Esse filme não tem absolutamente nada de bom. Hugh Jackman está muito mal escalado, as músicas são ruins, e é tanto corte nos números musicais que mal dá pra ver as coreografias. Os personagens secundários não fazem sentido e não têm profundidade alguma, o roteiro não traça nenhum grande momento no filme, e toda a cenografia parece que é feita com CGI. Horroroso.
A estética é fenomenal - e entendo essa escolha do diretor em destacá-la -, mas isso não basta pra segurar um documentário de quase duas horas. Falta impulso narrativo... arrastado demais.
Vi no torrent e depois no cinema e deixo a dica: tem cena (inclusive a de abertura, que é muito boa) que só tem no cinema... pelo visto cortaram do torrent!
Tomboy trata a questão da identidade de gênero de maneira tão orgânica e sensível que é impossível não fazer nenhuma reflexão sobre esse tema a seu fim.
Os méritos do filme começam na retratação da infância, colocando as crianças como os condutores da história (há pouquíssima interferência de adultos). Às vezes a sensação que se tem que é deixaram uma câmera ali para filmar as crianças se manifestando espontaneamente. As brincadeiras mostradas, os laços criados, as descobertas e experiências: tudo é muito natural e fluido. Como não se cativar pela relação fraterna afetuosíssima entre Jeanne e Laure?
O filme opta pelo silêncio. Quase não existe trilha sonora, o que destaca a confusão interna de Laure, que começa a se descobrir e se enxergar de outra forma. Ainda sim, ela é uma inocente criança, com um mundo estranho e novo a seu redor. A insegurança começa a tomar conta de sua vida por não saber lidar com sua própria identidade. Aos poucos vamos percebendo que a mudança de casa é na verdade uma mudança de proporções muito maiores.
No decorrer do filme, Laure vai sumindo para o espectador e só conseguimos enxergar Michael. Note como é agonizante ter que vê-lo usar um vestido em um dos momentos do filme: isso não pertence a Michael. Michael não escolheu ser menino. Que criança escolheria por ser humilhada e rechaçada por amigos e familiares? Que criança escolheria por não se sentir confortável em seu próprio corpo. Michael não escolheu nada disso. Michael É menino, pura e simplesmente.
Em certo momento a mãe pergunta, ao perceber a bola de neve que a situação se tornou: "Você tem outra solução melhor para isso?". Essa indagação é feita para nós: como você trataria a questão de gênero da melhor maneira? Michael é filho de uma família feliz e bem estruturada, mas não se sente a vontade para se expressar como é dentro de casa e na sociedade. Sexualidade não é um assunto que deve começar a ser discutido só na adolescência. Tolerância, respeito e liberdade são aspectos que devem ser inerentes a todo ser humano, desde o primeiro minuto de vida.
Pessoal, baixei um release desse filme e comecei ver. Parei logo no início porque achei estranho uma coisa: um personagem falava, mas não saía som de voz alguma, e na legenda aparecia a "fala". Achei que era problema do release e baixei outro, e tava com o mesmo "problema". Desisti de ver por conta disso... a pergunta que fica é: o filme é assim mesmo e posso continuar assistindo ou dei azar com os torrents?
Caramba, que surpresa da Disney, viu?!?! Esse filme tem muito, mas MUITO a dizer. É possível ver subtextos como racismo e cotas, homofobia (e outros preconceitos contra minorias), burocracia urbana, politicagem, manipulação de massas, máfia, bairrismo, corrupção e até drogas (ou será que viajei?). Diria que é um filme divertido pra crianças e necessário pros adultos.
Achava que o Eddie Redmayne ia me surpreender, mas foi uma atuação extremamente artificial ao meu ver. Juntando isso ao roteiro conservador (apesar de a luta dos transexuais ser bem atual!) e direção fraca (tenho muita antipatia por esses enquadramentos esquisitos do Tom Hooper), o que salva o filme é a maravilhosa Alicia Vikander e a reconstrução de época.
David O. Russell mostra mais uma vez como é mau diretor, e principalmente péssimo roteirista. Isso em um filme qualquer não seria um grande problema (há filmes ruins de sobra por aí...), mas simplesmente não consigo entender o que a "crítica" a galera das premiações vêem de especial nesse cara e na sua turminha (aliás, a mesma em todos os seus filmes).
"Joy" é recheadíssimo de clichês do gênero. Cada personagem possui uma e só uma característica. Nenhum deles apresenta alguma outra faceta ou desenvolvimento ao longo do filme: temos a irmã megera, a mãe anti-social esquisita, o pai negligente, a avó acolhedora, o ex-marido porra louca. Desenvolvimento de personagem zero.
Além disso, os recursos narrativos escolhidos pra contar a história chamam o espectador de burro descaradamente. O que acontece pra mostrar que uma coisa boa aconteceu? Corta pra uma cena com toda a família dançando (??). O que acontece pra mostrar que a Joy é valente e destemida? Ela vai do nada atirar com uma espingarda no para o nada com cara de má (???). O que acontece pra mostrar que a Joy é foda consegue seus objetivos? Ela corta o cabelo pra um corte rebelde e desfila poderosa no meio da rua de óculos escuros (????).
Não entendo a vitória da Jennifer Lawrence no Globo de Ouro como melhor atriz. Ela não faz nada que não tenhamos visto anteriormente. Não que esteja completamente mal, mas o material que ela tem pra trabalhar é péssimo.
A história da Joy é realmente muito bonita e merecia ser contada nos cinemas, mas pelas mãos do David, não!
Sutil, delicado e de extremo bom gosto. "Carol" possui um roteiro extremamente simples, mas que não subestima o espectador e é executado com maestria. As atuações das duas protagonistas (Rooney Mara definitivamente não é coadjuvante aqui como o Oscar siz) são o pilar principal do filme: apesar de poucos diálogos, há muita química envolvida - nos pequenos gestos e nos fumegantes olhares. Tecnicamente também não há nada a desejar: figurino elegantíssimo, enquadramentos minuciosos, direção afiada. Definitivamente um trabalho pra ser apreciado!
Filmaço. Não conhecia esse diretor Xavier Dolan...apesar de sua pouca idade, é muito bom saber que o cinema está em boas mãos; difícil alguém que consegue escrever e dirigir filmes maravilhosos como esse. O tom do filme não se perde hora nenhuma: é sempre muito enérgico e emocionante. Isso além da direção afiada, o sucesso de Mommy se dá graças ao trio de atores que está fenomenal: o desenvolvimento de personagens e as interpretações são de tirar o chapéu.
São não dou 5/5 porque ficou faltando explorar mais a história da vizinha, que daria ótimas cenas. Também achei um pouco abusivo o uso de câmera lenta e a trilha sonora clichezona demais. Mas com certeza os acertos de Mommy superam, e muito, os errinhos. Esse é um filme que recomento fortemente!
Concluí hoje a "Trilogia do Caos" de Iñarritu. Começando por este filme aqui, depois "21 Gramas" e concluindo com "Babel". E cara, que experiência maravilhosa. Essa trilogia me proporcionou um grande momento de introspecção e reflexão. As consequências de nossas atitudes não estão restritas a nós mesmos ou a nosso redor próximo, mas podem atingir e modificar um universo inteiro.
Quero comentar sobre essa trilogia no espaço deste filme, que é certamente o melhor dos três. Digo isso porque parece
que tanto o Iñarritu quanto o roteirista (o brilhante Guillermo Arriga, que escreveu os três) foram ficando meio bonzinhos com as histórias. "Amores Perros" é a mais crua e fria, e certamente a mais marcante. Viva o cinema independente!!
A continuação da trilogia mantém os traços firmes do diretor.
A trilha sonora meio mexicana é muito característica e presente nos três filmes, bem como o roteiro brilhante, com uma amarração fantástica entre as histórias, e a edição sublime. Em 21 gramas essa edição é mais frenética, o que torna o filme bastante embaralhado e meio confuso a priori até que você pegue o ritmo da coisa.
essa edição é mais suave e as quatro histórias se apresentam logo de início bem distinguidas. Mas como já comentei, o que mais me chamou a atenção ao longo da trilogia é a forma como ele foi amaciando as situações. No final de Babel quase todas as histórias terminam bem (ou relativamente bem), o que é meio frustrante pra mim hahaha. Mas Babel é um excelente desfecho da trilogia: um disparo de arma tem consequências inimagináveis em quatro países distintos ao redor do mundo.
Ao final das contas, não tem como não amar este trabalho fabuloso de Iñarritu. To contando os dias para assistir a "Birdman", provavelmente seu filme de maior sucesso até hoje.
Nem preciso pensar muito pra concluir que este foi o melhor filme que vi este ano.
Os contos, todos de qualidade excelente, se interligam por meio do tema "vingança". Até onde iríamos para nos vingar de algo ou alguém? É exatamente essa pergunta que motiva todas as histórias, que apesar de serem hiperreais e exageradas mostram exatamente aquilo que estaria nos nossos desejos mais profundos. Quanto humor negro...
Aquele último conto, do casamento... jamais me esquecerei hahahaha
Minha grande sorte foi ter ido assistir esse filme no cinema com amigos, porque saímos rindo muito no final e acabou sendo divertido. Se tivesse ido sozinho eu iria sair muito, mas muito bravo.
Com a licença do trocadilho óbvio, "Trash" é um verdadeiro lixo. Estou espantado com a quantidade de comentários positivos em relação a ele. Essa produção pra mim não passou de um grande desperdício de recursos, já que o roteiro é furado, não tem sentido e é cheio de clichês e de reviravoltas ultra mirabolantes, além de atuações fracas a meu ver. É realmente uma pena que Daldry, um diretor que respeito a beça, tenha sido o grande responsável por essa obra vergonhosa.
David Fincher possui uma filmografia deveras excepcional; mesmo assim me arrisco em dizer que esse é seu melhor até agora.
Saí do cinema com as pernas bambas. Suspense bom do jeito que tem que ser, com um roteiro bem executado e competente, sem reviravoltas mirabolantes. Caprichado!
Uma lição que todos aprenderam depois de ver o filme:
Sempre que assisto aos filmes do Haneke, fico pelo menos uns dois dias só pensando neles. Com este aqui não foi diferente. Talvez esses "finais em aberto", sem um desfecho estritamente conclusivo, nos deem a oportunidade de refletir e digerir tudo o que o filme nos quis passar.
"A Fita Branca" é um filme-tese no qual, como o próprio narrador diz no início, a tentativa é provar e fundamentar as raízes do nazismo na Alemanha, com base na sociedade de um pequeno vilarejo austríaco. Por mais que você não concorde com essa teoria, é inegável que o trabalho desenvolvido é único e muito bem construído. Os atores, com destaque especial às crianças, estão dando um show; a textura em preto-e-branco e a iluminação finalizam a ambientação fenomenal deste roteiro que se passa no início do século XX.
A estrutura familiar é fundamentalmente patriarcal, autoritária e punitiva. Parece que as famílias não são famílias (veja como os filhos cumprimentam seus pais... é verdadeiramente uma ditatura familiar), e qualquer pequeno erro é motivo para duras correções, como açoites e até mesmo amarrar o filho à cama para evitar a masturbação. Apesar dessa "linha dura", pode-se que as atitudes da sociedade daquele vilarejo não refletem essa rigidez e está toda desestruturada: veja o médico que mantem relações com a filha e com a viúva vizinha, ou a baronesa que traiu seu marido durante uma viagem.
O foco do filme é em como as crianças reagem a esse ambiente. Elas, vendo todos esses erros, tentam conforme aprenderam em casa corrigir e punir o vilarejo com suas próprias mãos. É aí que está a grande sacada. Essas crianças, décadas depois, iriam aplicar essas mesmas regras aprendidas em casa porém numa proporção maior, culminando no nazismo. O que eles fizeram com aquele menino com deficiente mental seria feito com milhares de outros posteriormente, sob o pretexto de que são "filhos do pecado"; os ataques de violência que fizeram para conseguir a flauta do filho do barão seria feito muitas e muitas vezes durante a 2ª Guerra pelos soldados nazistas.
Enfim, não faltam argumentos no filme para embasar essa tese. Reassistir "A Fita Branca " prestando atenção nesses detalhes é um exercício muito interessante. É realmente um filme magistral, exemplo de como se fazer arte no cinema.
Essa semana resolvi assistir por completo essa trilogia.
Já percebo que Linklater é um cineasta extremamente respeitoso, paciente e humano. Seria muito fácil filmar esses três filmes em três anos consecutivos, bastando dar uma caprichada na maquiagem, ou, por que não, trocar de atores. Mas ele deu um show sabendo aguardar os momentos certos, esperando os próprios atores amadurecerem. Parece que em Boyhood o diretor segue a mesma linha, e com certeza será um sucesso.
Foi uma viagem deliciosa passar por esses três filmes e seguir a progressão do tempo (quase 20 anos!!) e dos personagens. Os diálogos são inesquecíveis. Uma história de amor jamais fora contada dessa forma no cinema... mil aplausos!!
Apesar da simplicidade dos filmes (basicamente são diálogos) é impressionante o trabalho da direção e dos atores, dignas de premiações das mais altas: os plano-sequência são muito grandes, e os atores não perdem a química em nenhuma hora. Simplesmente uma trilogia digníssima!!
Ontem assisti "O Passado" e hoje, este do mesmo diretor. Já deu pra perceber que Asghar Farhadi é brilhante em dramas familiares. Estou satisfeitíssimo em ter assistido.
Cada cena, cada fala, cada detalhe por mais sutil que seja parece que explode nessa história e toma proporções inimagináveis... excelente roteiro, super envolvente e inteligente. Vou procurar mais coisa boa desse diretor, se alguém quiser sugerir, por favor!!
"Vidas ao Vento" é uma animação palpável, lúcida e muito interessante. As animações que temos que engolir atualmente, vindas dos grandes estúdios, são repletas de personagens bizarros de outro mundo e grandes efeitos tecnológicos, mas faltam no mais importante e que encontramos aqui: uma boa história.
Muito maduro, Miyazaki dá uma lição de como se fazer uma animação: belos cenários, belas músicas, belos sons. Tudo isso como pano de fundo para uma história sobre sonhos e seu triste desfecho nas guerras.
Roda Gigante
3.3 309É o melhor do Woody Allen desde Blue Jasmin.
O Rei do Show
3.9 899 Assista AgoraEsse filme não tem absolutamente nada de bom. Hugh Jackman está muito mal escalado, as músicas são ruins, e é tanto corte nos números musicais que mal dá pra ver as coreografias. Os personagens secundários não fazem sentido e não têm profundidade alguma, o roteiro não traça nenhum grande momento no filme, e toda a cenografia parece que é feita com CGI. Horroroso.
Acima das Nuvens
3.6 400Impecável.
Fogo no Mar
3.2 69 Assista AgoraA estética é fenomenal - e entendo essa escolha do diretor em destacá-la -, mas isso não basta pra segurar um documentário de quase duas horas. Falta impulso narrativo... arrastado demais.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraVi no torrent e depois no cinema e deixo a dica: tem cena (inclusive a de abertura, que é muito boa) que só tem no cinema... pelo visto cortaram do torrent!
Neruda
3.5 81 Assista AgoraPoesia em forma de filme
Koblic
3.2 56 Assista AgoraPra quem acha que "todo do filme com o Darín é ótimooo", eis aqui um contraexemplo fortíssimo. Pior filme que vi esse ano com certeza.
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraTomboy trata a questão da identidade de gênero de maneira tão orgânica e sensível que é impossível não fazer nenhuma reflexão sobre esse tema a seu fim.
Os méritos do filme começam na retratação da infância, colocando as crianças como os condutores da história (há pouquíssima interferência de adultos). Às vezes a sensação que se tem que é deixaram uma câmera ali para filmar as crianças se manifestando espontaneamente. As brincadeiras mostradas, os laços criados, as descobertas e experiências: tudo é muito natural e fluido. Como não se cativar pela relação fraterna afetuosíssima entre Jeanne e Laure?
O filme opta pelo silêncio. Quase não existe trilha sonora, o que destaca a confusão interna de Laure, que começa a se descobrir e se enxergar de outra forma. Ainda sim, ela é uma inocente criança, com um mundo estranho e novo a seu redor. A insegurança começa a tomar conta de sua vida por não saber lidar com sua própria identidade. Aos poucos vamos percebendo que a mudança de casa é na verdade uma mudança de proporções muito maiores.
No decorrer do filme, Laure vai sumindo para o espectador e só conseguimos enxergar Michael. Note como é agonizante ter que vê-lo usar um vestido em um dos momentos do filme: isso não pertence a Michael. Michael não escolheu ser menino. Que criança escolheria por ser humilhada e rechaçada por amigos e familiares? Que criança escolheria por não se sentir confortável em seu próprio corpo. Michael não escolheu nada disso. Michael É menino, pura e simplesmente.
Em certo momento a mãe pergunta, ao perceber a bola de neve que a situação se tornou: "Você tem outra solução melhor para isso?". Essa indagação é feita para nós: como você trataria a questão de gênero da melhor maneira? Michael é filho de uma família feliz e bem estruturada, mas não se sente a vontade para se expressar como é dentro de casa e na sociedade. Sexualidade não é um assunto que deve começar a ser discutido só na adolescência. Tolerância, respeito e liberdade são aspectos que devem ser inerentes a todo ser humano, desde o primeiro minuto de vida.
As Memórias de Marnie
4.3 668 Assista AgoraPessoal, baixei um release desse filme e comecei ver. Parei logo no início porque achei estranho uma coisa: um personagem falava, mas não saía som de voz alguma, e na legenda aparecia a "fala". Achei que era problema do release e baixei outro, e tava com o mesmo "problema". Desisti de ver por conta disso... a pergunta que fica é: o filme é assim mesmo e posso continuar assistindo ou dei azar com os torrents?
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraCaramba, que surpresa da Disney, viu?!?! Esse filme tem muito, mas MUITO a dizer. É possível ver subtextos como racismo e cotas, homofobia (e outros preconceitos contra minorias), burocracia urbana, politicagem, manipulação de massas, máfia, bairrismo, corrupção e até drogas (ou será que viajei?). Diria que é um filme divertido pra crianças e necessário pros adultos.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraAchava que o Eddie Redmayne ia me surpreender, mas foi uma atuação extremamente artificial ao meu ver. Juntando isso ao roteiro conservador (apesar de a luta dos transexuais ser bem atual!) e direção fraca (tenho muita antipatia por esses enquadramentos esquisitos do Tom Hooper), o que salva o filme é a maravilhosa Alicia Vikander e a reconstrução de época.
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraDavid O. Russell mostra mais uma vez como é mau diretor, e principalmente péssimo roteirista. Isso em um filme qualquer não seria um grande problema (há filmes ruins de sobra por aí...), mas simplesmente não consigo entender o que a "crítica" a galera das premiações vêem de especial nesse cara e na sua turminha (aliás, a mesma em todos os seus filmes).
"Joy" é recheadíssimo de clichês do gênero. Cada personagem possui uma e só uma característica. Nenhum deles apresenta alguma outra faceta ou desenvolvimento ao longo do filme: temos a irmã megera, a mãe anti-social esquisita, o pai negligente, a avó acolhedora, o ex-marido porra louca. Desenvolvimento de personagem zero.
Além disso, os recursos narrativos escolhidos pra contar a história chamam o espectador de burro descaradamente. O que acontece pra mostrar que uma coisa boa aconteceu? Corta pra uma cena com toda a família dançando (??). O que acontece pra mostrar que a Joy é valente e destemida? Ela vai do nada atirar com uma espingarda no para o nada com cara de má (???). O que acontece pra mostrar que a Joy é foda consegue seus objetivos? Ela corta o cabelo pra um corte rebelde e desfila poderosa no meio da rua de óculos escuros (????).
Não entendo a vitória da Jennifer Lawrence no Globo de Ouro como melhor atriz. Ela não faz nada que não tenhamos visto anteriormente. Não que esteja completamente mal, mas o material que ela tem pra trabalhar é péssimo.
A história da Joy é realmente muito bonita e merecia ser contada nos cinemas, mas pelas mãos do David, não!
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraSutil, delicado e de extremo bom gosto. "Carol" possui um roteiro extremamente simples, mas que não subestima o espectador e é executado com maestria. As atuações das duas protagonistas (Rooney Mara definitivamente não é coadjuvante aqui como o Oscar siz) são o pilar principal do filme: apesar de poucos diálogos, há muita química envolvida - nos pequenos gestos e nos fumegantes olhares. Tecnicamente também não há nada a desejar: figurino elegantíssimo, enquadramentos minuciosos, direção afiada. Definitivamente um trabalho pra ser apreciado!
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraMelhor retrato da guerra mais mais descabida dos últimos tempos
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraO que seria o gênero de ficção científica sem este filme? Obrigado, Kubrick, pela aula de cinema!
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraFilmaço. Não conhecia esse diretor Xavier Dolan...apesar de sua pouca idade, é muito bom saber que o cinema está em boas mãos; difícil alguém que consegue escrever e dirigir filmes maravilhosos como esse. O tom do filme não se perde hora nenhuma: é sempre muito enérgico e emocionante. Isso além da direção afiada, o sucesso de Mommy se dá graças ao trio de atores que está fenomenal: o desenvolvimento de personagens e as interpretações são de tirar o chapéu.
São não dou 5/5 porque ficou faltando explorar mais a história da vizinha, que daria ótimas cenas. Também achei um pouco abusivo o uso de câmera lenta e a trilha sonora clichezona demais. Mas com certeza os acertos de Mommy superam, e muito, os errinhos. Esse é um filme que recomento fortemente!
Amores Brutos
4.2 818 Assista AgoraConcluí hoje a "Trilogia do Caos" de Iñarritu. Começando por este filme aqui, depois "21 Gramas" e concluindo com "Babel". E cara, que experiência maravilhosa. Essa trilogia me proporcionou um grande momento de introspecção e reflexão. As consequências de nossas atitudes não estão restritas a nós mesmos ou a nosso redor próximo, mas podem atingir e modificar um universo inteiro.
Quero comentar sobre essa trilogia no espaço deste filme, que é certamente o melhor dos três. Digo isso porque parece
que tanto o Iñarritu quanto o roteirista (o brilhante Guillermo Arriga, que escreveu os três) foram ficando meio bonzinhos com as histórias. "Amores Perros" é a mais crua e fria, e certamente a mais marcante. Viva o cinema independente!!
A continuação da trilogia mantém os traços firmes do diretor.
A trilha sonora meio mexicana é muito característica e presente nos três filmes, bem como o roteiro brilhante, com uma amarração fantástica entre as histórias, e a edição sublime. Em 21 gramas essa edição é mais frenética, o que torna o filme bastante embaralhado e meio confuso a priori até que você pegue o ritmo da coisa.
Em Babel
essa edição é mais suave e as quatro histórias se apresentam logo de início bem distinguidas. Mas como já comentei, o que mais me chamou a atenção ao longo da trilogia é a forma como ele foi amaciando as situações. No final de Babel quase todas as histórias terminam bem (ou relativamente bem), o que é meio frustrante pra mim hahaha. Mas Babel é um excelente desfecho da trilogia: um disparo de arma tem consequências inimagináveis em quatro países distintos ao redor do mundo.
Ao final das contas, não tem como não amar este trabalho fabuloso de Iñarritu. To contando os dias para assistir a "Birdman", provavelmente seu filme de maior sucesso até hoje.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraNem preciso pensar muito pra concluir que este foi o melhor filme que vi este ano.
Os contos, todos de qualidade excelente, se interligam por meio do tema "vingança". Até onde iríamos para nos vingar de algo ou alguém? É exatamente essa pergunta que motiva todas as histórias, que apesar de serem hiperreais e exageradas mostram exatamente aquilo que estaria nos nossos desejos mais profundos. Quanto humor negro...
Aquele último conto, do casamento... jamais me esquecerei hahahaha
Trash: A Esperança Vem do Lixo
3.7 556 Assista AgoraMinha grande sorte foi ter ido assistir esse filme no cinema com amigos, porque saímos rindo muito no final e acabou sendo divertido. Se tivesse ido sozinho eu iria sair muito, mas muito bravo.
Com a licença do trocadilho óbvio, "Trash" é um verdadeiro lixo. Estou espantado com a quantidade de comentários positivos em relação a ele. Essa produção pra mim não passou de um grande desperdício de recursos, já que o roteiro é furado, não tem sentido e é cheio de clichês e de reviravoltas ultra mirabolantes, além de atuações fracas a meu ver. É realmente uma pena que Daldry, um diretor que respeito a beça, tenha sido o grande responsável por essa obra vergonhosa.
Eu ri alto na hora
que a menininha aparece no cemitério hahahahahaha. Teria sido melhor se fosse um fantasma, pqp.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraDavid Fincher possui uma filmografia deveras excepcional; mesmo assim me arrisco em dizer que esse é seu melhor até agora.
Saí do cinema com as pernas bambas. Suspense bom do jeito que tem que ser, com um roteiro bem executado e competente, sem reviravoltas mirabolantes. Caprichado!
Uma lição que todos aprenderam depois de ver o filme:
Nunca, mas nunca, traia sua esposa... vai que... hahahahhaha
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraSempre que assisto aos filmes do Haneke, fico pelo menos uns dois dias só pensando neles. Com este aqui não foi diferente. Talvez esses "finais em aberto", sem um desfecho estritamente conclusivo, nos deem a oportunidade de refletir e digerir tudo o que o filme nos quis passar.
"A Fita Branca" é um filme-tese no qual, como o próprio narrador diz no início, a tentativa é provar e fundamentar as raízes do nazismo na Alemanha, com base na sociedade de um pequeno vilarejo austríaco. Por mais que você não concorde com essa teoria, é inegável que o trabalho desenvolvido é único e muito bem construído. Os atores, com destaque especial às crianças, estão dando um show; a textura em preto-e-branco e a iluminação finalizam a ambientação fenomenal deste roteiro que se passa no início do século XX.
A estrutura familiar é fundamentalmente patriarcal, autoritária e punitiva. Parece que as famílias não são famílias (veja como os filhos cumprimentam seus pais... é verdadeiramente uma ditatura familiar), e qualquer pequeno erro é motivo para duras correções, como açoites e até mesmo amarrar o filho à cama para evitar a masturbação. Apesar dessa "linha dura", pode-se que as atitudes da sociedade daquele vilarejo não refletem essa rigidez e está toda desestruturada: veja o médico que mantem relações com a filha e com a viúva vizinha, ou a baronesa que traiu seu marido durante uma viagem.
O foco do filme é em como as crianças reagem a esse ambiente. Elas, vendo todos esses erros, tentam conforme aprenderam em casa corrigir e punir o vilarejo com suas próprias mãos. É aí que está a grande sacada. Essas crianças, décadas depois, iriam aplicar essas mesmas regras aprendidas em casa porém numa proporção maior, culminando no nazismo. O que eles fizeram com aquele menino com deficiente mental seria feito com milhares de outros posteriormente, sob o pretexto de que são "filhos do pecado"; os ataques de violência que fizeram para conseguir a flauta do filho do barão seria feito muitas e muitas vezes durante a 2ª Guerra pelos soldados nazistas.
Enfim, não faltam argumentos no filme para embasar essa tese. Reassistir "A Fita Branca " prestando atenção nesses detalhes é um exercício muito interessante. É realmente um filme magistral, exemplo de como se fazer arte no cinema.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraEssa semana resolvi assistir por completo essa trilogia.
Já percebo que Linklater é um cineasta extremamente respeitoso, paciente e humano. Seria muito fácil filmar esses três filmes em três anos consecutivos, bastando dar uma caprichada na maquiagem, ou, por que não, trocar de atores. Mas ele deu um show sabendo aguardar os momentos certos, esperando os próprios atores amadurecerem. Parece que em Boyhood o diretor segue a mesma linha, e com certeza será um sucesso.
Foi uma viagem deliciosa passar por esses três filmes e seguir a progressão do tempo (quase 20 anos!!) e dos personagens. Os diálogos são inesquecíveis. Uma história de amor jamais fora contada dessa forma no cinema... mil aplausos!!
Apesar da simplicidade dos filmes (basicamente são diálogos) é impressionante o trabalho da direção e dos atores, dignas de premiações das mais altas: os plano-sequência são muito grandes, e os atores não perdem a química em nenhuma hora. Simplesmente uma trilogia digníssima!!
A Separação
4.2 725 Assista AgoraOntem assisti "O Passado" e hoje, este do mesmo diretor. Já deu pra perceber que Asghar Farhadi é brilhante em dramas familiares. Estou satisfeitíssimo em ter assistido.
Cada cena, cada fala, cada detalhe por mais sutil que seja parece que explode nessa história e toma proporções inimagináveis... excelente roteiro, super envolvente e inteligente. Vou procurar mais coisa boa desse diretor, se alguém quiser sugerir, por favor!!
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista Agora"Vidas ao Vento" é uma animação palpável, lúcida e muito interessante. As animações que temos que engolir atualmente, vindas dos grandes estúdios, são repletas de personagens bizarros de outro mundo e grandes efeitos tecnológicos, mas faltam no mais importante e que encontramos aqui: uma boa história.
Muito maduro, Miyazaki dá uma lição de como se fazer uma animação: belos cenários, belas músicas, belos sons. Tudo isso como pano de fundo para uma história sobre sonhos e seu triste desfecho nas guerras.