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Últimas opiniões enviadas

  • Caroline B.

    Assisti ontem, em 3D e, apesar de não gostar de versões 3D, acho que "Life of Pi" vale a pena ser visto de qualquer maneira. A fotografia e os efeitos visuais constroem um verdadeiro espetáculo, que não só dão vida à narrativa factual, como nos transportam além da visão real do que a natureza nos apresenta, até a própria imaginação do narrador-personagem, de uma maneira que só o cinema (quando bem elaborado) é capaz de reconstruir. Concordo com as opiniões de que não é um filme de cunho didático/religioso, mas de cunho simplesmente moral. Como um ser humano extremamente sensível, Pi encontrou na religião, desde cedo, o seu refúgio em relação ao que não podia explicar, e um bom caminho para justificar sua percepção do mundo, baseada em princípios morais que ele já possuía, de sua própria personalidade e também como herança da criação dada pelos pais. O filme deixa isso bem claro, dando ao espectador a liberdade para interpretar os rumos da vida de Pi como o caminho de sua revelação espiritual ou como uma inevitável luta constante pela sobrevivência, baseada nas leis naturais, sendo a religião uma maneira de tornar essa luta mais tolerável. Tanto, que os personagens da mãe e do pai de Pi equilibram essas duas visões, um agarrando-se à fé, o outro, à razão.
    Mas não se engane, nenhum questionamento moral é simples, e o filme apresenta reflexões e mensagens ao mesmo tempo complexas, tocantes e encantadoras. Por exemplo, no final, eu não soube responder qual das versões contadas por Pi de sua aventura no mar era a verdadeira. Tinha ele dividido mesmo um bote com aquele tigre? Ou o Tigre era uma fantasia (uma alegoria, que representava a lição de sobrevivência mais importante de sua infância) à qual ele tinha se agarrado para manter-se vivo? Não seria o Tigre a representação dele mesmo, como na versão em que o macaco representava a mãe, o cozinheiro a raposa e o marinheiro a zebra? Aqui, o Tigre representa exatamente o outro lado dele mesmo, o lado em que o instinto de sobrevivência toma a rédea de sua personalidade, como ele mesmo revela, quando diz que a fome nos transforma. Assim, com essa alegoria, ele tentava justificar o fato de ter matado o cozinheiro, mesmo tendo sempre pregado a não-violência, inclusive por ser vegetariano. Quando ele conta não ter suportado o fato de ver o tigre ir embora, não seria a representação do seu lado feroz e instintivo indo embora, tendo ele, dali em diante, que conviver com a violência que presenciou e da qual também utilizou?

    Caberá a nós escolher uma das versões, como coube ao escritor que ouvia a história.

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