Michelle Williams é a força motriz desse filme carregado de doçura. Dá para enxergar beleza no amargor que as mudanças na vida dessa família acarretam e muito se dá pela atuação de uma atriz refinada como Williams.
A participação de Judd Hirsch e David Lynch soam como pequenas joias, expostas no momento exato como certeiras cartas na manga de Steven Spielberg. Por falar em manga, esse longa vai dar pano pra manga, porque é impossível sair indiferente após a exibição de uma preciosidade estadunidense como essa.
Fotografia de Kaminski e a dobradinha Williams (John na trilha sonora e Michelle na atuação) não tinha como dar errado. Com tantos elementos bons, temos aqui uma nova obra-prima de um dos maiores cineastas de todos os tempos.
Seria lindo se o Oscar de Michelle estivesse encaminhado. Que encanto de filme. Queria ser Sammy por um dia para ter uma mãezona dessas!
Vejo aqui uma despersonalização no cinema de Baumbach; não consigo associar essa nova empreitada do realizador à nada do que foi concebido por ele anteriormente, visto que isso minimiza o fator humano do longa, uma vez que a potência de suas narrativas está na complexidade das relações humanas. Não seria justo dizer que aqui ele extermina esse aspecto, mas a proporção se dissipa e muito.
A obra de DeLillo soa um tanto complexa, portanto Noah não estava em zona de conforto alguma em termos de adaptação, sendo assim temos como resultado uma história fragmentada, quase desconexa, sem um sustentáculo narrativo vigoroso.
A atuação do Adam Driver é o highlight desse filme que, ao menos para mim, soou longo demais e um tanto fastidioso. Como grande admirador dos roteiros originais de Baumbach, sinto que ele não encontrou seu lugar na adaptação.
Já ansioso por um novo projeto onde ele não perca a sua essência e, portanto, não desaponte.
Nada cativa. Arcos narrativos pouco delineados, falta de carisma inaceitável, inclusive em um protagonista tão memorável na franquia "Toy Story". Falaram tanto do personagem Sox e nem ele me empolgou durante a exibição.
Nem o infinito, tampouco o além. Ir além só se for para apagar esse borrão na trajetória da Pixar.
Com "Americano", Mathieu Demy nos apresenta uma obra puramente emocional, que poderia ousar mais no que diz respeito ao refinamento da edição (deveria ser mais dinâmica e sem sobressaltos que “digerem” parte dos acontecimentos futuros para o público), provando que um sobrenome de peso nem sempre é garantia de talento hereditário.
O monstro em si não causa tanto espanto ao aparecer em cena, mas sim quando ainda habita a penumbra ou enxergamos somente parte de sua composição visual, isto é, quando reside no extra campo. Mesmo remetendo ao horror clássico, em que o reprimido (no filme de Muschietti a própria Mama) é aniquilado, a tensão consegue se instaurar no decorrer de toda a obra.
O longa é salvo pelo trabalho do coreógrafo de cena, impressionando-nos com a plasticidade do resultado das pelejas, encabeçadas por uma protagonista que, de fato, conhece o assunto, visto que Gina Carano foi campeã de MMA e ex-lutadora de muay thai.
Representante da Argentina na indicação ao Oscar 2013 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, "Infância Clandestina" encontra sua força na delicadeza da representação de seu protagonista, inspirado em filmes como "Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios", do bósnio Emir Kusturica e "Minha Vida de Cachorro", do sueco Lasse Halström. O universo infantil já tão discutido, encontra aqui um espaço para ser revisitado, onde a visão política é incapaz de preterir a inocência que sai na frente suprema e exultante.
A ousadia de Refn (reconhecida ao ganhar o prêmio de melhor diretor em Cannes), a rica construção das personagens e uma história bem escrita e brilhantemente conduzida são responsáveis pela aceitação de "Drive". Para alguns um revival do Travis Bickle do clássico de Scorsese, mas para outros um novo fôlego para um filme onde a subcultura do mundo do crime emana em torno de um anti-herói, pelo qual dá para se afeiçoar.
História feita sob medida para quem tem uma queda pelo chororô incessante, característico de filmes que lidam com essas temáticas espinhosas. O longa poderia se resumir a isso, não fosse o fato de possuir um enredo que articula bem a forma como compartilhamos as vivências atuais, inclusive aflições. Com um foco na “Geração Whatsapp”, a obra consegue desenvolver esse registro das relações modernas, enfeitiçadas por seus aplicativos.
"Identificação de uma Mulher" é uma obra realizada com o intuito de transitar pelos dilemas do protagonista Niccoló e essa personagem ficcional que ele tanto procura. Filme que reforça a assinatura do cinema de Antonioni, incógnito em muitas instâncias, porém indispensável vide o seu alcance estético que felizmente continua a ecoar.
O bom roteiro adaptado por Marçal Aquino e pelo próprio diretor Heitor Dhalia, a atuação marcante de Selton Mello, como um homem frio e de comportamento obsessivo, tornando-o figura crível e a direção de arte que remete ao escatológico são os fatores para um filme de baixo orçamento como este se firmar.
Apontando para temas como a repressão social, o longa-metragem mostra um amor sem filtros e acolhe desde os componentes dessa relação convulsa até o meio em que o ato acontece. Por fim, exibe a reação dos caubóis diante do compromisso matrimonial e as consequências desse enlace homossexual expelido por conta de medidores temporais, que tenderiam a considerá-lo distúrbio. "O Segredo de Brokeback Mountain" sinaliza mais um marco na carreira de Ang Lee, embora seja Heath Ledger o responsável por desgovernar nossas emoções.
Não foi surpresa alguma constatar ao fim da sessão que essa continuação de "Magic Mike" não lembra em quase nada o bom filme dirigido por Soderbergh. O trailer já anunciava uma história entregue à esbórnia, eliminando de uma vez por todas a densidade do registro anterior.
Os Fabelmans
4.0 388Michelle Williams é a força motriz desse filme carregado de doçura. Dá para enxergar beleza no amargor que as mudanças na vida dessa família acarretam e muito se dá pela atuação de uma atriz refinada como Williams.
A participação de Judd Hirsch e David Lynch soam como pequenas joias, expostas no momento exato como certeiras cartas na manga de Steven Spielberg. Por falar em manga, esse longa vai dar pano pra manga, porque é impossível sair indiferente após a exibição de uma preciosidade estadunidense como essa.
Fotografia de Kaminski e a dobradinha Williams (John na trilha sonora e Michelle na atuação) não tinha como dar errado. Com tantos elementos bons, temos aqui uma nova obra-prima de um dos maiores cineastas de todos os tempos.
Seria lindo se o Oscar de Michelle estivesse encaminhado. Que encanto de filme. Queria ser Sammy por um dia para ter uma mãezona dessas!
Ruído Branco
2.7 204Vejo aqui uma despersonalização no cinema de Baumbach; não consigo associar essa nova empreitada do realizador à nada do que foi concebido por ele anteriormente, visto que isso minimiza o fator humano do longa, uma vez que a potência de suas narrativas está na complexidade das relações humanas. Não seria justo dizer que aqui ele extermina esse aspecto, mas a proporção se dissipa e muito.
A obra de DeLillo soa um tanto complexa, portanto Noah não estava em zona de conforto alguma em termos de adaptação, sendo assim temos como resultado uma história fragmentada, quase desconexa, sem um sustentáculo narrativo vigoroso.
A atuação do Adam Driver é o highlight desse filme que, ao menos para mim, soou longo demais e um tanto fastidioso. Como grande admirador dos roteiros originais de Baumbach, sinto que ele não encontrou seu lugar na adaptação.
Já ansioso por um novo projeto onde ele não perca a sua essência e, portanto, não desaponte.
Lightyear
3.3 389 Assista AgoraNada cativa. Arcos narrativos pouco delineados, falta de carisma inaceitável, inclusive em um protagonista tão memorável na franquia "Toy Story". Falaram tanto do personagem Sox e nem ele me empolgou durante a exibição.
Nem o infinito, tampouco o além. Ir além só se for para apagar esse borrão na trajetória da Pixar.
Americano
2.9 34 Assista AgoraCom "Americano", Mathieu Demy nos apresenta uma obra puramente emocional, que poderia ousar mais no que diz respeito ao refinamento da edição (deveria ser mais dinâmica e sem sobressaltos que “digerem” parte dos acontecimentos futuros para o público), provando que um sobrenome de peso nem sempre é garantia de talento hereditário.
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraO monstro em si não causa tanto espanto ao aparecer em cena, mas sim quando ainda habita a penumbra ou enxergamos somente parte de sua composição visual, isto é, quando reside no extra campo. Mesmo remetendo ao horror clássico, em que o reprimido (no filme de Muschietti a própria Mama) é aniquilado, a tensão consegue se instaurar no decorrer de toda a obra.
A Toda Prova
2.7 486 Assista AgoraO longa é salvo pelo trabalho do coreógrafo de cena, impressionando-nos com a plasticidade do resultado das pelejas, encabeçadas por uma protagonista que, de fato, conhece o assunto, visto que Gina Carano foi campeã de MMA e ex-lutadora de muay thai.
Infância Clandestina
4.0 108Representante da Argentina na indicação ao Oscar 2013 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, "Infância Clandestina" encontra sua força na delicadeza da representação de seu protagonista, inspirado em filmes como "Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios", do bósnio Emir Kusturica e "Minha Vida de Cachorro", do sueco Lasse Halström. O universo infantil já tão discutido, encontra aqui um espaço para ser revisitado, onde a visão política é incapaz de preterir a inocência que sai na frente suprema e exultante.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraA ousadia de Refn (reconhecida ao ganhar o prêmio de melhor diretor em Cannes), a rica construção das personagens e uma história bem escrita e brilhantemente conduzida são responsáveis pela aceitação de "Drive". Para alguns um revival do Travis Bickle do clássico de Scorsese, mas para outros um novo fôlego para um filme onde a subcultura do mundo do crime emana em torno de um anti-herói, pelo qual dá para se afeiçoar.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraHistória feita sob medida para quem tem uma queda pelo chororô incessante, característico de filmes que lidam com essas temáticas espinhosas. O longa poderia se resumir a isso, não fosse o fato de possuir um enredo que articula bem a forma como compartilhamos as vivências atuais, inclusive aflições. Com um foco na “Geração Whatsapp”, a obra consegue desenvolver esse registro das relações modernas, enfeitiçadas por seus aplicativos.
Identificação de uma Mulher
3.2 13"Identificação de uma Mulher" é uma obra realizada com o intuito de transitar pelos dilemas do protagonista Niccoló e essa personagem ficcional que ele tanto procura. Filme que reforça a assinatura do cinema de Antonioni, incógnito em muitas instâncias, porém indispensável vide o seu alcance estético que felizmente continua a ecoar.
O Cheiro do Ralo
3.7 1,1K Assista AgoraO bom roteiro adaptado por Marçal Aquino e pelo próprio diretor Heitor Dhalia, a atuação marcante de Selton Mello, como um homem frio e de comportamento obsessivo, tornando-o figura crível e a direção de arte que remete ao escatológico são os fatores para um filme de baixo orçamento como este se firmar.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraApontando para temas como a repressão social, o longa-metragem mostra um amor sem filtros e acolhe desde os componentes dessa relação convulsa até o meio em que o ato acontece. Por fim, exibe a reação dos caubóis diante do compromisso matrimonial e as consequências desse enlace homossexual expelido por conta de medidores temporais, que tenderiam a considerá-lo distúrbio. "O Segredo de Brokeback Mountain" sinaliza mais um marco na carreira de Ang Lee, embora seja Heath Ledger o responsável por desgovernar nossas emoções.
Magic Mike XXL
3.2 469 Assista AgoraNão foi surpresa alguma constatar ao fim da sessão que essa continuação de "Magic Mike" não lembra em quase nada o bom filme dirigido por Soderbergh. O trailer já anunciava uma história entregue à esbórnia, eliminando de uma vez por todas a densidade do registro anterior.