tem um jeito único de desenvolver os personagens — parece que a narrativa tá perambulando, e isso cria um clima casual muito foda, pelo menos no começo, porque mais pro final é meio esquisito o trato que isso dá numa parte da temporada que tá se recuperando de um trauma (embora não pareça).
com a falsa impressão de que a série já tinha deixado clara a possibilidade de que qualquer tragédia pode acontecer naquele mundo, quase todos os agentes morrem. e, pior, por mais que o fim dos personagens seja mal feito, os finados eram queridos meus, o que dá uma sensação horrível por quão não merecidos esses momentos são. mas logo a série se recupera.
voltando à casualidade do anime, a animação, tão elogiada, serve esse propósito muito bem, com uma variedade de movimentos pequenos e sutis que te colocam bem ali naquelas cenas de interação social. mas eu realmente não entendo os elogios à ação, já que as lutas são uma bagunça. não dá muito pra entender os golpes e a câmera voando de longe pra perto pra longe não me... empolga nem um pouco. até aquela luta final tem um vencedor meio q do nada, apesar de ser um dos exemplos melhores dessa temporada (ainda melhor o que vem depois).
desde o início temos a possibilidade de um anime único, e em boa parte é mesmo. o foco em crianças é interessante: sim, são supercrianças, gênios e com mais controle emocional do que seria possível de pessoas nessa idade, mas a série aproveita muito bem a inocência que resta nesses personagens pra tornar a história mais tocante. o alto-conceito, pegando um ponto de vista dramático incomum e com uma trama cheia de mistérios e reviravoltas, me lembra, claro, de "Lost".
mas essa temporada não é imune a certos vícios de anime. fora algumas coisas até banais, o que dá uma afundada na série é a Irmã Krone, uma caricatura absurda que desestabiliza o equilíbrio emocional que a série mostra nos melhores momentos. tentam tardiamente humanizar ela e a Mãe, mas ambos esforços são idiotas depois de, respectivamente, puro exagero e nenhum nuance. ainda bem que a reta final se livra desses erros e não dilui o poder de levar às lágrimas e fazer o espectador parar de respirar em alguns momentos.
01: introduz uma situação que nunca deixou de ser intrigante e dela rende alguns bons momentos, mas ao final é só dessas emoções confusas que quer tirar proveito, deixando de tê-lo bem antes do momento em que realmente precisávamos de uma curva fechada pra fechar o roteiro.
como sempre, eu prezo pelos detalhezinhos do uso de tecnologia contemporânea, então é legal que o tom de voz da IA ao mesmo tempo seja monótono e tenha uns nuances que quase nem percebemos conscientemente. seria gritante, mas não deixa de ser belo
02: sem graça até o final, quando uma reviravolta redefine o episódio (eu não costumo assistir a nada que só preste quando um segredo muda tudo, então é bom lembrar que isso existe). essa reviravolta combina o estilo (de facto) true crime, realista e de embrulhar o estômago, com o teor extremo de Black Mirror, um cenário extremamente perturbador que apresenta bem pela primeira vez o tipo de comentário social que a série pode proporcionar: o alvo do roteiro não é óbvio e insistente. a revelação inclusive justifica alguns elementos toscos típicos de outras obras do tipo, os quais até então pareciam defeitos
03: num ritmo bem atraente, ele entrelaça o pessoal com o político, e agrada por mostrar que sabe exatamente a hora de recolher um e empurrar o outro. o drama é bom, mas não dá pra dizer que ele deixa uma memória forte. o que diz respeito ao Waldo é simples, mas inteligente, e a série mostra seu compromisso com o comentário social ao mostrar disciplina no final, uma boa decisão. o epílogo não estraga isso
no começo essa temporada não parece muito vital, mas é eclética e divertida. depois, é hora do novo antagonista brilhar por mais querido que Coulson é, Clark Gregg parecia ser um ator limitado; se bem que de vez em quando o personagem tinha espaço pra novas expressões. com esse Sarge, é evidente que o ex-Diretor era absolutamente SUFOCANTE para o ator; Sarge é o sangue correndo pelas veias do 6º ano de S.H.I.E.L.D. ele começa ameaçador, com uma eficiência em seus planos que se torna assustadora, com um semblante e um tom de voz controlados que exigem que você reconheça o domínio que o ator aparentemente tinha o tempo inteiro. o vilão entrega o imprescindível para a temporada. depois, ele vira uma força motriz de existencialismo - não que S.H.I.E.L.D. agora tenha investido em filosofia, mas é aquele tipo de caracterização que traz esses temas muito à tona. ele é um imã de um monte de sentimentos conflitantes nossos e dos personagens, até beneficiando muito a Daisy: se a personagem ainda sofre desse tratamento mascote forçada da série, um pouquinho perfeitinha, sempre tratada como mais legal do que ela nunca foi, as ações feias, cruéis, egoístas dela me deram, sério, respeito pela personagem (não a pessoa) pela primeira vez em muito tempo. e isso é cortesia do Sarge
quando é que a Divisão Cringe (ou Divisão Fronteiras ou Divisão A Grande Conspiração; não confundir com Divisão de Fronteiras, que lida com o México) vai ser libertar do procedural, aquele que deve ser o gênero mais estagnado da TV? essa é a preocupação principal começando este 2º ano da série. durante a maior parte da temporada, Fringe vai se reacomodando à fórmula, com os mesmos resultados: a investigação varia entre pobre e decente, os poucos fios de drama que juntam uns episódios aos outros parecem ser racionados, e somos provocados com algo "muito maior" estar ligando os incidentes. mas Fringe é capaz de mais; a série realmente se importa com os personagens e uma trama mais interconectada é o que parece que ela só está adiando. lá pelo fim do caminho, dois episódios são a epítome do que muitos de nós esperávamos: em um episódio, viajamos pro passado por um episódio inteiro para acompanhar algo que nós já sabemos o que é e até como aconteceu, restando apenas o peso dramático e uma oportunidade pra vermos mais de perto as motivações por trás do
; em outro, começamos com um procedural que não mata o público de tédio, e logo em seguida o formato é abandonado para acompanharmos a jornada e, novamente, as motivações do antagonista da semana, culminando num desfecho tão tocante que eu quase chorei. assim que entramos na reta final, dá pra relaxar sabendo que teremos um punhado de episódios livres daquele formato policial sufocante (apesar daquele conto de fadas noir não ter funcionado), o que a série aproveita pra cruzar certas linhas que comprometem a série com uma nova fase, uma da qual eles não têm como, em sã consciência, retornarem. não que a série seja muito ousada ao mergulhar nesse destino que nós já vislumbramos lá pela metade da 1ª, mas a série não vira um programa da CW, com super-herois (bem... eles lidaram com isso muito bem) e um camp que parece mais medíocre do que intencional; os eventos são firmes, palpáveis e tensos, e assim como
que todos estávamos esperando, as interações entre os personagens são estranhamente urgentes e vitais, e mesmo que a série mostre grande carinho pelos personagens, é sempre uma surpresa me pegar tão afetado por eles
a série é geralmente muito inteligente enquanto diz algo sobre cada um desse ótimo elenco, mas também tem um lado do humor mais casual, com umas tiradas bem humor de zap que eu vou te falar. dá pra imaginar a equipe, depois de elaborar cada trama consideravelmente complexa, exausta, mas ainda com vontade de incluir alguma firula que vai estar presente do início ao fim daquele episódio (e, quem sabe, alguns flashbacks mais pra frente - o q realmente acontece, eles literalmente voltam pra contar uma piadinha sem graça aqui e ali). mas a menor parte da minha crítica é a maioria da série: muito engraçada
que fique claro que, entre as inúmeras falhas de caráter desses personagens babacas, não está ser repudiante. nosso ingresso num grupo de estudo numa faculdade comunitária vem com a inevitabilidade de lidar com pessoas reais que não necessariamente se integraram bem à sociedade, mas é impossível não amá-las
adaptações de video-jogos costumam ser peças confeccionadas para agradar os fãs dos games, e sempre se esforçando para estabelecer uma trama independente, o que também com frequência não resiste ao fan service no centro dessas obras. então, é uma grata surpresa que a deslumbrante Arcane não poupe esforços pra cativar qualquer pessoa que acabe dando o play na série. mas o realmente impressionante é como a história aqui tem uma qualidade mitológica, uma tragédia que, de quebra, fica ainda mais trágica quando alguém como eu já sabe como certos personagens vão se transformar. é uma jornada que percorre vários personagens em várias posições de poder, privilégio, responsabilidade e sofrimento, e que, no final, pode ser lembrada e compartilhada facilmente pelo tratamento memorável da série. é uma pena, no entanto, que Arcane nunca cumpra seu potencial, e todas as qualidades que citei sejam complementadas por uma história que não atinge o impacto emocional que merecia e cujos personagens acabam sofrendo pela abordagem de um elenco tão grande
Twin Peaks opera com segurança a partir de seus personagens e subtramas, tornando todos bizarros desvios e exageros em peças fundamentais para um quebra-cabeça instigante que não se apressa em chegar a lugar algum. Enquanto eu tive dificuldade séria em penetrar o véu emocional da série, é esse desconfortável ritmo que a torna uma obra essencial.
Começando já mercurial apenas por brilhantemente subverter nossas cegas expectativas (exceto pra quem começou na 3ª) acerca da notável reputação da série - pelo uso... econômico de sci-fi na premiere -, a série (sentido temporada.) prossegue já exorbitando a imaginação e o sarcasmo lúgubre da estreia com um bizarro e admiravelmente hilário sonho molhado de sátira, o alvo da vez sendo o ligeiramente intolerável The X Factor; fechando o conjunto, temos um turno impremeditável de verdadeiro drama, à medida que a tecnologia vai de vilã legítima a uma efetiva capacitadora de indivíduos emocionalmente abusivos.
Com este trio mordaz, Black Mirror já se estabelece como um poderio da ficção científica contemporânea e benemérita da metonímia que inspira.
Amálgama impecável de drama e mistério que impressiona pela sutileza, frequentemente sustentando episódios inteiros em 2 ou 3 revelações, que trazem um peso quieto e triste (graças também às atuações, a trilha sonora e as locações). E ao lidar com literalmente três gerações de personagens nesse ritmo calculista (porque não existe calma perante a angústia), espaço para outras temporadas há de sobra, mas a série nunca parece estar nos enrolando, o que não acontece em outras produções da Netflix que são lançadas com algum alarde. O sucesso desta série fala muito sobre a TV de hoje em dia: os espectadores são bem menos imediatistas que antes e não se limitam a blockbusters, e, claro, temporadas inteiras são lançadas em dias individuais.
Se há um sentimento que domina nas maratonas, é certamente tristeza.
Imprescindível para os já interessados no assunto e para os que ainda não sabem que são interessados, esta série tempera complexidade emocional estarrecedora com uma jovialidade reveladora. Mas rimar propositalmente já seria demais pros meus comentários
Apesar de um final decepcionante (pra quem esperava mais), a temporada experimenta dar consequências aos atos e propósito aos personagens. NY foi banhada em sangue tantas vezes que a violência chega a ser repetitiva, mas, para o mérito da série, este punhado de episódios é consistentemente impactante e surpreendentemente sensível. Mas, no fim das contas, fica a pergunta:
Os excelentes primeiros 4 episódios têm uma força visceral que nunca mais é correspondida à altura, numa temporada que ainda consegue ser decente com elementos que não preenchem episódios inteiros - isto é, quando não está "explorando" elementos tão genéricos que chegam a ser vagos e que provam não ter propósito algum.
O finale não faz jus ao claro progresso em consistência e potencial desta temporada, mas os ausentes que tornaram-na a última obviamente não estavam lá para o episódio derradeiro.
It has likeable characters and poignant drama backed up by competent acting and compelling mysteries, benefits from the world-building and is plain cheesy fun. Unless you're overeager on watching an Avengers sequel and stuck on its detours into shitty TV spin-off; then you'd better wait till the finale. In which it confidently concludes the plot so far while answering questions with more questions. Oh well. (Não, não vou nem tentar traduzir.)
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Chainsaw Man (1ª Temporada)
4.2 104 Assista Agoratem um jeito único de desenvolver os personagens — parece que a narrativa tá perambulando, e isso cria um clima casual muito foda, pelo menos no começo, porque mais pro final é meio esquisito o trato que isso dá numa parte da temporada que tá se recuperando de um trauma (embora não pareça).
trauma esse que vem de um decisão péssima:
com a falsa impressão de que a série já tinha deixado clara a possibilidade de que qualquer tragédia pode acontecer naquele mundo, quase todos os agentes morrem. e, pior, por mais que o fim dos personagens seja mal feito, os finados eram queridos meus, o que dá uma sensação horrível por quão não merecidos esses momentos são. mas logo a série se recupera.
voltando à casualidade do anime, a animação, tão elogiada, serve esse propósito muito bem, com uma variedade de movimentos pequenos e sutis que te colocam bem ali naquelas cenas de interação social. mas eu realmente não entendo os elogios à ação, já que as lutas são uma bagunça. não dá muito pra entender os golpes e a câmera voando de longe pra perto pra longe não me... empolga nem um pouco. até aquela luta final tem um vencedor meio q do nada, apesar de ser um dos exemplos melhores dessa temporada (ainda melhor o que vem depois).
The Promised Neverland (1ª Temporada)
4.4 152 Assista Agoradesde o início temos a possibilidade de um anime único, e em boa parte é mesmo. o foco em crianças é interessante: sim, são supercrianças, gênios e com mais controle emocional do que seria possível de pessoas nessa idade, mas a série aproveita muito bem a inocência que resta nesses personagens pra tornar a história mais tocante. o alto-conceito, pegando um ponto de vista dramático incomum e com uma trama cheia de mistérios e reviravoltas, me lembra, claro, de "Lost".
mas essa temporada não é imune a certos vícios de anime. fora algumas coisas até banais, o que dá uma afundada na série é a Irmã Krone, uma caricatura absurda que desestabiliza o equilíbrio emocional que a série mostra nos melhores momentos. tentam tardiamente humanizar ela e a Mãe, mas ambos esforços são idiotas depois de, respectivamente, puro exagero e nenhum nuance. ainda bem que a reta final se livra desses erros e não dilui o poder de levar às lágrimas e fazer o espectador parar de respirar em alguns momentos.
Black Mirror (2ª Temporada)
4.4 753 Assista Agora01: introduz uma situação que nunca deixou de ser intrigante e dela rende alguns bons momentos, mas ao final é só dessas emoções confusas que quer tirar proveito, deixando de tê-lo bem antes do momento em que realmente precisávamos de uma curva fechada pra fechar o roteiro.
como sempre, eu prezo pelos detalhezinhos do uso de tecnologia contemporânea, então é legal que o tom de voz da IA ao mesmo tempo seja monótono e tenha uns nuances que quase nem percebemos conscientemente. seria gritante, mas não deixa de ser belo
02: sem graça até o final, quando uma reviravolta redefine o episódio (eu não costumo assistir a nada que só preste quando um segredo muda tudo, então é bom lembrar que isso existe). essa reviravolta combina o estilo (de facto) true crime, realista e de embrulhar o estômago, com o teor extremo de Black Mirror, um cenário extremamente perturbador que apresenta bem pela primeira vez o tipo de comentário social que a série pode proporcionar: o alvo do roteiro não é óbvio e insistente. a revelação inclusive justifica alguns elementos toscos típicos de outras obras do tipo, os quais até então pareciam defeitos
03: num ritmo bem atraente, ele entrelaça o pessoal com o político, e agrada por mostrar que sabe exatamente a hora de recolher um e empurrar o outro. o drama é bom, mas não dá pra dizer que ele deixa uma memória forte. o que diz respeito ao Waldo é simples, mas inteligente, e a série mostra seu compromisso com o comentário social ao mostrar disciplina no final, uma boa decisão. o epílogo não estraga isso
Agentes da S.H.I.E.L.D. (6ª Temporada)
3.7 51no começo essa temporada não parece muito vital, mas é eclética e divertida. depois, é hora do novo antagonista brilhar
por mais querido que Coulson é, Clark Gregg parecia ser um ator limitado; se bem que de vez em quando o personagem tinha espaço pra novas expressões. com esse Sarge, é evidente que o ex-Diretor era absolutamente SUFOCANTE para o ator; Sarge é o sangue correndo pelas veias do 6º ano de S.H.I.E.L.D. ele começa ameaçador, com uma eficiência em seus planos que se torna assustadora, com um semblante e um tom de voz controlados que exigem que você reconheça o domínio que o ator aparentemente tinha o tempo inteiro. o vilão entrega o imprescindível para a temporada. depois, ele vira uma força motriz de existencialismo - não que S.H.I.E.L.D. agora tenha investido em filosofia, mas é aquele tipo de caracterização que traz esses temas muito à tona. ele é um imã de um monte de sentimentos conflitantes nossos e dos personagens, até beneficiando muito a Daisy: se a personagem ainda sofre desse tratamento mascote forçada da série, um pouquinho perfeitinha, sempre tratada como mais legal do que ela nunca foi, as ações feias, cruéis, egoístas dela me deram, sério, respeito pela personagem (não a pessoa) pela primeira vez em muito tempo. e isso é cortesia do Sarge
Fronteiras (2ª Temporada)
4.5 218quando é que a Divisão Cringe (ou Divisão Fronteiras ou Divisão A Grande Conspiração; não confundir com Divisão de Fronteiras, que lida com o México) vai ser libertar do procedural, aquele que deve ser o gênero mais estagnado da TV? essa é a preocupação principal começando este 2º ano da série. durante a maior parte da temporada, Fringe vai se reacomodando à fórmula, com os mesmos resultados: a investigação varia entre pobre e decente, os poucos fios de drama que juntam uns episódios aos outros parecem ser racionados, e somos provocados com algo "muito maior" estar ligando os incidentes.
mas Fringe é capaz de mais; a série realmente se importa com os personagens e uma trama mais interconectada é o que parece que ela só está adiando. lá pelo fim do caminho, dois episódios são a epítome do que muitos de nós esperávamos: em um episódio, viajamos pro passado por um episódio inteiro para acompanhar algo que nós já sabemos o que é e até como aconteceu, restando apenas o peso dramático e uma oportunidade pra vermos mais de perto as motivações por trás do
sequestro de Peter
assim que entramos na reta final, dá pra relaxar sabendo que teremos um punhado de episódios livres daquele formato policial sufocante (apesar daquele conto de fadas noir não ter funcionado), o que a série aproveita pra cruzar certas linhas que comprometem a série com uma nova fase, uma da qual eles não têm como, em sã consciência, retornarem. não que a série seja muito ousada ao mergulhar nesse destino que nós já vislumbramos lá pela metade da 1ª, mas a série não vira um programa da CW, com super-herois (bem... eles lidaram com isso muito bem) e um camp que parece mais medíocre do que intencional; os eventos são firmes, palpáveis e tensos, e assim como
aquele beijo
Arrested Development (1ª Temporada)
4.3 213 Assista Agoraa série é geralmente muito inteligente enquanto diz algo sobre cada um desse ótimo elenco, mas também tem um lado do humor mais casual, com umas tiradas bem humor de zap que eu vou te falar. dá pra imaginar a equipe, depois de elaborar cada trama consideravelmente complexa, exausta, mas ainda com vontade de incluir alguma firula que vai estar presente do início ao fim daquele episódio (e, quem sabe, alguns flashbacks mais pra frente - o q realmente acontece, eles literalmente voltam pra contar uma piadinha sem graça aqui e ali). mas a menor parte da minha crítica é a maioria da série: muito engraçada
Community (1ª Temporada)
4.4 277 Assista Agoraque fique claro que, entre as inúmeras falhas de caráter desses personagens babacas, não está ser repudiante. nosso ingresso num grupo de estudo numa faculdade comunitária vem com a inevitabilidade de lidar com pessoas reais que não necessariamente se integraram bem à sociedade, mas é impossível não amá-las
Arcane: League of Legends (1ª Temporada)
4.6 392adaptações de video-jogos costumam ser peças confeccionadas para agradar os fãs dos games, e sempre se esforçando para estabelecer uma trama independente, o que também com frequência não resiste ao fan service no centro dessas obras. então, é uma grata surpresa que a deslumbrante Arcane não poupe esforços pra cativar qualquer pessoa que acabe dando o play na série. mas o realmente impressionante é como a história aqui tem uma qualidade mitológica, uma tragédia que, de quebra, fica ainda mais trágica quando alguém como eu já sabe como certos personagens vão se transformar. é uma jornada que percorre vários personagens em várias posições de poder, privilégio, responsabilidade e sofrimento, e que, no final, pode ser lembrada e compartilhada facilmente pelo tratamento memorável da série. é uma pena, no entanto, que Arcane nunca cumpra seu potencial, e todas as qualidades que citei sejam complementadas por uma história que não atinge o impacto emocional que merecia e cujos personagens acabam sofrendo pela abordagem de um elenco tão grande
Twin Peaks (1ª Temporada)
4.5 522Twin Peaks opera com segurança a partir de seus personagens e subtramas, tornando todos bizarros desvios e exageros em peças fundamentais para um quebra-cabeça instigante que não se apressa em chegar a lugar algum. Enquanto eu tive dificuldade séria em penetrar o véu emocional da série, é esse desconfortável ritmo que a torna uma obra essencial.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraComeçando já mercurial apenas por brilhantemente subverter nossas cegas expectativas (exceto pra quem começou na 3ª) acerca da notável reputação da série - pelo uso... econômico de sci-fi na premiere -, a série (sentido temporada.) prossegue já exorbitando a imaginação e o sarcasmo lúgubre da estreia com um bizarro e admiravelmente hilário sonho molhado de sátira, o alvo da vez sendo o ligeiramente intolerável The X Factor; fechando o conjunto, temos um turno impremeditável de verdadeiro drama, à medida que a tecnologia vai de vilã legítima a uma efetiva capacitadora de indivíduos emocionalmente abusivos.
Com este trio mordaz, Black Mirror já se estabelece como um poderio da ficção científica contemporânea e benemérita da metonímia que inspira.
Agentes da S.H.I.E.L.D. (4ª Temporada)
4.2 124 Assista AgoraNão faz isso com meu coração. E faz isso com meu coração.
The OA (Parte 1)
4.1 981 Assista AgoraCompletamente absurda: inócua e pretensiosa no 1º episódio, surpreendente e sublime depois disso.
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KAmálgama impecável de drama e mistério que impressiona pela sutileza, frequentemente sustentando episódios inteiros em 2 ou 3 revelações, que trazem um peso quieto e triste (graças também às atuações, a trilha sonora e as locações). E ao lidar com literalmente três gerações de personagens nesse ritmo calculista (porque não existe calma perante a angústia), espaço para outras temporadas há de sobra, mas a série nunca parece estar nos enrolando, o que não acontece em outras produções da Netflix que são lançadas com algum alarde. O sucesso desta série fala muito sobre a TV de hoje em dia: os espectadores são bem menos imediatistas que antes e não se limitam a blockbusters, e, claro, temporadas inteiras são lançadas em dias individuais.
Se há um sentimento que domina nas maratonas, é certamente tristeza.
Mindhunter (1ª Temporada)
4.4 803 Assista AgoraImprescindível para os já interessados no assunto e para os que ainda não sabem que são interessados, esta série tempera complexidade emocional estarrecedora com uma jovialidade reveladora. Mas rimar propositalmente já seria demais pros meus comentários
Demolidor (2ª Temporada)
4.3 967 Assista AgoraApesar de um final decepcionante (pra quem esperava mais), a temporada experimenta dar consequências aos atos e propósito aos personagens. NY foi banhada em sangue tantas vezes que a violência chega a ser repetitiva, mas, para o mérito da série, este punhado de episódios é consistentemente impactante e surpreendentemente sensível. Mas, no fim das contas, fica a pergunta:
por que ele não continuou usando a corrente?
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraOs excelentes primeiros 4 episódios têm uma força visceral que nunca mais é correspondida à altura, numa temporada que ainda consegue ser decente com elementos que não preenchem episódios inteiros - isto é, quando não está "explorando" elementos tão genéricos que chegam a ser vagos e que provam não ter propósito algum.
Agente Carter (2ª Temporada)
4.0 136 Assista AgoraO finale não faz jus ao claro progresso em consistência e potencial desta temporada, mas os ausentes que tornaram-na a última obviamente não estavam lá para o episódio derradeiro.
Agentes da S.H.I.E.L.D. (1ª Temporada)
3.8 474 Assista AgoraIt has likeable characters and poignant drama backed up by competent acting and compelling mysteries, benefits from the world-building and is plain cheesy fun. Unless you're overeager on watching an Avengers sequel and stuck on its detours into shitty TV spin-off; then you'd better wait till the finale. In which it confidently concludes the plot so far while answering questions with more questions. Oh well.
(Não, não vou nem tentar traduzir.)