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Um livreiro belenense escrevendo, devagarinho, em otemporao.wordpress.com

Últimas opiniões enviadas

  • Oton

    Assisti a esse filme com mais quatro pessoas. Ninguém gostou. Três dormiram (uma delas roncou) e uma ficou parte dele mexendo no celular. Enquanto isso, eu lá, gostando sozinho, ainda sem perceber esse novo tipo de solidão.

    Dramático, eu sei. Mas "solidão" é uma palavra importante para esse filme. Os acontecimentos se desenrolam e, em vez de os personagens se entrelaçarem nesse mundo em comum e, com isso, desenvolverem suas relações, olho no olho, parece que há sempre uma ausência desse olhar e talvez uma ausência de comunicação afetiva entre os mundos dos personagens, embora exista uma intersubjetividade muito direta entre eles.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Essa ausência metafórica do "olho no olho" que acompanha todo o filme pode ser percebida na primeira cena em que Sofia e Edward conversam. Eles estavam sentados aparentemente juntos, à mesma mesma da lanchonete, mas Edward, estava de costas para Sofia, que também não olhava em sua direção. Suas palavras eram endereçadas à mesa (ou à lanchonete), não diretamente ao outro, apesar da semelhança e de muitas características em comum entre a atriz pornô de "sucesso" e o contador descabelado. Mesmo quando há uma forma de amor entre os dois, vemos a permanência dessa não-comunicação direta e dessa solidão, que acaba sendo banalizada e negligenciada. Talvez seja essa uma das visões de Hal Hartley sobre a vida.

    No entanto, a comunicação sempre existe, ainda que os personagens tenham dificuldade em demonstrá-la. Isso me faz lembrar algo que li recentemente em "Pedagogia do Oprimido": "As consciências não são comunicantes porque se comunicam; mas comunicam-se porque comunicantes" (do prefácio, de Ernani Friori). Logo, vejo que, paradoxalmente, o filme ressalta a força da comunicação humana, que acontece à revelia das nossas barreiras individuais, criadas como resposta aos traumas e violências da vida.

    Além da solidão e da comunicação, outro tema central para o filme é o da relação entre a memória e a identidade. Essa relação aparece não só em Thomas, mas também em Isabelle. Há muito o que poderia ser dito sobre isso, mas para mim existem duas cenas centrais e que se comunicam entre si em torno desse tema. Elas aparecem distantes inclusive cronologicamente - uma no início e outra no final do filme - e, ainda assim, se comunicam muito diretamente e aprofundam a estranha troca entre Thomas e Isabelle.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Na primeira, ela, saindo da lanchonete onde (não) se alimenta, pede desculpas e depois diz não saber o motivo. Thomas faz a mesma coisa no final, quando descobre que ela o conheceu antes de ele mesmo ter o direito de saber quem é, seja pela boca de Sofia, agora falecida, seja pela de Isabelle, para quem Thomas não deixa de ser quem era na primeira vez que o viu (sangrando) na lanchonete. Sangrando e sem memória, mas aparentemente ainda não preocupado com a sua identidade. É o encontro que faz ambos se preocuparem consigo mesmos e a enxergarem novamente sinais divinos - de forma literal para ela e simbólica para ele. Fica nítida, então, a íntima relação existente entre as consciências desses personagens.

    Os quatro são amadores no crime (não conseguem finalizar um suicídio), na contabilidade (deixam rastros de crimes cometidos), na indústria pornográfica (são "sucesso de bilheteria", mas passam por dificuldades financeiras). Como todos nós, são amadores da comunicação, da memória e da narrativa de si. Como todos nós, amam, mesmo que esse amor seja baleado pelas diferentes forças de opressão e repressão do nosso mundo, mesmo que não saibam dizê-lo. Amam, mesmo em contextos absurdos. Porque, afinal, toda a vida é um absurdo. E o amor faz parte dela, assim como a comunicação: nós não somos amadores porque amamos; mas amamo-nos porque amadores.

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  • Oton

    Comédia sutil que me fez rir muito em vários momentos. Lembra "O Discreto Charme da Burguesia" (1972), do Buñuel, clara influência para Louis Malle e Jean-Claude Carrière, cineasta que participou do roteiro dos dois filmes.

    Faz tempo que assisti o filme de Buñuel, então é difícil fazer qualquer comparação, mas vou fazer mesmo assim e dizer que o de Malle é mais amplo e certeiro. Segue a sua principal referência, um clássico, mas inclui outros elementos em torno da vida burguesa e dos seus medos, discursos e hipocrisias.

    Existem discussões sobre a percepção e os jogos de poder em torno do Maio de 68 na França e uma relação disso com a ausência da figura da mãe de Milou e dos pais de Claire, que assume, a partir daí, um papel de "igualdade" com seus tios e de disputa com sua prima Camille. É possível pensar o tema das autoridades nesse filme a partir do contextos da família e da política nacional.

    Para além disso, achei muito bonitas as passagens de um cenário para outro e bastante significativas cenas como a de Grimaldi acendendo as luzes do caminhão e, assim, colocando sob os holofotes do mundo do trabalho a burguesia e seu deslocamento da realidade social, que se expressa muito bem na relação desse núcleo burguês com o faz-tudo Leonce.

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  • Oton

    Três horas e meia não é nada fácil, mas o ritmo é muito bom e as atuações são geniais. Da última vez que vi Al Pacino e De Niro juntos, eu adorei e até hoje é o melhor filme de ação pra mim, que é o Heat, do Michael Mann. Outro filme bem longo, mas que nem parece demorado com esses dois. No Irishman, ainda tem o Joe Pesci como bônus.

    O tempo e a forma como ele influencia as ações dos personagens nesse filme é incrível. Eles parecem desacelerar o tempo em meio a tantas negociações, traições e violência. É algo bem sutil. Scorsese foi um dos primeiros cineastas que aprendi a acompanhar e até hoje continua muito bom!

    E a quem Sheeran ainda estava oferecendo a sua lealdade e proteção? Talvez dizer que a ele mesmo seja central, mas muito óbvio. Imagino que tenha a ver com a defesa de um mundo que era a sua verdadeira família e com a proteção da figura do conciliador que não pertence a nenhum dos grupos em disputa. Se for isso, é algo que vai muito além da história da máfia.

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  • Romulo
    Romulo

    2,5 para Sorry We Missed You????

  • Victória Ferreira
    Victória Ferreira

    oi amigo cinéfilo

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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