando... nos faz mergulhar de cabeça e sentir na pele o drama do pai em busca da filha sumida, que ele mesmo não reconhece, operando dentro dos parâmetros da comunicação moderna. Humano, excitante e angustiante, flui naturalmente, como um bate-papo no WhatsApp, e quando nos damos conta, em meio a tantas reviravoltas, já acabou. John Cho, conhecido por papéis cômicos, se encarrega de quase todo esse período, e o faz bem. No entanto, o mérito maior é da direção dinâmica de Chaganty, que não usa mais do que duas câmeras e encaixa perfeitamente roteiro, atuações e filmagem. Buscando... prende a respiração em poucos minutos e assim ficará até depois do término de sua exibição. (IG @omelhordocinema)
22 MILHAS (Mile 22, 2018) é aquele excesso de patriotismo e testosterona que já estamos cansados de assistir. Resume-se, basicamente, a um agente especial do governo americano que entra em cena quando a diplomacia e a presença militar não funcionam, para salvar um estrangeiro que sabe demais e pode causar um grande estrago mundial. Acompanhado de várias "lições" do personagem raso de Wahlberg, que adora puxar um elástico no braço, 22 Milhas é uma sucessão de cenas sangrentas e estúpidas - pelo menos para um esquadrão policial de elite, onde falta história e ânimo para alcançar o final. Chegando lá, até dá uma melhorada, com uma reviravolta interessante e que deixa a porta aberta para o seu retorno. (IG @omelhordocinema)
Traffik: Liberdade Roubada
3.0 79 Assista AgoraNem ouse confundir TRAFFIK - LIBERDADE ROUBADA (Traffik, 2018) com o Traffic (2000) de Steven Soderbergh, indicado ao Oscar. O antigo, com “c” ao invés de “k”, que aborda o mundo das drogas, é infinitamente melhor do que esse novo, que trata de um tráfico mais rentável atualmente: o de pessoas. Estrelado por Paula Patton, numa atuação mais sofrível do que o acontecido com sua personagem, o thriller de Deon Taylor, que transforma um final de semana romântico em uma luta pela sobrevivência, é supérfluo e chega a ser desrespeitoso com a relevância do tema. Cenas longas e inverossímeis parecem brincar com a escravização sexual de mulheres, transformando Traffik em mais do que uma perda de tempo, uma perda de oportunidade.
(IG @omelhordocinema)
Ferrugem
2.9 129FERRUGEM (2018) explora a inconsequência de uma dessas brincadeiras sem graça, cada vez mais comum em uma juventude sem limite. Dividido em duas partes, a primeira é quando Tati tem um vídeo íntimo vazado para toda a escola, passando a ser o centro das atenções, humilhada até por quem não esperava. A segunda revela segredos e mostra como estamos cada vez mais incapazes de se conectar com o que realmente importa. O roteiro é bom, parte do elenco também, mas é a direção de Aly Muritiba o diferencial de Ferrugem, dentre tantos filmes sobre o assunto. Suas câmeras, bem como a fotografia, acertam os diálogos e o tom do desconforto desse pesadelo adolescente. E por mais que fique a sensação de que faltou uma cereja nesse bolo, ele consegue nos convencer de que a humanidade está mesmo enferrujada. The zoeira never ends? Acaba sim... e da pior maneira.
(IG @omelhordocinema)
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraAhhh Mads, como eu te amo. Filmaço. De perder o fôlego todas as vezes que assisto
Incêndios
4.5 1,9KAté hoje esse filme me deixa sem palavras, tão forte, inesquecível. Está no meu top 5
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraClássico... ensaiava aquele salto final do sofá de casa
As Leis da Termodinâmica
3.2 56 Assista AgoraOuviu falar de física e já fugiu? Tenha calma. As Leis da Termodinâmica é bem didático e intercala uma espécie de documentário para explicar vários conceitos. Se até eu, que sou de Humanas e só colava nessa disciplina, fui capaz de acompanhar todo o raciocínio, você também será. Despretensioso, o filme de Mateo Gil também tem uma direção certinha e um elenco carismático, e embora seja previsível e fique devendo um final inteligente, não seria correto dizer que é apenas mais uma comédia romântica. As Leis da Termodinâmica sai do padrão e se torna uma boa fórmula para fazer rir e entender o verdadeiro significado de entropia.
(IG @omelhordocinema)
Extinção
2.9 434 Assista AgoraEm 90 minutos, em meio a personagens sem profundidade e carisma, uma direção de arte descuidada e efeitos nada especiais, o único elemento que ainda empolga é a reviravolta, mas que demora demais para acontecer, fazendo de Extinção uma boa ideia pessimamente executada.
(IG @omelhordocinema)
Upgrade: Atualização
3.7 687 Assista AgoraUm filme desses, bicho. É tudo que a gente quer encontrar. UPGRADE (2018) é o novo trabalho de Leigh Whannell: o responsável pelas franquias Jogos Mortais e Sobrenatural, e que também deu uma mãozinha em Matrix. Só que dessa vez, ele mira na ficção científica e acaba acertando em um thriller que esbanja ação - com tudo bem enquadrado. Buscando vingança, depois de ver sua mulher ser assassinada e ficar paralítico, Gray aceita ser a cobaia de um milionário cientista, implantando um chip em seu cérebro, e se torna uma máquina de matar. São muitas sequências de luta, no estilo videogame, sangue e torções de roteiro empolgantes. O desempenho violento de Logan Marshall-Green, que aparenta um misto de Tom Hardy e Jamie Dornan, também se destaca, especialmente nos movimentos robóticos. Upgrade é o tipo de filme que supera qualquer falha. É inteligente e também prova que Whannell sabe fazer nosso queixo cair em qualquer gênero.
(IG @omelhordocinema)
Marvin
3.7 71 Assista AgoraNascido Marvin Bijou, Martin Clement era um estranho entre os seus. Não pertencia àquela família e cidade em que vivia. Encontrou no teatro a proteção que precisava para descobrir o que sempre soube de si, escondido pela intolerância e ignorância daqueles que o cercavam. Adaptação do best-seller autobiográfico de Edward Louis, “O Fim de Eddy”, MARVIN (2017) é o retrato de um menino que precisou se reinventar para aceitar a sua diferença e fazer dela algo diferente. Do inferno de sua infância familiar e escolar, o Marvin-criança é mais convincente do que o apático Marvin-adulto se livrando de suas origens. Mesmo com diálogos marcantes (é bom tomar notar, são várias lições), falta a Marvin emoção. Ela quase chega, mas se perde no vai e vem do drama de Marvin e Anne Fontaine deixa de produzir mais uma jóia.
(IG @omelhordocinema)
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraConfesso que a história de JÁ NÃO ME SINTO EM CASA NESSE MUNDO (I Don't Feel at Home in This World Anymore, 2017) me conquistou no início, com aquela revolta de Ruth com o mundo que parece do avesso. Identifiquei-me tanto com ela, no seu esgotamento com as pessoas sem educação, que não recolhem o cocô do seu cachorro, que jogam lixo no chão, que poluem o ar, que esbravejam palavras racistas, que não cumprem suas funções corretamente ou que pegam o que é dos outros. Ruth é tão eu, sob o olhar das injustiças cotidianas. E acredito que ela será muita gente por aqui também. Mas o rumo que Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo toma a partir de seu segundo ato é uma péssima escolha. Bruscamente, ele sai do drama existencial para uma comédia atrapalhada e jorrada de sangue. E a carismática Ruth vira uma piada sem pé nem cabeça. Lançado no Festival de Cinema de Sundance do ano passado, o filme de Macon Blair tinha tudo para conquistar o meu coração, mas esse match não rolou.
(IG @omelhordocinema)
Sierra Burgess é uma Loser
3.1 748 Assista AgoraDepois de Para Todos Os Garotos Que Já Amei, só se fala em SIERRA BURGESS É UMA LOSER (Sierra Burgess Is a Loser, 2018). A nova obsessão adolescente da Netflix também é um romance entre uma nerd e um atleta bonitão do ensino médio iniciada através de uma mensagem enviada por engano. Quem dá as caras por aqui também é conhecido: Shannon Purser, de Stranger Things, e Noah Centineo, de PTOGQJA. A comédia lançada essa semana na plataforma volta a beber - como muitos filmes já fizeram antes - da fonte de Cyrano de Bergerac, e nos indaga por que garotas como Sierra, inteligentes e amáveis, ainda são consideradas "perdedoras", não apenas por garotas como Veronica e suas amigas, mas por todos nós, como sociedade. Sem apresentar novidades e ainda trazendo as meninas como foco, Sierra Burgess é um pout-pourri de todos as temáticas juvenis em destaque, funcionando mais como um filme de amizade do que de um amor improvável. E apesar da queda do roteiro no desenvolvimento, cumpre sua função de conforto, principalmente pelo desempenho e química de sua tríade protagonista. Se Sierra Burgess é o final de uma sequência de rom-coms teens da Netflix, não sabemos, mas que é o mais agradável deles, disso não tenho dúvida.
(IG @omelhordocinema)
A Morte de Stalin
3.6 134 Assista AgoraBarrado na Rússia, A MORTE DE STALIN (The Death of Stalin, 2017) satiriza a crise na União Soviética após a perda de seu maior líder e será bem difícil associá-lo a algo que já tenha sido produzido. As intrigas e conspirações no Kremlin foram retiradas de uma história em quadrinhos francesa sobre o mistério em torno da morte de Stalin e das disputas entre os membros do Comitê Central do Partido Comunista Soviético para assumir o poder. E apesar de conter um pano de fundo trágico e pesado, Armando Iannucci consegue fazer o seu humor negro dar certo, graças a um elenco talentoso e irreconhecível que encobre um dos regimes mais brutais da história da humanidade com piadas refinadas e diálogos inteligentes. A Morte de Stalin só peca em sua duração – uns minutos a menos não me faria dormir; e não duvide das coisas ali retratadas – uma busca rápida no Google confirmará a veracidade dos fatos por mais bizarros que possam parecer.
(IG @omelhordocinema)
A Mulher Mais Assassinada do Mundo
2.9 33 Assista AgoraA arte de Paula Maxan é morrer todos os dias. Ela é A MULHER MAIS ASSASSINADA DO MUNDO (La femme la plus assassinée du monde, 2018). A cada apresentação no Grand Guignol, noite após noite, Paula é brutalmente assassinada de um jeito diferente: esfaqueada, despedaçada, queimada, violada, torturada, decapitada e mutilada. Explorando o mundo do horror, na frente e atrás das cortinas, Franck Ribière não economiza no sangue e usa o palco do famoso teatro francês, especializado em peças assustadoras, como cenário. De clima crepuscular, a narrativa nos convida a conhecer os bastidores da vida da atormentada atriz e a seguir os passos do responsável por uma série de crimes cometidos na cidade, mas o chamado não é plenamente atendido. Falta charme, pontas ficam soltas e detalhes são mal contados. Felizmente, Anna Mouglalis está em cena e o arco dramático é suficiente para sustentar o nosso interesse nesse espetáculo.
(IG @omelhordocinema)
A Freira
2.5 1,5K Assista AgoraA FREIRA (The Nun, 2018) investiga a história de fundo de Invocação do Mal 2. Em uma abadia romena, uma freira, atormentada por uma força oculta e maligna, tira a própria vida. Um padre, uma noviça e um jovem da região tentam descobrir o que aconteceu no local. Mas para desvendar esse mistério, eles precisarão ter mais do que fé... será preciso coragem. Sem surpresas, porém com alguns sustos, A Freira subaproveita a personagem-título e usa de tudo que já vimos no gênero. Tem móveis rangendo, portas que se abrem e fecham, velas que acendem e apagam, e jumpscares. E desse jeito, funciona melhor como suspense e humor do que como terror. Pode até conseguir agradar (os menos exigentes), é verdade; mas que desperdiça um bom fantasma, disso eu não tenho dúvida. Assim como é certo que a franquia não vai parar por aqui. Em resumo, A Freira é marketing e entretenimento, mesmo não conseguindo ser realmente assustador.
(IG @omelhordocinema)
Hotel Artemis
2.7 142HOTEL ARTEMIS (2018) não é simplesmente um hotel, é um hospital para criminosos. Mas só para os associados que pagam esse "plano de saúde". E desde que não quebrem nenhuma das regras da Enfermeira, a responsável por manter o estabelecimento em pleno funcionamento há 22 anos, que contraditoriamente carrega, em uma mão, um tablet super tecnológico, e em outra, um toca-fitas portátil com uma seleção de músicas dos anos 70 para ninguém botar defeito. Algo bem parecido ao luxuoso abrigo de malfeitores de John Wick, Hotel Artemis traz Jodie Foster de volta. Para mim, isso já seria suficiente para vê-lo. E vai ser apenas por ela mesmo. Em uma daquelas atuações incríveis que compensa qualquer falha nos arcos dramáticos e as lacunas no roteiro. Durando o tempo exato para não cansar, o filme é sobre Ela e é totalmente dEla. E não espere ver nada além do que Ela em cena.
(IG @omelhordocinema)
A Fábrica de Nada
3.6 14 Assista AgoraPartindo-se de uma peça de teatro de Judith Herzberg, de 1997, a história dos trabalhadores que ocupam a fábrica da empresa de elevadores onde trabalham e passam a administrá-la por conta própria realmente aconteceu. Em 1975, os funcionários da OTIS, prestes a perderem o emprego, resolvem transformar a “cruzada de braços” em autogestão, invertendo os papéis, colocando os diretores para fora e assumindo as rédeas da produção. Interessante se não fosse pela opção em deixar A FÁBRICA DE NADA (A Fábrica de Nada, 2017) de ser um musical, como originalmente era, para apenas oscilar entre o drama e o documentário. Extenso, as 3 horas de filme, entre o maquinário e o cotidiano dos trabalhadores, ficam enfadonhas, e a sonoridade só dá as caras no final. Com um convincente elenco de não atores, A Fábrica de Nada poderia ser mais “tudo” do que “nada”, e até consegue atingir isso quando critica o capitalismo, a superprodução e o desperdício, mas será bem difícil chegar até o final sem toscanejar.
(IG @omelhordocinema)
SPF-18
1.5 187Dá para dar nota negativa??
(IG @omelhordocinema)
O Banqueiro da Resistência
3.7 51 Assista AgoraAmbientada na Segunda Guerra Mundial, a história dos dois irmãos banqueiros que financiaram a resistência holandesa começa um pouco confusa, mas depois dos trinta primeiros minutos, o drama histórico de Joram Lürsen toma corpo e ritmo para embalar a biografia de Walraven e Gijs van Hall até o final. Escolhido para representar o país na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019, O BANQUEIRO DA RESISTÊNCIA (The Resistance Banker, 2018) não precisou pegar em nenhum revólver para fazer sua parte na luta contra Hitler. Usando sua melhor arma, a inteligência, conseguiu desviar milhões dos bancos holandeses, freando a máquina de guerra nazista. Um homem privilegiado que mesmo não estando na mira direta do extermínio, não se conformou com aquilo que estava acontecendo ao seu lado e arriscou a própria pele. Sem grandes holofotes para a sua produção, afora seu elenco, O Banqueiro da Resistência é outro importante relato heroico da 2GM que ainda faltava ser contado.
(IG @melhordocinema)
O Predador
2.5 649O quarto filme da série, iniciada em 1987, não chega sequer a igualar ao clássico original estrelado por Arnold Schwarzenegger, mas não deixa de ser uma opção de entretenimento que funciona mais pelo humor do que pela ação. Em O PREDADOR (Predator, 2018), o protagonista é um atirador de elite que vive longe de sua família e sobrevive a um encontro com um predador que veio à Terra para uma missão especial. Quando as coisas dão errado, ele se une a uma bióloga, ao seu filho autista e a um grupo de soldados malucos para impedir que esse caçador alienígena destrua a raça humana. Para isso, o diretor Shane Black, que atuou no primeiro, não poupa no sangue e nos efeitos visuais, assim como não economizou nas desculpas por ter escalado um criminoso sexual no elenco. O Predador espera, ao mesmo tempo, ser um retrocesso aos anos 80 e o restart de uma nova saga, no entanto, ainda faltam muitas colunas vertebrais para evoluir e chegar a ser memorável.
(IG @omelhordocinema)
Uma Questão Pessoal
2.8 13 Assista AgoraEntre tantos nevoeiros sombrios, eis que surge UMA QUESTÃO PESSOAL (Una Questione Privata, 2017), mais um drama da Segunda Guerra Mundial. Baseado na obra de Beppe Fenoglio, de 1963, o romance dos irmãos Taviani brinca com a ambiguidade por trás da missão paranoica de um soldado italiano ao tentar salvar seu amigo que foi capturado pelas tropas inimigas. Estaria o partisan atrás do grande companheiro de juventude ou de um acerto de contas com o homem que se envolveu com a garota dos seus sonhos coloridos? Tanto faz. Apático, Uma Questão Pessoal não triunfou na batalha contra os meus olhos, e nem mesmo a bela fotografia e uma cena simbólica da matança nazista aliviou o sono inevitável.
(IG @omelhordocinema)
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraInterrompemos a programação dos filmes medianos, para apresentar BUSCANDO... (Searching, 2018), um suspense bem acima do comum - mais na qualidade do que na originalidade. Através das telas do computador e do smartphone, conhecemos David, Pam e Margot, uma família de comercial de margarina. Mas o futuro de David ainda lhe reserva algumas tragédias. Quando sua filha desaparece, ele precisará da ajuda de uma experiente policial e da atenção nos pequenos detalhes para desvendar esse mistério. Buscando... nos faz mergulhar de cabeça e sentir na pele o drama do pai em busca da filha sumida, que ele mesmo não reconhece, operando dentro dos parâmetros da comunicação moderna. Humano, excitante e angustiante, flui naturalmente, como um bate-papo no WhatsApp, e quando nos damos conta, em meio a tantas reviravoltas, já acabou. John Cho, conhecido por papéis cômicos, se encarrega de quase todo esse período, e o faz bem. No entanto, o mérito maior é da direção dinâmica de Chaganty, que não usa mais do que duas câmeras e encaixa perfeitamente roteiro, atuações e filmagem. Buscando... prende a respiração em poucos minutos e assim ficará até depois do término de sua exibição.
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22 Milhas
3.1 188 Assista Agora22 MILHAS (Mile 22, 2018) é aquele excesso de patriotismo e testosterona que já estamos cansados de assistir. Resume-se, basicamente, a um agente especial do governo americano que entra em cena quando a diplomacia e a presença militar não funcionam, para salvar um estrangeiro que sabe demais e pode causar um grande estrago mundial. Acompanhado de várias "lições" do personagem raso de Wahlberg, que adora puxar um elástico no braço, 22 Milhas é uma sucessão de cenas sangrentas e estúpidas - pelo menos para um esquadrão policial de elite, onde falta história e ânimo para alcançar o final. Chegando lá, até dá uma melhorada, com uma reviravolta interessante e que deixa a porta aberta para o seu retorno.
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