Manuela logo em suas primeiras cenas com Esteban veste roupas vermelhas. Um pouco antes de revelar que está grávida, Rosa também está com vestes dessa cor. Mas, não necessariamente, precisa ser o tipo de maternidade de mãe e filho. Huma está sempre de vermelho quando se preocupa com Nina. Mas quando a atriz passa a ser cuidada por Agrado, é esta que passa a usar a cor.
Então, é muito tocante notar que no final, quando Lola conhece o filho que teve com Rosa e vê finalmente a foto de Esteban, ela também está com um vestido de vermelho. Porque apesar de tudo, ela também é mãe dos dois.
Tem uma parte de Aftersun, lá pelo meio, que resume bem o filme. Nela, vemos Calum retirando o gesso do braço enquanto Sophie, do alto de seus 11 anos, divaga sobre a vida. O pai, espremido no canto direito da tela sob uma luz fria, passar por dificuldades ao mesmo tempo que a filha não faz ideia da dor dele. E nem poderia fazer.
À primeira vista, Aftersun pode até parecer simples, um mero registro das férias de pai e filha. Mas a cada cena vamos entendendo melhor a proposta: a de mostrar como nossas memórias mudam com o passar do tempo. Como situações podem ganhar outros significados quando olhamos elas por outros ângulos.
Já adulta, Sophie assiste às gravações daquelas férias tentando reviver seus últimos momentos com o pai ao mesmo tempo que tenta entender pelo que ele estava passando. Ele estava triste por ter depressão? Por ter sido deixado de lado por uma moça que voltou para o ex? Por estar sempre dificuldade financeira? Ou por algo que ele não falou durante a viagem? Sophie e nós nunca saberemos com certeza.
Cabe a nós pensar, tentar lembrar e ressignificar aquilo que vivemos. Talvez a resposta não venha olhando para trás, mas para frente, com a maturidade que adquirimos com o passar dos anos passando pelas mesmas frustrações que nossos pais passaram. Ou talvez ela nunca venha.
Hoje, Sophie/Charlotte entende que seu pai estava sofrendo durante seus últimos momentos juntos. Hoje, você sabe as dificuldades que seus pais passavam a cada presente e a cada momento de afeto que eles tentavam te proporcionar. Só que entender já é outra história, talvez nem eles mesmos entendessem.
O que nos resta é relembrar esses momentos com carinho. Mas a memória é traiçoeira, sempre vai ter aquela vozinha sussurrando lá no fundo da nossa mente:
É uma brincadeira divertida com os tradicionais romances da Agatha Christie, só que em vez da tradicional aristocracia e burguesia do começo do século XX, Glass Onion nos traz personagens que são amálgamas das celebridades que ganharam destaque nos últimos anos. O melhor exemplo disso é Miles Bron, personagem de Edward Norton, que satiriza os grandes gênios e gurus modernos cujas genialidades se apoiam nos trabalhos dos outros.
A graça do longa de Rian Johnson é justamente ver tantas personalidades problemáticas entrando em conflito. Só faltou uma coisa para ficar completo: o mistério. A meu ver, as críticas ficam tão em primeiro plano que o mistério que dá título ao filme acaba sendo deixado de lado. No fim é só uma trama muito rocambolesca que dá várias voltas até chegar onde quer.
Se o único defeito de Não se Preocupe, Querida fosse a atuação patética do Harry Styles, até que daria para relevar. E olha que não é pouca coisa. O tempo todo fiquei com a impressão de estar vendo uma criança vestindo a roupa do pai e fingindo ser adulto na frente do espelho. Uma criança que ainda não sabe como expressar direito as próprias emoções. Mesmo nas muitas cenas de sexo ele passa a impressão de ser um adolescente querendo pagar de transudo.
Mas, não, o ex-One Direction está longe de ser o único ponto negativo da produção. De longe, o que mais incomodou foi que desde o começo o filme já anunciava a existência de um plot twist. Nos primeiros minutos já haviam personagens agindo de forma estranha, flashes desconexos e acontecimentos sem sentido. Sem sutileza nenhuma, Olivia Wilde deixa claro que em algum momento o espectador será surpreendido com uma reviravolta chocante. E haja cena chata até a tal surpresa chegar. São festas, jantares e churrascos com as falas mais batidas que um roteirista poderia pensar. E quando a tal reviravolta chega...
...é só um plot que parece ter saído de um episódio ruim de Black Mirror. E se você pensar por 5 segundos a respeito, verá que ele nem ao menos se sustenta por causa dos vários furos de roteiro. Por exemplo:
- Ninguém no hospital que a personagem da Florence Pugh trabalhava notou que ela havia desaparecido? Ela é uma médica, certamente tinha pacientes e operações agendadas. - Como uma tecnologia de realidade virtual foi desenvolvida e comercializada de forma clandestina? Ao que parece, o mundo real do filme era algo parecido com o nosso, não é como se isso tipo de coisa pudesse ser desenvolvida com facilidade. - O personagem do Harry Styles trabalhava de dia para conseguir pagar por aquela tecnologia (até agora tentando entender como um cara que morava num apê minúsculo conseguia pagar por uma tecnologia avançada daquelas, mas beleza) e de noite ficava com a Florence Pugh no The Sims. Então quando ele dormia? - O que aconteceu com os agentes que iriam matar a protagonista por ela ter descoberto a verdade? Por mais que o personagem do Chris Pine tenha morrido, eles não sabiam disso e ainda tinham ordens a seguir.
É uma crítica social válida, mas parece feita de qualquer jeito, apenas com a intenção de surpreender. Mas a única coisa que realmente chega a surpreender é a falta de talento do Harry Styles.
Acho que foi o filme mais caótico que eu já assisti. A cada cena, roteiro e direção dobram a aposta e tornam tudo ainda mais absurdo do que já era na cena anterior.
O ápice de tudo isso é um dos personagens dizer, no final, que sobreviveu
Seria um pouco mais suportável se o personagem do James Franco não ficasse fazendo comentários sem graça a cada 10 segundos. Mas só um pouco, porque ainda assim o filme ainda teria um roteiro perdido que não sabe ao certo o que quer criticar.
Um resumo de todas as biopics de músicos já feitos, inclusive daquelas que foram produzidas anos depois. Isso mostra o que batido esse subgênero é e como nada foi feito para inová-lo desde então. E o que mais me espanta é notar que Bohemian Rhapsody se parece ainda mais com uma paródia do que este aqui.
Para quem gostou deste, recomendo Popstar - Never Stop Never Stoping, com o Andy Samberg, que é uma tiração de sarro com aqueles docs de cantores pop da atualidade.
Tem um bom roteiro? Não, na verdade, nem chega a ter um roteiro. Bons personagens? Também não, é só um monte de gente genérica pro Palhaço Art empilhar os corpos. Só que ainda assim eu fiquei chocado com o que acontecia em tela.
Nem tanto pelas mortes brutais, mas pela forma como o vilão parecia se divertir com o sofrimento que causava. Com um visual para lá de marcante, Art é implacável e brutal como o Jason e debochado como o Freddy Krueger. Tem tudo para conquistar seu posto entre os grandes vilões o terror.
E apesar da produção não ser lá essas coisas, há um certo capricho nos efeitos das mortes. Algumas cenas com certeza vão demorar um tempinho para sair da minha memória.
Fiquei com a impressão de que Barbarian em vez de ser apenas um filme, é uma coletânea de 3 curtas (3,5 se levarmos em conta o flashback que surge do nada no meio da trama) e cada um deixa a história mais escrachada que o anterior.
O que começa como um suspense psicológico termina como
. O problema é que as peças parecem não se encaixar direito, com tudo ficando meio jogado.
Em meio a toda essa salada, o filme roteirizado e dirigido por Zach Cregger parece querer falar sobre como uma sociedade falida tende a criar pessoas problemáticas. Note como a personagem da Mãe (não vejo por qual outro nome é possível chamá-la) insiste em seu papel materno mesmo após matar uma pessoa após a outra, apenas porque uma fita lhe disse que ela deveria ser assim. E ainda tem o personagem do Justin Long, cujo arco é construído como uma grande piada.
Barbarian parece ser uma brincadeira com varios gêneros do terror, por exemplo,
o quartinho com a câmera e a cama remete aos torture porn que tanto fizeram sucesso na primeira década dos anos 2000, emulando até a fotografia esverdeada e granulada daqueles filmes.
Só faltou desenvolver essa ideia de uma forma que ela não parecesse uma colcha de retalhos.
Ou talvez o Zach Cregger apenas não tivesse ideia do que estava fazendo e eu estou aqui perdendo tempo tentando enxergar formas numa nuvem.
Não é ruim, mas por ser feito inteiro em computação gráfica e captura de movimento, esperava que as cenas de luta fossem mais ousadas em relação ao sangue e à violência. Talvez por ser caro (até os dias de hoje, inclusive) o estúdio tenha preferido algo que pudesse ser assistido por todos.
Apesar do visual bastante datado - gostaria muito de bater um papo com o Zemeckis para saber o que fez ele encasquetar tanto com isso a ponto de fazer 4 filmes com essa tecnologia -, é divertido e conta com boas batalhas. Elas só poderiam ter um pouquinho mais de sangue e da violência dos bárbaros.
Não é ruim, mas por ser feito inteiro em computação gráfica e captura de movimento, esperava que as cenas de luta fossem mais ousadas em relação ao sangue e à violência. Talvez por ser caro (até os dias de hoje, inclusive) o estúdio tenha preferido algo que pudesse ser assistido por todos.
Apesar do visual bastante datado - gostaria muito de bater um papo com o Zemeckis para saber o que fez ele encasquetar tanto com isso a ponto de fazer 4 filmes com essa tecnologia -, é divertido e conta com boas batalhas. Elas só poderiam ter um pouquinho mais de sangue e da violência dos bárbaros.
É uma amálgama de tudo que existe na indústria atualmente: tem as piadinhas fora de hora dos filmes do MCU, o excesso de câmeras lentas do Snyder e até um casalzinho teen que parece saído diretamente de uma série da Netflix.
O próprio Adão Negro, como personagem, carece de um pouco de identidade própria. O público se conecta a ele por causa do The Rock, mas personalidade ou desenvolvimento são inexistentes. Por olhar feio para a câmera durante 90% do tempo e destruir o que quer que esteja em seu caminho, Teth Adam não se diferencia em nada das versões do Superman e do Batman do DCEU. É o mesmo personagem num traje diferente.
Não vejo problema na produção ter um fiapo de roteiro e se focar nas cenas de ação, não é assim que os blockbusters costumam ser? Só que nenhum das cenas de ação é memorável ou empolga. Em boa parte do tempo, você nem sabe o que está acontecendo em tela.
Pode-se dizer que Adão Negro é mais uma tentativa de salvar o universo cinematográfico da DC, só que dessa vez fazendo tudo que já foi feito antes, inclusive pela concorrência.
Netflix foi genial aqui. Criou uma minissérie, dividiu em três partes e vendeu como se fosse uma trilogia.
O filme em si não é lá muito original, nem dá para ser chamado de filme visto que arcos narrativos e conflitos não são resolvidos. Como a história ainda vai ser desenvolvida e concluída nas próximas duas partes, não posso dizer nada além de que é um bom passatempo.
Você participa de um ritual, grava ele sem permissão, invade um local sagrado para esse culto misterioso e depois sai destruindo e tirando do lugar tudo que vê pela frente.
Brincadeiras à parte, é um filme bem imersivo. Aquele pedido que a protagonista faz no começo serve justamente para criar uma ligação com o público e fazê-lo se importar com o que acontecerá depois.
Por se revelar lentamente, ficamos curiosos para saber o porquê dela e da filha estarem passando por tudo aquilo. Concordo com quem diz que é lento, mas pelo menos para mim isso não foi ruim, pois permitiu que o drama e o dilema de Ronan fossem muito bem trabalhados.
E o final faz valer todo esse desenvolvimento lento, é sem dúvidas uma das sequências mais tensas que já vi na vida.
Até eu que sou bem cético quanto a misticismos e espiritualidade me vi tentado a desviar o olhar da face da deusa. Não apenas isso, como também me senti traído quando é revelado a real intenção por trás do cântico que entoado a todo momento do longa.
Uma pena que por estar escondido no catálogo da Netflix, acabará passando despercebido por muitos.
Nunca vi passando por lá, mas esse filme tem a cara do Cinema em Casa, sessão de filmes das tardes do SBT. Tem criança gênio, robô amigo da galera, um pouco de terror, profanação de cadáver, um pouco de comédia, um tiquinho de violência gráfica e muitas atuações ruins. É o tipo de coisa que o Silvio Santos exibiria pra alegrar a criançada.
É como uma adaptação de quadrinhos feita por músicos e para fãs de rock no geral. Em vez de referências a heróis obscuros, temos participações especiais de músicos famosos - só o Dave Grohl para conseguir fazer o Kerry King e o Lionel Richie participarem do mesmo. No lugar cenas de HQs sendo recriadas em tela, temos referências às capas dos álbuns da banda no cenário. E as piadinhas às outras bandas e músicas famosas fazem as vezes de easter eggs.
Durante a maior parte do tempo, Terror no Estúdio 666 é uma boa diversão. Os exageros, a trama ridícula, os efeitos toscos e as "atuações" péssimas dão um charme a mais para a produção, que ainda possui uma ótima trilha sonora original (para a minha surpresa, até o John Carpenter dá a sua contribuição). Não dá medo em momento algum, mas acho que essa nem era a intenção da produção.
No entanto, certamente ela também não tinha a intenção de ser cansativa, e acaba sendo em sua segunda metade. A trama se torna rocambolesca demais até para uma sátira aos filmes trash, quando você pensa que o show vai acabar, lá vem um bis que ninguém pediu. Chega um ponto que você só quer que o Dave Grohl
Um baita filme que pode passar despercebido por muitos. Nunca imaginei que fosse possível fazer uma mistura tão coesa entre humor e tensão. Ao mesmo tempo que as situações ficam cada vez mais absurdas, você sabe que pode dar merda a qualquer momento. A cena que melhor resume isso é a do
como na cena que a polícia imobiliza o protagonista no chão enquanto os jovens brancos veem tudo acontecer numa boa. No entanto, seria chover no molhado. Mostraria mais uma vez um garoto negro se lascando por causa de burrada de um branco.
O final original deu a oportunidade dos dois amigos
se acertarem e amarrou as pontas deixadas ao longo do filme. É otimista, mas nem tanto, e o olhar de Kunle um pouco antes dos créditos deixa isso claro. Agora, infelizmente, ele sabe que por melhores que sejam suas intenções, sempre haverão pessoas olhando desconfiadas.
Só senti falta de um final melhor para o Carlos.
P.S.: o casal preconceituoso com a placa de "Black Lives Matter" foi um toque de gênio.
Bem longe de ser ruim, é um filme que sabe criar e manter um clima de tensão e mistério crescente com cenas ambíguas que só vão fazer sentido lá na frente.
Talvez pelo título (imposto pelo estúdio contra a vontade de diretor e roteirista), muita gente espere uma história cheia de elementos sobrenaturais e demoníacos, mas não é o caso. O Exorcista III está mais para um thriller de serial killer com leves toques sobrenaturais, uma mistura interessante que foi me agradando a cada nova cena. Infelizmente, não agradou ao estúdio, que pediu para Blatty
adicionar uma sequência de exorcismo no final, justamente a parte onde o longa começa a desandar.
Está longe de ser um clássico como o original, o que não é demérito uma vez que quase nenhum filme de terror chegou a esse patamar nos últimos 50 anos, mas não faz feio. Se não fosse essa necessidade explorar a obra como franquia, é provável que fosse até melhor. Pelo menos, O Exorcista III é responsável por um dos melhores jumpscares já feito no cinema de horror, e isso executivo nenhum pode apagar.
Começou muito bem como uma comédia de realismo fantástico com toques de fábula. O cocô sumindo sem explicação dava aquele que de estranhamento.
Mas após o início promissor, o filme começou a desandar com a aparição do personagem do Christopher Walken. A partir daí as piadas foram ficando cada vez mais sem graça e desconexas com a proposta inicial do filme. Se fosse pra arriscar, diria que houve interferência do estúdio para deixar o longa mais próximo do humor que agrada o grande público.
Tudo Sobre Minha Mãe
4.2 1,3K Assista AgoraUm detalhe muito bonito é que, ao longo do filme, o vermelho é a cor relacionado à maternidade.
Manuela logo em suas primeiras cenas com Esteban veste roupas vermelhas. Um pouco antes de revelar que está grávida, Rosa também está com vestes dessa cor. Mas, não necessariamente, precisa ser o tipo de maternidade de mãe e filho. Huma está sempre de vermelho quando se preocupa com Nina. Mas quando a atriz passa a ser cuidada por Agrado, é esta que passa a usar a cor.
Então, é muito tocante notar que no final, quando Lola conhece o filho que teve com Rosa e vê finalmente a foto de Esteban, ela também está com um vestido de vermelho. Porque apesar de tudo, ela também é mãe dos dois.
M3gan
3.0 799 Assista AgoraDivertidíssimo, mas se beneficiaria de um pouco mais de sangue e gore.
Aftersun
4.1 707Tem uma parte de Aftersun, lá pelo meio, que resume bem o filme. Nela, vemos Calum retirando o gesso do braço enquanto Sophie, do alto de seus 11 anos, divaga sobre a vida. O pai, espremido no canto direito da tela sob uma luz fria, passar por dificuldades ao mesmo tempo que a filha não faz ideia da dor dele. E nem poderia fazer.
À primeira vista, Aftersun pode até parecer simples, um mero registro das férias de pai e filha. Mas a cada cena vamos entendendo melhor a proposta: a de mostrar como nossas memórias mudam com o passar do tempo. Como situações podem ganhar outros significados quando olhamos elas por outros ângulos.
Já adulta, Sophie assiste às gravações daquelas férias tentando reviver seus últimos momentos com o pai ao mesmo tempo que tenta entender pelo que ele estava passando. Ele estava triste por ter depressão? Por ter sido deixado de lado por uma moça que voltou para o ex? Por estar sempre dificuldade financeira? Ou por algo que ele não falou durante a viagem? Sophie e nós nunca saberemos com certeza.
Cabe a nós pensar, tentar lembrar e ressignificar aquilo que vivemos. Talvez a resposta não venha olhando para trás, mas para frente, com a maturidade que adquirimos com o passar dos anos passando pelas mesmas frustrações que nossos pais passaram. Ou talvez ela nunca venha.
Hoje, Sophie/Charlotte entende que seu pai estava sofrendo durante seus últimos momentos juntos. Hoje, você sabe as dificuldades que seus pais passavam a cada presente e a cada momento de afeto que eles tentavam te proporcionar. Só que entender já é outra história, talvez nem eles mesmos entendessem.
O que nos resta é relembrar esses momentos com carinho. Mas a memória é traiçoeira, sempre vai ter aquela vozinha sussurrando lá no fundo da nossa mente:
- E se...
[spoiler][/spoiler]
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraUm importante aviso sobre os males do tesão acumulado.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 651 Assista AgoraÉ uma brincadeira divertida com os tradicionais romances da Agatha Christie, só que em vez da tradicional aristocracia e burguesia do começo do século XX, Glass Onion nos traz personagens que são amálgamas das celebridades que ganharam destaque nos últimos anos. O melhor exemplo disso é Miles Bron, personagem de Edward Norton, que satiriza os grandes gênios e gurus modernos cujas genialidades se apoiam nos trabalhos dos outros.
A graça do longa de Rian Johnson é justamente ver tantas personalidades problemáticas entrando em conflito. Só faltou uma coisa para ficar completo: o mistério. A meu ver, as críticas ficam tão em primeiro plano que o mistério que dá título ao filme acaba sendo deixado de lado. No fim é só uma trama muito rocambolesca que dá várias voltas até chegar onde quer.
Não Se Preocupe, Querida
3.3 554 Assista AgoraSe o único defeito de Não se Preocupe, Querida fosse a atuação patética do Harry Styles, até que daria para relevar. E olha que não é pouca coisa. O tempo todo fiquei com a impressão de estar vendo uma criança vestindo a roupa do pai e fingindo ser adulto na frente do espelho. Uma criança que ainda não sabe como expressar direito as próprias emoções. Mesmo nas muitas cenas de sexo ele passa a impressão de ser um adolescente querendo pagar de transudo.
Mas, não, o ex-One Direction está longe de ser o único ponto negativo da produção. De longe, o que mais incomodou foi que desde o começo o filme já anunciava a existência de um plot twist. Nos primeiros minutos já haviam personagens agindo de forma estranha, flashes desconexos e acontecimentos sem sentido. Sem sutileza nenhuma, Olivia Wilde deixa claro que em algum momento o espectador será surpreendido com uma reviravolta chocante. E haja cena chata até a tal surpresa chegar. São festas, jantares e churrascos com as falas mais batidas que um roteirista poderia pensar. E quando a tal reviravolta chega...
...é só um plot que parece ter saído de um episódio ruim de Black Mirror. E se você pensar por 5 segundos a respeito, verá que ele nem ao menos se sustenta por causa dos vários furos de roteiro. Por exemplo:
- Ninguém no hospital que a personagem da Florence Pugh trabalhava notou que ela havia desaparecido? Ela é uma médica, certamente tinha pacientes e operações agendadas.
- Como uma tecnologia de realidade virtual foi desenvolvida e comercializada de forma clandestina? Ao que parece, o mundo real do filme era algo parecido com o nosso, não é como se isso tipo de coisa pudesse ser desenvolvida com facilidade.
- O personagem do Harry Styles trabalhava de dia para conseguir pagar por aquela tecnologia (até agora tentando entender como um cara que morava num apê minúsculo conseguia pagar por uma tecnologia avançada daquelas, mas beleza) e de noite ficava com a Florence Pugh no The Sims. Então quando ele dormia?
- O que aconteceu com os agentes que iriam matar a protagonista por ela ter descoberto a verdade? Por mais que o personagem do Chris Pine tenha morrido, eles não sabiam disso e ainda tinham ordens a seguir.
É uma crítica social válida, mas parece feita de qualquer jeito, apenas com a intenção de surpreender. Mas a única coisa que realmente chega a surpreender é a falta de talento do Harry Styles.
Hudson Hawk: O Falcão Está à Solta
3.1 80 Assista AgoraAcho que foi o filme mais caótico que eu já assisti. A cada cena, roteiro e direção dobram a aposta e tornam tudo ainda mais absurdo do que já era na cena anterior.
O ápice de tudo isso é um dos personagens dizer, no final, que sobreviveu
à explosão de um carro por causa dos airbags.
Tem seu charme, só queria ter entrada no clima antes dele ter acabado.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraSeria um pouco mais suportável se o personagem do James Franco não ficasse fazendo comentários sem graça a cada 10 segundos. Mas só um pouco, porque ainda assim o filme ainda teria um roteiro perdido que não sabe ao certo o que quer criticar.
A Vida é Dura: A História de Dewey Cox
3.5 83 Assista AgoraUm resumo de todas as biopics de músicos já feitos, inclusive daquelas que foram produzidas anos depois. Isso mostra o que batido esse subgênero é e como nada foi feito para inová-lo desde então. E o que mais me espanta é notar que Bohemian Rhapsody se parece ainda mais com uma paródia do que este aqui.
Para quem gostou deste, recomendo Popstar - Never Stop Never Stoping, com o Andy Samberg, que é uma tiração de sarro com aqueles docs de cantores pop da atualidade.
Pai em Dose Dupla 2
3.1 180 Assista AgoraAté que tem os seus momentos engraçados, mas aquela parte
das crianças se beijando é totalmente desnecessária. Podia ter ficado sem aquilo.
Aterrorizante
2.9 455 Assista AgoraTem um bom roteiro? Não, na verdade, nem chega a ter um roteiro. Bons personagens? Também não, é só um monte de gente genérica pro Palhaço Art empilhar os corpos. Só que ainda assim eu fiquei chocado com o que acontecia em tela.
Nem tanto pelas mortes brutais, mas pela forma como o vilão parecia se divertir com o sofrimento que causava. Com um visual para lá de marcante, Art é implacável e brutal como o Jason e debochado como o Freddy Krueger. Tem tudo para conquistar seu posto entre os grandes vilões o terror.
E apesar da produção não ser lá essas coisas, há um certo capricho nos efeitos das mortes. Algumas cenas com certeza vão demorar um tempinho para sair da minha memória.
Noites Brutais
3.4 1,0K Assista AgoraFiquei com a impressão de que Barbarian em vez de ser apenas um filme, é uma coletânea de 3 curtas (3,5 se levarmos em conta o flashback que surge do nada no meio da trama) e cada um deixa a história mais escrachada que o anterior.
O que começa como um suspense psicológico termina como
um terrir oitentista digno do Sam Raimi
Em meio a toda essa salada, o filme roteirizado e dirigido por Zach Cregger parece querer falar sobre como uma sociedade falida tende a criar pessoas problemáticas. Note como a personagem da Mãe (não vejo por qual outro nome é possível chamá-la) insiste em seu papel materno mesmo após matar uma pessoa após a outra, apenas porque uma fita lhe disse que ela deveria ser assim. E ainda tem o personagem do Justin Long, cujo arco é construído como uma grande piada.
Barbarian parece ser uma brincadeira com varios gêneros do terror, por exemplo,
o quartinho com a câmera e a cama remete aos torture porn que tanto fizeram sucesso na primeira década dos anos 2000, emulando até a fotografia esverdeada e granulada daqueles filmes.
Ou talvez o Zach Cregger apenas não tivesse ideia do que estava fazendo e eu estou aqui perdendo tempo tentando enxergar formas numa nuvem.
A Lenda de Beowulf
3.0 542 Assista AgoraNão é ruim, mas por ser feito inteiro em computação gráfica e captura de movimento, esperava que as cenas de luta fossem mais ousadas em relação ao sangue e à violência. Talvez por ser caro (até os dias de hoje, inclusive) o estúdio tenha preferido algo que pudesse ser assistido por todos.
Apesar do visual bastante datado - gostaria muito de bater um papo com o Zemeckis para saber o que fez ele encasquetar tanto com isso a ponto de fazer 4 filmes com essa tecnologia -, é divertido e conta com boas batalhas. Elas só poderiam ter um pouquinho mais de sangue e da violência dos bárbaros.
A Lenda de Beowulf
3.0 542 Assista AgoraNão é ruim, mas por ser feito inteiro em computação gráfica e captura de movimento, esperava que as cenas de luta fossem mais ousadas em relação ao sangue e à violência. Talvez por ser caro (até os dias de hoje, inclusive) o estúdio tenha preferido algo que pudesse ser assistido por todos.
Apesar do visual bastante datado - gostaria muito de bater um papo com o Zemeckis para saber o que fez ele encasquetar tanto com isso a ponto de fazer 4 filmes com essa tecnologia -, é divertido e conta com boas batalhas. Elas só poderiam ter um pouquinho mais de sangue e da violência dos bárbaros.
Adão Negro
3.1 687 Assista AgoraÉ uma amálgama de tudo que existe na indústria atualmente: tem as piadinhas fora de hora dos filmes do MCU, o excesso de câmeras lentas do Snyder e até um casalzinho teen que parece saído diretamente de uma série da Netflix.
O próprio Adão Negro, como personagem, carece de um pouco de identidade própria. O público se conecta a ele por causa do The Rock, mas personalidade ou desenvolvimento são inexistentes. Por olhar feio para a câmera durante 90% do tempo e destruir o que quer que esteja em seu caminho, Teth Adam não se diferencia em nada das versões do Superman e do Batman do DCEU. É o mesmo personagem num traje diferente.
Não vejo problema na produção ter um fiapo de roteiro e se focar nas cenas de ação, não é assim que os blockbusters costumam ser? Só que nenhum das cenas de ação é memorável ou empolga. Em boa parte do tempo, você nem sabe o que está acontecendo em tela.
Pode-se dizer que Adão Negro é mais uma tentativa de salvar o universo cinematográfico da DC, só que dessa vez fazendo tudo que já foi feito antes, inclusive pela concorrência.
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraNetflix foi genial aqui. Criou uma minissérie, dividiu em três partes e vendeu como se fosse uma trilogia.
O filme em si não é lá muito original, nem dá para ser chamado de filme visto que arcos narrativos e conflitos não são resolvidos. Como a história ainda vai ser desenvolvida e concluída nas próximas duas partes, não posso dizer nada além de que é um bom passatempo.
Marcas da Maldição
3.2 207 Assista AgoraEu nunca vi um filme de terror com personagens que tivessem tanta vontade de se f*der.
Você participa de um ritual, grava ele sem permissão, invade um local sagrado para esse culto misterioso e depois sai destruindo e tirando do lugar tudo que vê pela frente.
Brincadeiras à parte, é um filme bem imersivo. Aquele pedido que a protagonista faz no começo serve justamente para criar uma ligação com o público e fazê-lo se importar com o que acontecerá depois.
Por se revelar lentamente, ficamos curiosos para saber o porquê dela e da filha estarem passando por tudo aquilo. Concordo com quem diz que é lento, mas pelo menos para mim isso não foi ruim, pois permitiu que o drama e o dilema de Ronan fossem muito bem trabalhados.
E o final faz valer todo esse desenvolvimento lento, é sem dúvidas uma das sequências mais tensas que já vi na vida.
Até eu que sou bem cético quanto a misticismos e espiritualidade me vi tentado a desviar o olhar da face da deusa. Não apenas isso, como também me senti traído quando é revelado a real intenção por trás do cântico que entoado a todo momento do longa.
Uma pena que por estar escondido no catálogo da Netflix, acabará passando despercebido por muitos.
[spoiler][/spoiler]
A Maldição de Samantha
3.0 171Nunca vi passando por lá, mas esse filme tem a cara do Cinema em Casa, sessão de filmes das tardes do SBT. Tem criança gênio, robô amigo da galera, um pouco de terror, profanação de cadáver, um pouco de comédia, um tiquinho de violência gráfica e muitas atuações ruins. É o tipo de coisa que o Silvio Santos exibiria pra alegrar a criançada.
A Freira
2.5 1,5K Assista AgoraAté começou bem, mas depois vira um festival de jumpscare e conveniência de roteiro.
Terror no Estúdio 666
2.9 112 Assista AgoraÉ como uma adaptação de quadrinhos feita por músicos e para fãs de rock no geral. Em vez de referências a heróis obscuros, temos participações especiais de músicos famosos - só o Dave Grohl para conseguir fazer o Kerry King e o Lionel Richie participarem do mesmo. No lugar cenas de HQs sendo recriadas em tela, temos referências às capas dos álbuns da banda no cenário. E as piadinhas às outras bandas e músicas famosas fazem as vezes de easter eggs.
Durante a maior parte do tempo, Terror no Estúdio 666 é uma boa diversão. Os exageros, a trama ridícula, os efeitos toscos e as "atuações" péssimas dão um charme a mais para a produção, que ainda possui uma ótima trilha sonora original (para a minha surpresa, até o John Carpenter dá a sua contribuição). Não dá medo em momento algum, mas acho que essa nem era a intenção da produção.
No entanto, certamente ela também não tinha a intenção de ser cansativa, e acaba sendo em sua segunda metade. A trama se torna rocambolesca demais até para uma sátira aos filmes trash, quando você pensa que o show vai acabar, lá vem um bis que ninguém pediu. Chega um ponto que você só quer que o Dave Grohl
dê um fim nos demais integrantes do Foo Fighters para os créditos subirem de uma vez.
[spoiler][/spoiler]
Emergência
3.5 128 Assista AgoraUm baita filme que pode passar despercebido por muitos. Nunca imaginei que fosse possível fazer uma mistura tão coesa entre humor e tensão. Ao mesmo tempo que as situações ficam cada vez mais absurdas, você sabe que pode dar merda a qualquer momento. A cena que melhor resume isso é a do
Kunle fazendo massagem cardíaca na Emma enquanto canta Bee Gees e é perseguido pela polícia.
Entendo quem ache que o filme poderia ter acabado antes,
como na cena que a polícia imobiliza o protagonista no chão enquanto os jovens brancos veem tudo acontecer numa boa. No entanto, seria chover no molhado. Mostraria mais uma vez um garoto negro se lascando por causa de burrada de um branco.
O final original deu a oportunidade dos dois amigos
se acertarem e amarrou as pontas deixadas ao longo do filme. É otimista, mas nem tanto, e o olhar de Kunle um pouco antes dos créditos deixa isso claro. Agora, infelizmente, ele sabe que por melhores que sejam suas intenções, sempre haverão pessoas olhando desconfiadas.
Só senti falta de um final melhor para o Carlos.
P.S.: o casal preconceituoso com a placa de "Black Lives Matter" foi um toque de gênio.
O Exorcista III
2.6 195 Assista AgoraBem longe de ser ruim, é um filme que sabe criar e manter um clima de tensão e mistério crescente com cenas ambíguas que só vão fazer sentido lá na frente.
Talvez pelo título (imposto pelo estúdio contra a vontade de diretor e roteirista), muita gente espere uma história cheia de elementos sobrenaturais e demoníacos, mas não é o caso. O Exorcista III está mais para um thriller de serial killer com leves toques sobrenaturais, uma mistura interessante que foi me agradando a cada nova cena. Infelizmente, não agradou ao estúdio, que pediu para Blatty
adicionar uma sequência de exorcismo no final, justamente a parte onde o longa começa a desandar.
Está longe de ser um clássico como o original, o que não é demérito uma vez que quase nenhum filme de terror chegou a esse patamar nos últimos 50 anos, mas não faz feio. Se não fosse essa necessidade explorar a obra como franquia, é provável que fosse até melhor. Pelo menos, O Exorcista III é responsável por um dos melhores jumpscares já feito no cinema de horror, e isso executivo nenhum pode apagar.
Meu Vizinho Mafioso
3.2 145Teria sido mais divertido se não fosse aquele final com uma barriga chatíssima
sobre os personagens do Bruce Willis e do Matthew Perry tendo que se acertar.
[spoiler][/spoiler]
A Inveja Mata
2.8 184 Assista AgoraComeçou muito bem como uma comédia de realismo fantástico com toques de fábula. O cocô sumindo sem explicação dava aquele que de estranhamento.
Mas após o início promissor, o filme começou a desandar com a aparição do personagem do Christopher Walken. A partir daí as piadas foram ficando cada vez mais sem graça e desconexas com a proposta inicial do filme. Se fosse pra arriscar, diria que houve interferência do estúdio para deixar o longa mais próximo do humor que agrada o grande público.