Divisor de águas para o cinema brasileiro contemporâneo, Bacurau pode até promover algumas reflexões, mas sabe o melhor? Bacurau é tiro porrada e bomba! Se vier, venha na paz. Do contrário, a gente vai pra guerra. Bacurau é aquele grito engasgado, entalado na garganta do Brasil esquecido. É emancipação! Aquele tipo de filme que é preciso conversar sobre, ler sobre, reassistir. Há problemas, sim, e gostaria de citar alguns: - Os vilões são caricatos demais. Talvez pelo tom de distopia, não sei, mas não gostei muito disso. - Os primeiros 40 minutos são deveras arrastados. Eu não tenho problema com isso, mas acho que podia ter se mostrado mais instigante. - A captação de som foi problemática, oscilando bastante. Muitas vezes não entendi alguns diálogos e sou nordestina.
Parasita é a junção de uma boa premissa + um desenrolar instigante que tem como pano de fundo uma situação verdadeiramente interessante, tudo isso aliado a um senso estético de encher os olhos + a direção primorosa do Joon-ho. Daquele tipo que você não quer que termine de tão bom. Fez história não só por ser um filmão, mas por ter se tornado mainstream mesmo com a barreira de linguagem (infelizmente ainda presente), o preconceito velado, a negação do cinema como arte para muito além de Hollywood.
É tanta coisa que eu gostaria de comentar, mas sendo breve, especificamente, sobre o final: gosto que o diretor nos engana (ou quase) em nos fazer acreditar por alguns segundos que aquilo tudo poderia ter sido possível. Assim como é a lógica da meritocracia, que nos traz a falsa sensação de que se corrermos atrás e dermos duro, é certo de que acumularemos riquezas. Tão ingenuamente enganada fui, que cheguei a nem questionar a fantasia. Quando confirmado o devaneio, a certeza que tive foi uma: querer não é poder - e nem nunca vai ser.
É triste constatar que o amor nunca vai ser suficiente. É fato que Nicole e Charlie se amam mas não suportam a continuidade do relacionamento. Charlie, mesmo sendo aquele cara legal que a gente gosta, ainda é um homem favorecido pelo patriarcado que, por sua vez, reduz Nicole a mãe e dona de casa. O filme não expõe esses papeis como sendo indignos, pois de fato não são, mas mostra o desejo de Nicole de fazer mais por si mesma e não apenas pelo seu casamento e filho. E é exatamente esse o ponto chave do filme, para mim: o casamento era para Nicole a prisão de seus desejos para além da vida familiar. E por mais que doesse se desprender dele, foi necessário.
O filme acabou e me senti drogada, com um peso inexplicável. No auge dos meus 18 anos eu adorava essa sensação que o cinema pode provocar, aquele gosto ruim que fica por semanas. Hoje dispenso. E sendo racional quanto a obra, o filme é bastante limitado e exagerado. Nunca que uma viagem de LSD faria as pessoas agirem daquela forma. E penso que se espremesse um pouco a história, podia sair algo muito mais inovador para o cinema desse diretor, que eu acho bastante preso em uma fórmula. Réquiem Para Um Sonho, por exemplo, não se resume a movimentos de câmera e jogo de luz, mas tem uma baita história como pano de fundo, bons diálogos, a gente sente o peso das escolhas dos personagens. Por aqui achei tudo bem raso.
Um retrato assustador da nossa sociedade. O mais irônico é que, mesmo durante as situações potencialmente engraçadas que acontecem durante o filme (o timing do alívio cômico de Spike Lee é ótimo), a sensação que fica é de certo desconforto. E que mesmo quando fica "tudo bem", a gente sempre recebe um aviso desanimador de que "hey, as coisas não estão nada bem". Nada mudou. E o que parecia exagerado, um passado distante, está bem aqui do nosso lado. Acorde.
Acho que a história por si só já é deveras interessante e surpreendente em seus contratempos e, por vezes, sinto que o filme tira o peso de muitos acontecidos ao fazer uso de trilha sonora pop em excesso mas, ao mesmo tempo, gosto do tom sarcástico empregado pelo diretor.
Roma não é só sobre posicionamentos de câmera, coreografia e cinematografia de alto nível. Roma é sobre cotidiano, sobre o quanto a vida, mesmo que em dias turbulentos no mundo lá fora, é corriqueira dentro de casa, sendo os problemas e afetos diários as coisas que a sustentam. e que mesmo entre os abismos sociais, as pessoas (especialmente mulheres, como o filme retrata) são semelhantes, e encontram entre si um elo cheio de defeitos e particularidades, mas um elo que de alguma forma, as une. a relação das mulheres que adentram a casa de outra família para trabalhar sempre me toca profundamente, pois sinto que a vida da Cléo foi roubada de si, mas arrisco dizer que Roma explorou essa relação de uma forma totalmente ambígua, em que hora sentimos que Cléo é muito mais feliz com os meninos que cuida do que em sua vida pessoal, hora ficamos incomodados ao vê-la privar-se de si mesma.
uma psicopata invade o seu apartamento. a sua reação:
( ) gritar por socorro ou correr ( ) tentar se defender de alguma forma ou pelo menos perguntar o que ela está fazendo ali e porque (x) cumprimentá-la e perguntar como vai
é só uma de milhões de furos e coisas absurdas que esse filme tem. é patético, mesmo para os que procuram diversão passageira. fui ver sem preconceitos, buscando diversão. não serve nem pra isso, é uma afronta em forma de filme.
a história não é nada complexa, é de se admirar os 96 minutos. a forma como o filme foi construída conseguiu manter o espectador atento durante todo o tempo (aliás, quase todo o tempo), mesmo quando sabíamos todos o que ia acontecer. porém, não há nada de especial ou emocionante aqui.
sempre consigo notar alguma semelhança com Lost em todas as produções do J J Abrams, e adoro isso. gosto da tensão que ele consegue criar, considero algo único. particularmente, não acho que o filme tenha brilhado muito, para uma premissa tão instigante. ainda assim um bom filme.
Eggers conseguiu criar uma ambientação que eu considero perfeita: soturna, com filtro acinzentado, nevoeiro, floresta de árvores enormes e trilha sonora arrepiante. ouvi gente dizendo que o filme foi vendido de forma errada, com um trailer que sugeria um desenrolar totalmente diferente, algo que não concordo: eu notei, no primeiro olhar, que havia algo único e especial neste filme assim que assisti ao trailer.
Creed tem potencial para ser o melhor filme da franquia Rocky Balboa. é independente, mainstream, dramalhão e empolgante na medida certa, tudo ao mesmo tempo. a direção é grandiosa e sabe o que quer, as atuações são maravilhosas, o roteiro é muito satisfatório. Rocky consegue ser o alívio cômico e o peso do filme. sentimos a sua solidão, a nostalgia dos tempos de boa forma, a sensação de tê-lo como um tio, como Adonis o chama. as cenas de lutas são fantásticas, bastante bem construídas. gosto da vibe criada no romance com Bianca, acho que funciona. o filme tem algumas cafonices, mas nada que estrague o resultado final. Ryan Coogler merecia uma indicação.
a direção foi bastante feliz em muitos momentos. gosto da dinâmica entre todos os personagens, o filme tem um ritmo muito bom, daqueles que prendem o espectador. destaque para edição e efeitos visuais bastante bem executados.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraDivisor de águas para o cinema brasileiro contemporâneo, Bacurau pode até promover algumas reflexões, mas sabe o melhor? Bacurau é tiro porrada e bomba! Se vier, venha na paz. Do contrário, a gente vai pra guerra. Bacurau é aquele grito engasgado, entalado na garganta do Brasil esquecido. É emancipação! Aquele tipo de filme que é preciso conversar sobre, ler sobre, reassistir. Há problemas, sim, e gostaria de citar alguns:
- Os vilões são caricatos demais. Talvez pelo tom de distopia, não sei, mas não gostei muito disso.
- Os primeiros 40 minutos são deveras arrastados. Eu não tenho problema com isso, mas acho que podia ter se mostrado mais instigante.
- A captação de som foi problemática, oscilando bastante. Muitas vezes não entendi alguns diálogos e sou nordestina.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraParasita é a junção de uma boa premissa + um desenrolar instigante que tem como pano de fundo uma situação verdadeiramente interessante, tudo isso aliado a um senso estético de encher os olhos + a direção primorosa do Joon-ho. Daquele tipo que você não quer que termine de tão bom. Fez história não só por ser um filmão, mas por ter se tornado mainstream mesmo com a barreira de linguagem (infelizmente ainda presente), o preconceito velado, a negação do cinema como arte para muito além de Hollywood.
É tanta coisa que eu gostaria de comentar, mas sendo breve, especificamente, sobre o final: gosto que o diretor nos engana (ou quase) em nos fazer acreditar por alguns segundos que aquilo tudo poderia ter sido possível. Assim como é a lógica da meritocracia, que nos traz a falsa sensação de que se corrermos atrás e dermos duro, é certo de que acumularemos riquezas. Tão ingenuamente enganada fui, que cheguei a nem questionar a fantasia. Quando confirmado o devaneio, a certeza que tive foi uma: querer não é poder - e nem nunca vai ser.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraÉ triste constatar que o amor nunca vai ser suficiente. É fato que Nicole e Charlie se amam mas não suportam a continuidade do relacionamento. Charlie, mesmo sendo aquele cara legal que a gente gosta, ainda é um homem favorecido pelo patriarcado que, por sua vez, reduz Nicole a mãe e dona de casa. O filme não expõe esses papeis como sendo indignos, pois de fato não são, mas mostra o desejo de Nicole de fazer mais por si mesma e não apenas pelo seu casamento e filho. E é exatamente esse o ponto chave do filme, para mim: o casamento era para Nicole a prisão de seus desejos para além da vida familiar. E por mais que doesse se desprender dele, foi necessário.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraO filme acabou e me senti drogada, com um peso inexplicável. No auge dos meus 18 anos eu adorava essa sensação que o cinema pode provocar, aquele gosto ruim que fica por semanas. Hoje dispenso. E sendo racional quanto a obra, o filme é bastante limitado e exagerado. Nunca que uma viagem de LSD faria as pessoas agirem daquela forma. E penso que se espremesse um pouco a história, podia sair algo muito mais inovador para o cinema desse diretor, que eu acho bastante preso em uma fórmula. Réquiem Para Um Sonho, por exemplo, não se resume a movimentos de câmera e jogo de luz, mas tem uma baita história como pano de fundo, bons diálogos, a gente sente o peso das escolhas dos personagens.
Por aqui achei tudo bem raso.
Dumplin'
3.5 421 Assista AgoraDumplin poderia ir muito mais a fundo nas questões que aborda, mas cai em estereótipos tão patéticos que o reduzem a mais uma boa ideia. E só.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraUm retrato assustador da nossa sociedade. O mais irônico é que, mesmo durante as situações potencialmente engraçadas que acontecem durante o filme (o timing do alívio cômico de Spike Lee é ótimo), a sensação que fica é de certo desconforto. E que mesmo quando fica "tudo bem", a gente sempre recebe um aviso desanimador de que "hey, as coisas não estão nada bem". Nada mudou. E o que parecia exagerado, um passado distante, está bem aqui do nosso lado. Acorde.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraAcho que a história por si só já é deveras interessante e surpreendente em seus contratempos e, por vezes, sinto que o filme tira o peso de muitos acontecidos ao fazer uso de trilha sonora pop em excesso mas, ao mesmo tempo, gosto do tom sarcástico empregado pelo diretor.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraRoma não é só sobre posicionamentos de câmera, coreografia e cinematografia de alto nível. Roma é sobre cotidiano, sobre o quanto a vida, mesmo que em dias turbulentos no mundo lá fora, é corriqueira dentro de casa, sendo os problemas e afetos diários as coisas que a sustentam. e que mesmo entre os abismos sociais, as pessoas (especialmente mulheres, como o filme retrata) são semelhantes, e encontram entre si um elo cheio de defeitos e particularidades, mas um elo que de alguma forma, as une. a relação das mulheres que adentram a casa de outra família para trabalhar sempre me toca profundamente, pois sinto que a vida da Cléo foi roubada de si, mas arrisco dizer que Roma explorou essa relação de uma forma totalmente ambígua, em que hora sentimos que Cléo é muito mais feliz com os meninos que cuida do que em sua vida pessoal, hora ficamos incomodados ao vê-la privar-se de si mesma.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraBrazil, i'm devastated
Tully
3.9 562 Assista Agora*uma mãe recém parida sente um abraço na alma*
O Renascimento do Parto
4.4 92pertinente e necessário
Okja
4.0 1,3K Assista Agorasensível, especial, único. Okja ficará na memória de muita gente por muitos anos.
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraPromissor, mas problemático, assim como (quase) tudo do Shyamalan.
Cinquenta Tons Mais Escuros
2.5 763 Assista Agorauma psicopata invade o seu apartamento. a sua reação:
( ) gritar por socorro ou correr
( ) tentar se defender de alguma forma ou pelo menos perguntar o que ela está fazendo ali e porque
(x) cumprimentá-la e perguntar como vai
é só uma de milhões de furos e coisas absurdas que esse filme tem. é patético, mesmo para os que procuram diversão passageira. fui ver sem preconceitos, buscando diversão. não serve nem pra isso, é uma afronta em forma de filme.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista Agoraos efeitos especiais e a cinematografia é toda bem linda, só que achei o enredo simplório até demais
Geração Prozac
3.6 465depressão não é free pass pra ser idiota. a montagem desse filme é horrível e tudo soa cafona
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 577 Assista Agoraa história não é nada complexa, é de se admirar os 96 minutos. a forma como o filme foi construída conseguiu manter o espectador atento durante todo o tempo (aliás, quase todo o tempo), mesmo quando sabíamos todos o que ia acontecer. porém, não há nada de especial ou emocionante aqui.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9Ksempre consigo notar alguma semelhança com Lost em todas as produções do J J Abrams, e adoro isso. gosto da tensão que ele consegue criar, considero algo único. particularmente, não acho que o filme tenha brilhado muito, para uma premissa tão instigante. ainda assim um bom filme.
Magia ao Luar
3.4 569 Assista Agoraos diálogos são leves, fluidos, sarcásticos e até mesmo reflexivos. eu gosto assim, nem vejo o tempo passar. :)
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraEggers conseguiu criar uma ambientação que eu considero perfeita: soturna, com filtro acinzentado, nevoeiro, floresta de árvores enormes e trilha sonora arrepiante. ouvi gente dizendo que o filme foi vendido de forma errada, com um trailer que sugeria um desenrolar totalmente diferente, algo que não concordo: eu notei, no primeiro olhar, que havia algo único e especial neste filme assim que assisti ao trailer.
leia mais: geekmag.me/cinema/critica-bruxa-2015/
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista Agoraa. cena. do. casamento.
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraCreed tem potencial para ser o melhor filme da franquia Rocky Balboa. é independente, mainstream, dramalhão e empolgante na medida certa, tudo ao mesmo tempo. a direção é grandiosa e sabe o que quer, as atuações são maravilhosas, o roteiro é muito satisfatório. Rocky consegue ser o alívio cômico e o peso do filme.
sentimos a sua solidão, a nostalgia dos tempos de boa forma, a sensação de tê-lo como um tio, como Adonis o chama. as cenas de lutas são fantásticas, bastante bem construídas. gosto da vibe criada no romance com Bianca, acho que funciona.
o filme tem algumas cafonices, mas nada que estrague o resultado final.
Ryan Coogler merecia uma indicação.
Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista Agoraa direção foi bastante feliz em muitos momentos. gosto da dinâmica entre todos os personagens, o filme tem um ritmo muito bom, daqueles que prendem o espectador. destaque para edição e efeitos visuais bastante bem executados.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista Agoraa ideia pode ter sido boa, bem pensada, mas a execução é totalmente falha. às vezes um filme muito ruim tem carisma, mas esse aqui, nem isso.