O tango que Ada cantava Revista Iberoamericasocial - O documental latinoamericano
"Ao assistir o decorrer da peregrinação da busca, ao passar o tempo, a cada dica que o diretor recebe, quanto mais se acerca de Ada-sujeito, o filme traz uma sensação de incredulidade sobre seus passos – uma tática narrativa. Não como forma e meios de feitura do documentário e seu posicionamento sobre a história, mas como uma referência ao processo de desvelar histórias. Aos minutos que se aproximava de um encontro preeminente com Ada-sujeito, surgia a sensação que uma vida como tal não poderia existir, ou ainda, que o encontro não era mais necessário – rever e ouvir Ada Falcón foi como embaralhar a memória, os sentidos, e as tentativas de elucidar na imaginação aquela cantora, com aquela tez que eu via num disco velho da minha vó."
Trabalho de registro e tentativa de compreensão. A busca por liberdade é tema corriqueiro, mas trazer para a centralidade um perfil periférico aponta os ganhos do filme. Questão como gênero e empoderamento são tratados de maneira leve, porém sem perder a complexidade alternada pelas experiências da adolescência. Um trabalho que serve de estudo e pode abrir uma relevante amostragem sobre os questionamentos da mulher negra. Até dá pra imaginar um "je suis Marieme"...
Uma marca moderna que me faz sentir vendo Esopo criando suas fábulas. Esses autores contemporâneos estão recriando o fascínio. Carax e Gondry estão além, são verdadeiros em suas criações de histórias eternas.
Comédia com ótimas piadas esparsas. A Argentina não tem muita tradição em comédias, e na tentativa de Días de Vinilo só demonstra uma imperfeição dentro do aclamado cinema argentino quando o assunto é fazer rir. Um filme mediano, mas se fosse feito por algum estúdio famoso teria uma bilheteria em milhões. Unir repertório musical com clássicos do pop rock, com histórias de amor perdidas e/ou recuperadas, mais a estratégia de "losers" nos papéis principais, tem refletido em reconhecimento do público. Uma perda enorme do filme é a não inclusão no repertório de nenhum pop rock argentino. País que possuiu Charly Garcia, Spinetta, Fito Paez, entre outros, merecia estar representado. Uma lástima.
Vale destacar a piada com a fixação dos argentinos com os Beatles. Não é atoa que país realiza alguns dos mais famosos concursos de cover, o que gera a proliferação dessas bandas. Provavelmente você já deve ter visto alguma festa retrô com alguma banda argentina tocando Beatles. E é exatamente o dilema de Marcelo com sua Yoko Ono da Colômbia e com seu perfeccionismo, além da cena do concurso de covers, que trazem os melhores chistes do filme.
Belo relato sobre as aparências e exigências dentro do jornalismo. Uma forma velada onde se escancara o perfil canalha, sórdido e sádico para o sucesso. Ótimo analisar o personagem principal e o canal que lhe compra as suas imagens, e compará-los com a realidade brasileira. Exercício interessante.
Roteiro interessante por colocar limitações (geográficas e de perfis) para falar sobre uma perda. E a mudança e recomeço que geralmente as perdas trazem. Desafiador, por trazer uma outra narrativa para falar sobre o tema.
Méliès indicaria esse filme aos seus amigos. De visual lúdico coloca em prova o ato de ser "estranho" e força de ser "normal". Luta que diálogo com princípios e futuro.
"Quando coisas estranhas acontecem a macieira é brotada pelos olhos."
A integração proposta pela agenda do Mercosul nunca passou perto de um envolvimento sócio-cultural que abrange um conceito humanista, desqualificando fronteiras e adentrando no verdadeiro caráter do conceito plantado como Mercosul. Não são assinaturas de chefes de estado em palácios que garantem a integração sul-americana: a cultura popular tratou de construir esse ponto de encontro.
A arte para muitos é contemplação, são idéias e abstratismos de artistas, geralmente nunca ligados a uma realidade presencial. Mas a arte também possui seus lados analíticos de inserção num realismo difícil, e foi no semi-árido brasileiro, no estado da Paraíba que encontramos um exemplo dessa emancipação.
O filme esteticamente é bem tramado por trabalhos de câmera delicados que buscam traduzir um olhar, ou melhor a falta dele, principalmente através da Fotografia de Jacques Cheuiche. E com um processo de dramatização intermediado por cenas pensadas e cheias de simbolismos. Para exemplificar esses dois elementos do documentário existem duas cenas de representatividade importante na história que é, primeiramente, o manuseio de uma câmera de vídeo pelas irmãs cantadeiras, e ao tatear elas traduzem a visão de quem está na escuridão – uma leitura de um mundo em caos com imagens jogadas, embaralhadas e confusas. E a por último a cena que demarca as esperanças de uma mãe que na vontade de retomar a companhia da filha se mostra cheia de dúvidas. É quando se mostra as irmãs na Praça do Meio do Mundo, “perdidas” numa placa que não lhe diz nada.
A ideia segue aqui: http://lounge.obviousmag.org/o_obtuso_e_o_obliquo/2012/08/olhos-alem-1.html
Longe do sentido burlesco e teatral da farsa, o documentário "Terra deu, Terra come" traz no suporte audiovisual realista uma proposta de composição entre a simulação e a noção de verdade.
O público de Terra deu, Terra come não é privado de sua imagem-real, mas é convidado para uma experiência de indagações onde constantemente o personagem-real Pedro e seus familiares estão encarando uma “dramaturgia espontânea” a cada caso, história, cantoria e costume registrado pelas câmeras; como a cena de brincadeira com uma máscara. Eles se propuseram ao jogo cênico e tudo o que se vê é ao mesmo tempo a realidade ambígua documental-ficcional, que é naturalmente conduzida pelo diretor.
A ideia segue aqui: http://obviousmag.org/archives/2013/05/documentario_a_realidade_como_farsa.html
O documentário é o extremo entre subjetividade e realismo. O filme Extremo Sul através do imprevisível busca outro tratamento por meio do real. Inóspito e difícil são estradas que levam a localização da montanha. Esses são fatores que dormem na mesma barraca da criação. Os diálogos, as conversas, as atitudes, os gestos são intensificados pelo frio, pela chuva, pela neve e pelo isolamento para trabalhar e, consequentemente, pela vontade de todos, inicialmente, de subir a montanha. Esses elementos estão contidos no dizer de cada personagem, nos planos e no desvio de foco desse documentário.
A ideia segue aqui: http://lounge.obviousmag.org/o_obtuso_e_o_obliquo/2012/04/imprevisivel-ser-gelado.html
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A Viagem
4.0 3"não se esqueça, mesmo submergido, outro país é possível"
Yo no sé qué me han hecho tus ojos
3.8 2O tango que Ada cantava
Revista Iberoamericasocial - O documental latinoamericano
"Ao assistir o decorrer da peregrinação da busca, ao passar o tempo, a cada dica que o diretor recebe, quanto mais se acerca de Ada-sujeito, o filme traz uma sensação de incredulidade sobre seus passos – uma tática narrativa. Não como forma e meios de feitura do documentário e seu posicionamento sobre a história, mas como uma referência ao processo de desvelar histórias. Aos minutos que se aproximava de um encontro preeminente com Ada-sujeito, surgia a sensação que uma vida como tal não poderia existir, ou ainda, que o encontro não era mais necessário – rever e ouvir Ada Falcón foi como embaralhar a memória, os sentidos, e as tentativas de elucidar na imaginação aquela cantora, com aquela tez que eu via num disco velho da minha vó."
Fitzcarraldo
4.2 148 Assista AgoraAinda não sei em qual filme o pessoal da produção se fudeu mais. Se foi em Aguirre ou em Fitzcarraldo
Garotas
3.9 66 Assista AgoraTrabalho de registro e tentativa de compreensão. A busca por liberdade é tema corriqueiro, mas trazer para a centralidade um perfil periférico aponta os ganhos do filme. Questão como gênero e empoderamento são tratados de maneira leve, porém sem perder a complexidade alternada pelas experiências da adolescência.
Um trabalho que serve de estudo e pode abrir uma relevante amostragem sobre os questionamentos da mulher negra.
Até dá pra imaginar um "je suis Marieme"...
Os Encontros da Meia-Noite
3.6 48"- Para nós, é realmente um adeus?
- Sim. Essa é a regra...essa é a vida"
Tokyo!
4.0 126 Assista AgoraUma marca moderna que me faz sentir vendo Esopo criando suas fábulas.
Esses autores contemporâneos estão recriando o fascínio. Carax e Gondry estão além, são verdadeiros em suas criações de histórias eternas.
Dias de Vinil
3.2 5Comédia com ótimas piadas esparsas.
A Argentina não tem muita tradição em comédias, e na tentativa de Días de Vinilo só demonstra uma imperfeição dentro do aclamado cinema argentino quando o assunto é fazer rir.
Um filme mediano, mas se fosse feito por algum estúdio famoso teria uma bilheteria em milhões. Unir repertório musical com clássicos do pop rock, com histórias de amor perdidas e/ou recuperadas, mais a estratégia de "losers" nos papéis principais, tem refletido em reconhecimento do público.
Uma perda enorme do filme é a não inclusão no repertório de nenhum pop rock argentino. País que possuiu Charly Garcia, Spinetta, Fito Paez, entre outros, merecia estar representado. Uma lástima.
Vale destacar a piada com a fixação dos argentinos com os Beatles. Não é atoa que país realiza alguns dos mais famosos concursos de cover, o que gera a proliferação dessas bandas. Provavelmente você já deve ter visto alguma festa retrô com alguma banda argentina tocando Beatles. E é exatamente o dilema de Marcelo com sua Yoko Ono da Colômbia e com seu perfeccionismo, além da cena do concurso de covers, que trazem os melhores chistes do filme.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraBelo relato sobre as aparências e exigências dentro do jornalismo. Uma forma velada onde se escancara o perfil canalha, sórdido e sádico para o sucesso.
Ótimo analisar o personagem principal e o canal que lhe compra as suas imagens, e compará-los com a realidade brasileira. Exercício interessante.
Abrir Portas e Janelas
3.1 13Roteiro interessante por colocar limitações (geográficas e de perfis) para falar sobre uma perda. E a mudança e recomeço que geralmente as perdas trazem.
Desafiador, por trazer uma outra narrativa para falar sobre o tema.
Sonhando Acordado
4.0 319Méliès indicaria esse filme aos seus amigos.
De visual lúdico coloca em prova o ato de ser "estranho" e força de ser "normal". Luta que diálogo com princípios e futuro.
"Quando coisas estranhas acontecem a macieira é brotada pelos olhos."
A Linha Fria do Horizonte
4.4 7A integração proposta pela agenda do Mercosul nunca passou perto de um envolvimento sócio-cultural que abrange um conceito humanista, desqualificando fronteiras e adentrando no verdadeiro caráter do conceito plantado como Mercosul. Não são assinaturas de chefes de estado em palácios que garantem a integração sul-americana: a cultura popular tratou de construir esse ponto de encontro.
A Pessoa é para o que Nasce
4.1 64A arte para muitos é contemplação, são idéias e abstratismos de artistas, geralmente nunca ligados a uma realidade presencial. Mas a arte também possui seus lados analíticos de inserção num realismo difícil, e foi no semi-árido brasileiro, no estado da Paraíba que encontramos um exemplo dessa emancipação.
O filme esteticamente é bem tramado por trabalhos de câmera delicados que buscam traduzir um olhar, ou melhor a falta dele, principalmente através da Fotografia de Jacques Cheuiche. E com um processo de dramatização intermediado por cenas pensadas e cheias de simbolismos. Para exemplificar esses dois elementos do documentário existem duas cenas de representatividade importante na história que é, primeiramente, o manuseio de uma câmera de vídeo pelas irmãs cantadeiras, e ao tatear elas traduzem a visão de quem está na escuridão – uma leitura de um mundo em caos com imagens jogadas, embaralhadas e confusas. E a por último a cena que demarca as esperanças de uma mãe que na vontade de retomar a companhia da filha se mostra cheia de dúvidas. É quando se mostra as irmãs na Praça do Meio do Mundo, “perdidas” numa placa que não lhe diz nada.
A ideia segue aqui:
http://lounge.obviousmag.org/o_obtuso_e_o_obliquo/2012/08/olhos-alem-1.html
Terra Deu, Terra Come
4.2 43 Assista AgoraLonge do sentido burlesco e teatral da farsa, o documentário "Terra deu, Terra come" traz no suporte audiovisual realista uma proposta de composição entre a simulação e a noção de verdade.
O público de Terra deu, Terra come não é privado de sua imagem-real, mas é convidado para uma experiência de indagações onde constantemente o personagem-real Pedro e seus familiares estão encarando uma “dramaturgia espontânea” a cada caso, história, cantoria e costume registrado pelas câmeras; como a cena de brincadeira com uma máscara. Eles se propuseram ao jogo cênico e tudo o que se vê é ao mesmo tempo a realidade ambígua documental-ficcional, que é naturalmente conduzida pelo diretor.
A ideia segue aqui:
http://obviousmag.org/archives/2013/05/documentario_a_realidade_como_farsa.html
Extremo Sul
3.3 10O documentário é o extremo entre subjetividade e realismo. O filme Extremo Sul através do imprevisível busca outro tratamento por meio do real.
Inóspito e difícil são estradas que levam a localização da montanha. Esses são fatores que dormem na mesma barraca da criação. Os diálogos, as conversas, as atitudes, os gestos são intensificados pelo frio, pela chuva, pela neve e pelo isolamento para trabalhar e, consequentemente, pela vontade de todos, inicialmente, de subir a montanha. Esses elementos estão contidos no dizer de cada personagem, nos planos e no desvio de foco desse documentário.
A ideia segue aqui:
http://lounge.obviousmag.org/o_obtuso_e_o_obliquo/2012/04/imprevisivel-ser-gelado.html