Em algum momento de nossas vidas, sonhamos com um amor de cinema. Aquele arrebatador, que surge quando um casal se conhece e se apaixona perdidamente.
As imagens do casal superando obstáculos para ficarem juntos tomou conta de nossas retinas desde a época das projeções em celuloide preto e branca.
É bom quando eles encontram pela primeira vez, quando dão o primeiro beijo, quando vão para a cama. É horrível quando eles brigam, se separam e ficam longe um do outro. É reconfortante quando eles voltam e se amam novamente.
Garoto conhece garota. Garota conhece garoto. Garoto conhece garoto. Garota conhece garota. Os roteiristas de hoje possuem muitas opções para sair do tradicional “boy meets girl”, e nós acompanhamos igualmente apaixonados todas elas.
Essa nossa ânsia por histórias românticas vem do fato de que talvez nunca consigamos amar da forma como as pessoas se amam nos filmes. Talvez iremos navegar para sempre nas fantasias cinematográficas, como míseros mortais que somos. Ou será que o próprio cinema é culpado de nos iludir?
Provavelmente, vivemos em um mundo tão cruel e obscuro que precisamos consumir aos prantos as maravilhas românticas projetadas na tela. Mas, o cinema é um espelho da realidade, e ultimamente ele vem contando histórias de amor um tanto quando amargas ou mesmo agridoces, como em “500 dias com Ela”, “Me Chame Pelo Seu Nome” e na trilogia formada por “Antes do Amanhecer”, “Antes do por do Sol” e “Antes da Meia Noite”. É só lembrar deles e voltar a e se emocionar.
Essas são histórias com um pé na realidade, que tentam supostamente mostrar relacionamentos parecidos aos daqueles que assistem na sala escura. Bom, então a esse grupo podemos adicionar “Normal People”, que originalmente é uma série, mas que considero como uma peça cinematográfica de, aproximadamente, seis horas de duração. E, sem dúvida, uma das melhores do gênero da última década.
Em “Normal People”, a garota conhece o garoto desde a infância, já que a mãe do garoto é empregada doméstica na mansão dos pais da garota. Ela é Marianne, ele é Connell, e estudam na mesma escola interiorana. Ele é tímido e retraído, ela também. Ele é popular, apesar da timidez. Ela é impopular pela forma arrogante como trata as pessoas, que a maltratam de diferentes formas. Em sua mansão, o irmão e a mãe também não gostam dela. Já ele é amado pela mãe solteira.
Os dois passam a se amar e a namorar secretamente. São ótimos juntos. O tesão é avassalador quando fazem sexo. Estão, de fato, apaixonados, o problema é que eles não conseguem externar os sentimentos um para o outro. A falta de comunicação acaba por separá-los várias vezes durante a trama.
A escola termina. A mulher Marianne, e o homem Connell vão para a mesma universidade em Dublin. Se encontram novamente. O amor, a paixão e o tesão que sentem são os mesmos, assim como a falta de comunicação. Eles namoram outras pessoas e tentam seguir a vida, mas o magnetismo que seus corpos exalam os une intensamente.
“Intensidade” é uma palavra que pode ser usada na análise de qualquer um dos doze episódios de “Normal People”, e isso se deve às atuações de seus protagonistas Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal, e à direção de Lenny Abrahamson (“O Quarto de Jack”) e Hettie Macdonald. Os atores entregam tudo o que possuem para criarem personagens complexos e encantadores. Quando estão juntos em cena, as sensações que transmitem ao espectador variam entre tensão, angústia, cumplicidade, tristeza e alegria. A química entre eles é inegável e importante para a obra.
Já os diretores aproveitam o talento de seus intérpretes com sabedoria. A câmera cola nos corpos. Os planos exalam significados nas câmeras que parecem esmagar corpos deitados, ou transfigurá-los de ponta cabeça. Os gestos são destacados, tirando a necessidade de qualquer diálogo em momentos chave, afinal, conhecemos intimamente Marianne e Connell. Abrahamson e Macdonald dirigem, cada um, seis episódios, e colocam essa série irlandesa no hall das obras-primas audiovisuais da atualidade.
Ao término “Normal People”, fica um sentimento de solidão. Queremos ver mais da vida daquele casal – é improvável, pois, neste momento, uma segunda temporada está fora dos planos – o que vai ser deles após os acontecimentos da temporada? Comprar o livro de Sally Rooney, no qual a série se baseou, vira uma opção para tentar descobrir algo que não tenha entrado na série e que revele o destino de Marianne e Connel, no entanto, aquelas belas imagens recém-impressas em nossas memórias não podem ser substituídas.
A euforia é o excesso de alegria e bem-estar em pessoas diagnosticadas com distúrbios psicológicos, como a bipolaridade. O problema é que a euforia é seguida por uma sensação de tristeza extrema, transformando a vida dos doentes em uma montanha russa de subidas e descidas que destroem suas relações sociais. Imagine conviver com tais sintomas e ainda ter que enfrentar a época mais difícil da vida: a adolescência. Bom, esses são os desafios de Rue (Zendaya) e outros adolescentes na magnifica série da HBO, “Euphoria”. Rue sofre de depressão e transtorno bipolar, que a faz procurar nas drogas um alívio. Claro que as consequências são uma overdose e alguns dias em coma. A vida da garota também é cheia de outros problemas, como a morte do pai e a falta de amigos que compreendam sua personalidade. Ela passa por um período de reabilitação em uma clinica que não surte resultado, pois o vicio sempre se mantém presente. Entre escola e casa, há as visitas ao traficante local, de quem é amiga. Mas, não é só em Rue que “Euphoria” se apega, e ela serve de narradora para apresentar as histórias de inúmeros personagens em seus dramas pessoais durante o ensino médio. São nas cenas desses personagens que estão presentes a maior parte dos momentos que causaram tanta polêmica perante a audiência mais conservadora. Na maioria dos oito episódios são se economiza nas cenas de sexo, na nudez, na violência física e psicológica e no uso de drogas, porém, as críticas que surgiram nos EUA logo após a estreia são infundadas e partem de concepções superficiais sobre a proposta da série. Não há em “Euphoria” a intenção de mostrar gratuitamente garotas nuas fazendo sexo para atrair a audiência masculina descerebrada. As cenas não possuem teor erótico e são tratadas pelos roteiristas e diretores com frieza e desconforto, para que aquele mundo cruel tome forma nas cabeças dos espectadores mais sensíveis e conscientes. É, por exemplo, de cortar o coração acompanhar as humilhações sofridas por Cassie (Sydney Sweeney), que é tratada como objeto por todos os garotos do colégio depois que vídeos seus fazendo sexo com diversos parceiros são expostos. Mesmo quando ela encontra um namorado que diz que a ama, ele se recusa a assumi-la perante os amigos, com medo de sujar sua reputação. Com fama de “fácil”, Cassie só quer achar o amor idealizado em uma pessoa que a faça se sentir correspondida. Porém, sua beleza, realçada pelas roupas provocantes, acaba tornando-se um chamariz para predadores casuais, que acabam destruindo seus sentimentos. Outra vítima da própria beleza é Maddy (Alexa Demie) que sofre constantes agressões de seu namorado Nate (Jacob Elordi). O capitão do time de futebol americano não aceita o modo sexy como a garota se veste e a quer mais pura, recatada e limpa possível. Como uma espécie de eterna virgem. Ela o ama, mesmo com todos os abusos e as marcas em seu corpo. Nate pode ser tratado como o vilão da série, já que não titubeia em espancar e chantagear pessoas para alcançar seus objetivos. Seu comportamento destrutivo é resultado de uma intensa raiva interna causada pela pressão por sucesso vinda do pai e pela atração incompreensível que sente pela transexual Jules (Hunter Schafer). A incompreensão é justificável, afinal ele é o perfeito estereótipo do macho alfa. Só que, mesmo como todo o seu domínio, é a apaixonante Jules, com sua beleza exótica, que o conquista. E faz o mesmo com o pai de Nate, Cal Jacobs (Eric Dane), que guarda sua homossexualidade escondida no armário e em vídeos gravados durante os encontros com garotos de programa. Personagens como Jules são raros no cinema e na TV, mesmo com todos os avanços conseguidos pela comunidade LGBT+. A série acerta em ser discreta em relação à transexualidade de Jules, fazendo com que o público se identifique não só com sua condição especial frente a uma sociedade preconceituosa, mas também com sua personalidade iluminada. Rue é outra que se apaixona por Jules, o que faz com que a vontade de usar drogas seja amenizada. Quando as duas estão juntas, Rue é coberta pelas cores vivas que emanam de Jules por meio de suas roupas e maquiagem. Neste ponto é interessante notar que são as cores fortes que dominam o mundo ilusório das drogas e que Rue substituiu por outro mundo colorido, o mundo do amor. Realmente, as cores, ou a falta delas, são bem usadas em todos os episódios pela direção de fotografia. Os quartos, locais usados para chorar as magoas, são escuros e sem vida. Mesmo o descolado e colorido quarto de Jules é coberto por sombras. O de Rue é quase uma caverna iluminada apenas pelas luzes das telas dos celulares e computadores. A direção de fotografia, inclusive, é uma grande aliada da competente direção de Sam Levinson no quarto episódio intitulado Shook One: Pt II, onde todos os personagens se encontram em uma festividade em um parque de diversão. Há um primoroso plano sequência inicial que serve para situar cada um dos momentos dramáticos. Já no início do terceiro ato, a câmera de Levinson enquadra Rue e Cal Jacobs em contra plongée, com fogos de artificio coloridos explodindo no céu escuro ao fundo, dando o panorama psicológico dos dois. Como se os fogos fossem a manifestações caóticas de seus pensamentos que pipocam em uma psique obscura como o céu noturno. Levinson se supera e mostra todo seu domínio cinematográfico em um final que mostra Jules e Rue deitadas em uma cama enquanto a câmera gira em círculos imitando a rotação da terra, onde as personagens são o sol e a câmera a terra. Se a terra completa um ano de seu tempo com uma volta completa em torno do sol, a câmera mostra cada dia das personagens ao completar uma volta sobre elas. Com isso, há a impressão de continuidade e estabilidade em seus relacionamentos, que seguem o dia a dia de forma plena, afirmando a amizade e o amor. Com seus atributos cinematográficos e dramáticos, “Euphoria” é mais um acerto da HBO e dá espaço para discussão sobre a confusa fase das descobertas, amores e frustrações adolescentes. Fase também que pode ser dominada pelas drogas e a bebida, que se tornam o escape para o opressor e banal mundo real. Tudo isso com a ausência e ignorância dos pais.
Quem acompanha o futebol conhece a frase: "no final do jogo, tal time esqueceu a técnica e jogou apenas com a emoção". Isso não é necessariamente ruim, já que a emoção inflama os jogadores para ganhar o jogo. A arte é um pouquinho mais de emoção do que técnica e por isso Game Of Thrones fica para sempre no coração dos fãs, independente de seus inúmeros erros nas últimas temporadas. A crítica cinematográfica (sim, GOT é cinema) fica no meio entre analisar friamente a obra e se entregar à suas armadilhas dramáticas. Eu escrevo sobre cinema e sei como essa escolha entre o intelectual e o emocional é difícil. Com essa última temporada de GOT, fiquei inteiramente com o emocional.
O principal acerto do roteiro foi não tomar parte de discursos políticos. Ou seja, a série mostra de forma clara que os grandes vilões são os corruptos, não importando se são de esquerda ou direita ou de qual partido fazem parte. Os únicos heróis da história são os agentes da policia federal que trabalharam pesado na operação. Se algum deles, na vida real, possuía agenda própria não cabe à série dizer, já que nenhuma informação ou noticia foi divulgada em relação a isso. Mesmo o personagem que representa o juiz Sérgio Mouro é uma pessoa de carne e osso em suas aspirações de ser o salvador nacional, o arauto da justiça. Um acerto para um personagem que teve toda uma fabula construída a sua volta.
Muito boa a série. Referencias de Alien, Goonies, Sinais, ET, Minority Report e até de A conversação do Francis For De Coppola (se eu não estiver vendo referencia onde não há), realmente um deslumbre cinéfilo dos anos 80. O ator que faz o Dustin ( o moleque sem os dentes) é um achado, fenomenal. O que mais me agradou é o design de produção e a fotografia, que trazem o colorido dos anos 80 para a tela da TV. Recomendo!!
Toda vez que uma adaptação de uma obra clássica, como esse " Fim da Infância" é feita, seja no cinema ou TV, a desconfiança logo surge, nos perguntamos se será fiel, se vale a pena assistir algo baseado em um livro já perfeito. Quando assistimos uma adaptação de uma obra literária não podemos esperar que ela seja idêntica ao que esta no papel, afinal, são formas de arte distintas e por isso, em minha opinião, essa mini serie ultrapassou as expectativas. Todos os questionamentos feitos por Arthur C Clark estão presentes, alguns como descritos no livro, outros com leves modificações e ainda há a adição de todo o plote religioso, mostrada mais explicitamente. A serie é poética como o livro e traz todo o teor existencialista que Clark transmitiu em seu clássico.
O fim de um épico da TV mundial. Infelizmente Hannibal termina depois de três geniais temporadas. O publico médio norte americano não estava preparado para a elegância de uma série desse nível. Depois somos nós, desse lado do oceano, os subdesenvolvidos.
Sci-Fi e Van Damme É muito bom clamar por diversidade em um mundo cada vez mais homofóbico, misógino e racista e é ainda melhor por vir dos irmãos Wachowski, que antes eram Larry e Andy e agora são Lana e Andy.
Justified sempre foi um primoroso western moderno, com cownboys e bandidos duelando ao por do sol, tramas maravilhosas envolvendo golpes e roubo a bancos, donzelas em perigo e um herói solitário com sua estrela brilhando ao sol.
Pena que já está rolando um boato sobre cancelamento por causa da audiência. A esperança é por se tratar de uma série da AMC, que parece se importar um pouco mais com suas séries e seu publico do que alguns outros canais. O exemplo é Mad Men que nunca foi uma série de muito sucesso de publico e que mesmo assim seguiu em frente, por sua qualidade.
Os termos técnicos não me atrapalharam, pois os personagens e, principalmente, o roteiro me fascinaram. Não é apenas uma série sobre o desenvolvimento da tecnologia, mas sobre as pessoas por trás dessa tecnologia. Gostei demais!!
Qual o problema com as premiações da TV americana? Porque, simplesmente, eles ignoram essa série maravilhosa, esse elenco maravilhoso?
Uma série como ''Shameless'' deveria ser reverenciada por fazer seus espectadores irem as lagrimas. Bom, pelo menos eu vou, em quase todos os episódios.
Normal People
4.4 436Em algum momento de nossas vidas, sonhamos com um amor de cinema. Aquele arrebatador, que surge quando um casal se conhece e se apaixona perdidamente.
As imagens do casal superando obstáculos para ficarem juntos tomou conta de nossas retinas desde a época das projeções em celuloide preto e branca.
É bom quando eles encontram pela primeira vez, quando dão o primeiro beijo, quando vão para a cama. É horrível quando eles brigam, se separam e ficam longe um do outro. É reconfortante quando eles voltam e se amam novamente.
Garoto conhece garota. Garota conhece garoto. Garoto conhece garoto. Garota conhece garota. Os roteiristas de hoje possuem muitas opções para sair do tradicional “boy meets girl”, e nós acompanhamos igualmente apaixonados todas elas.
Essa nossa ânsia por histórias românticas vem do fato de que talvez nunca consigamos amar da forma como as pessoas se amam nos filmes. Talvez iremos navegar para sempre nas fantasias cinematográficas, como míseros mortais que somos. Ou será que o próprio cinema é culpado de nos iludir?
Provavelmente, vivemos em um mundo tão cruel e obscuro que precisamos consumir aos prantos as maravilhas românticas projetadas na tela. Mas, o cinema é um espelho da realidade, e ultimamente ele vem contando histórias de amor um tanto quando amargas ou mesmo agridoces, como em “500 dias com Ela”, “Me Chame Pelo Seu Nome” e na trilogia formada por “Antes do Amanhecer”, “Antes do por do Sol” e “Antes da Meia Noite”. É só lembrar deles e voltar a e se emocionar.
Essas são histórias com um pé na realidade, que tentam supostamente mostrar relacionamentos parecidos aos daqueles que assistem na sala escura. Bom, então a esse grupo podemos adicionar “Normal People”, que originalmente é uma série, mas que considero como uma peça cinematográfica de, aproximadamente, seis horas de duração. E, sem dúvida, uma das melhores do gênero da última década.
Em “Normal People”, a garota conhece o garoto desde a infância, já que a mãe do garoto é empregada doméstica na mansão dos pais da garota. Ela é Marianne, ele é Connell, e estudam na mesma escola interiorana. Ele é tímido e retraído, ela também. Ele é popular, apesar da timidez. Ela é impopular pela forma arrogante como trata as pessoas, que a maltratam de diferentes formas. Em sua mansão, o irmão e a mãe também não gostam dela. Já ele é amado pela mãe solteira.
Os dois passam a se amar e a namorar secretamente. São ótimos juntos. O tesão é avassalador quando fazem sexo. Estão, de fato, apaixonados, o problema é que eles não conseguem externar os sentimentos um para o outro. A falta de comunicação acaba por separá-los várias vezes durante a trama.
A escola termina. A mulher Marianne, e o homem Connell vão para a mesma universidade em Dublin. Se encontram novamente. O amor, a paixão e o tesão que sentem são os mesmos, assim como a falta de comunicação. Eles namoram outras pessoas e tentam seguir a vida, mas o magnetismo que seus corpos exalam os une intensamente.
“Intensidade” é uma palavra que pode ser usada na análise de qualquer um dos doze episódios de “Normal People”, e isso se deve às atuações de seus protagonistas Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal, e à direção de Lenny Abrahamson (“O Quarto de Jack”) e Hettie Macdonald. Os atores entregam tudo o que possuem para criarem personagens complexos e encantadores. Quando estão juntos em cena, as sensações que transmitem ao espectador variam entre tensão, angústia, cumplicidade, tristeza e alegria. A química entre eles é inegável e importante para a obra.
Já os diretores aproveitam o talento de seus intérpretes com sabedoria. A câmera cola nos corpos. Os planos exalam significados nas câmeras que parecem esmagar corpos deitados, ou transfigurá-los de ponta cabeça. Os gestos são destacados, tirando a necessidade de qualquer diálogo em momentos chave, afinal, conhecemos intimamente Marianne e Connell. Abrahamson e Macdonald dirigem, cada um, seis episódios, e colocam essa série irlandesa no hall das obras-primas audiovisuais da atualidade.
Ao término “Normal People”, fica um sentimento de solidão. Queremos ver mais da vida daquele casal – é improvável, pois, neste momento, uma segunda temporada está fora dos planos – o que vai ser deles após os acontecimentos da temporada? Comprar o livro de Sally Rooney, no qual a série se baseou, vira uma opção para tentar descobrir algo que não tenha entrado na série e que revele o destino de Marianne e Connel, no entanto, aquelas belas imagens recém-impressas em nossas memórias não podem ser substituídas.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 891A euforia é o excesso de alegria e bem-estar em pessoas diagnosticadas com distúrbios psicológicos, como a bipolaridade. O problema é que a euforia é seguida por uma sensação de tristeza extrema, transformando a vida dos doentes em uma montanha russa de subidas e descidas que destroem suas relações sociais. Imagine conviver com tais sintomas e ainda ter que enfrentar a época mais difícil da vida: a adolescência. Bom, esses são os desafios de Rue (Zendaya) e outros adolescentes na magnifica série da HBO, “Euphoria”.
Rue sofre de depressão e transtorno bipolar, que a faz procurar nas drogas um alívio. Claro que as consequências são uma overdose e alguns dias em coma. A vida da garota também é cheia de outros problemas, como a morte do pai e a falta de amigos que compreendam sua personalidade. Ela passa por um período de reabilitação em uma clinica que não surte resultado, pois o vicio sempre se mantém presente. Entre escola e casa, há as visitas ao traficante local, de quem é amiga.
Mas, não é só em Rue que “Euphoria” se apega, e ela serve de narradora para apresentar as histórias de inúmeros personagens em seus dramas pessoais durante o ensino médio. São nas cenas desses personagens que estão presentes a maior parte dos momentos que causaram tanta polêmica perante a audiência mais conservadora.
Na maioria dos oito episódios são se economiza nas cenas de sexo, na nudez, na violência física e psicológica e no uso de drogas, porém, as críticas que surgiram nos EUA logo após a estreia são infundadas e partem de concepções superficiais sobre a proposta da série. Não há em “Euphoria” a intenção de mostrar gratuitamente garotas nuas fazendo sexo para atrair a audiência masculina descerebrada. As cenas não possuem teor erótico e são tratadas pelos roteiristas e diretores com frieza e desconforto, para que aquele mundo cruel tome forma nas cabeças dos espectadores mais sensíveis e conscientes.
É, por exemplo, de cortar o coração acompanhar as humilhações sofridas por Cassie (Sydney Sweeney), que é tratada como objeto por todos os garotos do colégio depois que vídeos seus fazendo sexo com diversos parceiros são expostos. Mesmo quando ela encontra um namorado que diz que a ama, ele se recusa a assumi-la perante os amigos, com medo de sujar sua reputação. Com fama de “fácil”, Cassie só quer achar o amor idealizado em uma pessoa que a faça se sentir correspondida. Porém, sua beleza, realçada pelas roupas provocantes, acaba tornando-se um chamariz para predadores casuais, que acabam destruindo seus sentimentos.
Outra vítima da própria beleza é Maddy (Alexa Demie) que sofre constantes agressões de seu namorado Nate (Jacob Elordi). O capitão do time de futebol americano não aceita o modo sexy como a garota se veste e a quer mais pura, recatada e limpa possível. Como uma espécie de eterna virgem. Ela o ama, mesmo com todos os abusos e as marcas em seu corpo. Nate pode ser tratado como o vilão da série, já que não titubeia em espancar e chantagear pessoas para alcançar seus objetivos. Seu comportamento destrutivo é resultado de uma intensa raiva interna causada pela pressão por sucesso vinda do pai e pela atração incompreensível que sente pela transexual Jules (Hunter Schafer).
A incompreensão é justificável, afinal ele é o perfeito estereótipo do macho alfa. Só que, mesmo como todo o seu domínio, é a apaixonante Jules, com sua beleza exótica, que o conquista. E faz o mesmo com o pai de Nate, Cal Jacobs (Eric Dane), que guarda sua homossexualidade escondida no armário e em vídeos gravados durante os encontros com garotos de programa. Personagens como Jules são raros no cinema e na TV, mesmo com todos os avanços conseguidos pela comunidade LGBT+. A série acerta em ser discreta em relação à transexualidade de Jules, fazendo com que o público se identifique não só com sua condição especial frente a uma sociedade preconceituosa, mas também com sua personalidade iluminada.
Rue é outra que se apaixona por Jules, o que faz com que a vontade de usar drogas seja amenizada. Quando as duas estão juntas, Rue é coberta pelas cores vivas que emanam de Jules por meio de suas roupas e maquiagem. Neste ponto é interessante notar que são as cores fortes que dominam o mundo ilusório das drogas e que Rue substituiu por outro mundo colorido, o mundo do amor. Realmente, as cores, ou a falta delas, são bem usadas em todos os episódios pela direção de fotografia. Os quartos, locais usados para chorar as magoas, são escuros e sem vida. Mesmo o descolado e colorido quarto de Jules é coberto por sombras. O de Rue é quase uma caverna iluminada apenas pelas luzes das telas dos celulares e computadores.
A direção de fotografia, inclusive, é uma grande aliada da competente direção de Sam Levinson no quarto episódio intitulado Shook One: Pt II, onde todos os personagens se encontram em uma festividade em um parque de diversão. Há um primoroso plano sequência inicial que serve para situar cada um dos momentos dramáticos. Já no início do terceiro ato, a câmera de Levinson enquadra Rue e Cal Jacobs em contra plongée, com fogos de artificio coloridos explodindo no céu escuro ao fundo, dando o panorama psicológico dos dois. Como se os fogos fossem a manifestações caóticas de seus pensamentos que pipocam em uma psique obscura como o céu noturno.
Levinson se supera e mostra todo seu domínio cinematográfico em um final que mostra Jules e Rue deitadas em uma cama enquanto a câmera gira em círculos imitando a rotação da terra, onde as personagens são o sol e a câmera a terra. Se a terra completa um ano de seu tempo com uma volta completa em torno do sol, a câmera mostra cada dia das personagens ao completar uma volta sobre elas. Com isso, há a impressão de continuidade e estabilidade em seus relacionamentos, que seguem o dia a dia de forma plena, afirmando a amizade e o amor.
Com seus atributos cinematográficos e dramáticos, “Euphoria” é mais um acerto da HBO e dá espaço para discussão sobre a confusa fase das descobertas, amores e frustrações adolescentes. Fase também que pode ser dominada pelas drogas e a bebida, que se tornam o escape para o opressor e banal mundo real. Tudo isso com a ausência e ignorância dos pais.
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraQuem acompanha o futebol conhece a frase: "no final do jogo, tal time esqueceu a técnica e jogou apenas com a emoção". Isso não é necessariamente ruim, já que a emoção inflama os jogadores para ganhar o jogo. A arte é um pouquinho mais de emoção do que técnica e por isso Game Of Thrones fica para sempre no coração dos fãs, independente de seus inúmeros erros nas últimas temporadas. A crítica cinematográfica (sim, GOT é cinema) fica no meio entre analisar friamente a obra e se entregar à suas armadilhas dramáticas. Eu escrevo sobre cinema e sei como essa escolha entre o intelectual e o emocional é difícil. Com essa última temporada de GOT, fiquei inteiramente com o emocional.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526O principal acerto do roteiro foi não tomar parte de discursos políticos. Ou seja, a série mostra de forma clara que os grandes vilões são os corruptos, não importando se são de esquerda ou direita ou de qual partido fazem parte. Os únicos heróis da história são os agentes da policia federal que trabalharam pesado na operação. Se algum deles, na vida real, possuía agenda própria não cabe à série dizer, já que nenhuma informação ou noticia foi divulgada em relação a isso. Mesmo o personagem que representa o juiz Sérgio Mouro é uma pessoa de carne e osso em suas aspirações de ser o salvador nacional, o arauto da justiça. Um acerto para um personagem que teve toda uma fabula construída a sua volta.
Shameless (US) (7ª Temporada)
4.5 77 Assista AgoraUma das séries mais menosprezadas pelas premiações "especializadas" da TV.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraMuito boa a série. Referencias de Alien, Goonies, Sinais, ET, Minority Report e até de A conversação do Francis For De Coppola (se eu não estiver vendo referencia onde não há), realmente um deslumbre cinéfilo dos anos 80. O ator que faz o Dustin ( o moleque sem os dentes) é um achado, fenomenal. O que mais me agradou é o design de produção e a fotografia, que trazem o colorido dos anos 80 para a tela da TV. Recomendo!!
O Fim Da Infância
3.5 47Toda vez que uma adaptação de uma obra clássica, como esse " Fim da Infância" é feita, seja no cinema ou TV, a desconfiança logo surge, nos perguntamos se será fiel, se vale a pena assistir algo baseado em um livro já perfeito. Quando assistimos uma adaptação de uma obra literária não podemos esperar que ela seja idêntica ao que esta no papel, afinal, são formas de arte distintas e por isso, em minha opinião, essa mini serie ultrapassou as expectativas. Todos os questionamentos feitos por Arthur C Clark estão presentes, alguns como descritos no livro, outros com leves modificações e ainda há a adição de todo o plote religioso, mostrada mais explicitamente. A serie é poética como o livro e traz todo o teor existencialista que Clark transmitiu em seu clássico.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraEstava com esperança da minha querida Netflix salvar Hannibal, mas não foi possível.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraO fim de um épico da TV mundial.
Infelizmente Hannibal termina depois de três geniais temporadas. O publico médio norte americano não estava preparado para a elegância de uma série desse nível. Depois somos nós, desse lado do oceano, os subdesenvolvidos.
Better Call Saul (1ª Temporada)
4.3 820Need a will? call Mcgill!
Better Call Saul (1ª Temporada)
4.3 820De trás para frente. Conhecemos o destino Saul e Mike, agora apreciamos o começo do dois. Brilhante.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraSci-Fi e Van Damme
É muito bom clamar por diversidade em um mundo cada vez mais homofóbico, misógino e racista e é ainda melhor por vir dos irmãos Wachowski, que antes eram Larry e Andy e agora são Lana e Andy.
Game of Thrones (5ª Temporada)
4.4 1,4KÉpico!!
The Following (3ª Temporada)
3.7 216Poderiam, pelo menos, fazer um episódio estendido, para dar um fim a história de todos os personagens.
Justified (6ª Temporada)
4.4 41 Assista AgoraJustified sempre foi um primoroso western moderno, com cownboys e bandidos duelando ao por do sol, tramas maravilhosas envolvendo golpes e roubo a bancos, donzelas em perigo e um herói solitário com sua estrela brilhando ao sol.
Constantine (1ª Temporada)
3.6 409 Assista AgoraAcertaram em cheio escalando Matt Ryan para viver John Constantine (só por isso dei três estrelas para a série) e erraram em todo o resto.
Friends (10ª Temporada)
4.7 930Só achei que o Joey merecia pelo menos uma namorada fixa.. rsrs
Friends (10ª Temporada)
4.7 930Série maravilhosa.. Ultimo episódio emocionante.
The Knick (1ª Temporada)
4.5 144 Assista AgoraE nós reclamamos do SUS.. rsrs
Ray Donovan (2ª Temporada)
4.3 51The Sopramos, Breaking Bad e Ray Donovan.
Halt and Catch Fire (1ª Temporada)
4.3 44Pena que já está rolando um boato sobre cancelamento por causa da audiência. A esperança é por se tratar de uma série da AMC, que parece se importar um pouco mais com suas séries e seu publico do que alguns outros canais. O exemplo é Mad Men que nunca foi uma série de muito sucesso de publico e que mesmo assim seguiu em frente, por sua qualidade.
Halt and Catch Fire (1ª Temporada)
4.3 44Os termos técnicos não me atrapalharam, pois os personagens e, principalmente, o roteiro me fascinaram. Não é apenas uma série sobre o desenvolvimento da tecnologia, mas sobre as pessoas por trás dessa tecnologia. Gostei demais!!
Justified (5ª Temporada)
4.3 30Espetacular!! A melhor série policial da atualidade, o melhor Western em anos.
Shameless (US) (4ª Temporada)
4.6 248 Assista AgoraQual o problema com as premiações da TV americana? Porque, simplesmente, eles ignoram essa série maravilhosa, esse elenco maravilhoso?
Uma série como ''Shameless'' deveria ser reverenciada por fazer seus espectadores irem as lagrimas. Bom, pelo menos eu vou, em quase todos os episódios.