O salar de Uyuni é um lugar incrível e as paisagens são deslumbrantes. Mas tirando o cenário, achei o filme ruim demais! Nada funciona nesse filme. A crítica ambiental/filosófica é vaga, abstrata, quase mística. As situações são absurdas e não funcionam nem como metáfora. Os personagens são caricatos e as situações recheadas de sentimentalismo. Gosto muito dos documentários do Herzog, mas esse filme foi uma decepção pra mim (e isso que eu já esperava que ele fosse ruim). Senti que foi um puta desperdício terem feito um filme tão fraco num lugar tão maravilhoso.
Homem branco heterotop, cuja única preocupação é malhar na academia, ganha uma viagem pra Grécia e leva seu brother junto. Lá se perdem numa ilha toda mítica, comem uma fruta encantada e se apaixonam. Falando assim parece ser bem ruim... e o resultado final é realmente bem ruim. Personagens antipáticos sem nenhuma complexidade.
Cenas lindas demais. Gostei bastante. A trilha sonora também se destaca de uma maneira bem positiva. Só senti que falou uma certa unidade, a parte final destoa bastante do começo e do meio.
A trilha sonora e a fotografia são muito boas. Na parte técnica, o filme apresenta todas as qualidades características do diretor. Mas quanto aos diálogos e personagens, pra mim ficou bem claro que não havia um roteiro ou uma construção narrativa mais consistente. O filme mostra fragmentos da vida de pessoas ricas, brancas e entediadas, tentando lidar com o vazio da vida com festas, casos amorosos que não vão pra lugar nenhum, recheado de frases de efeito que tentam dar profundidade aos personagens, mas que não funcionam, por serem frases soltas sem, um contexto narrativo que lhes dê sentido. Li que algumas pessoas assistiram mas não se lembram muito do filme, e é isso que ficou pra mim: um filme bonito, porém esquecível.
Achei que o filme tem muitos méritos na parte técnica, mas tem problemas no conteúdo e na narrativa. De um lado o filme é incrível na proposta de mostrar uma bad trip coletiva e a fotografia, a trilha sonora e as atuações são sensacionais nesse sentido. Já na parte do conteúdo, os diálogos são constrangedores de tão superficiais e senti um tom racista no filme (os personagens negros são os mais violentos, entre outras coisas). Achei esquisito esse nacionalismo francês que, mesmo se apresentando de forma sarcástica, não contribui em nada pro filme. Enfim, poderiam ter melhorado muito esse roteiro, mas os outros aspectos técnicos são excelentes.
Achei o filme misógino, todas as personagens femininas só existem pra ficar rodeando homens. Os 2 protagonistas se acham subversivos só porque ficam vagando sem destino, chapando o tempo todo, tratando mal absolutamente todo mundo que encontra pelo caminho... como se frases de efeito como "família é uma droga pesada" fosse o auge da sabedoria de um espírito contracultural. A atuação do Marat é boa, a trilha sonora é ótima, cenário bem construído, mas achei todo o resto muito ruim. White people problems do começo ao fim.
Eu já gostava do diretor antes, mas agora, depois desse filme, passo a admirar ainda mais. É genial a forma modo como ele expõe as contradições desses dois sistemas que são tão opostos e polarizados, mas ao mesmo tempo, tão parecidos em suas práticas institucionais. Excelente filme
A premissa é muito inteligente e o roteiro tem um potencial incrível pra problematizar questões sociais como violência, racismo, preconceito de classe... além de levantar uns dilemas éticos muito interessantes (principalmente entre o protagonista e o morador de rua). Porém, tem tantos clichês babacas que fica difícil aproveitar o filme sem se irritar. É aquela mesma estrutura de sempre de um filme de suspense que já está super batida, mesmo pra quem não vê muito filme de suspense como eu. É tudo tão clichê que nem dá se sentir um clima de suspense, porque você já sabe como as situações tensas irão se resolver.
Aquela ideia de fazer um personagem bonzinho sumir por um tempo e depois aparecer pra dar um tiro num vilão que está prestes a matar os mocinhos é usada umas 5 vezes!
Além disso, parece que ficam apelando pra um monte de reviravoltas desnecessárias só pra manter um clima de tensão e não acabar logo o filme. Sem contar que o personagem do boyzinho vilão é tão estereotipado que fica até difícil levar o filme a sério. Esse acabou sendo mais um filme de suspense que tinha um puta potencial mas acabou se perdendo ao recorrer às mesmas estratégias de sempre dos filmes de suspense. Mais um filme de gente que tem que se esconder na própria casa que está sem luz. Mais um filme que não vai ficar na memória de quase ninguém.
A premissa é muito boa, tem diálogos e situações que são de uma inteligência incrível. Mas fica uma sensação forte de que as personagens, principalmente os 6 apóstolos, poderiam ter sido melhor trabalhadas. Tem algumas cenas que são bem bonitas, como a dança com a mão e a apresentação dos créditos, mas teve uns conflitos meio toscos também. As cenas de humor também oscilaram, ora eram críticas e inteligentes, ora eram meio pastelão. O gorila, pra mim, foi difícil de engolir. Um filme com muita potência, que decepciona em alguns sentidos, mas que não chega a ser ruim.
Achei tudo bastante sensível. Muito interessante ver o protagonista imerso nessas relações atravessadas por padrões familiares e de gênero, e ver como o afeto pode escapar e transbordar daqueles moldes de uma vida considerada desejável e normal. Um filme em que corpos falam o tempo todo sem usar palavras. Um filme em que os espectadores mais distraídos e acostumados a só ver o que é explícito poderiam dizer que "nada acontece", mas não é nas palavras e nos conflitos objetivos em que a narrativa deste nesse filme se desenvolve, mas sim naquilo que é olhado, cheirado, sentido e, principalmente, não dito.
Gostei muito de como a diretora consegue fazer com que a fotografia, a atuação do Matthias Schoenaerts e principalmente a trilha sonora conseguem expressar o estado psicológico do protagonista. Ao mesmo tempo que o filme possibilita uma imersão intimista nos conflitos do personagem que não precisam de palavras para serem expressos, o filme também nos permite pensar a realidade atual e quais são os preços que se paga para ter privilégios.
Bombay Beach foi no passado um grande lugar turístico. Hoje é uma das comunidades mais pobres da Califórnia localizada às margens de um mar artificial cheio de peixes mortos e almas entediadas. Neste deserto, acompanhamos a história de três personagens. Benny é um menino diagnosticado com transtorno bipolar cujos pais perderam sua guarda no passado. Hoje mora novamente com sua família amorosa e “desfuncional”. CeeJay é um adolescente aspirante a jogador de futebol que se refugiou em Bombay Beach na esperança de evitar o mesmo destino de seu primo assassinado por uma gangue. Red é um idoso ranzinza que vive de uísque, passado e contrabando de cigarros. Juntos, esses retratos expressam a multiplicidade humana. Eles são ora vítimas de uma sociedade que os marginaliza, ora sujeitos de suas próprias narrativas, seja pelas ações, seja pela memória, seja pela imaginação.
Pra mim foi uma boa experiência ver esse documentário porque gosto muito da produção musical dela. Mas a forma como o documentário foi feito me incomodou um pouco. Achei sensacionalista a forma como foram usadas as imagens, muitas delas de momentos muito íntimos, ou muitas delas de momentos em que paparazzis foram extremamente invasivos e desrespeitosos com ela. A própria escolha de algumas fotos em momentos em que algum entrevistado falava coisas negativas sobre ela, muitas vezes tentando fazer um espetáculo da miséria dela... Não estou dizendo que um documentário só deva mostrar o lado cor-de-rosa da pessoa retrada, longe disso, mas no final fiquei com uma sensação muito forte de que eu tinha acabo de ver uma versão estendida daqueles programas de fofocas de celebridades que tentam a todo custo escandalizar o público.
Achei o filme sensível, porém com um enredo extremamente clichê. Gostei muito do final, embora tenha achado o começo e o meio muito água com açúcar. Penso que se não fossem as atrizes pra chamar a atenção ao filme, pouca coisa sobraria.
Aliás, com a trilha sonora também tive uma relação ambígua. Ora gostei bastante, ora parecia forçar uma dramaticidade que o próprio filme não comportava.
Sinceramente, não entendi o porquê desse filme ter ido parar no festival de Veneza.
Em relação à história em si, achei bem interessante. Os personagens são bem construídos e - salvo alguns clichês - vão se desenvolvendo de uma forma bem harmônica com o decorrer da trama. Como um enredo para uma história de suspense, acho que o filme está de parabéns. Porém, tem alguns aspectos técnicos que eu achei bem ruim, e que pra mim acabaram pesando mais do que o enredo, fazendo com que eu não conseguisse em nenhum momento "entrar" no filme (o que prum suspense é péssimo). Primeiro em relação à trilha sonora: na maioria das cenas fica aquela musiquinha pra dar um clima de suspense e tensão. Esse recurso é usado de forma muito exagerada. Parecia que em quase todas as cenas queriam dar uma dramaticidade que simplesmente não acompanhava as cenas. Achei a trilha sonora muito cansativa. Outra coisa que pra mim foi excessiva foi a hiperdramaticidade das atuações. Nem pra passar manteiga no pão os atores conseguiam um momento de serenidade. Me lembrou muito aquelas novelas mexicanas ou da Globo em que quanto mais dramática a atuação, melhor, mesmo em cenas mais tranquilas. Por último, penso que a fotografia também não tava em sintonia com o filme. Ambientes muito claros e enquadramentos típicos de filmes de comédia-romântica. Com essa fotografia, essa direção de atores, e essa trilha sonora, pra mim não tem enredo que compense. Fiquei com a sensação de que o filme poderia ter sido realmente bom se tivesse sido dirigido por outra(s) pessoa(s).
Ainda que a cena de sexo por telefone seja realmente muito boa, de modo geral, achei esse filme bem problemático. Primeiro que eu acho muito quesionável um filme se propor a falar de diversidade sexual apenas com personagens ricos, brancos, magros e héteros em suas lógicas monogâmicas. Pra um filme propõe a ser descolado, achei os personagens e as situaçõe muito enlatadas. No fundo, esse filme não explora a diversidade sexual, apenas reforça os padrões que já são culturamente aceitos. Mas o que realmente me incomodou nesse filme são algumas concepções extremamente equivocas e perigosas que o filme passa. Primeiro, transar com alguém dormindo não é um fetiche de boa, é ESTUPRO! Segundo, provocar o choro de alguém para transar com essa pessoa também não é um fetiche de boa, é algo cruel. Não consigo respeitar um filme que estimule uma confusão entre o que é fetiche e o que é violência. Acho assustar as pessoas não diferenciarem uma coisa da outra e ainda por cima rir disso. Eu não recomendaria esse filme pra ninguém.
Achei o documentário bastante ingênuo. Parece um vídeo propaganda de organizações que exploram a floresta mas querem dar a impressão que de fazem tudo de uma forma ecologicamente harmônica. Isso sem contar a péssima edição dos entrevistados. Colocam um monte de gente pra falar, mas não mostra quase ninguém de fato desenvolvendo alguma ideia. As entrevistas, na maior parte do tempo, viraram uma colcha de retalhos de frases de efeito, mas que têm pouca capacidade de suscitar uma reflexão um pouco mais apronfudada. E por último, me irritou muito essa visão etnocêntrica dos povos originários da Amazônica. Nas pouquíssimas vezes que lhes é dado voz, nem ao menos os realizadores tiveram a decência de colocar uma legenda pra que a gente entenda o que eles querem dizer. Mostra o índio como uma peça de decoração do ambiente natural, assim como uma arara ou um macaco. Colocam uma professora do RJ pra falar dos índios mas nem ao menos explora o eles eles mesmos têm a dizer sobre esse ecossistema. Enfim, achei fraco e despropositado, embora as imagens sejam lindíssimas.
É muito curioso ver a criação narrativa que a classe dominante desenvolve pra ficar bem com a sua consciência, e ainda acreditar que está melhorando o mundo. Me parece que a luta de classe é primeiramente uma luta da consciência de classe mesmo. De todos os lados.
No começo não vi nada de mais. Me pareceu só mais um romance, com uma temática mais contemporânea, que são os relacionamentos que se fazem à distância por questões econômicas e que se mantém pelas tecnologias de comunicação da internet. Até aí, ok, proposta interessante, mas nada de mais. Mas à medida que os problemas foram aparecendo, o filme foi ganhando uma expressividade muito grande, principalmente em função do roteiro e da atuação. Achei impressionante como conseguiram expressar vários sentimentos com pouquíssimas palavras. Na verdade, me pareceu que era justamente onde as palavras faltavam que eles conseguiam se expressar de maneira mais intensa. No final do filme, ficou pra mim algo muito bom e muito forte.
Ao mesmo tempo em que o filme retrata de forma crua e verossímil a desolação que é o mundo do trabalho atualmente, ele me trouxe uma esperança muito forte. E essa combinação louca, nunca vi ou imaginei que fosse possível num filme. Absurdamente genial. Esses irmãos Dardenne estão cada dia melhores.
o filme de modo geral é bom. tem um ritmo gostoso e uma proposta simples e muito bem feita. Mas esse final... é simplesmente lindo! se eu fosse descrever a minha sensação ao ver esse filme em uma palavra, talvez seria gratidão.
O filme já é muito válido só pelo tema que aborda. Mas puts, será que realmente precisava se utilizar de TANTOS clichês que existem nos filmes tradicionais de romance? O tema é realmente interessante, mas a narrativa é extremamente manjada. Boa parte das cenas dá pra adivinhar o que vai acontecer em seguida. Confesso que esperava bem mais, mas, pra quem nunca pensou a fundo em poligamia e poliamor, pode ser um bom ponta pé inicial.
Deserto em Fogo
1.9 40 Assista AgoraO salar de Uyuni é um lugar incrível e as paisagens são deslumbrantes. Mas tirando o cenário, achei o filme ruim demais! Nada funciona nesse filme. A crítica ambiental/filosófica é vaga, abstrata, quase mística. As situações são absurdas e não funcionam nem como metáfora. Os personagens são caricatos e as situações recheadas de sentimentalismo. Gosto muito dos documentários do Herzog, mas esse filme foi uma decepção pra mim (e isso que eu já esperava que ele fosse ruim). Senti que foi um puta desperdício terem feito um filme tão fraco num lugar tão maravilhoso.
Orpheus' Song
2.7 12Homem branco heterotop, cuja única preocupação é malhar na academia, ganha uma viagem pra Grécia e leva seu brother junto. Lá se perdem numa ilha toda mítica, comem uma fruta encantada e se apaixonam. Falando assim parece ser bem ruim... e o resultado final é realmente bem ruim. Personagens antipáticos sem nenhuma complexidade.
Aquarela
3.6 8 Assista AgoraCenas lindas demais. Gostei bastante. A trilha sonora também se destaca de uma maneira bem positiva. Só senti que falou uma certa unidade, a parte final destoa bastante do começo e do meio.
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraA trilha sonora e a fotografia são muito boas. Na parte técnica, o filme apresenta todas as qualidades características do diretor. Mas quanto aos diálogos e personagens, pra mim ficou bem claro que não havia um roteiro ou uma construção narrativa mais consistente. O filme mostra fragmentos da vida de pessoas ricas, brancas e entediadas, tentando lidar com o vazio da vida com festas, casos amorosos que não vão pra lugar nenhum, recheado de frases de efeito que tentam dar profundidade aos personagens, mas que não funcionam, por serem frases soltas sem, um contexto narrativo que lhes dê sentido. Li que algumas pessoas assistiram mas não se lembram muito do filme, e é isso que ficou pra mim: um filme bonito, porém esquecível.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraAchei que o filme tem muitos méritos na parte técnica, mas tem problemas no conteúdo e na narrativa. De um lado o filme é incrível na proposta de mostrar uma bad trip coletiva e a fotografia, a trilha sonora e as atuações são sensacionais nesse sentido. Já na parte do conteúdo, os diálogos são constrangedores de tão superficiais e senti um tom racista no filme (os personagens negros são os mais violentos, entre outras coisas). Achei esquisito esse nacionalismo francês que, mesmo se apresentando de forma sarcástica, não contribui em nada pro filme. Enfim, poderiam ter melhorado muito esse roteiro, mas os outros aspectos técnicos são excelentes.
Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa
2.9 15Achei o filme misógino, todas as personagens femininas só existem pra ficar rodeando homens. Os 2 protagonistas se acham subversivos só porque ficam vagando sem destino, chapando o tempo todo, tratando mal absolutamente todo mundo que encontra pelo caminho... como se frases de efeito como "família é uma droga pesada" fosse o auge da sabedoria de um espírito contracultural. A atuação do Marat é boa, a trilha sonora é ótima, cenário bem construído, mas achei todo o resto muito ruim. White people problems do começo ao fim.
A Rede
4.0 34Eu já gostava do diretor antes, mas agora, depois desse filme, passo a admirar ainda mais. É genial a forma modo como ele expõe as contradições desses dois sistemas que são tão opostos e polarizados, mas ao mesmo tempo, tão parecidos em suas práticas institucionais. Excelente filme
Beira-Mar
2.7 454Só eu que achei esse filme meio a versão gaúcha e gay de "Azul é a cor mais quente"?
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraA premissa é muito inteligente e o roteiro tem um potencial incrível pra problematizar questões sociais como violência, racismo, preconceito de classe... além de levantar uns dilemas éticos muito interessantes (principalmente entre o protagonista e o morador de rua). Porém, tem tantos clichês babacas que fica difícil aproveitar o filme sem se irritar. É aquela mesma estrutura de sempre de um filme de suspense que já está super batida, mesmo pra quem não vê muito filme de suspense como eu. É tudo tão clichê que nem dá se sentir um clima de suspense, porque você já sabe como as situações tensas irão se resolver.
Aquela ideia de fazer um personagem bonzinho sumir por um tempo e depois aparecer pra dar um tiro num vilão que está prestes a matar os mocinhos é usada umas 5 vezes!
O Novíssimo Testamento
3.9 165A premissa é muito boa, tem diálogos e situações que são de uma inteligência incrível. Mas fica uma sensação forte de que as personagens, principalmente os 6 apóstolos, poderiam ter sido melhor trabalhadas. Tem algumas cenas que são bem bonitas, como a dança com a mão e a apresentação dos créditos, mas teve uns conflitos meio toscos também. As cenas de humor também oscilaram, ora eram críticas e inteligentes, ora eram meio pastelão. O gorila, pra mim, foi difícil de engolir. Um filme com muita potência, que decepciona em alguns sentidos, mas que não chega a ser ruim.
Exército da Salvação
2.9 9Achei tudo bastante sensível. Muito interessante ver o protagonista imerso nessas relações atravessadas por padrões familiares e de gênero, e ver como o afeto pode escapar e transbordar daqueles moldes de uma vida considerada desejável e normal. Um filme em que corpos falam o tempo todo sem usar palavras. Um filme em que os espectadores mais distraídos e acostumados a só ver o que é explícito poderiam dizer que "nada acontece", mas não é nas palavras e nos conflitos objetivos em que a narrativa deste nesse filme se desenvolve, mas sim naquilo que é olhado, cheirado, sentido e, principalmente, não dito.
Transtorno
3.0 21Gostei muito de como a diretora consegue fazer com que a fotografia, a atuação do Matthias Schoenaerts e principalmente a trilha sonora conseguem expressar o estado psicológico do protagonista. Ao mesmo tempo que o filme possibilita uma imersão intimista nos conflitos do personagem que não precisam de palavras para serem expressos, o filme também nos permite pensar a realidade atual e quais são os preços que se paga para ter privilégios.
Bombay Beach
3.7 6Bombay Beach foi no passado um grande lugar turístico. Hoje é uma das comunidades mais pobres da Califórnia localizada às margens de um mar artificial cheio de peixes mortos e almas entediadas. Neste deserto, acompanhamos a história de três personagens. Benny é um menino diagnosticado com transtorno bipolar cujos pais perderam sua guarda no passado. Hoje mora novamente com sua família amorosa e “desfuncional”. CeeJay é um adolescente aspirante a jogador de futebol que se refugiou em Bombay Beach na esperança de evitar o mesmo destino de seu primo assassinado por uma gangue. Red é um idoso ranzinza que vive de uísque, passado e contrabando de cigarros. Juntos, esses retratos expressam a multiplicidade humana. Eles são ora vítimas de uma sociedade que os marginaliza, ora sujeitos de suas próprias narrativas, seja pelas ações, seja pela memória, seja pela imaginação.
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraPra mim foi uma boa experiência ver esse documentário porque gosto muito da produção musical dela. Mas a forma como o documentário foi feito me incomodou um pouco. Achei sensacionalista a forma como foram usadas as imagens, muitas delas de momentos muito íntimos, ou muitas delas de momentos em que paparazzis foram extremamente invasivos e desrespeitosos com ela. A própria escolha de algumas fotos em momentos em que algum entrevistado falava coisas negativas sobre ela, muitas vezes tentando fazer um espetáculo da miséria dela... Não estou dizendo que um documentário só deva mostrar o lado cor-de-rosa da pessoa retrada, longe disso, mas no final fiquei com uma sensação muito forte de que eu tinha acabo de ver uma versão estendida daqueles programas de fofocas de celebridades que tentam a todo custo escandalizar o público.
3 Corações
2.9 40 Assista AgoraAchei o filme sensível, porém com um enredo extremamente clichê. Gostei muito do final, embora tenha achado o começo e o meio muito água com açúcar. Penso que se não fossem as atrizes pra chamar a atenção ao filme, pouca coisa sobraria.
Aliás, com a trilha sonora também tive uma relação ambígua. Ora gostei bastante, ora parecia forçar uma dramaticidade que o próprio filme não comportava.
Sinceramente, não entendi o porquê desse filme ter ido parar no festival de Veneza.
Ninho de Musaranho
3.7 333Em relação à história em si, achei bem interessante. Os personagens são bem construídos e - salvo alguns clichês - vão se desenvolvendo de uma forma bem harmônica com o decorrer da trama. Como um enredo para uma história de suspense, acho que o filme está de parabéns. Porém, tem alguns aspectos técnicos que eu achei bem ruim, e que pra mim acabaram pesando mais do que o enredo, fazendo com que eu não conseguisse em nenhum momento "entrar" no filme (o que prum suspense é péssimo). Primeiro em relação à trilha sonora: na maioria das cenas fica aquela musiquinha pra dar um clima de suspense e tensão. Esse recurso é usado de forma muito exagerada. Parecia que em quase todas as cenas queriam dar uma dramaticidade que simplesmente não acompanhava as cenas. Achei a trilha sonora muito cansativa. Outra coisa que pra mim foi excessiva foi a hiperdramaticidade das atuações. Nem pra passar manteiga no pão os atores conseguiam um momento de serenidade. Me lembrou muito aquelas novelas mexicanas ou da Globo em que quanto mais dramática a atuação, melhor, mesmo em cenas mais tranquilas. Por último, penso que a fotografia também não tava em sintonia com o filme. Ambientes muito claros e enquadramentos típicos de filmes de comédia-romântica. Com essa fotografia, essa direção de atores, e essa trilha sonora, pra mim não tem enredo que compense. Fiquei com a sensação de que o filme poderia ter sido realmente bom se tivesse sido dirigido por outra(s) pessoa(s).
Jean Gentil
4.0 2Daqueles filmes que nos fazem lembrar do porquê mesmo vale à pena investir nosso tempo com o cinema.
A Pequena Morte
3.7 249 Assista AgoraAinda que a cena de sexo por telefone seja realmente muito boa, de modo geral, achei esse filme bem problemático. Primeiro que eu acho muito quesionável um filme se propor a falar de diversidade sexual apenas com personagens ricos, brancos, magros e héteros em suas lógicas monogâmicas. Pra um filme propõe a ser descolado, achei os personagens e as situaçõe muito enlatadas. No fundo, esse filme não explora a diversidade sexual, apenas reforça os padrões que já são culturamente aceitos. Mas o que realmente me incomodou nesse filme são algumas concepções extremamente equivocas e perigosas que o filme passa. Primeiro, transar com alguém dormindo não é um fetiche de boa, é ESTUPRO! Segundo, provocar o choro de alguém para transar com essa pessoa também não é um fetiche de boa, é algo cruel. Não consigo respeitar um filme que estimule uma confusão entre o que é fetiche e o que é violência. Acho assustar as pessoas não diferenciarem uma coisa da outra e ainda por cima rir disso. Eu não recomendaria esse filme pra ninguém.
Amazônia Eterna
3.6 12Achei o documentário bastante ingênuo. Parece um vídeo propaganda de organizações que exploram a floresta mas querem dar a impressão que de fazem tudo de uma forma ecologicamente harmônica. Isso sem contar a péssima edição dos entrevistados. Colocam um monte de gente pra falar, mas não mostra quase ninguém de fato desenvolvendo alguma ideia. As entrevistas, na maior parte do tempo, viraram uma colcha de retalhos de frases de efeito, mas que têm pouca capacidade de suscitar uma reflexão um pouco mais apronfudada. E por último, me irritou muito essa visão etnocêntrica dos povos originários da Amazônica. Nas pouquíssimas vezes que lhes é dado voz, nem ao menos os realizadores tiveram a decência de colocar uma legenda pra que a gente entenda o que eles querem dizer. Mostra o índio como uma peça de decoração do ambiente natural, assim como uma arara ou um macaco. Colocam uma professora do RJ pra falar dos índios mas nem ao menos explora o eles eles mesmos têm a dizer sobre esse ecossistema. Enfim, achei fraco e despropositado, embora as imagens sejam lindíssimas.
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraÉ muito curioso ver a criação narrativa que a classe dominante desenvolve pra ficar bem com a sua consciência, e ainda acreditar que está melhorando o mundo. Me parece que a luta de classe é primeiramente uma luta da consciência de classe mesmo. De todos os lados.
10.000 Km
3.6 127 Assista AgoraNo começo não vi nada de mais. Me pareceu só mais um romance, com uma temática mais contemporânea, que são os relacionamentos que se fazem à distância por questões econômicas e que se mantém pelas tecnologias de comunicação da internet. Até aí, ok, proposta interessante, mas nada de mais. Mas à medida que os problemas foram aparecendo, o filme foi ganhando uma expressividade muito grande, principalmente em função do roteiro e da atuação. Achei impressionante como conseguiram expressar vários sentimentos com pouquíssimas palavras. Na verdade, me pareceu que era justamente onde as palavras faltavam que eles conseguiam se expressar de maneira mais intensa. No final do filme, ficou pra mim algo muito bom e muito forte.
aquela cena de sexo no final foi uma das mais tristes que já vi no cinema
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Ao mesmo tempo em que o filme retrata de forma crua e verossímil a desolação que é o mundo do trabalho atualmente, ele me trouxe uma esperança muito forte. E essa combinação louca, nunca vi ou imaginei que fosse possível num filme. Absurdamente genial. Esses irmãos Dardenne estão cada dia melhores.
Uma Passagem para Mário
3.7 22o filme de modo geral é bom. tem um ritmo gostoso e uma proposta simples e muito bem feita. Mas esse final... é simplesmente lindo! se eu fosse descrever a minha sensação ao ver esse filme em uma palavra, talvez seria gratidão.
O Sexo dos Anjos
3.8 73O filme já é muito válido só pelo tema que aborda. Mas puts, será que realmente precisava se utilizar de TANTOS clichês que existem nos filmes tradicionais de romance? O tema é realmente interessante, mas a narrativa é extremamente manjada. Boa parte das cenas dá pra adivinhar o que vai acontecer em seguida. Confesso que esperava bem mais, mas, pra quem nunca pensou a fundo em poligamia e poliamor, pode ser um bom ponta pé inicial.