"Pra essas pessoas, a fé é baseado naquilo que não pode ser provado. Porque sem a fé, não existe manipulação. Sem manipulação, não existe medo. E sem medo não existe poder..." Adriel
Compartilho de alguns comentários por aqui, onde os primeiros episódios também não me chamaram a atenção, mas aos poucos foram ganhando força e tornando essa uma boa série para maratonar. A série é baseado nos quadrinhos homônimos do quadrinista taiwanês-americano, Ben Dunn (precursor dos mangás nos Estados Unidos).
"Guerras sempre saem do controle, logo todos estarão envolvidos" Gert
Um filme surreal que prende atenção nos momentos inicias, mas se perde na pretensão de poetizar a luta contra a objetificação e o abuso, como um ode ao feminismo.
Porém eu penso que a forma como foi conduzido o roteiro e a trama limita o entendimento do espectador sobre as razões que levaram as protagonistas até aqueles locais e situações.
"Nada é de graça nessa vida, tudo é um negócio..." Minerva
O roteiro e a direção são assinados pela atriz, escritora e diretora americana Lissette Feliciano. A sua produtora "Look at the Moon Pictures" é responsável pela criação de conteúdos originais para um novo público jovem e multicultural. Vale ressaltar que, além disso, possuem uma meta de possuir no seu cast (dentro e fora das câmeras), 50% de representação BIPOC (Black, indigenous , and people of colour).
Enfim, um filme simples mas com uma boa estória e narrativa.
"Ah, mas eu vou continuar viajando, continuar observando o amanhecer, até que eu possa deitar esse corpo solitário e quando esse dia chegar, eu nunca mais vou vagar. E cada estrada que eu vir, vai me levar pra casa..."
Esse é um trecho da canção "Endless Road" que encerra o documentário, na bela voz da cantora e compositora americana, Angel Olsen. Música essa escolhida a dedo, pois reflete em muito o tema abordado.
Um documentário que expõe um dos aspectos e mazelas das grandes metrópoles, revelando vidas sofridas emolduradas em sorrisos, em devaneios, em choros e na crença de dias melhores.
"No mundo dos ouvintes, os surdos são menosprezados"
A educação é a base para enfrentar toda a ignorância, falta de empatia e de amor.
Num mundo ideal, seria possível um ensino inclusivo onde todas as pessoas pudessem aprender junto, com as suas diferenças. Porém, esse ainda é um mundo muito distante da nossa realidade como seres humanos.
Porém, é gratificante ver o esforço e a dedicação do corpo docente juntamente com os talentosos e incansáveis alunos da Maryland School for the Deaf ( MSD ). Onde o ensino público e gratuito está num patamar muito acima do que estamos acostumados. Apesar de termos um belo trabalho em São Paulo da EMEBS Helen Keller.
Apesar do roteiro do filme não ser baseado em nenhum fato real "específico", ele traz uma reflexão ao trabalho análogo à escravidão nas grandes metrópoles, como em oficinas de costura, casas de entretenimento masculino, na construção civil, dentre outros.
As locações em São Paulo envolvem a região da Zona Leste, sendo que boa parte se passa no ferro velho "7 prisioneiros", localizado na Rua Ibirá (Vila Bertioga). O bar onde o Mateus vai comprar cigarro é o "Nosso bar, sabor do Nordeste" na Rua Ibitinga com a Rua Manaus.
"Quando se cresce seguindo modelo de masculinidade de John Wayne, o impulso nessa situação é não falar sobre isso". Alan
"Se alguém perguntar, o casal é a mais terrível provação que Deus nos infrnigiu... O casal e a família... " Michael
Um filme necessário e atemporal que reflete a maioria dos conceitos da família moderna, num roteiro que mescla senso de humor x senso de moral, paz mundial x conflitos familiares, padrões x impulsos, interesse coletivo x interesse próprio, síndrome do imperador x Efeito Dunning–Kruger, pais helicópteros x filhos mimados,
Enfim, o roteiro foi baseado no aclamado texto teatral Le Dieu du Carn (2007), da roteirista, escritora e atriz francesa, Yasmina Reza,
Uma obra visceral que expõe o lado selvagem do ser humano quando se sente afrontado pelo seus valores, conceitos e crenças. Um exame das normas e estereótipos, como causa do declínio da civilidade.
O filme prende a atenção e nos proporciona momentos hilários, os quais já vivenciamos ou presenciamos e, apesar de toda a trama se passar no mesmo cenário, não compromete o teor da estória e a grande atuação do elenco.
"História de amor nem sempre são o que parece. Às vezes não dá pra saber como elas vão terminar...Talvez o normal seja supervalorizado e as experiências mais interessantes sejam as que não fazem o menor sentido. E eu só seu de uma coisa, se você quer realmente se aproximar de alguém, você tem que se mostrar como realmente é. E torcer pra pessoa não sair correndo, por mais estranho que você se ache..." Eve
A comédia nesse filme está implícita no ridículo das situações. Enfim, boas gargalhadas. ...
"Dizem que há verdade em todo sonho..." Capitão Ejnar Mikkelsen
O roteiro do filme é baseado no livro de memórias de Ejnar: "Dois contra o gelo", lançado em 1957, narrando sua jornada de sobrevivência por 1 ano em ambiente inóspito e frio da Groenlândia, numa expedição de 1909-12 onde encontrou os mapas e diários deixados lá pelo explorador Ludwig Mylius-Erichsen em 1907.
Como boa parte dos filmes de sobrevivência, esse também nos remete a um clima de ansiedade e angústia, mas necessários para a trama.
"Vou te contar um segredinho das bailarinas. Nós somos resistentes a dor..."
Um filme intenso em forma, em expressões e nos corpos que transformam movimentos em arte numa analogia aos semideuses que buscavam a perfeição.
O filme é baseado no romance "Bright Burning Stars" da bailarina e escritora AK Small, publicado em 2019, onde se inspirou na sua própria experiência pois desde os começou a estudar ballet clássico desde os 5 anos de idade porém o abandonou a dança no auge do seu potencial. Mas utilizou suas próprias experiências de “estúdio” e “palco”
Como já citado por aqui pela usuária Lívia, achei muito interessante um trecho do filme onde a protagonista conta uma fábula a sua amiga sobre "a origem do céu noturno". Não consegui localizar a origem dessa fábula, mas em pesquisa constatei que, tradicionalmente, ela é contada comumente em acampamentos de verão nos Estados Unidos.
"Um dia você vai descobrir esse bilhete quando menos esperar. Anseio que você tome um minuto para lembrar como éramos juntos. Nos encontramos nessa vida e vamos nos encontrar na próxima. Com amor, Adrian..." "É como mágica, você me amou mas eu estou sentindo isso agora. Tão estranho, parece a luz de uma estrela que leva muito tempo para chegar ao destino. Mas está aqui, eu sinto. Você me amou quando eu não me amava. Com amor, Daphne."
O filme conta com boas atuações e o que me chamou a atenção é uma cena aos 21 minutos quando a protagonista recebe uma mensagem "listas para sofrer" relacionando as seguintes canções para se ouvir quando estiver deprê. E elas são: EFTERKLANG – MONUMENT CRANBERRIES – DREAMS BEACH HOUSE – REAL LOVE FAVELA – EASY LOVE DOVES – SNOWDEN LAMBCHOP – IN CARE OF PORCHES – BE APART ALDOUS HARDING – BLEND HAYDEN THORPE – LOVE CRIMES Apesar que, na minha opinião, nem todas são tão indicadas para tais momentos.
Enfim, a trilha sonora é bem eclética e mistura vários estilos e gêneros. Gostei muito.
E alias, nunca vi um filme ter em sua trilha sonora tantas músicas de uma das minhas bandas favoritas: Beach House, como esse longa metragem.
Interessante também ver a protagonista soltar a voz para cantar "Losing My Religion"
"Nós falamos, e contamos coisas, escrevemos sobre o passado, mas a gente não se lembra dos acontecimentos propriamente ditos,,," "Escrever embalsama o passado..." "Se você não tivesse perdido a fé, a morte não seria tão apavorante, escreviam os que acreditavam em Deus. Outros escreviam: “Sua obra ficará.” A todos eu respondia que eles estavam enganados. Porque a fé não podia fazer nada pela minha mãe. E o sucesso póstumo não me basta. Eu acho que no céu ou na terra, quando você está fortemente ligado à vida, a morte não é um consolo." "Eu achava que, de alguma maneira, era preciso ter raiva. Mas de quem? Eu não posso ficar com raiva de Deus se não acredito nele. Não posso me colocar contra minhas células e o meu corpo se são como os de todos da minha idade."
Alguns dos diálogos nos são presenteados nesse belíssimo filme da cineasta carioca Lúcia Maria Murat de Vasconcelos.
Para mim, especificamente, o aspecto visual, sonoro, aliado a temas que muito me agradam como a morte, o envelhecimento e a constatação da nossa impotência diante do futuro, foram muito bem alinhados com os textos da escritora, intelectual, filósofa existencialista, ativista política, feminista e teórica social francesa, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir.
Além disso, o filme é baseado no espetáculo coreográfico "Qualquer Coisa a Gente Muda" (2010) do diretor João Saldanha, com as talentosíssimas bailarinas Angel Vianna e Maria Alice Poppe, as quais fazem parte do filme. E NÃO FORAM MENCIONADAS NO ELENCO AQUI DO FILMOW. Assim como não foram mencionados alguns ícones que aparecem figurando em trecho final, não os tornando menos importante. Como é o caso dos inesquecíveis Altayr Farias de Lima (Palhaço Cocada), o pintor Fernando Otero e a grande dama da música dos anos 50, Helena de Lima. Ela canta uma das músicas que a consagrou: "Estão Voltando as Flores", de Paulinho Soledade. Todos esses três grandes artistas vivem atualmente no Retiro dos Artistas, localizado em Jacarepaguá (RJ).
Belíssimas também são as locações na cidade do Rio de Janeiro, como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, o Cemitério São João Batista, a Santa Casa da Misericórdia, o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e o próprio Retiro dos Artistas.
No caso da trilha sonora, ela encanta e nos emociona como: "Prelúdio - Tristão e Isolda" de Richard Wagner, "Ricercatas 4 e 7" de Gyorgy Ligeti, e a própria "Estão Voltando as flores" na voz de Helena de Lima.
As coreografias são um espetáculo à parte, num verdadeiro deleite visual em contrapartida com um show de interpretação das atrizes Andréia Beltrão e Nathalia Timberg.
As narrativas são inspiradas nos livros "La vieilesse" (A velhice) e "Une mort très douce" (Uma morte muito suave) de Beauvoir.
Agora, fiquei extremante curioso em ler os livros e assistir ao espetáculo.
"O teu mais ligeiro olhar facilmente me revelará, não obstante me ter fechado como dedos, abres-me sempre pétala a pétala como a Primavera abre (hábil e misteriosamente comovente), a sua primeira rosa. Não sei o que há em ti que fecha e abre... Apenas algo em mim compreende que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas, Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas."
Esse é um trecho recitado pela personagem Lee, do Poema "Nalgum lugar em que eu nunca estive" do poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano, E. E. Cummings, indicado pelo cunhado, Elliot quando visitavam a nostálgica "Pageant Book Print Shop". A título de curiosidade esse antiquário de livros raros e usados foi fundada em 1946, sendo um ícone da cidade de Nova York e, para quem reside na cidade de São Paulo, seria como o Sebo do Messias.
Ainda sobre o poema, ele faz parte do livro coletânea de poemas de Cummings, "Complete Poems". Esse poema foi musicado pelo cantor, compositor, cronista e músico brasileiro Zeca Baleiro, no álbum de 2000, "Líricas"
Num belo trabalho de roteiro, direção e atuação do Allen, esse filme nos traz um emaranhado de emoções conflitantes num âmbito familiar, além de um certo humor negro e trágico sobre os relacionamentos, aliada a uma leve sátira sobre o fundamentalismo religioso. Uma leve e interessante comédia dramática com um elenco de peso e uma narrativa bem escrita.
Maratona John Turturro (5º filme) Como nos 4 filmes anteriores, aqui ele não tem um grande papel de destaque, mas quando em cena consegue mostrar seu grande talento.
"Nunca vai ser, realmente, fácil. Mas acho que diria apenas o seguinte: O mundo vai ser mau para nós, não importa o que façamos. Portanto, não podemos nos dar ao luxo de ser maus conosco." Avô de Paul
A história do filme é escrita pela roteirista Olivia Dufault (Preacher, Legion) numa espécie de alegoria narrativa de transição de gênero no formato de conto de fadas, conforme suas próprias experiências pessoais em que passou por auto-aversão internalizada e medo da aceitação social. Segundo ela a ideia surgiu sete anos antes da escrita do roteiro, período em que cursava a faculdade e numa determinada aula de genética foi exposto a uma apresentação sobre condições incomuns transmitidas hereditariamente, como o caso da hipertricose, que resulta em cabelos grossos que crescem em todo o rosto e corpo. É de onde muitos acreditam que o mito do "homem-lobo" se originou.
Particularmente, achei a forma como a historia foi tratada na tela, extremamente peculiar, interessante e curiosa, abordando diversas ilustrações como abertura de capítulos e inserindo analogicamente mitos dos contos: O Lobo, O Diabo, A Sereia e A Rainha dos Piratas. Um verdadeiro caleidoscópio circense como folclore contemporâneo para a jornada de um pequeno e diferente herói. O roteiro acerta em na abordagem sobre as diferenças e sobre a solidão em cada um de nós.
Além de Turturo e Messina, ressalto o trio de jovens atores nos papeis de Paul, Aristana e Rose. Mas, principalmente para a personagem Aristana, onde creio que o filme acerta em muito em escolher um profissional trans (Sophie Giannamor) para viver essa bela e instigante persona. E como não se encantar com a sua performance para a canção "Annabel" da banda britânica Goldfrapp.
Destaque também para a música "Marriage Is For Old Folks" (Nina Simone) para a cena do trio no furgão e a canção "Demon Host" (Timber Timbre) já no final ao subir os créditos, Turturo e alguns figurantes dançam.
" Homens, foi uma longa guerra. Foi uma guerra dura. Vocês lutaram bravamente, com orgulho pelo seu país. Vocês são um grupo especial. Vocês encontraram um no outro um vínculo que existe apenas no combate, entre irmãos Vocês compartilharam trincheiras, abraçaram um ao outro em momentos terríveis. Vocês viram a morte e sofreram juntos. Estou orgulhoso de ter servido com cada um de vocês. Todos vocês merecem uma vida longa e feliz em paz. "
O texto acima faz parte do último episódio da série, nas palavras de um general alemão que era um oficial Heer servindo na Áustria. Após a rendição da Alemanha em 1945, ele fez um discurso para suas tropas agradecendo-lhes por seu serviço corajoso.
Entendo ser essa uma ótima produção, aliada a um roteiro e atuações extremamente realistas, cenas amargas e comoventes, com destaque para o 9º episódio.
O corpo pára, uma célula de cada vez Mas o cérebro continua disparando os neurônios como mini raios, como fogos ali dentro. Eu pensei que fosse me desesperar ou sentir medo, mas eu não senti nada disso, porque eu estou ocupado demais no momento... Ocupado demais lembrando. Eu lembro que cada átomo do meu corpo foi forjado numa estrela. Essa matéria, esse corpo é praticamente só espaço vazio no final das contas, em matéria sólida? É só energia vibrando lentamente. Não existe EU... Nunca existiu! Os elétrons do meu corpo dançam com os elétrons do chão em baixo de mim e do ar que eu já não respiro E eu lembro, não existe sentido onde tudo aquilo acaba e eu começo. Eu lembro que eu sou energia, não memória, não um EU O meu nome, a minha personalidade, as minhas escolhas, tudo veio depois de mim. E eu era antes deles e vou ser depois. E todo o resto são imagens que eu juntei no caminho Breves sonhos passageiros impressos no tecido do meu cérebro morrendo E eu sou o raio saltando ali Eu sou a energia disparando os neurônios E eu estou voltando... Só de lembrar, eu estou voltando para casa É como uma gota d’água caindo de volta no oceano de onde ela sempre fez parte Todas as coisas fazem parte, todos nós somos parte, todos que já existiram, toda planta, todo animal, átomo, estrela, toda galáxia... Tudo! Tem mais galáxias no universo do que grãos de areia na praia É disso que falamos quando dizemos “Deus” O cosmos e seus infinitos sonhos. Nós somos o Cosmos sonhando consigo mesmo É só um sonho que eu penso ser a minha vida, toda vez. Mas eu vou esquecer isso, eu sempre esqueço os meus sonhos. Mas agora, nesse milésimo de segundo, no momento que eu lembro, no instante que eu lembro, eu compreendo tudo de uma vez Não existe tempo, não existe morte... A vida é um sonho É um desejo feito repetidamente por toda a eternidade Eu sou tudo isso... Eu sou tudo... Eu sou todos Eu sou o que sou. (monólogo da personagem Erin Greene)
"Porque esses pés já viram mais milhas e areia vermelhas que você... Eu me fiz caminhando, minha alma está casada. Cansada de ser tratado como menos do que um homem. Então vou continuar caminhando o quanto for necessário, porque esses pés podem estar cansados, mas minha alta está descansada."
Um belo filme, baseado na vida da ativista afro-americana, do movimento pelos direitos civis, mais conhecida por seu papel fundamental no boicote aos ônibus de Montgomery
"É que preciso medir o perigo, sem essa medida fica difícil calcular a distância de resgate..." Amanda
Esse intrigante filme é inspirado no romance de 2014, "Distancia de Rescate", da escritora argentina, Samanta Schweblin, autora de três coleções de histórias que receberam vários prêmios e foram traduzidas para 20 idiomas. A escritora também assina o roteiro, juntamente com a diretora e cineasta peruana, Claudia Llosa.
O fato é que ao assistir ao filme, fiquei extremamente curioso em ler a obra literária, pois a trama me chamou muito a atenção.
Sim, é um filme que pode ser considerado confuso para muitos, mas essa é uma forma de narrativa que brinca com a perspectiva entre sons, imagens, flashs temporais de forma fascinante, embriagante e até, desconcertante diante de aspectos físicos, emocionais, e efeitos mentais da exposição a uma substância invisível.
Um ótimo trabalho de direção, sonoplastia, filmografia e roteiro, aliado a uma bela fotografia e atuações extremamente competentes.
O filme causa desconforto, chegando a ser perturbador em algumas cenas, mas penso que esse é o propósito que fica mais evidente já nas cenas finais.
A narrativa é complexa e aborda vários temas de importância crucial para a nossa vida nesse planeta, tanto em aspectos físicos, ideológicos e espirituais versus ciência, realidade e superstição
O relacionamento entre mãe e filha é uma bela analogia entre nós e o planeta. Será que nós estamos cientes da distância de resgate que nos separa do caos? Será que enxergamos esse fio invisível que, nos tempos atuais, está extremamente esticado?
Enfim, um filme instigante e febril, para temas tão urgentes quanto o ato de viver, e amar, e os preservar.
...e todas as coisas, até as mais insignificantes, tinham outro sentido, já que sabia que faria para ela pela última vez. Comportando-se como um homem apaixonado, ele mais uma vez se converteu em um homem apaixonado." (narrador)
Esse curta metragem escrito e dirigido pela excelente cineasta espanhola, faz parte do longa metragem "Paris, Te Amo" (2006), que reúne uma gama de diretores, belas histórias e ótimos atores, na charmosa "cidade luz", onde o amor está em todo o lugar e já foi retratada em tantos outros filmes, mostrando muito mais que os seus belos monumentos, museus, praças, bares, cafés e restaurantes.
Enfim, a trama é simples e comovente e nos arrasta para uma situação conjugal que envolve traição e um inesperado golpe, comum em nossas vidas e que é condutor de uma reviravolta e um desfecho inesperado para uma triste história.
Assim é o amor e os seus mistérios emaranhados na vida, onde nada é definitivo ou concreto.
Em poucos minutos o curta cumpre o que se propõe e deixa uma bela mensagem de transformação, sacrifício e um novo sentido a vida.
Além disso possui uma bela locação inicial no Restaurante Le Square Trousseau, localizado entre o Sena, a Bastilha e o cemitério Père-Lachaise.
Durante a trama há referências aos filmes "Danação" (1987) do cineasta húngaro Béla Tarr e "A Harmonia Werckmeister" (2000), também de Béla Tarr e da diretora húngara Ágnes Hranitzky. Outra referência é o livro "Minha Querida Sputnik" do escritor e tradutor japonês Haruki Murakami.
Como não há descrição, de quem cadastrou, segue abaixo o elenco principal e outros dados.
Miranda Richardson (esposa) Sergio Castellitto (esposo) Leonor Watling (amante)
Jean-Claude Larrieu (direção de fotografia) Anne Klotz (edição)
"Estou disposto a me arrepender de você pelo resto da minha vida..."
Apesar do filme contar com um ótimo elenco e uma trama até interessante, o ritmo é bem arrastado e com pouca graça para um longa descrito como comédia.
Warrior Nun (1ª Temporada)
3.5 106 Assista Agora"Pra essas pessoas, a fé é baseado naquilo que não pode ser provado. Porque sem a fé, não existe manipulação. Sem manipulação, não existe medo. E sem medo não existe poder..." Adriel
Compartilho de alguns comentários por aqui, onde os primeiros episódios também não me chamaram a atenção, mas aos poucos foram ganhando força e tornando essa uma boa série para maratonar.
A série é baseado nos quadrinhos homônimos do quadrinista taiwanês-americano, Ben Dunn (precursor dos mangás nos Estados Unidos).
Mayday
2.6 4"Guerras sempre saem do controle, logo todos estarão envolvidos" Gert
Um filme surreal que prende atenção nos momentos inicias, mas se perde na pretensão de poetizar a luta contra a objetificação e o abuso, como um ode ao feminismo.
Porém eu penso que a forma como foi conduzido o roteiro e a trama limita o entendimento do espectador sobre as razões que levaram as protagonistas até aqueles locais e situações.
Women Is Losers
3.3 4 Assista Agora"Nada é de graça nessa vida, tudo é um negócio..." Minerva
O roteiro e a direção são assinados pela atriz, escritora e diretora americana Lissette Feliciano. A sua produtora "Look at the Moon Pictures" é responsável pela criação de conteúdos originais para um novo público jovem e multicultural. Vale ressaltar que, além disso, possuem uma meta de possuir no seu cast (dentro e fora das câmeras), 50% de representação BIPOC (Black, indigenous , and people of colour).
Enfim, um filme simples mas com uma boa estória e narrativa.
Onde Eu Moro
3.4 71 Assista Agora"Ah, mas eu vou continuar viajando, continuar observando o amanhecer, até que eu possa deitar esse corpo solitário e quando esse dia chegar, eu nunca mais vou vagar. E cada estrada que eu vir, vai me levar pra casa..."
Esse é um trecho da canção "Endless Road" que encerra o documentário, na bela voz da cantora e compositora americana, Angel Olsen. Música essa escolhida a dedo, pois reflete em muito o tema abordado.
Um documentário que expõe um dos aspectos e mazelas das grandes metrópoles, revelando vidas sofridas emolduradas em sorrisos, em devaneios, em choros e na crença de dias melhores.
Audible
3.5 32"No mundo dos ouvintes, os surdos são menosprezados"
A educação é a base para enfrentar toda a ignorância, falta de empatia e de amor.
Num mundo ideal, seria possível um ensino inclusivo onde todas as pessoas pudessem aprender junto, com as suas diferenças. Porém, esse ainda é um mundo muito distante da nossa realidade como seres humanos.
Porém, é gratificante ver o esforço e a dedicação do corpo docente juntamente com os talentosos e incansáveis alunos da Maryland School for the Deaf ( MSD ). Onde o ensino público e gratuito está num patamar muito acima do que estamos acostumados. Apesar de termos um belo trabalho em São Paulo da EMEBS Helen Keller.
Um belo documentário.
7 Prisioneiros
3.9 318"São Paulo não espera ninguém..." Gilson
Apesar do roteiro do filme não ser baseado em nenhum fato real "específico", ele traz uma reflexão ao trabalho análogo à escravidão nas grandes metrópoles, como em oficinas de costura, casas de entretenimento masculino, na construção civil, dentre outros.
As locações em São Paulo envolvem a região da Zona Leste, sendo que boa parte se passa no ferro velho "7 prisioneiros", localizado na Rua Ibirá (Vila Bertioga). O bar onde o Mateus vai comprar cigarro é o "Nosso bar, sabor do Nordeste" na Rua Ibitinga com a Rua Manaus.
Enfim, um bom filme.
A Escolha Perfeita
3.8 1,6K Assista AgoraComo todo rebelde incompreendido ele se alimenta de hipocrisia e café preto, de manhã."
A frase acima é a resposta de Jesse à Beca, quando ela pergunta o que o ator Judd Nelson toma no café da manhã (em referência ao filme Clube dos 5).
Enfim, um bom filme com belas canções, trilha sonora cativante, algumas pitadas de saudosismos no roteiro e uma opção legal para passar o tempo.
Deus da Carnificina
3.8 1,4K"Quando se cresce seguindo modelo de masculinidade de John Wayne, o impulso nessa situação é não falar sobre isso". Alan
"Se alguém perguntar, o casal é a mais terrível provação que Deus nos infrnigiu... O casal e a família... " Michael
Um filme necessário e atemporal que reflete a maioria dos conceitos da família moderna, num roteiro que mescla senso de humor x senso de moral, paz mundial x conflitos familiares, padrões x impulsos, interesse coletivo x interesse próprio, síndrome do imperador x Efeito Dunning–Kruger, pais helicópteros x filhos mimados,
Enfim, o roteiro foi baseado no aclamado texto teatral Le Dieu du Carn (2007), da roteirista, escritora e atriz francesa, Yasmina Reza,
Uma obra visceral que expõe o lado selvagem do ser humano quando se sente afrontado pelo seus valores, conceitos e crenças. Um exame das normas e estereótipos, como causa do declínio da civilidade.
O filme prende a atenção e nos proporciona momentos hilários, os quais já vivenciamos ou presenciamos e, apesar de toda a trama se passar no mesmo cenário, não compromete o teor da estória e a grande atuação do elenco.
Enfim, um ótimo filme.
Casamento às Avessas
2.3 12 Assista Agora"História de amor nem sempre são o que parece. Às vezes não dá pra saber como elas vão terminar...Talvez o normal seja supervalorizado e as experiências mais interessantes sejam as que não fazem o menor sentido. E eu só seu de uma coisa, se você quer realmente se aproximar de alguém, você tem que se mostrar como realmente é. E torcer pra pessoa não sair correndo, por mais estranho que você se ache..." Eve
A comédia nesse filme está implícita no ridículo das situações. Enfim, boas gargalhadas.
...
Contra o Gelo
3.4 100"Dizem que há verdade em todo sonho..." Capitão Ejnar Mikkelsen
O roteiro do filme é baseado no livro de memórias de Ejnar: "Dois contra o gelo", lançado em 1957, narrando sua jornada de sobrevivência por 1 ano em ambiente inóspito e frio da Groenlândia, numa expedição de 1909-12 onde encontrou os mapas e diários deixados lá pelo explorador Ludwig Mylius-Erichsen em 1907.
Como boa parte dos filmes de sobrevivência, esse também nos remete a um clima de ansiedade e angústia, mas necessários para a trama.
Enfim, uma boa história resultando num bom filme.
Pássaros de Liberdade
3.1 34"Vou te contar um segredinho das bailarinas. Nós somos resistentes a dor..."
Um filme intenso em forma, em expressões e nos corpos que transformam movimentos em arte numa analogia aos semideuses que buscavam a perfeição.
O filme é baseado no romance "Bright Burning Stars" da bailarina e escritora AK Small, publicado em 2019, onde se inspirou na sua própria experiência pois desde os começou a estudar ballet clássico desde os 5 anos de idade porém o abandonou a dança no auge do seu potencial. Mas utilizou suas próprias experiências de “estúdio” e “palco”
Como já citado por aqui pela usuária Lívia, achei muito interessante um trecho do filme onde a protagonista conta uma fábula a sua amiga sobre "a origem do céu noturno". Não consegui localizar a origem dessa fábula, mas em pesquisa constatei que, tradicionalmente, ela é contada comumente em acampamentos de verão nos Estados Unidos.
Um bom filme.
Amor A Três
3.0 59"Um dia você vai descobrir esse bilhete quando menos esperar. Anseio que você tome um minuto para lembrar como éramos juntos. Nos encontramos nessa vida e vamos nos encontrar na próxima. Com amor, Adrian..."
"É como mágica, você me amou mas eu estou sentindo isso agora. Tão estranho, parece a luz de uma estrela que leva muito tempo para chegar ao destino. Mas está aqui, eu sinto. Você me amou quando eu não me amava. Com amor, Daphne."
O filme conta com boas atuações e o que me chamou a atenção é uma cena aos 21 minutos quando a protagonista recebe uma mensagem "listas para sofrer" relacionando as seguintes canções para se ouvir quando estiver deprê. E elas são:
EFTERKLANG – MONUMENT
CRANBERRIES – DREAMS
BEACH HOUSE – REAL LOVE
FAVELA – EASY LOVE
DOVES – SNOWDEN
LAMBCHOP – IN CARE OF
PORCHES – BE APART
ALDOUS HARDING – BLEND
HAYDEN THORPE – LOVE CRIMES
Apesar que, na minha opinião, nem todas são tão indicadas para tais momentos.
Enfim, a trilha sonora é bem eclética e mistura vários estilos e gêneros. Gostei muito.
E alias, nunca vi um filme ter em sua trilha sonora tantas músicas de uma das minhas bandas favoritas: Beach House, como esse longa metragem.
Interessante também ver a protagonista soltar a voz para cantar "Losing My Religion"
Um bom passatempo.
Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom
4.3 184 Assista Agora"Eu não posso aceitar que depois de tantas guerras no mundo, nós ainda resolvemos nossos problemas matando uns aos outros..."
Narrativa de um dos ativistas durante a Primavera Ucraniana.
Documentário intenso.
Em Três Atos
3.8 27"Nós falamos, e contamos coisas, escrevemos sobre o passado, mas a gente não se lembra dos acontecimentos propriamente ditos,,,"
"Escrever embalsama o passado..."
"Se você não tivesse perdido a fé, a morte não seria tão apavorante, escreviam os que acreditavam em Deus. Outros escreviam: “Sua obra ficará.” A todos eu respondia que eles estavam enganados. Porque a fé não podia fazer nada pela minha mãe. E o sucesso póstumo não me basta. Eu acho que no céu ou na terra, quando você está fortemente ligado à vida, a morte não é um consolo."
"Eu achava que, de alguma maneira, era preciso ter raiva. Mas de quem? Eu não posso ficar com raiva de Deus se não acredito nele. Não posso me colocar contra minhas células e o meu corpo se são como os de todos da minha idade."
Alguns dos diálogos nos são presenteados nesse belíssimo filme da cineasta carioca Lúcia Maria Murat de Vasconcelos.
Para mim, especificamente, o aspecto visual, sonoro, aliado a temas que muito me agradam como a morte, o envelhecimento e a constatação da nossa impotência diante do futuro, foram muito bem alinhados com os textos da escritora, intelectual, filósofa existencialista, ativista política, feminista e teórica social francesa, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir.
Além disso, o filme é baseado no espetáculo coreográfico "Qualquer Coisa a Gente Muda" (2010) do diretor João Saldanha, com as talentosíssimas bailarinas Angel Vianna e Maria Alice Poppe, as quais fazem parte do filme. E NÃO FORAM MENCIONADAS NO ELENCO AQUI DO FILMOW. Assim como não foram mencionados alguns ícones que aparecem figurando em trecho final, não os tornando menos importante. Como é o caso dos inesquecíveis Altayr Farias de Lima (Palhaço Cocada), o pintor Fernando Otero e a grande dama da música dos anos 50, Helena de Lima. Ela canta uma das músicas que a consagrou: "Estão Voltando as Flores", de Paulinho Soledade. Todos esses três grandes artistas vivem atualmente no Retiro dos Artistas, localizado em Jacarepaguá (RJ).
Belíssimas também são as locações na cidade do Rio de Janeiro, como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, o Cemitério São João Batista, a Santa Casa da Misericórdia, o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e o próprio Retiro dos Artistas.
No caso da trilha sonora, ela encanta e nos emociona como: "Prelúdio - Tristão e Isolda" de Richard Wagner, "Ricercatas 4 e 7" de Gyorgy Ligeti, e a própria "Estão Voltando as flores" na voz de Helena de Lima.
As coreografias são um espetáculo à parte, num verdadeiro deleite visual em contrapartida com um show de interpretação das atrizes Andréia Beltrão e Nathalia Timberg.
As narrativas são inspiradas nos livros "La vieilesse" (A velhice) e "Une mort très douce" (Uma morte muito suave) de Beauvoir.
Agora, fiquei extremante curioso em ler os livros e assistir ao espetáculo.
Enfim, super recomendo.
Hannah e Suas Irmãs
4.0 293"O teu mais ligeiro olhar facilmente me revelará, não obstante me ter fechado como dedos, abres-me sempre pétala a pétala como a Primavera abre (hábil e misteriosamente comovente), a sua primeira rosa. Não sei o que há em ti que fecha e abre... Apenas algo em mim compreende que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas, Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas."
Esse é um trecho recitado pela personagem Lee, do Poema "Nalgum lugar em que eu nunca estive" do poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano, E. E. Cummings, indicado pelo cunhado, Elliot quando visitavam a nostálgica "Pageant Book Print Shop". A título de curiosidade esse antiquário de livros raros e usados foi fundada em 1946, sendo um ícone da cidade de Nova York e, para quem reside na cidade de São Paulo, seria como o Sebo do Messias.
Ainda sobre o poema, ele faz parte do livro coletânea de poemas de Cummings, "Complete Poems". Esse poema foi musicado pelo cantor, compositor, cronista e músico brasileiro Zeca Baleiro, no álbum de 2000, "Líricas"
Num belo trabalho de roteiro, direção e atuação do Allen, esse filme nos traz um emaranhado de emoções conflitantes num âmbito familiar, além de um certo humor negro e trágico sobre os relacionamentos, aliada a uma leve sátira sobre o fundamentalismo religioso.
Uma leve e interessante comédia dramática com um elenco de peso e uma narrativa bem escrita.
Maratona John Turturro (5º filme)
Como nos 4 filmes anteriores, aqui ele não tem um grande papel de destaque, mas quando em cena consegue mostrar seu grande talento.
The True Adventures of Wolfboy
2.9 12"Nunca vai ser, realmente, fácil. Mas acho que diria apenas o seguinte: O mundo vai ser mau para nós, não importa o que façamos. Portanto, não podemos nos dar ao luxo de ser maus conosco." Avô de Paul
A história do filme é escrita pela roteirista Olivia Dufault (Preacher, Legion) numa espécie de alegoria narrativa de transição de gênero no formato de conto de fadas, conforme suas próprias experiências pessoais em que passou por auto-aversão internalizada e medo da aceitação social. Segundo ela a ideia surgiu sete anos antes da escrita do roteiro, período em que cursava a faculdade e numa determinada aula de genética foi exposto a uma apresentação sobre condições incomuns transmitidas hereditariamente, como o caso da hipertricose, que resulta em cabelos grossos que crescem em todo o rosto e corpo. É de onde muitos acreditam que o mito do "homem-lobo" se originou.
Particularmente, achei a forma como a historia foi tratada na tela, extremamente peculiar, interessante e curiosa, abordando diversas ilustrações como abertura de capítulos e inserindo analogicamente mitos dos contos: O Lobo, O Diabo, A Sereia e A Rainha dos Piratas. Um verdadeiro caleidoscópio circense como folclore contemporâneo para a jornada de um pequeno e diferente herói. O roteiro acerta em na abordagem sobre as diferenças e sobre a solidão em cada um de nós.
Além de Turturo e Messina, ressalto o trio de jovens atores nos papeis de Paul, Aristana e Rose. Mas, principalmente para a personagem Aristana, onde creio que o filme acerta em muito em escolher um profissional trans (Sophie Giannamor) para viver essa bela e instigante persona. E como não se encantar com a sua performance para a canção "Annabel" da banda britânica Goldfrapp.
Destaque também para a música "Marriage Is For Old Folks" (Nina Simone) para a cena do trio no furgão e a canção "Demon Host" (Timber Timbre) já no final ao subir os créditos, Turturo e alguns figurantes dançam.
Maratona Jaeden Martell (6º assistido)
Irmãos de Guerra
4.7 621 Assista Agora" Homens, foi uma longa guerra. Foi uma guerra dura. Vocês lutaram bravamente, com orgulho pelo seu país. Vocês são um grupo especial. Vocês encontraram um no outro um vínculo que existe apenas no combate, entre irmãos Vocês compartilharam trincheiras, abraçaram um ao outro em momentos terríveis. Vocês viram a morte e sofreram juntos. Estou orgulhoso de ter servido com cada um de vocês. Todos vocês merecem uma vida longa e feliz em paz. "
O texto acima faz parte do último episódio da série, nas palavras de um general alemão que era um oficial Heer servindo na Áustria. Após a rendição da Alemanha em 1945, ele fez um discurso para suas tropas agradecendo-lhes por seu serviço corajoso.
Entendo ser essa uma ótima produção, aliada a um roteiro e atuações extremamente realistas, cenas amargas e comoventes, com destaque para o 9º episódio.
Vale a pena conferir.
Missa da Meia-Noite
3.9 730O corpo pára, uma célula de cada vez
Mas o cérebro continua disparando os neurônios como mini raios, como fogos ali dentro.
Eu pensei que fosse me desesperar ou sentir medo, mas eu não senti nada disso, porque eu estou ocupado demais no momento...
Ocupado demais lembrando.
Eu lembro que cada átomo do meu corpo foi forjado numa estrela.
Essa matéria, esse corpo é praticamente só espaço vazio no final das contas, em matéria sólida?
É só energia vibrando lentamente.
Não existe EU... Nunca existiu!
Os elétrons do meu corpo dançam com os elétrons do chão em baixo de mim e do ar que eu já não respiro
E eu lembro, não existe sentido onde tudo aquilo acaba e eu começo.
Eu lembro que eu sou energia, não memória, não um EU
O meu nome, a minha personalidade, as minhas escolhas, tudo veio depois de mim.
E eu era antes deles e vou ser depois.
E todo o resto são imagens que eu juntei no caminho
Breves sonhos passageiros impressos no tecido do meu cérebro morrendo
E eu sou o raio saltando ali
Eu sou a energia disparando os neurônios
E eu estou voltando...
Só de lembrar, eu estou voltando para casa
É como uma gota d’água caindo de volta no oceano de onde ela sempre fez parte
Todas as coisas fazem parte, todos nós somos parte, todos que já existiram, toda planta, todo animal, átomo, estrela, toda galáxia... Tudo!
Tem mais galáxias no universo do que grãos de areia na praia
É disso que falamos quando dizemos “Deus”
O cosmos e seus infinitos sonhos.
Nós somos o Cosmos sonhando consigo mesmo
É só um sonho que eu penso ser a minha vida, toda vez.
Mas eu vou esquecer isso, eu sempre esqueço os meus sonhos.
Mas agora, nesse milésimo de segundo, no momento que eu lembro, no instante que eu lembro, eu compreendo tudo de uma vez
Não existe tempo, não existe morte... A vida é um sonho
É um desejo feito repetidamente por toda a eternidade
Eu sou tudo isso... Eu sou tudo... Eu sou todos
Eu sou o que sou.
(monólogo da personagem Erin Greene)
A História de Rosa Parks
3.8 12"Porque esses pés já viram mais milhas e areia vermelhas que você... Eu me fiz caminhando, minha alma está casada. Cansada de ser tratado como menos do que um homem. Então vou continuar caminhando o quanto for necessário, porque esses pés podem estar cansados, mas minha alta está descansada."
Um belo filme, baseado na vida da ativista afro-americana, do movimento pelos direitos civis, mais conhecida por seu papel fundamental no boicote aos ônibus de Montgomery
O Fio Invisível
2.7 52"É que preciso medir o perigo, sem essa medida fica difícil calcular a distância de resgate..." Amanda
Esse intrigante filme é inspirado no romance de 2014, "Distancia de Rescate", da escritora argentina, Samanta Schweblin, autora de três coleções de histórias que receberam vários prêmios e foram traduzidas para 20 idiomas. A escritora também assina o roteiro, juntamente com a diretora e cineasta peruana, Claudia Llosa.
O fato é que ao assistir ao filme, fiquei extremamente curioso em ler a obra literária, pois a trama me chamou muito a atenção.
Sim, é um filme que pode ser considerado confuso para muitos, mas essa é uma forma de narrativa que brinca com a perspectiva entre sons, imagens, flashs temporais de forma fascinante, embriagante e até, desconcertante diante de aspectos físicos, emocionais, e efeitos mentais da exposição a uma substância invisível.
Um ótimo trabalho de direção, sonoplastia, filmografia e roteiro, aliado a uma bela fotografia e atuações extremamente competentes.
O filme causa desconforto, chegando a ser perturbador em algumas cenas, mas penso que esse é o propósito que fica mais evidente já nas cenas finais.
A narrativa é complexa e aborda vários temas de importância crucial para a nossa vida nesse planeta, tanto em aspectos físicos, ideológicos e espirituais versus ciência, realidade e superstição
O relacionamento entre mãe e filha é uma bela analogia entre nós e o planeta. Será que nós estamos cientes da distância de resgate que nos separa do caos? Será que enxergamos esse fio invisível que, nos tempos atuais, está extremamente esticado?
Enfim, um filme instigante e febril, para temas tão urgentes quanto o ato de viver, e amar, e os preservar.
Bastille
3.8 2...e todas as coisas, até as mais insignificantes, tinham outro sentido, já que sabia que faria para ela pela última vez. Comportando-se como um homem apaixonado, ele mais uma vez se converteu em um homem apaixonado." (narrador)
Esse curta metragem escrito e dirigido pela excelente cineasta espanhola, faz parte do longa metragem "Paris, Te Amo" (2006), que reúne uma gama de diretores, belas histórias e ótimos atores, na charmosa "cidade luz", onde o amor está em todo o lugar e já foi retratada em tantos outros filmes, mostrando muito mais que os seus belos monumentos, museus, praças, bares, cafés e restaurantes.
Enfim, a trama é simples e comovente e nos arrasta para uma situação conjugal que envolve traição e um inesperado golpe, comum em nossas vidas e que é condutor de uma reviravolta e um desfecho inesperado para uma triste história.
Assim é o amor e os seus mistérios emaranhados na vida, onde nada é definitivo ou concreto.
Em poucos minutos o curta cumpre o que se propõe e deixa uma bela mensagem de transformação, sacrifício e um novo sentido a vida.
Além disso possui uma bela locação inicial no Restaurante Le Square Trousseau, localizado entre o Sena, a Bastilha e o cemitério Père-Lachaise.
Durante a trama há referências aos filmes "Danação" (1987) do cineasta húngaro Béla Tarr e "A Harmonia Werckmeister" (2000), também de Béla Tarr e da diretora húngara Ágnes Hranitzky. Outra referência é o livro "Minha Querida Sputnik" do escritor e tradutor japonês Haruki Murakami.
Como não há descrição, de quem cadastrou, segue abaixo o elenco principal e outros dados.
Miranda Richardson (esposa)
Sergio Castellitto (esposo)
Leonor Watling (amante)
Jean-Claude Larrieu (direção de fotografia)
Anne Klotz (edição)
O Chalé
3.3 723 Assista Agora"Não precisa ter medo de nada, a morte já está atrás de nós..." Grace
Algumas partes do roteiro foram inspiradas no clássico de Hitchcock "Rebecca" (1940) e a seita "Heaven's Gate."
O filme cumpre o que se propõe, num ritmo de terror psicológico e um clima de tensão que prende bem a atenção.
Maratona Jaeden Martell (5º assistido)
Sob o Mesmo Céu
2.7 455 Assista Agora"Quando criança, olhei para cima e senti o futuro." Brian
Boa fotografia e elenco, mas a história e bem água com açúcar.
Maratona Jaeden Martell (4º assistido)
Deixa Rolar
2.8 227 Assista Agora"Estou disposto a me arrepender de você pelo resto da minha vida..."
Apesar do filme contar com um ótimo elenco e uma trama até interessante, o ritmo é bem arrastado e com pouca graça para um longa descrito como comédia.
Maratona Jaeden Martell (3º assistido)