Relatos de uma realidade passional e cômica escondida em muitos de cada um de nós. Filme argentino fantástico, com roteiro de Pedro Almodovar. Só podia dar coisa boa. A sacada de retratar a violência, a fúria, o descontrole transpassada por diálogos de personagens que saem de situações cotidianas simples para atitudes extremas e estúpidas desembocando no absurdo foi genial. Um filme que aborda a ânsia pela vingança, o imediatismo, a capacidade de ir além das consequências, uma sociedade desvairada pelos excessos. Ótimas atuações, trilha sonora animada, pitada de humor negro e ácido. O toque de ficção que se mistura com uma realidade fenomenal te deixa com os olhos presos na telinha e te transporta pra dentro de um filme com clímax de indignação e ironia. Você sai do cinema abalado pelo ultraje de alguém que suborna, pelo incômodo de ter sido trapaceado por uma agência de trânsito punitiva, e ainda no final, acompanha as humilhações de um casal um para com o outro e que depois se reconciliam hipocritamente, passando por cima de tudo, refletindo o ridículo e o selvagem dos amantes non sense. Recomendadíssimo!!! Adorei! Nota 10!
(COM SPOILER ). Esse filme não é só sobre o olhar de Mason a respeito da sua trajetória de vida, infância e adolescência. Sim, o foco maior é esse, mas a mesma história também pode ser sentida pelo papel da personagem que faz a mãe, a qual vivencia o crescimento de seus filhos envolta a dois divórcios e outros objetivos que ela se propõe a chegar e a ultrapassar, como a compra e venda de suas casas, o término de seu mestrado, a saída dos filhos de casa. Creio que o diretor lança reflexões de como lidamos com a “sequência da vida”. Gostei do Mason porque através dele as situações foram vivenciadas naturalmente, e em alguns instantes, com estranhamento aquilo que já está estabelecido, questionando a si mesmo e aos outros, ao mundo. Contrasta com os outros personagens caricatos, estipulando regras e ‘como a vida deve ser’. Isso é importante para se chegar a algum lugar? Não deixa de ser, mas estes personagens (o terceiro marido, o chefe...) e a longa duração do filme o deixaram um pouco massante. Nota 8.0 por ter abusado da simplicidade, característica boa e ruim ao mesmo tempo. Destaque para as cenas mais emocionantes: a sensação para as crianças do pai não voltar mais para casa, a discussão forte na mesa com o segundo marido, e o corte de cabelo forçado do Mason.
Dificilmente um filme de ficção me prende os olhos ou me ganha. Justamente porque se torna artificial ou uma mentira bem contada, com situações que nunca seriam possíveis. Mas Intereslellar consegue fazer com que a gente esqueça se a física moderna está certa ou está errada, pois o que o filme quer te passar com certeza não é a teoria do código Morse, se a lei de Murph existe ou se sobreviveríamos a um buraco negro ou se poderíamos nos comunicar de outra dimensão. O filme veio pra nos provocar sobre a questão do amor, do egoísmo, da sobrevivência, do abandono, da soberba, da humildade, entre outras emoções e questões que ele traz. Você acaba o filme e fica refletindo muitas coisas... Desde a possibilidade, responsabilidade e importância de colaborar para um futuro melhor, pois depende de nós salvar o planeta terra e a humanidade... sobre os laços com os familiares e as histórias e memórias que temos com eles serem o que nos faz humanos pois em um universo solitário, sem humanos, talvez deixaríamos de ser humano, de fazer sentido viver... sobre a necessidade de voltar motivado justamente por essa força do amor com as pessoas e não só por um instinto de sobrevivência.... e realmente nos faz suspeitar se, pela questão do espaço e tempo, haveriam chances de seres evoluídos que estariam anos luz de nós, voltarem no tempo, no passado (atual presente), para modificar as coisas, ou para, simplesmente falar conosco, que há outros lugares com possibilidade de vida. Estas foram só as primeiras impressões que tive.. com certeza, quero rever o filme!! Só não dou nota 10 porque acho que o filme pecou por tornar os personagens muito especiais como ‘escolhidos’ para a Missão. Mas no geral, muito bom, vale a pena assistir mesmo que longo!
Defino “O Grande Hotel Budapeste” como um filme singelo, envolvente e curioso. Ao mesmo tempo excêntrico, por sua originalidade tanto dos personagens quanto do enredo, e simples, pelo modo que transmite tantas coisas. O filme cativa pela sua espontaneidade, como se não tivesse intenções de prender a atenção do espectador, mas acaba encantando sutilmente nossos olhos, quase sem querer, por seus diversos detalhes, na fotografia, nos cenários. Para quem gosta de história, assisti-lo vale a pena no sentido de poder captar um pouco de como que os impactos da guerra influenciam na derrocada de um hotel famoso da época. Socialmente, é possível verificar com graça os comportamentos de ironia e brincadeira do “Monsier” e seu fiel “paquete”. Wes Anderson demonstra, através das situações de aventura vivenciadas pelos protagonistas, coisas muito interessantes: a arrogância e estilo de vida suntuoso das pessoas que frequentavam o hotel em seu auge, o cinismo de suas vidas, e a tristeza e solidão dos hóspedes que permaneceram esquecidos dentro das ruínas fantasmagóricas do que sobrou do hotel. Mas a meu ver, é um filme pacato, a qual falta um pouco mais de adrenalina e energia. Talvez este não seja seu objetivo. Apenas pincelar e alfinetar algumas questões, como num malabarismo mágico de idéias. Deve ser visto sem esperar nada dele, caso contrário, se sentirá frustrado. O filme me marcou mais pela importância dada ao jeito disciplinado e educado que os ‘paquetes’ tinham que ter e pela grande amizade genuína construída entre os dois papéis centrais. A cena mais emocionante é a do pedido de desculpas do Monsier para Zero quando ele escuta os motivos de Zero estar no hotel: por causa da guerra. E a frase chave do filme “ainda há lampejos de civilização no açougue bárbaro que já foi a humanidade” sintetiza tudo. Pois o que quer se transmitir é isto: um pouco da humanidade que está escondida ainda nos atos de alguns, por alguns instantes. Nota 7,5 ao filme.
Biutiful. Estou sem palavras, apenas estremecida. Uxbal nos mostra a dor das emoções e o sentimento pelo próximo. Chorei em mais de cinco cenas e é como se durante o longa, fosse acumulando esse peso que o ser humano vai carregando cada vez mais. A vontade é de gritar naquela ponte que aparece quando ao meio do escancaramento dessa tristeza toda, um casal lá no fundo se beija. Esse contraste entre pequenas manifestações de carinho numa mesa e a dor de encontrar uma traição ou uma injustiça com um filho por conta de erros e incapacidades de gerir a própria vida, que afeta a dos demais... isso é sufocante e ao mesmo tempo intrigante. Pra mim o filme coloca o sofrimento aflorado a partir de uma miséria toda do lado da coisa mais esplêndida e linda, que é esse tocar a alma desses outros que simplesmente nos envolvemos e os que se fazem importantes. O filme nos toca e nos faz olhar pra muitas coisas... Levarei um tempo para me recuperar.
Esse filme causa sensações estranhas para solteiros. Faz pensar que casamentos sempre cairão na rotina, e que haverá DRs insuportáveis. E por isso faz desejar não casar. Por outro lado, eu acho que nunca olharia pra trás como Marion faz.. no sentido de achar que as coisas poderiam ter sido 'escolhidas' diferente. Sei lá, essa coisa de 'arrependimento' é triste. Acho que a gente não deve ficar remoendo o passado assim. Pode ser momentâneo, mas como o filme é centrado todo nisso, ficou pesado demais. Focado só na responsabilidade dela pela vida dela, sem interferências da vida ou dos outros no caminho dela. Como se apenas ela tivesse direcionado o caminho assim. Acho que me senti mais como a outra personagem do consultório, que olha de fora e acha que é ruim chegar nesse estágio desse jeito. Talvez porque eu ainda tenha 30, e não 50 como Marion. Enfim... Compreendi o filme, e Woody consegue trazer emoções à tona com ele. Dá pra aprender como ele que se pode 'viver' os relacionamentos de outra maneira sim... rs.
Sim. À primeira vista, e toque de pele, é o sexo que fala mais alto. A carne. Por toda parte, o sexo está lá. Em algum canto da sociedade, está acontecendo. Mesmo que muitos queiram tapar com cortinas, fechar seus olhos, por achar ‘pecaminoso’. Mas não, talvez não seja o sexo em si que Ninfomaníaca proclame como o mais escandaloso. Não é o toque esfregado e violento que perturba, pois o que está por trás do sexo, pulsando na ferida da buceta, é a busca incessante pelo prazer. Joe quer preencher todos os seus buracos abertos e é a partir desse jargão que o diretor Lar Vons Trier faz dialogar o vazio subjetivo da personagem (que no fundo é de todo ser humano) com os olhares e julgamentos da realidade que aos poucos a transforma. O sensacional é ver Joe se indagando durante a narrativa toda. Primeiramente, ela se aceita, se enxerga como aquela que é dominada pelo próprio corpo, instintiva e naturalmente. Mas correr atrás desse objetivo, ela não sabe porque, não resolve. Ainda na primeira etapa, se questiona se o que não falta para ela seria um ingrediente a mais, o amor. Mas segue anestesiada e se dá conta na segunda parte de que para a mulher, lhe escapa muitas vezes o controle de ‘quando gozar’. O filme faz uma volta em si mesmo, devolvendo para Joe (para nós, outra vez) que o amor não existe, deve ser esquecido. Mas que a moralidade, sim, essa, é viva e cruel conosco. Nos condena. O filme se abre, dizendo que todos de alguma maneira, delirariam de prazer se soubessem como, mas que nossos mais perversos desejos estão recalcados. Joe passa a achar então que cada um então, deveria descobrir aquilo que lhe leva ao orgasmos e se dedicar à isso. Mas a moral hipócrita retorna mais forte.. Quando, num lindo eterno retorno, à suspeita sobre o amor à Jerome, ou apenas ciúme, traz a Joe outra alternativa possível:
a de controlar seus impulsos, seja de matar ou de transar. E Joe tenta escapar mas a fuga é em vão, o tiro sai pela culatra. Justamente quando troca seu vício pela chance de se redimir por não ser uma assassina, eis que Seligman revela tudo que é. Simbolicamente, na útilma cena, Seligman representa muitas coisas. Que no fundo todos tem desejo e vão reclamar seu quinhão um dia. E nesse instante que Joe, se liberta, rompe com esse poder masculino sobre o feminino, será que ela não se culpará por ter aprendido a deslizar a arma e apertar o gatilho? Enfim, o filme parecer querer mostrar que o tormento inerente à vida ‘pensante’ sempre nos acompanhará e que nunca nos aliviaremos, a não ser por alguns segundos.... Até porque o filme encerra com a música Hey Joe, nos crédito, absurdamente linda, na voz de Charlotee... dizendo literalmente na letra... “Ei Joe, diga-me Para onde você vai fugir agora? Para onde você vai fugir?”
Triste, Fulguroso, Denso, Intragável como a realidade é... Humano!! Impressionante! Sensacional... E espantosamente, me faz chorar.. Queria conhecer o Trier e dizer: seu puto!!!
Genial ter encaixado "Hey Joe" ao final do filme, nos créditos... pois a letra dessa música condiz... "Hey, Joe, where you goin' with that gun in your hand? Yeah, I'm goin' down to shoot my old lady You know I caught her messin' 'round with another man... Hey Joe, said nowWhere you gonna run to now, where you gonna run to?"
Mais uma vez, um filme que entra pra galeria dos filmes que me marcam. Não só porque filmes sobre envolvimentos afetivos dizem mais pra mim do que qualquer outro. Não só porque é dó tipo realista, sem final meloso, sobre histórias que realmente poderiam ter sido a minha, a sua, a de qualquer um de nós. Mas também, e principalmente porque é possível se identificar com /condenar Adéle e Emma: amá-las e odiá-las simultaneamente, e é possível enxergar o ranso da moral em algumas cenas. Amei Adéle por sua espontaneidade, por sua vontade de amar sem falsidades, por sua entrega, mas a odiei pelo mesmo motivo, por ser vulnerável ao que sente, por estar frágil ao apego que criou por outra pessoa, por deixar sucumbir-se emocionalmente diante da traição. Gostei de Emma, por sua independência, por sua sedução, mesmo sabendo que está é uma máscara, e por isso, a repudio, porque ao final das contas, ela foi mordaz ao recriminar Adéle de traidora sendo que fez isso primeiro. Me pareceu hipócrita na cena em que chama Adéle de puta... como a mais libertina contraditoriamente é a mais presa às convenções sociais? Presa à monogamia e a relação de exclusividade e posse. O “não posso” na cena final é uma faca em meu coração: justamente porque a questão do deixar levar-se no momento ou preferir que isto não interfira numa outra relação meche comigo. E quando o filme me deixa com essa sensação de dúvida que a personagem pode estar certa e pode estar errada (justamente porque depende do ângulo de vista) eu adoro... Emma tem o direito de seguir em outra relação. E o filme te deixa em dúvida porque Emma faz isso... sensacional!!! Independente de ser um filme sobre lésbicas, a questão que fica pra mim é novamente... O peso e a leveza das relações humanas... O quanto nos envolvemos por acaso, por desejo, o quanto dói uma separação pra um, o quanto é cada um e só cada um sozinho que vai ter que lidar com seus sentimentos de rejeição, e que as relações podem sempre significar uma coisa pra um, e uma coisa pra outro... Novamente, o efêmero... e a leveza e o peso... da condição humana! Clap Clap Clap!!!! Palmas para Abdellatif Kechine e para as atrizes Léa Seydoux e Adéle Exarchopoulos!
A melhor interpretação do filme... de Eliane Brum.. Simplesmente Sensacional!!! Pra quem viu o filme, leia, vale muito a pena!!! http://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/03/opinion/1391428140_828590.html
Te faz pensar o quanto a prática sexual pode estar ligada à fuga, à anestesia, à necessidade de 'não sentir nada' .. mas tem como ser insensível?? E colocar o acaso, e o amor nisso tudo.. com um desfecho, eu diria, realista!!! Paradoxal, por isso, ponto para o Trier! Gostei mesmo do filme!
Gostei menos do que imaginava gostar... gosto muito de ver filmes que retratam as emoções e sentimentos a flor da pele como só Bergman consegue fazer... mas achei um pouco chato esse... talvez não era o momento... =/
A mensagem que o filme passa é muito atual nas escolas: que ocorre descaso, falta de sentido, consideração, indiferença. Será que podem existir mais personagens como Henry Barthes? Sensível, integro, mas acima de tudo, 'humano', mostrando sua forma de reagir a esse mundo. Alguem com sentimentos e que se importa. E considera a missão do professor: "Temos a responsabilidade de guiar nossos jovens para que eles não terminem se desintegrando. Caindo no esquecimento. Tornando-se insignificante.". A cena
da Erica não querendo ir embora da casa de Henry é incrível, dá um nó no peito. Fica lado a lado das emoções em relação com as cenas finais e o papel da Meredith.
Genial!!!! Dá pra fazer até um paralelo com o filme Melancholia, se estabelecermos uma correlação entre Peter e Claire, e Lorna e Justine, no sentido da primeira dupla representar primeiramente o ceticismo/racionalismo e a segunda dupla, a crença no transcedental/emocional. Só que em Sound of My Choice a possibilidade de inversão nas pessoas dessa dualidade ou até onde vai o limite disso fica mais evidente. E gostei muito também de poder pensar se Maggie seria realmente uma manipuladora ou doente psiquicamente... Filme muito interessante!!!!!
As duas histórias são doloridas ao final. Não dá pra escolher!! E eu sempre tive essa sensação de que algumas coisas sempre vão acontecer, independente da trajetória, outras não...
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraRelatos de uma realidade passional e cômica escondida em muitos de cada um de nós. Filme argentino fantástico, com roteiro de Pedro Almodovar. Só podia dar coisa boa. A sacada de retratar a violência, a fúria, o descontrole transpassada por diálogos de personagens que saem de situações cotidianas simples para atitudes extremas e estúpidas desembocando no absurdo foi genial. Um filme que aborda a ânsia pela vingança, o imediatismo, a capacidade de ir além das consequências, uma sociedade desvairada pelos excessos.
Ótimas atuações, trilha sonora animada, pitada de humor negro e ácido. O toque de ficção que se mistura com uma realidade fenomenal te deixa com os olhos presos na telinha e te transporta pra dentro de um filme com clímax de indignação e ironia. Você sai do cinema abalado pelo ultraje de alguém que suborna, pelo incômodo de ter sido trapaceado por uma agência de trânsito punitiva, e ainda no final, acompanha as humilhações de um casal um para com o outro e que depois se reconciliam hipocritamente, passando por cima de tudo, refletindo o ridículo e o selvagem dos amantes non sense.
Recomendadíssimo!!! Adorei! Nota 10!
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista Agora(COM SPOILER ). Esse filme não é só sobre o olhar de Mason a respeito da sua trajetória de vida, infância e adolescência. Sim, o foco maior é esse, mas a mesma história também pode ser sentida pelo papel da personagem que faz a mãe, a qual vivencia o crescimento de seus filhos envolta a dois divórcios e outros objetivos que ela se propõe a chegar e a ultrapassar, como a compra e venda de suas casas, o término de seu mestrado, a saída dos filhos de casa. Creio que o diretor lança reflexões de como lidamos com a “sequência da vida”. Gostei do Mason porque através dele as situações foram vivenciadas naturalmente, e em alguns instantes, com estranhamento aquilo que já está estabelecido, questionando a si mesmo e aos outros, ao mundo. Contrasta com os outros personagens caricatos, estipulando regras e ‘como a vida deve ser’. Isso é importante para se chegar a algum lugar? Não deixa de ser, mas estes personagens (o terceiro marido, o chefe...) e a longa duração do filme o deixaram um pouco massante. Nota 8.0 por ter abusado da simplicidade, característica boa e ruim ao mesmo tempo.
Destaque para as cenas mais emocionantes: a sensação para as crianças do pai não voltar mais para casa, a discussão forte na mesa com o segundo marido, e o corte de cabelo forçado do Mason.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraDificilmente um filme de ficção me prende os olhos ou me ganha. Justamente porque se torna artificial ou uma mentira bem contada, com situações que nunca seriam possíveis. Mas Intereslellar consegue fazer com que a gente esqueça se a física moderna está certa ou está errada, pois o que o filme quer te passar com certeza não é a teoria do código Morse, se a lei de Murph existe ou se sobreviveríamos a um buraco negro ou se poderíamos nos comunicar de outra dimensão. O filme veio pra nos provocar sobre a questão do amor, do egoísmo, da sobrevivência, do abandono, da soberba, da humildade, entre outras emoções e questões que ele traz. Você acaba o filme e fica refletindo muitas coisas... Desde a possibilidade, responsabilidade e importância de colaborar para um futuro melhor, pois depende de nós salvar o planeta terra e a humanidade... sobre os laços com os familiares e as histórias e memórias que temos com eles serem o que nos faz humanos pois em um universo solitário, sem humanos, talvez deixaríamos de ser humano, de fazer sentido viver... sobre a necessidade de voltar motivado justamente por essa força do amor com as pessoas e não só por um instinto de sobrevivência.... e realmente nos faz suspeitar se, pela questão do espaço e tempo, haveriam chances de seres evoluídos que estariam anos luz de nós, voltarem no tempo, no passado (atual presente), para modificar as coisas, ou para, simplesmente falar conosco, que há outros lugares com possibilidade de vida. Estas foram só as primeiras impressões que tive.. com certeza, quero rever o filme!! Só não dou nota 10 porque acho que o filme pecou por tornar os personagens muito especiais como ‘escolhidos’ para a Missão. Mas no geral, muito bom, vale a pena assistir mesmo que longo!
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KDefino “O Grande Hotel Budapeste” como um filme singelo, envolvente e curioso. Ao mesmo tempo excêntrico, por sua originalidade tanto dos personagens quanto do enredo, e simples, pelo modo que transmite tantas coisas. O filme cativa pela sua espontaneidade, como se não tivesse intenções de prender a atenção do espectador, mas acaba encantando sutilmente nossos olhos, quase sem querer, por seus diversos detalhes, na fotografia, nos cenários. Para quem gosta de história, assisti-lo vale a pena no sentido de poder captar um pouco de como que os impactos da guerra influenciam na derrocada de um hotel famoso da época. Socialmente, é possível verificar com graça os comportamentos de ironia e brincadeira do “Monsier” e seu fiel “paquete”. Wes Anderson demonstra, através das situações de aventura vivenciadas pelos protagonistas, coisas muito interessantes: a arrogância e estilo de vida suntuoso das pessoas que frequentavam o hotel em seu auge, o cinismo de suas vidas, e a tristeza e solidão dos hóspedes que permaneceram esquecidos dentro das ruínas fantasmagóricas do que sobrou do hotel. Mas a meu ver, é um filme pacato, a qual falta um pouco mais de adrenalina e energia. Talvez este não seja seu objetivo. Apenas pincelar e alfinetar algumas questões, como num malabarismo mágico de idéias. Deve ser visto sem esperar nada dele, caso contrário, se sentirá frustrado. O filme me marcou mais pela importância dada ao jeito disciplinado e educado que os ‘paquetes’ tinham que ter e pela grande amizade genuína construída entre os dois papéis centrais. A cena mais emocionante é a do pedido de desculpas do Monsier para Zero quando ele escuta os motivos de Zero estar no hotel: por causa da guerra. E a frase chave do filme “ainda há lampejos de civilização no açougue bárbaro que já foi a humanidade” sintetiza tudo. Pois o que quer se transmitir é isto: um pouco da humanidade que está escondida ainda nos atos de alguns, por alguns instantes. Nota 7,5 ao filme.
Biutiful
4.0 1,1KBiutiful. Estou sem palavras, apenas estremecida. Uxbal nos mostra a dor das emoções e o sentimento pelo próximo. Chorei em mais de cinco cenas e é como se durante o longa, fosse acumulando esse peso que o ser humano vai carregando cada vez mais. A vontade é de gritar naquela ponte que aparece quando ao meio do escancaramento dessa tristeza toda, um casal lá no fundo se beija. Esse contraste entre pequenas manifestações de carinho numa mesa e a dor de encontrar uma traição ou uma injustiça com um filho por conta de erros e incapacidades de gerir a própria vida, que afeta a dos demais... isso é sufocante e ao mesmo tempo intrigante.
Pra mim o filme coloca o sofrimento aflorado a partir de uma miséria toda do lado da coisa mais esplêndida e linda, que é esse tocar a alma desses outros que simplesmente nos envolvemos e os que se fazem importantes.
O filme nos toca e nos faz olhar pra muitas coisas... Levarei um tempo para me recuperar.
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraDoído, lindo e inspirador: humano.
Lua de Fel
3.9 377Só uma palavra resume: visceral
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraAcho que nunca vi nenhum diretor como Lars para juntar tão bem uma música ao tema de seu filme... perfeito!
A Outra
3.8 146Esse filme causa sensações estranhas para solteiros. Faz pensar que casamentos sempre cairão na rotina, e que haverá DRs insuportáveis. E por isso faz desejar não casar. Por outro lado, eu acho que nunca olharia pra trás como Marion faz.. no sentido de achar que as coisas poderiam ter sido 'escolhidas' diferente. Sei lá, essa coisa de 'arrependimento' é triste. Acho que a gente não deve ficar remoendo o passado assim. Pode ser momentâneo, mas como o filme é centrado todo nisso, ficou pesado demais. Focado só na responsabilidade dela pela vida dela, sem interferências da vida ou dos outros no caminho dela. Como se apenas ela tivesse direcionado o caminho assim. Acho que me senti mais como a outra personagem do consultório, que olha de fora e acha que é ruim chegar nesse estágio desse jeito. Talvez porque eu ainda tenha 30, e não 50 como Marion. Enfim... Compreendi o filme, e Woody consegue trazer emoções à tona com ele. Dá pra aprender como ele que se pode 'viver' os relacionamentos de outra maneira sim... rs.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraSim. À primeira vista, e toque de pele, é o sexo que fala mais alto. A carne. Por toda parte, o sexo está lá. Em algum canto da sociedade, está acontecendo. Mesmo que muitos queiram tapar com cortinas, fechar seus olhos, por achar ‘pecaminoso’.
Mas não, talvez não seja o sexo em si que Ninfomaníaca proclame como o mais escandaloso. Não é o toque esfregado e violento que perturba, pois o que está por trás do sexo, pulsando na ferida da buceta, é a busca incessante pelo prazer.
Joe quer preencher todos os seus buracos abertos e é a partir desse jargão que o diretor Lar Vons Trier faz dialogar o vazio subjetivo da personagem (que no fundo é de todo ser humano) com os olhares e julgamentos da realidade que aos poucos a transforma.
O sensacional é ver Joe se indagando durante a narrativa toda. Primeiramente, ela se aceita, se enxerga como aquela que é dominada pelo próprio corpo, instintiva e naturalmente. Mas correr atrás desse objetivo, ela não sabe porque, não resolve. Ainda na primeira etapa, se questiona se o que não falta para ela seria um ingrediente a mais, o amor. Mas segue anestesiada e se dá conta na segunda parte de que para a mulher, lhe escapa muitas vezes o controle de ‘quando gozar’. O filme faz uma volta em si mesmo, devolvendo para Joe (para nós, outra vez) que o amor não existe, deve ser esquecido. Mas que a moralidade, sim, essa, é viva e cruel conosco. Nos condena. O filme se abre, dizendo que todos de alguma maneira, delirariam de prazer se soubessem como, mas que nossos mais perversos desejos estão recalcados. Joe passa a achar então que cada um então, deveria descobrir aquilo que lhe leva ao orgasmos e se dedicar à isso. Mas a moral hipócrita retorna mais forte.. Quando, num lindo eterno retorno, à suspeita sobre o amor à Jerome, ou apenas ciúme, traz a Joe outra alternativa possível:
a de controlar seus impulsos, seja de matar ou de transar. E Joe tenta escapar mas a fuga é em vão, o tiro sai pela culatra. Justamente quando troca seu vício pela chance de se redimir por não ser uma assassina, eis que Seligman revela tudo que é. Simbolicamente, na útilma cena, Seligman representa muitas coisas. Que no fundo todos tem desejo e vão reclamar seu quinhão um dia. E nesse instante que Joe, se liberta, rompe com esse poder masculino sobre o feminino, será que ela não se culpará por ter aprendido a deslizar a arma e apertar o gatilho? Enfim, o filme parecer querer mostrar que o tormento inerente à vida ‘pensante’ sempre nos acompanhará e que nunca nos aliviaremos, a não ser por alguns segundos.... Até porque o filme encerra com a música Hey Joe, nos crédito, absurdamente linda, na voz de Charlotee... dizendo literalmente na letra... “Ei Joe, diga-me Para onde você vai fugir agora? Para onde você vai fugir?”
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraGenial ter encaixado "Hey Joe" ao final do filme, nos créditos... pois a letra dessa música condiz... "Hey, Joe, where you goin' with that gun in your hand? Yeah, I'm goin' down to shoot my old lady You know I caught her messin' 'round with another man... Hey Joe, said nowWhere you gonna run to now, where you gonna run to?"
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraPré-estréia para os curitibanos no Espaço Itaú na próxima quarta-feira! =)
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraCOM SPOILER - OPINIÃO PARA QUEM VIU O FILME...
Mais uma vez, um filme que entra pra galeria dos filmes que me marcam.
Não só porque filmes sobre envolvimentos afetivos dizem mais pra mim do que qualquer outro.
Não só porque é dó tipo realista, sem final meloso, sobre histórias que realmente poderiam ter sido a minha, a sua, a de qualquer um de nós.
Mas também, e principalmente porque é possível se identificar com /condenar Adéle e Emma: amá-las e odiá-las simultaneamente, e é possível enxergar o ranso da moral em algumas cenas.
Amei Adéle por sua espontaneidade, por sua vontade de amar sem falsidades, por sua entrega, mas a odiei pelo mesmo motivo, por ser vulnerável ao que sente, por estar frágil ao apego que criou por outra pessoa, por deixar sucumbir-se emocionalmente diante da traição.
Gostei de Emma, por sua independência, por sua sedução, mesmo sabendo que está é uma máscara, e por isso, a repudio, porque ao final das contas, ela foi mordaz ao recriminar Adéle de traidora sendo que fez isso primeiro. Me pareceu hipócrita na cena em que chama Adéle de puta... como a mais libertina contraditoriamente é a mais presa às convenções sociais? Presa à monogamia e a relação de exclusividade e posse. O “não posso” na cena final é uma faca em meu coração: justamente porque a questão do deixar levar-se no momento ou preferir que isto não interfira numa outra relação meche comigo. E quando o filme me deixa com essa sensação de dúvida que a personagem pode estar certa e pode estar errada (justamente porque depende do ângulo de vista) eu adoro... Emma tem o direito de seguir em outra relação. E o filme te deixa em dúvida porque Emma faz isso... sensacional!!!
Independente de ser um filme sobre lésbicas, a questão que fica pra mim é novamente... O peso e a leveza das relações humanas... O quanto nos envolvemos por acaso, por desejo, o quanto dói uma separação pra um, o quanto é cada um e só cada um sozinho que vai ter que lidar com seus sentimentos de rejeição, e que as relações podem sempre significar uma coisa pra um, e uma coisa pra outro... Novamente, o efêmero... e a leveza e o peso... da condição humana!
Clap Clap Clap!!!! Palmas para Abdellatif Kechine e para as atrizes Léa Seydoux e Adéle Exarchopoulos!
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraA melhor interpretação do filme... de Eliane Brum.. Simplesmente Sensacional!!!
Pra quem viu o filme, leia, vale muito a pena!!!
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/03/opinion/1391428140_828590.html
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraTe faz pensar o quanto a prática sexual pode estar ligada à fuga, à anestesia, à necessidade de 'não sentir nada' .. mas tem como ser insensível?? E colocar o acaso, e o amor nisso tudo.. com um desfecho, eu diria, realista!!! Paradoxal, por isso, ponto para o Trier! Gostei mesmo do filme!
Código Desconhecido
3.7 79 Assista AgoraGosto de filmes completos e de histórias entrecruzadas mas este filme achei muito confuso!
Gritos e Sussurros
4.3 472Gostei menos do que imaginava gostar... gosto muito de ver filmes que retratam as emoções e sentimentos a flor da pele como só Bergman consegue fazer... mas achei um pouco chato esse... talvez não era o momento... =/
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraA mensagem que o filme passa é muito atual nas escolas: que ocorre descaso, falta de sentido, consideração, indiferença. Será que podem existir mais personagens como Henry Barthes? Sensível, integro, mas acima de tudo, 'humano', mostrando sua forma de reagir a esse mundo. Alguem com sentimentos e que se importa. E considera a missão do professor: "Temos a responsabilidade de guiar nossos jovens para que eles não terminem se desintegrando. Caindo no esquecimento. Tornando-se insignificante.". A cena
da Erica não querendo ir embora da casa de Henry é incrível, dá um nó no peito. Fica lado a lado das emoções em relação com as cenas finais e o papel da Meredith.
Sr. Ninguém
4.3 2,7KOn line: http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/07/sr-ninguem-2009-direcao-jaco-van-dormael.html
Cenas de um Casamento
4.4 232Gente, tem online no site da toca dos cinéfilos bem como diversos outros filmes do Bergman, é pra ver agora... rs
A Seita Misteriosa
3.4 205Genial!!!! Dá pra fazer até um paralelo com o filme Melancholia, se estabelecermos uma correlação entre Peter e Claire, e Lorna e Justine, no sentido da primeira dupla representar primeiramente o ceticismo/racionalismo e a segunda dupla, a crença no transcedental/emocional. Só que em Sound of My Choice a possibilidade de inversão nas pessoas dessa dualidade ou até onde vai o limite disso fica mais evidente. E gostei muito também de poder pensar se Maggie seria realmente uma manipuladora ou doente psiquicamente... Filme muito interessante!!!!!
De Caso com o Acaso
3.4 90As duas histórias são doloridas ao final. Não dá pra escolher!! E eu sempre tive essa sensação de que algumas coisas sempre vão acontecer, independente da trajetória, outras não...
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraJá Tem o filme em torrent, mas eu não acho legenda em português!! Alguém achou?
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraAs pessoas caindo no mar no trailler me lembraram os sapos de Magnólia!!! Estou na espera, amo os filmes de PT Anderson!!!!