a abertura da série, cuja animação é inclusive de um surrealismo muito apropriado, me remete ao Parábola de Stanley, jogo que se inicia numa empresa de visual burocrático aparentemente vazia da qual emanam ordens misteriosas
dois pontos a serem destacados: - a simbiose entre a narrativa e a trilha sonora - a calma com que o roteiro é desenvolvido
a progressão da história é muito pontual, não há falas/cenas soltas. cada uma serve a um propósito aparentemente bem estabelecido. embora eu desejasse, ao fim, ter visto mais, talvez o formato em poucos episódios tenha favorecido a proposta da série: ela é objetiva, mas não exatamente simples.
quando um dos personagens reitera a pergunta "não seria fantástico se pudéssemos voltar e viver tudo de novo e de novo e de novo?" senti que talvez a pergunta também pudesse ser "não seria fantástico se, apesar de tudo que acontece contra a nossa vontade, nos sentíssemos à vontade na vida apenas por estarmos vivos?"
sinto que mudei junto com os personagens desde a primeira temporada e que de certa forma eles se tornaram tão familiares que é como se o fim da série significasse a morte de alguém querido.
deixo six feet com a sensação de ter atravessado uma experiência avassaladora e terna, na medida em que é possível conciliar características aparentemente tão inconciliáveis.
tão conciliavelmente inconciliáveis quanto vida e morte.
interessante como o trabalho de ocultar deformações dos cadáveres na série se liga, a nível subjetivo, à forma como os fisher (e tantas outras famílias) se relacionam a princípio: esquivando-se dos próprios sentimentos, de forma que, aparentemente, quanto mais ocultos, melhor. o esfacelamento e a recriação dos laços enquanto um trabalho de crítica é um dos temas já vistos em outra obra do diretor Alan Ball: beleza americana. aqui temos essa premissa elaborada de forma igualmente precisa e atrativa. six feet é um encanto.
me incomodava a insistência dos flashbacks até me dar conta de que a partir deles a série produz um sentido único, a despeito de quão excessivamente dramática a narrativa se desdobre.
a partir dela passei a prestar mais atenção na forma com que o meu passado e até mesmo situações das quais já nem me recordo interferem nas escolhas que tomo hoje.
acho que this is us deixa essa ideia de que o tempo não é consecutivo. personagens que morrem no curso da história não deixam de continuar aparecendo.
nada se perde quando falamos de memória.
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Ruptura (1ª Temporada)
4.5 746 Assista Agoraa abertura da série, cuja animação é inclusive de um surrealismo muito apropriado, me remete ao Parábola de Stanley, jogo que se inicia numa empresa de visual burocrático aparentemente vazia da qual emanam ordens misteriosas
Life After Life
3.6 1dois pontos a serem destacados:
- a simbiose entre a narrativa e a trilha sonora
- a calma com que o roteiro é desenvolvido
a progressão da história é muito pontual, não há falas/cenas soltas. cada uma serve a um propósito aparentemente bem estabelecido. embora eu desejasse, ao fim, ter visto mais, talvez o formato em poucos episódios tenha favorecido a proposta da série: ela é objetiva, mas não exatamente simples.
quando um dos personagens reitera a pergunta "não seria fantástico se pudéssemos voltar e viver tudo de novo e de novo e de novo?" senti que talvez a pergunta também pudesse ser "não seria fantástico se, apesar de tudo que acontece contra a nossa vontade, nos sentíssemos à vontade na vida apenas por estarmos vivos?"
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 477 Assista Agorasinto que mudei junto com os personagens desde a primeira temporada e que de certa forma eles se tornaram tão familiares que é como se o fim da série significasse a morte de alguém querido.
deixo six feet com a sensação de ter atravessado uma experiência avassaladora e terna, na medida em que é possível conciliar características aparentemente tão inconciliáveis.
tão conciliavelmente inconciliáveis quanto vida e morte.
que surpresa fantástica!
A Sete Palmos (1ª Temporada)
4.5 392 Assista Agorainteressante como o trabalho de ocultar deformações dos cadáveres na série se liga, a nível subjetivo, à forma como os fisher (e tantas outras famílias) se relacionam a princípio: esquivando-se dos próprios sentimentos, de forma que, aparentemente, quanto mais ocultos, melhor. o esfacelamento e a recriação dos laços enquanto um trabalho de crítica é um dos temas já vistos em outra obra do diretor Alan Ball: beleza americana. aqui temos essa premissa elaborada de forma igualmente precisa e atrativa. six feet é um encanto.
This Is Us (1ª Temporada)
4.7 779 Assista Agorame incomodava a insistência dos flashbacks até me dar conta de que a partir deles a série produz um sentido único, a despeito de quão excessivamente dramática a narrativa se desdobre.
a partir dela passei a prestar mais atenção na forma com que o meu passado e até mesmo situações das quais já nem me recordo interferem nas escolhas que tomo hoje.
acho que this is us deixa essa ideia de que o tempo não é consecutivo. personagens que morrem no curso da história não deixam de continuar aparecendo.
nada se perde quando falamos de memória.