"Antes de tudo, preciso dizer: adoro escrever sobre cinema. O que não gosto é de escrever sobre obras formulaicas de vários personagens, como “Idas e Vindas no Amor” e “Noite de Ano Novo” - e parece que sou eu quem sempre escreve sobre elas no Lumi7. Parecem todas a mesma coisa. Os problemas são os mesmos, os (poucos) acertos idem, até os atores parecem ser iguais. E meu texto, por consequência, parece repetitivo. Pode ser incompetência minha, mas a qualidade de tais filmes coloca esta suposição em dúvida. Dito isso, O Que Esperar Quando Você Está Esperando (tratemos por “O que esperar”, apenas) não foge à regra e deve ser encarado tal e qual uma cartilha vagabunda sobre gravidez, dessas que encontramos aos montes!"
Para a maioria dos fãs do genial Ingmar Bergman é um prazer imenso assistir o próprio comentando seus medos, angustias e dramas pessoais, revelando como sua vida influenciou seus filmes (ao passo que, mesmo sem ele dizer, vamos descobrindo semelhanças entre sua obra e intimidade) - a sequência mostrada de Cenas de um Casamento adquire ainda mais força. Além disso, é curioso descobrir que sua verdadeira paixão era o teatro, não o cinema. O único "porém" é o fato de ter uma duração curta (aliás, esta informação está errada no Filmow).
Como fã assíduo de Martin Scorsese, é difícil dizer que Kundun é, não necessariamente ruim, mas fraco (pelo menos). O que, no começo, é um instigante estudo de personagem (a criança tendo de lidar com o fardo que lhe atribuem), transforma-se num mero relato de fatos históricos. Portanto, vale muito mais como história do que Cinema. E pelo menos no fim da sessão estava com mais conhecimento do que antes dela.
É claro que McQueen tem lá suas prolixidades na direção, empregando planos sem significado. Não incomoda tanto por, além de ser mania de estreante, ocorrer pontualmente. Ainda assim, Hunger é um belo estudo humano e político (ainda que tendencioso neste sentido - a humanização dos agentes carcerárias é mostrada em poucos momentos e largada no meio do filme).
Já o Fassbender, auxiliado por um incrível trabalho de maquiagem, compõe com cuidado um personagem convicto em suas ideologias, sempre mantendo a serenidade, desde o tom de voz até os trejeitos.
Dito isso, é válido observar que Shame, trabalho posterior da dupla Fassbender-McQueen, revela-se muito mais coeso e isento de tantos vícios narrativos.
"O feminismo na Disney – à qual a Pixar ainda pertence, embora alguns esqueçam - não é algo que almejam há pouco tempo. Aquele velho estereótipo (reforçado pelo próprio estúdio) da princesa delicada, indefesa e dependente do príncipe encantado já fora algumas vezes desconstruído. Para citar apenas dois exemplos relativamente recentes, “Mulan” já contava a história de uma heroína infiltrada entre homens – numa sociedade machista -, ao passo que “Enrolados” apresentava uma personagem que “se virava” bem. O auge da inserção de um discurso feminista, no entanto, foi em Valente – e não me surpreende que seja um filme da Pixar, o mesmo estúdio responsável por um documentário em defesa dos homossexuais. Aqui a protagonista não rompe as barreiras do machismo por necessidade (diferente dos dois exemplos citados), mas por pura vontade de fazer o que, na época, era considerado atividades masculinas – tais como soltar flechas."
"O feminismo na Disney – à qual a Pixar ainda pertence, embora alguns esqueçam - não é algo que almejam há pouco tempo. Aquele velho estereótipo (reforçado pelo próprio estúdio) da princesa delicada, indefesa e dependente do príncipe encantado já fora algumas vezes desconstruído. Para citar apenas dois exemplos relativamente recentes, “Mulan” já contava a história de uma heroína infiltrada entre homens – numa sociedade machista -, ao passo que “Enrolados” apresentava uma personagem que “se virava” bem. O auge da inserção de um discurso feminista, no entanto, foi em Valente – e não me surpreende que seja um filme da Pixar, o mesmo estúdio responsável por um documentário em defesa dos homossexuais. Aqui a protagonista não rompe as barreiras do machismo por necessidade (diferente dos dois exemplos citados), mas por pura vontade de fazer o que, na época, era considerado atividades masculinas – tais como soltar flechas."
Dá raiva de quem acredita que "um filme ruim do Woody Allen é melhor que metade dos filmes atuais". Não, não são. Sou fã do gênio, mas um filme ruim dele é... um filme ruim, ora. E Para Roma, com Amor se enquadra nesta “categoria”.
Histórias absolutamente distintas, ligadas somente pela cidade onde se passam, ficam soltas justamente por Allen não explorar Roma como deveria e não torna-la nem um atrativo turístico nem um personagem – como em Vicky Cristina Barcelona. Não faz muito sentido a fragmentação do filme em curtos segmentos, visto que boa parte deles renderia uma produção própria. Incomoda o fato da história cujo próprio Allen é protagonista (em uma atuação divertida) se passar durante meses e outras passarem durante um dia ou no máximo semanas. Não há referencial de tempo.
Para os que assistiram “Abismo de um Sonho”, do Fellini, o segmento com Penélope Cruz, cópia (não homenagem) do filme do diretor italiano, tem como atrativo maior as belas curvas da atriz. O de Jesse Eisenberg (ator que guarda muitos trejeitos semelhantes aos de Woody Allen) é provavelmente o mais engraçado, justamente por tirar sarro dos pseudos intelectuais que decoram uma frase de cada autor e parecem ter lido toda sua obra (vai dizer que nunca encontrou alguém assim?). A mais fraca é a de Benigni, com uma crítica muito batida e óbvia. O homem no chuveiro é uma boa sacada, usada com exaustão, infelizmente; mas o que vale é Allen brincando com os ideais do jovem garoto.
Tratando-se da mesma pessoa que fez a obra-prima “A Última Noite de Boris Grushenko”, é evidente que esperamos um humor fino e inteligente vindo de Woody Allen. O que se vê, no entanto, é uma comédia rasteira, de humor fácil, chegando ao ponto de achar que é engraçado um personagem caindo da cadeira.
Junto com a morte, provavelmente meu maior medo é a cegueira – acho que para qualquer cinéfilo. Aliás, qualquer impossibilidade física me deixa apavorado. Imagine: se presenciar a dificuldade dos cegos em filmes como Vermelho Como o Céu já é agoniante, ser o cego deve ser muito pior. Talvez por isso Vermelho Como o Céu me toque tanto. Não posso negar que sua trilha sonora melosa aparece quando não deve e a história em si soa como fórmula para o choro fácil. E funciona. Realmente me emocionei. É uma velha fórmula de superação com um fundo político. Mas é real. Honesta.
Muito mais que uma homenagem ao Cinema em si, é uma ode aos sons, o áudio, a importância dos sentidos. O Cinema é, primordialmente, a arte da imagem – embora dependa de outras para funcionar em sua totalidade. E Mirco entende como arte dos sons – para ele, mesmo sem as imagens um filme é eficiente.
Muito diferente do que seu título nacional pode indicar, Rampart é um belo estudo de personagem. Um policial corrupto, inescrupuloso, machista, racista, e absolutamente inconsequente, que conhece como poucos o sistema policial dos Estados Unidos. Justamente por isso não mede seus atos agressivos. Vítima de uma aparente conspiração (nunca muito abordada pelo roteiro, para não tirar o foco do personagem), tem de arcar, finalmente, com as consequências de suas ações. Rampart não é necessariamente um filme de redenção. Dave Brown aceita seus "pecados" e personalidade, visto que nunca mudará. É muito mais a busca por redimir seus erros - o que atrapalha, claro, é seu histórico de vida, sua personalidade incontrolável. Woody Harrelson humaniza o personagem e o torna ainda mais complexo, numa de suas melhores atuações. Cheia de nuances, sua performance é explosiva e agressiva, conferindo uma camada quase impenetrável à Dave Brown. Entretanto, a direção de Oren Moverman (do fraco "O Mensageiro") grita por autoridade. É o típico diretor egoísta, que emprega enquadramentos sem o menor sentido narrativo com a exclusiva intenção de chamar atenção para a direção o tempo inteiro. Felizmente, nem ele é capaz de arruinar este ótimo filme.
Segredos e Mentiras nos atinge de forma tão arrebatadora pelos personagens serem, com o perdão do clichê, “gente como a gente”. É a dissecação dos sentimentos – segredos e mentiras – de uma família disfuncional como outra qualquer (atire a primeira pedra quem tem uma família completamente normal). A câmera de Mike Leigh respeita-os. Evita chegar muito perto, para não soar intrusiva demais (e beirar o piegas), mas jamais nos mantém longe destes maravilhosos personagens. Pode-se dizer, portanto, que Mike Leigh é um diretor altruísta: sem nunca chamar a atenção para sua direção (sem jamais torna-la nula – nas mãos de outro diretor, podia virar uma novela das 8), ele respeita as dores das pessoas retratadas e expõe para o espectador, através de planos-sequência, a dureza da vida de cada um. Não há concessões em Segredos e Mentiras.
É, indubitavelmente, uma obra dolorosa. Assim como a própria vida.
"Quando um filme exige de seu diretor um pedido de desculpas para os fãs, podemos constatar que há algo de podre na bat-caverna. Joel Schumacher, conhecido por seu fetichismo e fascinação por bundas (masculinas e femininas), imprime uma atmosfera caricata e circense em Batman & Robin que destoa de todo o universo sombrio já criado por Tim Burton em “Batman” e “Batman – O Retorno”. Motivo de risadas até hoje, Batman & Robin é frequentemente lembrado como o pior filme de super heróis de todos os tempos (isto não é totalmente verdadeiro, considerando filmes como “Elektra” e “Demolidor”, por exemplo). O real problema do longa reside no fato de Joel não se decidir jamais: ora abraça um drama sério, ora investe num humor remetente à série de TV dos anos 60 (sua intenção, de fato)."
"Não é de agora que os cinéfilos costumam preferir o Cinema Europeu ao Norte-Americano. Com certa razão... mas verdade seja dita: para este público, uma produção europeia de ação - gênero genuinamente americano -, por exemplo, é automaticamente melhor que a maioria dos americanos. Boa parte da adoração (e atenção) do público em relação à Headhunters pode ser explicada por esse fator. Isto é, generalizando. Afinal, a produção norueguesa (com co-produção alemã) parece um dos vários filmes de perseguição produzidos por Hollywood anualmente – em qualidade, estética e história."
Convenhamos: chega uma hora que não dá pra suportar ver a mesma história novamente. E o terceiro ato é absolutamente desastroso, por abandonar sua estrutura narrativa e não adotar nenhum ponto de vista!
"Criado em meados dos anos 60 pelo sempre sorridente Stan Lee e o Picasso dos pobres Steve Ditko, o Homem-Aranha é até hoje o provável herói mais popular da Marvel (qual foi a última criança que você viu na rua fantasiada de Capitão América?). Dono de um conceito extraordinário, é difícil não se identificar com Peter Parker: um adolescente quebrado, nerd cabaço, impopular e que tem problemas em se socializar com garotas. Não é um herói que se restringe a um país ou nacionalidade: é universal. Ele é um cara normal, afinal. Aquele seu vizinho gente fina, ou o seu colega de classe. Somando-se a isso uma trajetória trágica de superação, obtemos a fórmula do sucesso – inabalada há uns bons 50 anos, mesmo diante tantas alterações."
"Criado em meados dos anos 60 pelo sempre sorridente Stan Lee e o Picasso dos pobres Steve Ditko, o Homem-Aranha é até hoje o provável herói mais popular da Marvel (qual foi a última criança que você viu na rua fantasiada de Capitão América?). Dono de um conceito extraordinário, é difícil não se identificar com Peter Parker: um adolescente quebrado, nerd cabaço, impopular e que tem problemas em se socializar com garotas. Não é um herói que se restringe a um país ou nacionalidade: é universal. Ele é um cara normal, afinal. Aquele seu vizinho gente fina, ou o seu colega de classe. Somando-se a isso uma trajetória trágica de superação, obtemos a fórmula do sucesso – inabalada há uns bons 50 anos, mesmo diante tentas alterações."
Fervura Máxima é um belo exemplo de testosterona exalada com qualidade. John Woo dinamiza a ação e ainda por cima insere momentos de respiração entre as sequências de pancada e tiroteio, dando tempo para maior desenvolvimento dos personagens e da trama – muito coesa, por sinal. E, se o slow motion é utilizado de maneira abusada – acho um recurso que retarda a ação -, a longa sequência dentro do hospital não dá tempo para o espectador respirar, contando com uma montagem dinâmica e eficiente ao alternar seus diversos “núcleos”, além de oferecer um plano sequência incrível. Isto aqui é ação pra valer!
Se em 2004 Sam Raimi, com uma aparente liberdade criativa, nos presenteou com um dos melhores filmes de heróis de todos os tempos (segundo Roger Ebert, em sua crítica publicada no mesmo ano, todo filme de herói deveria ser como Homem-Aranha 2), aqui, por uma provável pressão do estúdio para adicionar o Venom na trama, vai pelo caminho inverso: demonstra como um filme de herói não deve ser.
Escrito por Ivan Raimi, Alvin Sargent e o próprio diretor, o roteiro de Homem-Aranha 3 derrapa fortemente ao gastar a maior parte de seu tempo em um romance pra lá de adolescente entre Mary Jane e Peter Parker. Não bastando o puro conflito entre o casal, adicionam neste dois personagens: a linda Gwen Stacy (que, aliás, conseguiu seu lugar como protagonista no novo filme do Homem-Aranha), cuja única função é agraciar o espectador com seu sorriso magnético e causar ciúmes na Mary Jane, e Harry Osbourne – sua cena romântica com a bela ruiva não convence e pouco afeta a trajetória do casal principal. E, além de tudo, há o empecilho da simbiose, que, além de mal explorada na pele de Peter Parker, o torna um personagem aborrecido e incompreensivelmente gótico (quem não se lembra da campanha “Emo Aranha” na época do lançamento do filme?) – sem contar a cena de dança protagonizada pelo mesmo, de causar vergonha em qualquer um. Falando nisso, há de se observar que a roupa de nada ajuda na evolução do personagem: quando está com ela, fica agressivo, mas quando a tira volta a ser o mesmo de antes – sem nenhum amadurecimento. Sobra para ela, claro, a função de dar origem ao Venom.
Um dos vilões mais adorados do universo Marvel torna-se aqui apenas um chorão: com o auxílio do péssimo Topher Grace, a vingança de Eddie Brock soa infantil demais, não despertando no personagem o ódio necessário para vermos o verdadeiro Venom – aquele brutal e insano – em ação. Seu pouco tempo em tela e a constante aparição do rosto de Brock não ajudam muito, é claro. Dito isso, um dos maiores problemas de Homem-Aranha 3 é sua quantidade enorme de vilões (sendo que no anterior, bastava o Dr. Octopus para assombrar!), todos sem um desenvolvimento satisfatório – e, muitas vezes, um é esquecido em detrimento da aparição de outro. O Homem de Areia, apesar de ser bem tratado por efeitos visuais deslumbrantes, não tem o reconhecimento que deveria, embora empolgue nas sequências que aparece (e não tem como deixar de rir com sua conexão extremamente forçada com o Homem-Aranha). Já o “Duende Júnior” é, ironicamente, o mais interessante entre os três vilões: poderoso e com um visual interessante, suas batalhas são de longe as mais divertidas – incluindo as que assume a posição de herói.
As batalhas, no entanto, empolgam como sempre. Desde a ágil briga de início contra Harry, até a magnífica sequência na estação de metrô. O clímax impressiona por seu dinamismo e ação bem orquestrada, ainda que peque na presença dos vilões – em certo momento, o Venom simplesmente some. Já o humor, tão presente em Homem-Aranha 2, de maneira inteligente (a cena do elevador é ótima), e uma das principais carcterísticas do próprio herói, é dissipado em um longa que é sério demais - ou almeja ser!
Eis o que penso: o que tem de mais interessante em Homem-Aranha 3 é o seu jogo de Playstation 3. Muito divertido!
O que Esperar Quando Você Está Esperando
3.0 976 Assista Agora"Antes de tudo, preciso dizer: adoro escrever sobre cinema. O que não gosto é de escrever sobre obras formulaicas de vários personagens, como “Idas e Vindas no Amor” e “Noite de Ano Novo” - e parece que sou eu quem sempre escreve sobre elas no Lumi7. Parecem todas a mesma coisa. Os problemas são os mesmos, os (poucos) acertos idem, até os atores parecem ser iguais. E meu texto, por consequência, parece repetitivo. Pode ser incompetência minha, mas a qualidade de tais filmes coloca esta suposição em dúvida. Dito isso, O Que Esperar Quando Você Está Esperando (tratemos por “O que esperar”, apenas) não foge à regra e deve ser encarado tal e qual uma cartilha vagabunda sobre gravidez, dessas que encontramos aos montes!"
Leia a crítica completa no Lumi7:
Moulin Rouge: Amor em Vermelho
4.1 1,8K Assista AgoraO Lumi7 (www.lumi7.com.br) está sorteando um DVD de Moulin Rouge, no Facebook. Participe:
A Ilha de Bergman
4.2 20Para a maioria dos fãs do genial Ingmar Bergman é um prazer imenso assistir o próprio comentando seus medos, angustias e dramas pessoais, revelando como sua vida influenciou seus filmes (ao passo que, mesmo sem ele dizer, vamos descobrindo semelhanças entre sua obra e intimidade) - a sequência mostrada de Cenas de um Casamento adquire ainda mais força. Além disso, é curioso descobrir que sua verdadeira paixão era o teatro, não o cinema. O único "porém" é o fato de ter uma duração curta (aliás, esta informação está errada no Filmow).
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Kundun
3.4 52Como fã assíduo de Martin Scorsese, é difícil dizer que Kundun é, não necessariamente ruim, mas fraco (pelo menos). O que, no começo, é um instigante estudo de personagem (a criança tendo de lidar com o fardo que lhe atribuem), transforma-se num mero relato de fatos históricos. Portanto, vale muito mais como história do que Cinema. E pelo menos no fim da sessão estava com mais conhecimento do que antes dela.
Lumi7: www.lumi7.com.br
Fome
4.0 310É claro que McQueen tem lá suas prolixidades na direção, empregando planos sem significado. Não incomoda tanto por, além de ser mania de estreante, ocorrer pontualmente. Ainda assim, Hunger é um belo estudo humano e político (ainda que tendencioso neste sentido - a humanização dos agentes carcerárias é mostrada em poucos momentos e largada no meio do filme).
Já o Fassbender, auxiliado por um incrível trabalho de maquiagem, compõe com cuidado um personagem convicto em suas ideologias, sempre mantendo a serenidade, desde o tom de voz até os trejeitos.
Dito isso, é válido observar que Shame, trabalho posterior da dupla Fassbender-McQueen, revela-se muito mais coeso e isento de tantos vícios narrativos.
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Valente
3.8 2,8K Assista Agora"O feminismo na Disney – à qual a Pixar ainda pertence, embora alguns esqueçam - não é algo que almejam há pouco tempo. Aquele velho estereótipo (reforçado pelo próprio estúdio) da princesa delicada, indefesa e dependente do príncipe encantado já fora algumas vezes desconstruído. Para citar apenas dois exemplos relativamente recentes, “Mulan” já contava a história de uma heroína infiltrada entre homens – numa sociedade machista -, ao passo que “Enrolados” apresentava uma personagem que “se virava” bem. O auge da inserção de um discurso feminista, no entanto, foi em Valente – e não me surpreende que seja um filme da Pixar, o mesmo estúdio responsável por um documentário em defesa dos homossexuais. Aqui a protagonista não rompe as barreiras do machismo por necessidade (diferente dos dois exemplos citados), mas por pura vontade de fazer o que, na época, era considerado atividades masculinas – tais como soltar flechas."
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O Olho do Diabo
4.3 90A castidade de uma mulher é um terçol no olho do diabo. Bergman é gênio!
Valente
3.8 2,8K Assista Agora"O feminismo na Disney – à qual a Pixar ainda pertence, embora alguns esqueçam - não é algo que almejam há pouco tempo. Aquele velho estereótipo (reforçado pelo próprio estúdio) da princesa delicada, indefesa e dependente do príncipe encantado já fora algumas vezes desconstruído. Para citar apenas dois exemplos relativamente recentes, “Mulan” já contava a história de uma heroína infiltrada entre homens – numa sociedade machista -, ao passo que “Enrolados” apresentava uma personagem que “se virava” bem. O auge da inserção de um discurso feminista, no entanto, foi em Valente – e não me surpreende que seja um filme da Pixar, o mesmo estúdio responsável por um documentário em defesa dos homossexuais. Aqui a protagonista não rompe as barreiras do machismo por necessidade (diferente dos dois exemplos citados), mas por pura vontade de fazer o que, na época, era considerado atividades masculinas – tais como soltar flechas."
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Para Roma Com Amor
3.4 1,3K Assista AgoraDá raiva de quem acredita que "um filme ruim do Woody Allen é melhor que metade dos filmes atuais". Não, não são. Sou fã do gênio, mas um filme ruim dele é... um filme ruim, ora. E Para Roma, com Amor se enquadra nesta “categoria”.
Histórias absolutamente distintas, ligadas somente pela cidade onde se passam, ficam soltas justamente por Allen não explorar Roma como deveria e não torna-la nem um atrativo turístico nem um personagem – como em Vicky Cristina Barcelona. Não faz muito sentido a fragmentação do filme em curtos segmentos, visto que boa parte deles renderia uma produção própria. Incomoda o fato da história cujo próprio Allen é protagonista (em uma atuação divertida) se passar durante meses e outras passarem durante um dia ou no máximo semanas. Não há referencial de tempo.
Para os que assistiram “Abismo de um Sonho”, do Fellini, o segmento com Penélope Cruz, cópia (não homenagem) do filme do diretor italiano, tem como atrativo maior as belas curvas da atriz. O de Jesse Eisenberg (ator que guarda muitos trejeitos semelhantes aos de Woody Allen) é provavelmente o mais engraçado, justamente por tirar sarro dos pseudos intelectuais que decoram uma frase de cada autor e parecem ter lido toda sua obra (vai dizer que nunca encontrou alguém assim?). A mais fraca é a de Benigni, com uma crítica muito batida e óbvia. O homem no chuveiro é uma boa sacada, usada com exaustão, infelizmente; mas o que vale é Allen brincando com os ideais do jovem garoto.
Tratando-se da mesma pessoa que fez a obra-prima “A Última Noite de Boris Grushenko”, é evidente que esperamos um humor fino e inteligente vindo de Woody Allen. O que se vê, no entanto, é uma comédia rasteira, de humor fácil, chegando ao ponto de achar que é engraçado um personagem caindo da cadeira.
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Vermelho Como o Céu
4.4 277Junto com a morte, provavelmente meu maior medo é a cegueira – acho que para qualquer cinéfilo. Aliás, qualquer impossibilidade física me deixa apavorado. Imagine: se presenciar a dificuldade dos cegos em filmes como Vermelho Como o Céu já é agoniante, ser o cego deve ser muito pior. Talvez por isso Vermelho Como o Céu me toque tanto. Não posso negar que sua trilha sonora melosa aparece quando não deve e a história em si soa como fórmula para o choro fácil. E funciona. Realmente me emocionei. É uma velha fórmula de superação com um fundo político. Mas é real. Honesta.
Muito mais que uma homenagem ao Cinema em si, é uma ode aos sons, o áudio, a importância dos sentidos. O Cinema é, primordialmente, a arte da imagem – embora dependa de outras para funcionar em sua totalidade. E Mirco entende como arte dos sons – para ele, mesmo sem as imagens um filme é eficiente.
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Na Estrada
3.3 1,9KNunca achei que diria isto, mas: Kirsten Stewart está muito bem.
Um Tira Acima da Lei
2.7 80 Assista AgoraMuito diferente do que seu título nacional pode indicar, Rampart é um belo estudo de personagem. Um policial corrupto, inescrupuloso, machista, racista, e absolutamente inconsequente, que conhece como poucos o sistema policial dos Estados Unidos. Justamente por isso não mede seus atos agressivos. Vítima de uma aparente conspiração (nunca muito abordada pelo roteiro, para não tirar o foco do personagem), tem de arcar, finalmente, com as consequências de suas ações. Rampart não é necessariamente um filme de redenção. Dave Brown aceita seus "pecados" e personalidade, visto que nunca mudará. É muito mais a busca por redimir seus erros - o que atrapalha, claro, é seu histórico de vida, sua personalidade incontrolável. Woody Harrelson humaniza o personagem e o torna ainda mais complexo, numa de suas melhores atuações. Cheia de nuances, sua performance é explosiva e agressiva, conferindo uma camada quase impenetrável à Dave Brown. Entretanto, a direção de Oren Moverman (do fraco "O Mensageiro") grita por autoridade. É o típico diretor egoísta, que emprega enquadramentos sem o menor sentido narrativo com a exclusiva intenção de chamar atenção para a direção o tempo inteiro. Felizmente, nem ele é capaz de arruinar este ótimo filme.
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Segredos e Mentiras
4.1 99 Assista AgoraSegredos e Mentiras nos atinge de forma tão arrebatadora pelos personagens serem, com o perdão do clichê, “gente como a gente”. É a dissecação dos sentimentos – segredos e mentiras – de uma família disfuncional como outra qualquer (atire a primeira pedra quem tem uma família completamente normal). A câmera de Mike Leigh respeita-os. Evita chegar muito perto, para não soar intrusiva demais (e beirar o piegas), mas jamais nos mantém longe destes maravilhosos personagens. Pode-se dizer, portanto, que Mike Leigh é um diretor altruísta: sem nunca chamar a atenção para sua direção (sem jamais torna-la nula – nas mãos de outro diretor, podia virar uma novela das 8), ele respeita as dores das pessoas retratadas e expõe para o espectador, através de planos-sequência, a dureza da vida de cada um. Não há concessões em Segredos e Mentiras.
É, indubitavelmente, uma obra dolorosa. Assim como a própria vida.
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Batman & Robin
2.3 993 Assista Agora"Quando um filme exige de seu diretor um pedido de desculpas para os fãs, podemos constatar que há algo de podre na bat-caverna. Joel Schumacher, conhecido por seu fetichismo e fascinação por bundas (masculinas e femininas), imprime uma atmosfera caricata e circense em Batman & Robin que destoa de todo o universo sombrio já criado por Tim Burton em “Batman” e “Batman – O Retorno”. Motivo de risadas até hoje, Batman & Robin é frequentemente lembrado como o pior filme de super heróis de todos os tempos (isto não é totalmente verdadeiro, considerando filmes como “Elektra” e “Demolidor”, por exemplo). O real problema do longa reside no fato de Joel não se decidir jamais: ora abraça um drama sério, ora investe num humor remetente à série de TV dos anos 60 (sua intenção, de fato)."
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Abraham Lincoln Vs. Zombies
1.7 92 Assista AgoraDeve ir direto pra DVD, não?
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraTem previsão de estreia no Brasil ou a data do lançamento em home video?
Headhunters
3.9 355"Não é de agora que os cinéfilos costumam preferir o Cinema Europeu ao Norte-Americano. Com certa razão... mas verdade seja dita: para este público, uma produção europeia de ação - gênero genuinamente americano -, por exemplo, é automaticamente melhor que a maioria dos americanos. Boa parte da adoração (e atenção) do público em relação à Headhunters pode ser explicada por esse fator. Isto é, generalizando. Afinal, a produção norueguesa (com co-produção alemã) parece um dos vários filmes de perseguição produzidos por Hollywood anualmente – em qualidade, estética e história."
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Ponto de Vista
3.4 384 Assista AgoraConvenhamos: chega uma hora que não dá pra suportar ver a mesma história novamente. E o terceiro ato é absolutamente desastroso, por abandonar sua estrutura narrativa e não adotar nenhum ponto de vista!
Confissões de uma Mente Perigosa
3.4 146 Assista AgoraPoderia ser melhor se o George Clooney não buscasse o tempo todo a atenção para sua direção.
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista Agora"Criado em meados dos anos 60 pelo sempre sorridente Stan Lee e o Picasso dos pobres Steve Ditko, o Homem-Aranha é até hoje o provável herói mais popular da Marvel (qual foi a última criança que você viu na rua fantasiada de Capitão América?). Dono de um conceito extraordinário, é difícil não se identificar com Peter Parker: um adolescente quebrado, nerd cabaço, impopular e que tem problemas em se socializar com garotas. Não é um herói que se restringe a um país ou nacionalidade: é universal. Ele é um cara normal, afinal. Aquele seu vizinho gente fina, ou o seu colega de classe. Somando-se a isso uma trajetória trágica de superação, obtemos a fórmula do sucesso – inabalada há uns bons 50 anos, mesmo diante tantas alterações."
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O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista Agora"Criado em meados dos anos 60 pelo sempre sorridente Stan Lee e o Picasso dos pobres Steve Ditko, o Homem-Aranha é até hoje o provável herói mais popular da Marvel (qual foi a última criança que você viu na rua fantasiada de Capitão América?). Dono de um conceito extraordinário, é difícil não se identificar com Peter Parker: um adolescente quebrado, nerd cabaço, impopular e que tem problemas em se socializar com garotas. Não é um herói que se restringe a um país ou nacionalidade: é universal. Ele é um cara normal, afinal. Aquele seu vizinho gente fina, ou o seu colega de classe. Somando-se a isso uma trajetória trágica de superação, obtemos a fórmula do sucesso – inabalada há uns bons 50 anos, mesmo diante tentas alterações."
Leia a crítica completa no Lumi7:
Fervura Máxima
4.1 111Fervura Máxima é um belo exemplo de testosterona exalada com qualidade. John Woo dinamiza a ação e ainda por cima insere momentos de respiração entre as sequências de pancada e tiroteio, dando tempo para maior desenvolvimento dos personagens e da trama – muito coesa, por sinal. E, se o slow motion é utilizado de maneira abusada – acho um recurso que retarda a ação -, a longa sequência dentro do hospital não dá tempo para o espectador respirar, contando com uma montagem dinâmica e eficiente ao alternar seus diversos “núcleos”, além de oferecer um plano sequência incrível. Isto aqui é ação pra valer!
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Homem-Aranha 3
3.1 1,5K Assista AgoraSe em 2004 Sam Raimi, com uma aparente liberdade criativa, nos presenteou com um dos melhores filmes de heróis de todos os tempos (segundo Roger Ebert, em sua crítica publicada no mesmo ano, todo filme de herói deveria ser como Homem-Aranha 2), aqui, por uma provável pressão do estúdio para adicionar o Venom na trama, vai pelo caminho inverso: demonstra como um filme de herói não deve ser.
Escrito por Ivan Raimi, Alvin Sargent e o próprio diretor, o roteiro de Homem-Aranha 3 derrapa fortemente ao gastar a maior parte de seu tempo em um romance pra lá de adolescente entre Mary Jane e Peter Parker. Não bastando o puro conflito entre o casal, adicionam neste dois personagens: a linda Gwen Stacy (que, aliás, conseguiu seu lugar como protagonista no novo filme do Homem-Aranha), cuja única função é agraciar o espectador com seu sorriso magnético e causar ciúmes na Mary Jane, e Harry Osbourne – sua cena romântica com a bela ruiva não convence e pouco afeta a trajetória do casal principal. E, além de tudo, há o empecilho da simbiose, que, além de mal explorada na pele de Peter Parker, o torna um personagem aborrecido e incompreensivelmente gótico (quem não se lembra da campanha “Emo Aranha” na época do lançamento do filme?) – sem contar a cena de dança protagonizada pelo mesmo, de causar vergonha em qualquer um. Falando nisso, há de se observar que a roupa de nada ajuda na evolução do personagem: quando está com ela, fica agressivo, mas quando a tira volta a ser o mesmo de antes – sem nenhum amadurecimento. Sobra para ela, claro, a função de dar origem ao Venom.
Um dos vilões mais adorados do universo Marvel torna-se aqui apenas um chorão: com o auxílio do péssimo Topher Grace, a vingança de Eddie Brock soa infantil demais, não despertando no personagem o ódio necessário para vermos o verdadeiro Venom – aquele brutal e insano – em ação. Seu pouco tempo em tela e a constante aparição do rosto de Brock não ajudam muito, é claro. Dito isso, um dos maiores problemas de Homem-Aranha 3 é sua quantidade enorme de vilões (sendo que no anterior, bastava o Dr. Octopus para assombrar!), todos sem um desenvolvimento satisfatório – e, muitas vezes, um é esquecido em detrimento da aparição de outro. O Homem de Areia, apesar de ser bem tratado por efeitos visuais deslumbrantes, não tem o reconhecimento que deveria, embora empolgue nas sequências que aparece (e não tem como deixar de rir com sua conexão extremamente forçada com o Homem-Aranha). Já o “Duende Júnior” é, ironicamente, o mais interessante entre os três vilões: poderoso e com um visual interessante, suas batalhas são de longe as mais divertidas – incluindo as que assume a posição de herói.
As batalhas, no entanto, empolgam como sempre. Desde a ágil briga de início contra Harry, até a magnífica sequência na estação de metrô. O clímax impressiona por seu dinamismo e ação bem orquestrada, ainda que peque na presença dos vilões – em certo momento, o Venom simplesmente some. Já o humor, tão presente em Homem-Aranha 2, de maneira inteligente (a cena do elevador é ótima), e uma das principais carcterísticas do próprio herói, é dissipado em um longa que é sério demais - ou almeja ser!
Eis o que penso: o que tem de mais interessante em Homem-Aranha 3 é o seu jogo de Playstation 3. Muito divertido!
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