Ela tem duas vidas a da noite e a do dia e seu figurino muda completamente entre esses dois ambientes. Esperta, ela usa a roupa com intenção para fazer suas missões secretas ou se mascarar. Para isso ela aproveita os julgamentos precipitados, superficiais, que estão relacionados com o feminino em que a mulher ou é fatal, sedutora, sexy ou é inocente, submissa, boa moça. Todo o figurino é minimamente pensado, cabelo, texturas, maquiagem para reforçar esses estereótipos. Além disso as cores são bem planejadas, seja para confrontar prejulgamentos do espectador das cores pasteis relacionadas a inocência, comédias românticas, ou do rosa e azul/menina e menino; ou reforçar os sentimentos e emoções da personagem principal trazendo o lado da psicologia das cores do mundo cor de rosa ou blue (que também é tristeza, melancolia e depressão em inglês).
A responsável pelo figurino foi Nancy Steiner que já trabalhou em vídeoclipes de bandas famosas como The Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Foo Fighters, No Doubt, David Bowie, além de filmes como Virgens Suicidas, Encontros e desencontros, Pequena Miss Sunshine, e Tudo Acontece em Elizabethtown.
Não tem como comentar o filme da vilã mais bem vestida da Disney sem falar de figurino. A história se passa na Londres dos anos 70 com muita inspiração punk, desde referências à estilista Vivienne Westwood até a trilha sonora com Blondie, The Clash e Queen. A produção dos figurinos foi enooorme com 277 figurinos pro elenco principal, sendo 47 looks para Estella/Cruella feitos por um time de 60 pessoas em 4 meses. As roupas criadas para ela são incríveis, em uma paleta de cores preta, branca, um pouco de cinza e vermelho para os momentos marcantes, muito couro, aplicações e texturas. Já no trailer vemos uma capa branca que arde em chamas. Esse é só um de vários outros looks com grandes revelações, caudas enormes ou ainda feitos com materiais alternativos como jornais com manchetes sobre a rixa entre Cruella e a antagonista do filme. A escolha da figurinista não poderia ser melhor Jenny Beaven, que trabalhou em "Mad Max: estrada da fúria" e recebeu seu Oscar de melhor figurino por esse filme vestida de calças jeans, jaqueta de couro fake com uma caveira em chamas bordada nas costas e botas em meio a todos os vestidos longos de gala. Uma atitude muito punk à la Cruella de abraçar ser quem é sem se desculpar por isso.
Para acompanhar esse diretor perfeccionista, que faz a simetria e a paleta de cores ser uma atração a parte, o figurino não poderia ser diferente. Milena Canonero foi a figurinista escolhida, indicada oito vezes ao Oscar, com uma lista de trabalhos que são marcos do cinema como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick,e “Maria Antonieta”, de Sofia Coppola. Como ponto de partida Wes disse a ela que a maior parte da história se passaria em um luxuoso hotel resort nas montanhas, queria algo em tons do Leste Europeu, que se passe na década de 1930 e a sequência de abertura na década de 1960. Foram utilizadas referências de escritores austríacos e alemães, artistas do período pré-Segunda Guerra Mundial, o trabalho de August Sander (grande fotógrafo alemão dos anos 30), bem como para filmes antigos. A cor dos uniformes das pessoas do hotel foi baseada em uma toalha roxa e lilás de um livro de amostras de uma loja, fugindo das cores suaves típicas do hotel. Gustave, da cabeça aos pés, foi criado de forma a passar uma sensação de perfeição e controle, elegância e liberdade, mesmo quando sua vida desaba. Madame D, rica de beleza excêntrica e uma colecionadora de arte, usa roupas num estilo retro, como o do início dos anos vinte ,e padrões de design inspirados nas pinturas de Gustav Klimt. As peles usadas tanto pela Madame D quanto o sobretudo cinza de pele de Astrakhan foram feitas em colaboração com a Fendi. Esse figurino impecável à la Wes Anderson rendeu o prêmio de Melhor Figurino no Oscar de 2015.
Baseado no livro “Freaky Friday “de 1972 é o 4 remake, sendo o primeiro em 1976 chamado “Como é ser minha mãe”. Genevieve Tyrrell é a figurinista responsável, que nos dá um ótimo exemplo de quanto nossa personalidade influencia no ato de se vestir. Tess Coleman é viúva, de classe média alta, uma psicoterapeuta de sucesso obcecada pelo trabalho, controladora e mãe de Anna, de 15 anos, que é durona, não pensa antes de falar, bem rebelde sem causa e guitarrista da banda de pop-punk Pink Slip. No início do filme vemos que o visual de Tess é bem clássico e poderoso com tailleur, bolsas elegantes e brincos de pérolas. Já o de Anna é bem skatista/rock com camisetas de bandas, jaquetas jeans, calças cargo, botas, pulseiras pretas, gargantilha grossa, cinto de rebite e mechas grossas no cabelo. Com a troca de corpos e a necessidade de continuarem na rotina uma da outra o ato de se vestir vira um sacrifício. Elas não se encontram nesse "novo armário".
A solução? Anna no corpo de Tess corta o cabelo curto e compra um vestido de veludo de estampa psicodélica. Já Tess acaba usando as roupas de Anna de forma mais sóbria, com penteados clássicos.
O Diretor David Fincher escolheu para este trabalho a figurinista Trish Summerville, que já havia trabalhado com ele em Garota Exemplar (2014) e Millennium: os homens que não amavam as mulheres (2011). Trish cursou design de moda e nos anos 2000 ficou muito famosa por criar os looks mais icônicos de videoclipes como “Lady Marmelade”. O ponto de partida de criação da figurinista foram livros sobre a MGM, Mank e Davies além de figurinistas famosos da época como Edith Head. Trish experimentou muitas peças vintage para entender as formas, caimentos, tecidos, já que muitas peças seriam criadas do zero, diminuindo e simplificando as tendências da época, para terem uma aparência mais limpa na tela. Um ponto interessante é que além do que vemos, ela adicionava pequenos toques para ajudar os atores a construírem seu personagem, como é o caso de Mank em que foram colocados nos bolsos do paletó cigarros amassados, trocos ,recibos de bar e fósforos. É difícil acreditar que o maior desafio foi escolher as cores das peças em um filme preto e branco. Ela teve que criar um equilíbrio entre a paleta de cores que ficaria boa em p&b, para manter o público interessado, existir bons contrastes, mas que ao mesmo tempo não parecesse uma grande confusão no set de filmagem, o que poderia ser muito estranho e distrair os atores durante as gravações. Outra dificuldade eram transições de personagens de ambientes fechados para ambientes abertos que poderiam ter grandes diferenças, ou perderem a qualidade, devido ao tipo de iluminação. Dos tecidos aos botões, tudo foi fotografado e passado para monocromático pare entender como ficaria na tela. Cores muito saturadas, escuras acabaram sendo descartadas, porque pareceriam planas na tela. Já o branco, que cria um brilho exagerado, acabou sendo usado com moderação somente nas peças da personagem Marion Davis, já que ela era uma estrela do cinema, deveria ser glamurosa e ter grande destaque frente a todos os outros personagens.
Para esta adaptação o diretor Matteo Garrone fugiu da fórmula Disney leve e divertida e a criou de forma assustadoramente fantástica, como se fosse um sonho sombrio onde Pinóquio está em um limbo e tudo que quer é se tornar real, sair desta situação. Um lugar em que se misturasse o realismo e conto de fadas, o grotesco e o poético. O figurinista Massimo Cantini Parrini, através das roupas, ajuda a contar essa história maravilhosamente bem. Apesar da história acontecer fora de um tempo real, Massimo traz detalhes de época ajudam a embasar a fantasia, especialmente no tratamento que dá aos tecidos, da maneira como envelhece as roupas para transmitir a ideia de um mundo decadente. Para se inspirar, começou estudando as ilustrações da primeira edição do romance, fotografias e pinturas dos períodos dos séculos 18 e 19 e roupas antigas de seu acervo que conta com mais de 4.000 peças datadas desde 1630. Além de toda elaboração inicial, no transcorrer do filme Massimo vai envelhecendo e desgastando as roupas trazendo maior realidade a história. Os personagens vão ficando sujos e manchados, poque passam pela água, poeira, lama, sujeira de comida... Ainda vale ressaltar a cor vermelha escura do terno de Pinóquio, que além de o destacar frente aos outros figurinos de cores pálidas, trazem seus sentimentos mais profundos de amor, raiva, ciúme, inveja, vergonha, maldade, mentiras. Muito mais que figurino as roupas são tão bem elaboradas que são uma obra a parte de pesquisa e execução no aprofundamento têxtil, artesanato, técnicas tradicionais e elementos decorativos.
Bina Daigeler, figurinista alemã que trabalhou principalmente no cinema espanhol, foi a escolhida para este trabalho. Para criar o figurino Bina passou três semanas na China pesquisando sobre vestimentas tradicionais, história, cultura e pensando em formas de deixá-las mais contemporâneas. Com isso os trajes não possuem precisão histórica, foram criados para serem agradáveis ao público, o que não quer dizer malfeito ou pobre. Ela trabalhou muito com as texturas, como se fosse algo que pudesse ser sentido pelas telas, muitas cores, já que possuem grande significado na cultura chinesa, e muitas camadas, detalhes e artigos feitos a mão, que podem passar despercebidos ao espectador, mas que auxiliaram os atores trazerem à tona os personagens. As várias cenas de ação do filme trouxeram uma dificuldade extra para a criação do figurino. As roupas ou eram justas e rígidas, como os quimonos femininos, ou muito pesados, como as armaduras, o que prejudicava a mobilidade e o movimento necessário para essas cenas. Para isso diversos protótipos foram feitos até chegarem a opção ideal ou mesmo a criação de roupas com menos detalhes que passassem despercebidas durante esses momentos.
Assinado pela figurinista Alexandra Byrne, que ama fazer filmes de época, mas também assina figurinos dos filmes da Marvel, esse filme foi indicado ao oscar de melhor figurino em 2021. Para criar o figurino, Alexandra diz que leu o roteiro, o script e quando discutiu com a diretora, Autumn, percebeu que ela amava roupas, moda, cores, tecidos, e entendeu exatamente como ela faria este trabalho. O período em que se passa o filme é bem interessante já que foi quando começaram a surgir as revistas de moda e não é tão distante do momento atual, com várias roupas expostas em museus. “Foi como ler uma vogue e ao mesmo tempo entrar no guarda-roupa de alguém” diz ela. Emma é uma garota rica, bela, super influente e o filme se passa durante um ano inteiro. Assim, a ideia foi criar um guarda-roupa completo. Pra isso ela tinha que ter as peças certas de roupa para cada época do ano, cada momento, cada ocasião e como ela gostaria de se expressar. Além disso foi criada uma cartela sazonal de cores, para ajudar a criar a ideia do tempo, das mudanças de estações. Por conta disso Alexandra diz que se sentia vestindo Emma no dia a dia. Diferente do que a maioria das pessoas pensam, nessa época usavam-se múltiplas camadas e não só um vestido. O figurino Emma tinha apenas 3, o uso de diferentes anáguas, chemises, luvas, joias, chapéus, casacos, capas e sapatos é que transformavam as roupas (DICA DE MODA VEMOS POR AQUI). Além disso como Emma é muito confiante e rica suas roupas eram mais parecidas com as das revistas, com cores mais chamativas, que estavam sendo introduzidas na época.
“One and two and you know what to do..”. Ganhador do oscar de melhor figurino em 2021, o qual foi assinado por Ann Roth, de 89 anos, 4 vezes indicada ao Oscar e vencendo também pelo figurino de O Paciente Inglês (1996). Para Roth seu papel é ajudar os atores encontrar seus personagens por meio do figurino. Durante a sua pesquisa ela sempre se questiona sobre a vida da personagem. No caso de Ma ela se perguntava "As alças do sutiã dela estão sujas?" “Quando ela vai para a cama, onde estão essas roupas? Elas caem no chão? Ela se preocupa com eles? Quanto elas custam? Ela os pendura? ". Para criar as roupas ela fingiu que as roupas de Ma foram feitas por uma mulher no Mississippi, uma vez que ela não era uma mulher do Norte, ela era uma garota do Sul, uma garota que viaja. Além disso, para Roth, ela queria ter uma aparência melhor do que (sua ex-pupila que virou competidora) Bessie Smith, e também do que aquelas mulheres do salão de chá em Chicago. Ma sabia que suas roupas serviam como armadura para ajudá-la a navegar por espaços brancos frequentemente hostis, incluindo o estúdio de gravação. Para isso ela usava joias marcantes, vestidos de veludo, bordados, lantejoulas, fendas e franjas. Ela era uma mulher ousada, imponente que exigia respeito, alguém que jamais se desculpa a por ser quem era, tendo como assinatura seus dentes de ouro, seu colar de moedas de 20 dólares e peruca de crina de cavalo.
Assisti de novo depois de muitos anos pra entender porque tem tanta gnt q ama esse filme e eu não amei (só achei um filme ok acimada média, não ganhou meu coração). Foram os boys lixos desse filme, meu deus como odeio esses caras.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraInspirado na vida de todas as mulheres (o que é uma grande tristeza e não orgulho) e comédias românticas esse thriller conta a história de Cassie.
Ela tem duas vidas a da noite e a do dia e seu figurino muda completamente entre esses dois ambientes. Esperta, ela usa a roupa com intenção para fazer suas missões secretas ou se mascarar. Para isso ela aproveita os julgamentos precipitados, superficiais, que estão relacionados com o feminino em que a mulher ou é fatal, sedutora, sexy ou é inocente, submissa, boa moça. Todo o figurino é minimamente pensado, cabelo, texturas, maquiagem para reforçar esses estereótipos. Além disso as cores são bem planejadas, seja para confrontar prejulgamentos do espectador das cores pasteis relacionadas a inocência, comédias românticas, ou do rosa e azul/menina e menino; ou reforçar os sentimentos e emoções da personagem principal trazendo o lado da psicologia das cores do mundo cor de rosa ou blue (que também é tristeza, melancolia e depressão em inglês).
A responsável pelo figurino foi Nancy Steiner que já trabalhou em vídeoclipes de bandas famosas como The Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Foo Fighters, No Doubt, David Bowie, além de filmes como Virgens Suicidas, Encontros e desencontros, Pequena Miss Sunshine, e Tudo Acontece em Elizabethtown.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraNão tem como comentar o filme da vilã mais bem vestida da Disney sem falar de figurino. A história se passa na Londres dos anos 70 com muita inspiração punk, desde referências à estilista Vivienne Westwood até a trilha sonora com Blondie, The Clash e Queen. A produção dos figurinos foi enooorme com 277 figurinos pro elenco principal, sendo 47 looks para Estella/Cruella feitos por um time de 60 pessoas em 4 meses. As roupas criadas para ela são incríveis, em uma paleta de cores preta, branca, um pouco de cinza e vermelho para os momentos marcantes, muito couro, aplicações e texturas. Já no trailer vemos uma capa branca que arde em chamas. Esse é só um de vários outros looks com grandes revelações, caudas enormes ou ainda feitos com materiais alternativos como jornais com manchetes sobre a rixa entre Cruella e a antagonista do filme. A escolha da figurinista não poderia ser melhor Jenny Beaven, que trabalhou em "Mad Max: estrada da fúria" e recebeu seu Oscar de melhor figurino por esse filme vestida de calças jeans, jaqueta de couro fake com uma caveira em chamas bordada nas costas e botas em meio a todos os vestidos longos de gala. Uma atitude muito punk à la Cruella de abraçar ser quem é sem se desculpar por isso.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KPara acompanhar esse diretor perfeccionista, que faz a simetria e a paleta de cores ser uma atração a parte, o figurino não poderia ser diferente. Milena Canonero foi a figurinista escolhida, indicada oito vezes ao Oscar, com uma lista de trabalhos que são marcos do cinema como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick,e “Maria Antonieta”, de Sofia Coppola. Como ponto de partida Wes disse a ela que a maior parte da história se passaria em um luxuoso hotel resort nas montanhas, queria algo em tons do Leste Europeu, que se passe na década de 1930 e a sequência de abertura na década de 1960. Foram utilizadas referências de escritores austríacos e alemães, artistas do período pré-Segunda Guerra Mundial, o trabalho de August Sander (grande fotógrafo alemão dos anos 30), bem como para filmes antigos. A cor dos uniformes das pessoas do hotel foi baseada em uma toalha roxa e lilás de um livro de amostras de uma loja, fugindo das cores suaves típicas do hotel. Gustave, da cabeça aos pés, foi criado de forma a passar uma sensação de perfeição e controle, elegância e liberdade, mesmo quando sua vida desaba. Madame D, rica de beleza excêntrica e uma colecionadora de arte, usa roupas num estilo retro, como o do início dos anos vinte ,e padrões de design inspirados nas pinturas de Gustav Klimt. As peles usadas tanto pela Madame D quanto o sobretudo cinza de pele de Astrakhan foram feitas em colaboração com a Fendi. Esse figurino impecável à la Wes Anderson rendeu o prêmio de Melhor Figurino no Oscar de 2015.
Sexta-Feira Muito Louca
3.1 1,0K Assista AgoraBaseado no livro “Freaky Friday “de 1972 é o 4 remake, sendo o primeiro em 1976 chamado “Como é ser minha mãe”. Genevieve Tyrrell é a figurinista responsável, que nos dá um ótimo exemplo de quanto nossa personalidade influencia no ato de se vestir. Tess Coleman é viúva, de classe média alta, uma psicoterapeuta de sucesso obcecada pelo trabalho, controladora e mãe de Anna, de 15 anos, que é durona, não pensa antes de falar, bem rebelde sem causa e guitarrista da banda de pop-punk Pink Slip. No início do filme vemos que o visual de Tess é bem clássico e poderoso com tailleur, bolsas elegantes e brincos de pérolas. Já o de Anna é bem skatista/rock com camisetas de bandas, jaquetas jeans, calças cargo, botas, pulseiras pretas, gargantilha grossa, cinto de rebite e mechas grossas no cabelo. Com a troca de corpos e a necessidade de continuarem na rotina uma da outra o ato de se vestir vira um sacrifício. Elas não se encontram nesse "novo armário".
A solução? Anna no corpo de Tess corta o cabelo curto e compra um vestido de veludo de estampa psicodélica. Já Tess acaba usando as roupas de Anna de forma mais sóbria, com penteados clássicos.
Mank
3.2 462 Assista AgoraO Diretor David Fincher escolheu para este trabalho a figurinista Trish Summerville, que já havia trabalhado com ele em Garota Exemplar (2014) e Millennium: os homens que não amavam as mulheres (2011). Trish cursou design de moda e nos anos 2000 ficou muito famosa por criar os looks mais icônicos de videoclipes como “Lady Marmelade”. O ponto de partida de criação da figurinista foram livros sobre a MGM, Mank e Davies além de figurinistas famosos da época como Edith Head. Trish experimentou muitas peças vintage para entender as formas, caimentos, tecidos, já que muitas peças seriam criadas do zero, diminuindo e simplificando as tendências da época, para terem uma aparência mais limpa na tela. Um ponto interessante é que além do que vemos, ela adicionava pequenos toques para ajudar os atores a construírem seu personagem, como é o caso de Mank em que foram colocados nos bolsos do paletó cigarros amassados, trocos ,recibos de bar e fósforos. É difícil acreditar que o maior desafio foi escolher as cores das peças em um filme preto e branco. Ela teve que criar um equilíbrio entre a paleta de cores que ficaria boa em p&b, para manter o público interessado, existir bons contrastes, mas que ao mesmo tempo não parecesse uma grande confusão no set de filmagem, o que poderia ser muito estranho e distrair os atores durante as gravações. Outra dificuldade eram transições de personagens de ambientes fechados para ambientes abertos que poderiam ter grandes diferenças, ou perderem a qualidade, devido ao tipo de iluminação. Dos tecidos aos botões, tudo foi fotografado e passado para monocromático pare entender como ficaria na tela. Cores muito saturadas, escuras acabaram sendo descartadas, porque pareceriam planas na tela. Já o branco, que cria um brilho exagerado, acabou sendo usado com moderação somente nas peças da personagem Marion Davis, já que ela era uma estrela do cinema, deveria ser glamurosa e ter grande destaque frente a todos os outros personagens.
Pinóquio
3.1 229 Assista AgoraPara esta adaptação o diretor Matteo Garrone fugiu da fórmula Disney leve e divertida e a criou de forma assustadoramente fantástica, como se fosse um sonho sombrio onde Pinóquio está em um limbo e tudo que quer é se tornar real, sair desta situação. Um lugar em que se misturasse o realismo e conto de fadas, o grotesco e o poético. O figurinista Massimo Cantini Parrini, através das roupas, ajuda a contar essa história maravilhosamente bem. Apesar da história acontecer fora de um tempo real, Massimo traz detalhes de época ajudam a embasar a fantasia, especialmente no tratamento que dá aos tecidos, da maneira como envelhece as roupas para transmitir a ideia de um mundo decadente. Para se inspirar, começou estudando as ilustrações da primeira edição do romance, fotografias e pinturas dos períodos dos séculos 18 e 19 e roupas antigas de seu acervo que conta com mais de 4.000 peças datadas desde 1630. Além de toda elaboração inicial, no transcorrer do filme Massimo vai envelhecendo e desgastando as roupas trazendo maior realidade a história. Os personagens vão ficando sujos e manchados, poque passam pela água, poeira, lama, sujeira de comida... Ainda vale ressaltar a cor vermelha escura do terno de Pinóquio, que além de o destacar frente aos outros figurinos de cores pálidas, trazem seus sentimentos mais profundos de amor, raiva, ciúme, inveja, vergonha, maldade, mentiras. Muito mais que figurino as roupas são tão bem elaboradas que são uma obra a parte de pesquisa e execução no aprofundamento têxtil, artesanato, técnicas tradicionais e elementos decorativos.
Mulan
3.2 1,0K Assista AgoraBina Daigeler, figurinista alemã que trabalhou principalmente no cinema espanhol, foi a escolhida para este trabalho. Para criar o figurino Bina passou três semanas na China pesquisando sobre vestimentas tradicionais, história, cultura e pensando em formas de deixá-las mais contemporâneas. Com isso os trajes não possuem precisão histórica, foram criados para serem agradáveis ao público, o que não quer dizer malfeito ou pobre. Ela trabalhou muito com as texturas, como se fosse algo que pudesse ser sentido pelas telas, muitas cores, já que possuem grande significado na cultura chinesa, e muitas camadas, detalhes e artigos feitos a mão, que podem passar despercebidos ao espectador, mas que auxiliaram os atores trazerem à tona os personagens. As várias cenas de ação do filme trouxeram uma dificuldade extra para a criação do figurino. As roupas ou eram justas e rígidas, como os quimonos femininos, ou muito pesados, como as armaduras, o que prejudicava a mobilidade e o movimento necessário para essas cenas. Para isso diversos protótipos foram feitos até chegarem a opção ideal ou mesmo a criação de roupas com menos detalhes que passassem despercebidas durante esses momentos.
Emma.
3.4 290 Assista AgoraAssinado pela figurinista Alexandra Byrne, que ama fazer filmes de época, mas também assina figurinos dos filmes da Marvel, esse filme foi indicado ao oscar de melhor figurino em 2021. Para criar o figurino, Alexandra diz que leu o roteiro, o script e quando discutiu com a diretora, Autumn, percebeu que ela amava roupas, moda, cores, tecidos, e entendeu exatamente como ela faria este trabalho. O período em que se passa o filme é bem interessante já que foi quando começaram a surgir as revistas de moda e não é tão distante do momento atual, com várias roupas expostas em museus. “Foi como ler uma vogue e ao mesmo tempo entrar no guarda-roupa de alguém” diz ela. Emma é uma garota rica, bela, super influente e o filme se passa durante um ano inteiro. Assim, a ideia foi criar um guarda-roupa completo. Pra isso ela tinha que ter as peças certas de roupa para cada época do ano, cada momento, cada ocasião e como ela gostaria de se expressar. Além disso foi criada uma cartela sazonal de cores, para ajudar a criar a ideia do tempo, das mudanças de estações. Por conta disso Alexandra diz que se sentia vestindo Emma no dia a dia. Diferente do que a maioria das pessoas pensam, nessa época usavam-se múltiplas camadas e não só um vestido. O figurino Emma tinha apenas 3, o uso de diferentes anáguas, chemises, luvas, joias, chapéus, casacos, capas e sapatos é que transformavam as roupas (DICA DE MODA VEMOS POR AQUI). Além disso como Emma é muito confiante e rica suas roupas eram mais parecidas com as das revistas, com cores mais chamativas, que estavam sendo introduzidas na época.
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista Agora“One and two and you know what to do..”. Ganhador do oscar de melhor figurino em 2021, o qual foi assinado por Ann Roth, de 89 anos, 4 vezes indicada ao Oscar e vencendo também pelo figurino de O Paciente Inglês (1996). Para Roth seu papel é ajudar os atores encontrar seus personagens por meio do figurino. Durante a sua pesquisa ela sempre se questiona sobre a vida da personagem. No caso de Ma ela se perguntava "As alças do sutiã dela estão sujas?" “Quando ela vai para a cama, onde estão essas roupas? Elas caem no chão? Ela se preocupa com eles? Quanto elas custam? Ela os pendura? ". Para criar as roupas ela fingiu que as roupas de Ma foram feitas por uma mulher no Mississippi, uma vez que ela não era uma mulher do Norte, ela era uma garota do Sul, uma garota que viaja. Além disso, para Roth, ela queria ter uma aparência melhor do que (sua ex-pupila que virou competidora) Bessie Smith, e também do que aquelas mulheres do salão de chá em Chicago. Ma sabia que suas roupas serviam como armadura para ajudá-la a navegar por espaços brancos frequentemente hostis, incluindo o estúdio de gravação. Para isso ela usava joias marcantes, vestidos de veludo, bordados, lantejoulas, fendas e franjas. Ela era uma mulher ousada, imponente que exigia respeito, alguém que jamais se desculpa a por ser quem era, tendo como assinatura seus dentes de ouro, seu colar de moedas de 20 dólares e peruca de crina de cavalo.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraAssisti de novo depois de muitos anos pra entender porque tem tanta gnt q ama esse filme e eu não amei (só achei um filme ok acimada média, não ganhou meu coração). Foram os boys lixos desse filme, meu deus como odeio esses caras.
Oxigênio
3.4 499 Assista Agoraachei a versão otimista e scifi de Enterrado Vivo (2010)