Não é tão somente mostrar Los Angeles através dos filmes que foram locados na cidade mas sim mostrar o resultado de uma tríplice relação não-hierárquica entre cinema, cidade e o espectador. É muito difícil para quem está longe conseguir compreender uma relação tão complexa dessas, mas o trabalho do Thom Andersen é tão meticuloso e bem feito que podemos até arriscar a dizer, chegamos perto.
"Truth of the matter was, stories was everything, and everything was stories. Everybody told stories. lt was a way of saying who they were in the world . lt was their understanding of themselves. lt was letting themselves know how they believe the world worked . The right way and the way that was not so right."
Filmaço, divertidíssimo. Roteiro original, psicologia das mais baratas possíveis, atuação sensacional do Brandon Maggart dentro da comédia e do drama, algumas cenas memoráveis e um final que faz jus a todo o filme. Quer dizer, tudo que se precisa está ali.
Toda a montagem cronológica do filme a partir das leituras das cartas pelo Lorenzo é muito bem construída pra criar o ambiente de nostalgia e tristeza. Por uns breves momentos não tem como não lembrar do Sains Soleil. Muito bom.
É bem possível que o não tão grande reconhecimento do Jack Clayton deva-se talvez por uma carreira relativamente pouco extensa no cinema, pois jamais seria pela qualidade dos filmes que ele dirigiu. The Pumpkin Eater é a prova maior disso; filme notável em tantos pontos que é difícil enumerar.
Só pela coragem de trabalhar com um roteiro tão extenso e tão complexo já mostra uma grande qualidade dele como diretor.
Como espectador se fica o tempo todo perguntando o quê exatamente está ocorrendo com a Jo, o por quê das suas escolhas; na verdade os personagens são tão complexos e o roteiro tão bem trabalhado que cada ação e cada nova tensão entre os personagens geram novas dúvidas sobre o estado psicológico de cada um. As próprias explosões climáticas do filme não se dão somente de forma violenta, outras são extremamente sutis, num simples olhar ou mudança de feição por exemplo; mérito maior do absurdo trabalho da Anne Bancroft.
The Pumpkin Eater é também um germinal para a discussão da instituição que é o casamento burguês, as oposições de visão entre o casamento católico e o protestante (já muito debatido no cinema inclusive) e o reflexo dessas diferenças na formação de uma sociedade, inclusive economicamente falando, entre vários outros temas com uma possível abordagem feminista.
Enfim, já havia me tornado um grande admirador do Jack Clayton depois de assistir Os inocentes (obra prima), No Templo das Tentações e Todas as noites às nove, mas agora depois de assistir esta pérola, a grandeza dele como diretor passa a ser uma certeza.
Os diálogos tem realmente a parte central onde se dá toda a tensão e conflitos entre os personagens, mas há um elemento externo também extremamente importante pra trama: os planos onde mostram a grandeza e magnificência quase aterradora dos enormes arranha-céus e o próprio interior amplo e gigantesco repleto de ornamentos onipotentes. Isso parece que confere um ideia geral de como as pessoas ali são realmente pequenas engrenagens numa máquina imensamente maior, e em como seus desejos, aspirações e a moral entram em conflito com essa máquina, ou com outras "engrenagens maiores" que direcionam seu funcionamento pra determinado caminho.
Ao que parece o Rod Serling não quis tomar um partido exato se é possível uma 'engrenagem' conseguir se encaixar nessa máquina levando em conta aspirações conflitantes com ela, mas parece que há um certo otimismo quanto a isso. E depois há naturalmente elementos pessoais não menos importantes resultantes dessas vidas.
Atuações primorosas do Van Heflin e Ed Begley.
PS: de Patterns pra 'A História de um Egoísta' é brincadeira. Egoísmo é o sentimento mais irrelevante da trama, e pouquíssimo tem a ver com o protagonista.
Sam Raimi manda muito bem na direção. As cenas completamente esdrúxulas não apelam ou se escoram no sucesso do Evil Dead, sendo na verdade uma homenagem e uma atualização daquele mesmo estilo de terror/comédia dos anos 80. A única coisa que incomoda é o CGI, que além de várias vezes mal feito na maioria dos casos era completamente desnecessário. Mas ainda assim, um filme delicioso.
Como na cena em que a Christine vê a sombra do Lâmia se aproximando por debaixo da porta. Poderia simplesmente ter usado um par de pernas de carneiro pra fazer a sombra e ainda assim foi usado CGI.
Acho que ele é tão malhado pq as pessoas esperam um jump-scare ordinário, e a proposta do filme é bem diferente. Acho difícil um fã do Evil Dead se decepcionar com este filme.
Apesar do filme retratar uma passagem específica da vida do Churchill e de ter o seu valor pra uma discussão política o filme acaba se sobressaindo por representar dois grandes dramas, um familiar e outro pessoal referente ao 'envelhecer' do Churchill, com uma atuação grandiosa do Michael Gambom. A discussão política nesse sentido fica bem ofuscada, apesar de várias vezes permear estes dramas.
Enfim, um filmaço. Agradaria até quem detesta política ou até mesmo detesta o Churchill.
Quem tiver interessado, tem um livro de ensaios do Capote lançado pela Editora Leya no Brasil com o título simples de [ensaios], o qual tem um breve artigo do Capote revelando detalhes da produção do filme. Sobre como ele tratou com o Brooks para que cada mínima cena fosse gravada no exato local onde aconteceu de fato, e a busca por atores que fossem fielmente parecidos com os assassinos reais. Conta o capote que quando viu pela primeira vez o Robert Blake e o Scott WIlson no set de gravação, teve um mal estar e deixou o local sem nunca mais voltar ao estúdio, pois não aguentava ver que os atores eram tão parecidos com o Perry Smith e o Hickock.
Algo interessantíssimo sobre o Robert Blake, e a ligação do A sangue Frio com 'O Tesouro de Sierra Madre'.
Bom, é indiscutível que o melhor papel da carreira do Blake (que não foi uma grande carreira) foi nesse filme interpretando o Perry Smith.
O objetivo do Perry e do Hickock, depois de consumado o assalto e a eliminação de qualquer testemunha, era rumar para o México e partir em uma busca por um tesouro perdido, quase como numa brincadeira de criança, com mapas e tudo. Essa ideia de buscar um tesouro perdido no México foi muito inspirada pelo filme 'O Tesouro de Sierra Madre', inclusive, na viagem que empreenderam até ao México, ou sempre que tratavam desses planos, constantemente o filme era citado, virando inclusive “piada pessoal” dos dois, com brincadeiras do tipo “-Quando encontrarmos o ouro, quem interpretará o papel do Bogart?”. Tanto Perry quanto o Hicock tiveram infâncias muito pobres, no meio do turbilhão que foi o pós-crise de 29, então a ideia de buscarem um tesouro que garantiria a eles tudo o que não tiveram pelo resto da vida foi muito inspiradora.
Quando então, no meio da pesquisa que o Capote estava fazendo para o livro que viria a escrever, começou a interrogar os assassinos, ambos se mostraram muito relutantes e fechados a falar qualquer coisa que fosse para um estranho. A porta de abertura do Perry Smith com o Capote foi somente quando o Capote lhe contou ser amigo íntimo tanto do Bogart como do Houston, o que deixou Perry maravilhado, e daí pra frente se iniciou uma amizade entre os dois que o fez confidenciar minimante todos os detalhes da noite do assassinato.
A vida escreve uns roteiros que são muito foda. Como imaginar que o jovem Robert Blake ainda criança, que atuaria num papel menor no Tesouro de Sierra Madre, décadas mais tarde faria o papel de um assassino que justamente havia se inspirado no filme no qual ele atuou? E ainda por cima, a semelhança de ambos é absurda.
Uma pena que a carreira do Robert Blake não tenha sido melhor, pq o papel dele no A Sangue Frio é primoroso. A cena inicial é fortíssima. Mas é difícil ver o filme sem o aporte do livro.
Esse filme é muito subestimado, tanto na filmografia do Michael Mann quanto dentro do gênero. Dá pra ver claramente o quanto ele influenciou Zodiac e Se7en.
A construção dos personagens, cada um deles, também é fantástica. O Próprio Hannibal Lecktor do Brian Cox, apesar da participação não tão grande, é tão bom quanto o do Hopkins.
Esse filme podia ser uma obra prima se tecnicamente fosse mais bem feito e tivesse atores dignos, e não simplesmente um filme pra televisão. Os elementos principais e que mais chamam atenção (o tratamento com a morte, a perda) devem ser resquícios simplesmente do livro do Stephen King, e não algo que foi deliberadamente foi posto pelo diretor. Enfim, uma pena.
Parece que a ideia do filme era não deixar transparecer tão claramente as tensões que os personagens tinham uns com os outros e consigo mesmo, ou que extravasem isso, a não ser por alguns momentos; muito provavelmente pelo fato de cada um ter um problema sério de expor pro outro seus problemas, ou até de compreender o que se passava consigo, o que é bem pior. E essa dificuldade era tanto do filho mais novo, como do irmão mais velho, pai e mãe, criando um ambiente familiar absolutamente instável, onde palavras ou frases eram inflamáveis (louder than bombs).
Essas premissas são bem interessantes mas parecem que minaram muito o potencial do Jesse Eisenberg, ao passo que pra Isabelle Huppert (já mais adaptada a esse tipo de atuação) serviu perfeitamente. Talvez se o roteiro fosse mais complexo e exigisse mais seria um drama muito melhor; acaba sendo um contra peso. No fim, um belo filme.
PS: Isabelle Huppert provavelmente seja uma das mulheres mais bonitas do mundo, e especialmente nesse filme, talvez mais que em qualquer outro filme que ela fez. Alguns closes que dão nela são simplesmente estonteantes.
Vale muito a pena assistir pelo registro em vídeo dos processos de criação do Zorn, parte da teoria musical dele, entre outros.
Mas os vários pontos negativos ficam pelo que não foi feito na verdade. É impossível dissociar o Zorn de outros músicos que trabalham com ele há décadas, como O Marc Ribot, Cyro Baptista, o próprio Frith, Joey Baron, entre outros, e como o próprio Zorn disse, eles fazem parte da formação musical dele, e no entanto não há nenhum registro de entrevista de qualquer um destes músicos, nada. Se o objetivo fosse "isolar" o Zorn pra que se pudesse adentrar ainda mais no universo pessoal dele, infelizmente a diretora não foi muito feliz.
As imagens da cidade também não parecem terem cumprido o papel ao qual eram destinadas, em conformidade com a música, e isso incomoda bastante.
O documentário também fica muito centrado dentro do estúdio do Zorn, e isso limita a parada de um jeito bem ruim. A diretora bem podia ter pego o exemplo do Step Across The Border, onde tem-se imagens do mundo todo o qual o Frith viajou, com tantos diferentes artistas e cenários. Isso daria a dimensão necessária da universalidade da música do Zorn, ao mesmo tempo que tem tantas faces.
O tom pessoal da diretora é interessante, mas mal narrado por ela mesma, e acaba soando bem artificial.
De toda forma, um documentário que sempre vai valer a pena ser visto. E acho que fiz tantas críticas a ele por termos poucos registros do tipo sobre o Zorn, então o que teríamos deveria ser algo absolutamente único e grandioso, do tamanho da obra dele, mas, ao menos alguém se dispôs a fazer, e fez.
O tema por ser sempre relevante, somado as boas atuações e o roteiro bem cuidado, já merece uma boa avaliação. Mas acredito que fique nisso.
Talvez não seja possível separar o tema (que é absurdamente importante) do filme, mas se isso for possível, érr... talvez ele não seja tão bom. Diria que ele é "piegas" demais.
Achei o final da morte da menina muito mal construído. Bom, se o final for a morte do protagonista como forma de "aviso" pelo mau caminho que ela optou, bom, isso tem que ser bem mais trabalhado do que foi, pra que isso realmente seja "um" impacto. Este tipo de final já foi tantas vezes utilizado que toda nova vez que ele aparecer terá de ser de forma bem original, ou a carga anterior da personagem tem que ser gigantesca (como é o caso no "O adversário).
Mas independente disso, acredito este tipo de filme sempre será relevante de ser assistido.
Absorto demais para comentar qualquer coisa, a não ser esse tema da trilha sonora composta pela Eleni Karandriou, a mais bela que eu já ouvi. Poderia escutar num loop infinito.
Los Angeles por Ela Mesma
4.3 3 Assista AgoraUm épico.
Não é tão somente mostrar Los Angeles através dos filmes que foram locados na cidade mas sim mostrar o resultado de uma tríplice relação não-hierárquica entre cinema, cidade e o espectador. É muito difícil para quem está longe conseguir compreender uma relação tão complexa dessas, mas o trabalho do Thom Andersen é tão meticuloso e bem feito que podemos até arriscar a dizer, chegamos perto.
Imprescindível.
A Sociedade dos Amigos do Diabo
3.3 121 Assista AgoraInteressante que em nenhum momento o Brian Yuzna optou por dizer que era um culto satanista ou algo do tipo. Detalhe por demais importante.
Searching for the Wrong-Eyed Jesus
4.3 1"Truth of the matter was, stories was everything, and everything was stories. Everybody told stories. lt was a way of saying who they were in the world . lt was their understanding of themselves. lt was letting themselves know how they believe the world worked . The right way and the way that was not so right."
Quartier Latin - Maio de 68/ Noites Longas e Manhãs …
3.9 4Excelente. Lembra muito A Batalha do Chile pelo momento de convulsão política, mais do que por aspectos técnicos.
Natal Diabólico
2.7 31Filmaço, divertidíssimo. Roteiro original, psicologia das mais baratas possíveis, atuação sensacional do Brandon Maggart dentro da comédia e do drama, algumas cenas memoráveis e um final que faz jus a todo o filme. Quer dizer, tudo que se precisa está ali.
Nueve Cartas a Berta
3.2 1Toda a montagem cronológica do filme a partir das leituras das cartas pelo Lorenzo é muito bem construída pra criar o ambiente de nostalgia e tristeza. Por uns breves momentos não tem como não lembrar do Sains Soleil. Muito bom.
O Homem que perdeu a sua sombra
3.1 1Filme menor dentro da filmografia do Alain Tanner, e ainda assim um grande filme.
Crescei e Multiplicai-vos
4.0 14É bem possível que o não tão grande reconhecimento do Jack Clayton deva-se talvez por uma carreira relativamente pouco extensa no cinema, pois jamais seria pela qualidade dos filmes que ele dirigiu. The Pumpkin Eater é a prova maior disso; filme notável em tantos pontos que é difícil enumerar.
Só pela coragem de trabalhar com um roteiro tão extenso e tão complexo já mostra uma grande qualidade dele como diretor.
Como espectador se fica o tempo todo perguntando o quê exatamente está ocorrendo com a Jo, o por quê das suas escolhas; na verdade os personagens são tão complexos e o roteiro tão bem trabalhado que cada ação e cada nova tensão entre os personagens geram novas dúvidas sobre o estado psicológico de cada um. As próprias explosões climáticas do filme não se dão somente de forma violenta, outras são extremamente sutis, num simples olhar ou mudança de feição por exemplo; mérito maior do absurdo trabalho da Anne Bancroft.
The Pumpkin Eater é também um germinal para a discussão da instituição que é o casamento burguês, as oposições de visão entre o casamento católico e o protestante (já muito debatido no cinema inclusive) e o reflexo dessas diferenças na formação de uma sociedade, inclusive economicamente falando, entre vários outros temas com uma possível abordagem feminista.
Enfim, já havia me tornado um grande admirador do Jack Clayton depois de assistir Os inocentes (obra prima), No Templo das Tentações e Todas as noites às nove, mas agora depois de assistir esta pérola, a grandeza dele como diretor passa a ser uma certeza.
The Planets
3.4 1Que trabalho magistral do Russell.
A História de um Egoísta
3.9 5Os diálogos tem realmente a parte central onde se dá toda a tensão e conflitos entre os personagens, mas há um elemento externo também extremamente importante pra trama: os planos onde mostram a grandeza e magnificência quase aterradora dos enormes arranha-céus e o próprio interior amplo e gigantesco repleto de ornamentos onipotentes. Isso parece que confere um ideia geral de como as pessoas ali são realmente pequenas engrenagens numa máquina imensamente maior, e em como seus desejos, aspirações e a moral entram em conflito com essa máquina, ou com outras "engrenagens maiores" que direcionam seu funcionamento pra determinado caminho.
Ao que parece o Rod Serling não quis tomar um partido exato se é possível uma 'engrenagem' conseguir se encaixar nessa máquina levando em conta aspirações conflitantes com ela, mas parece que há um certo otimismo quanto a isso. E depois há naturalmente elementos pessoais não menos importantes resultantes dessas vidas.
Atuações primorosas do Van Heflin e Ed Begley.
PS: de Patterns pra 'A História de um Egoísta' é brincadeira. Egoísmo é o sentimento mais irrelevante da trama, e pouquíssimo tem a ver com o protagonista.
Arraste-me para o Inferno
2.8 2,8K Assista AgoraFilme sensacional.
Sam Raimi manda muito bem na direção. As cenas completamente esdrúxulas não apelam ou se escoram no sucesso do Evil Dead, sendo na verdade uma homenagem e uma atualização daquele mesmo estilo de terror/comédia dos anos 80. A única coisa que incomoda é o CGI, que além de várias vezes mal feito na maioria dos casos era completamente desnecessário. Mas ainda assim, um filme delicioso.
Como na cena em que a Christine vê a sombra do Lâmia se aproximando por debaixo da porta. Poderia simplesmente ter usado um par de pernas de carneiro pra fazer a sombra e ainda assim foi usado CGI.
Acho que ele é tão malhado pq as pessoas esperam um jump-scare ordinário, e a proposta do filme é bem diferente. Acho difícil um fã do Evil Dead se decepcionar com este filme.
Churchill's Secret
3.4 4Apesar do filme retratar uma passagem específica da vida do Churchill e de ter o seu valor pra uma discussão política o filme acaba se sobressaindo por representar dois grandes dramas, um familiar e outro pessoal referente ao 'envelhecer' do Churchill, com uma atuação grandiosa do Michael Gambom. A discussão política nesse sentido fica bem ofuscada, apesar de várias vezes permear estes dramas.
Enfim, um filmaço. Agradaria até quem detesta política ou até mesmo detesta o Churchill.
"Envelhecer não é para covardes."
A Sangue Frio
4.1 65 Assista AgoraQuem tiver interessado, tem um livro de ensaios do Capote lançado pela Editora Leya no Brasil com o título simples de [ensaios], o qual tem um breve artigo do Capote revelando detalhes da produção do filme. Sobre como ele tratou com o Brooks para que cada mínima cena fosse gravada no exato local onde aconteceu de fato, e a busca por atores que fossem fielmente parecidos com os assassinos reais. Conta o capote que quando viu pela primeira vez o Robert Blake e o Scott WIlson no set de gravação, teve um mal estar e deixou o local sem nunca mais voltar ao estúdio, pois não aguentava ver que os atores eram tão parecidos com o Perry Smith e o Hickock.
A Sangue Frio
4.1 65 Assista AgoraAlgo interessantíssimo sobre o Robert Blake, e a ligação do A sangue Frio com 'O Tesouro de Sierra Madre'.
Bom, é indiscutível que o melhor papel da carreira do Blake (que não foi uma grande carreira) foi nesse filme interpretando o Perry Smith.
O objetivo do Perry e do Hickock, depois de consumado o assalto e a eliminação de qualquer testemunha, era rumar para o México e partir em uma busca por um tesouro perdido, quase como numa brincadeira de criança, com mapas e tudo. Essa ideia de buscar um tesouro perdido no México foi muito inspirada pelo filme 'O Tesouro de Sierra Madre', inclusive, na viagem que empreenderam até ao México, ou sempre que tratavam desses planos, constantemente o filme era citado, virando inclusive “piada pessoal” dos dois, com brincadeiras do tipo “-Quando encontrarmos o ouro, quem interpretará o papel do Bogart?”. Tanto Perry quanto o Hicock tiveram infâncias muito pobres, no meio do turbilhão que foi o pós-crise de 29, então a ideia de buscarem um tesouro que garantiria a eles tudo o que não tiveram pelo resto da vida foi muito inspiradora.
Quando então, no meio da pesquisa que o Capote estava fazendo para o livro que viria a escrever, começou a interrogar os assassinos, ambos se mostraram muito relutantes e fechados a falar qualquer coisa que fosse para um estranho. A porta de abertura do Perry Smith com o Capote foi somente quando o Capote lhe contou ser amigo íntimo tanto do Bogart como do Houston, o que deixou Perry maravilhado, e daí pra frente se iniciou uma amizade entre os dois que o fez confidenciar minimante todos os detalhes da noite do assassinato.
A vida escreve uns roteiros que são muito foda. Como imaginar que o jovem Robert Blake ainda criança, que atuaria num papel menor no Tesouro de Sierra Madre, décadas mais tarde faria o papel de um assassino que justamente havia se inspirado no filme no qual ele atuou? E ainda por cima, a semelhança de ambos é absurda.
Uma pena que a carreira do Robert Blake não tenha sido melhor, pq o papel dele no A Sangue Frio é primoroso. A cena inicial é fortíssima. Mas é difícil ver o filme sem o aporte do livro.
Caçador de Assassinos
3.5 158 Assista AgoraEsse filme é muito subestimado, tanto na filmografia do Michael Mann quanto dentro do gênero. Dá pra ver claramente o quanto ele influenciou Zodiac e Se7en.
A construção dos personagens, cada um deles, também é fantástica. O Próprio Hannibal Lecktor do Brian Cox, apesar da participação não tão grande, é tão bom quanto o do Hopkins.
Trilha sonora então, rapás...
Cemitério Maldito
3.7 1,1K Assista AgoraEsse filme podia ser uma obra prima se tecnicamente fosse mais bem feito e tivesse atores dignos, e não simplesmente um filme pra televisão. Os elementos principais e que mais chamam atenção (o tratamento com a morte, a perda) devem ser resquícios simplesmente do livro do Stephen King, e não algo que foi deliberadamente foi posto pelo diretor. Enfim, uma pena.
Mais Forte que Bombas
3.5 133 Assista AgoraParece que a ideia do filme era não deixar transparecer tão claramente as tensões que os personagens tinham uns com os outros e consigo mesmo, ou que extravasem isso, a não ser por alguns momentos; muito provavelmente pelo fato de cada um ter um problema sério de expor pro outro seus problemas, ou até de compreender o que se passava consigo, o que é bem pior. E essa dificuldade era tanto do filho mais novo, como do irmão mais velho, pai e mãe, criando um ambiente familiar absolutamente instável, onde palavras ou frases eram inflamáveis (louder than bombs).
Essas premissas são bem interessantes mas parecem que minaram muito o potencial do Jesse Eisenberg, ao passo que pra Isabelle Huppert (já mais adaptada a esse tipo de atuação) serviu perfeitamente. Talvez se o roteiro fosse mais complexo e exigisse mais seria um drama muito melhor; acaba sendo um contra peso. No fim, um belo filme.
PS: Isabelle Huppert provavelmente seja uma das mulheres mais bonitas do mundo, e especialmente nesse filme, talvez mais que em qualquer outro filme que ela fez. Alguns closes que dão nela são simplesmente estonteantes.
Stallone: Cobra
3.4 589 Assista Agoraakhdaysgdasytdahjakahsgdtyasdgdgdggdasahgf
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraIrretocável.
Ghost in the Shell 2: Innocence
4.1 66A maior experiência que já tive em relação a uma animação. Impossível de ser superada.
Alien vs. Predador 2
2.4 413 Assista AgoraMeus dois filmes preferidos de todo o sempre, 8 e 1/2 do Fellini e Alien vs Predador 2
A Bookshelf on Top of the Sky: 12 Stories About …
3.8 1Vale muito a pena assistir pelo registro em vídeo dos processos de criação do Zorn, parte da teoria musical dele, entre outros.
Mas os vários pontos negativos ficam pelo que não foi feito na verdade. É impossível dissociar o Zorn de outros músicos que trabalham com ele há décadas, como O Marc Ribot, Cyro Baptista, o próprio Frith, Joey Baron, entre outros, e como o próprio Zorn disse, eles fazem parte da formação musical dele, e no entanto não há nenhum registro de entrevista de qualquer um destes músicos, nada. Se o objetivo fosse "isolar" o Zorn pra que se pudesse adentrar ainda mais no universo pessoal dele, infelizmente a diretora não foi muito feliz.
As imagens da cidade também não parecem terem cumprido o papel ao qual eram destinadas, em conformidade com a música, e isso incomoda bastante.
O documentário também fica muito centrado dentro do estúdio do Zorn, e isso limita a parada de um jeito bem ruim. A diretora bem podia ter pego o exemplo do Step Across The Border, onde tem-se imagens do mundo todo o qual o Frith viajou, com tantos diferentes artistas e cenários. Isso daria a dimensão necessária da universalidade da música do Zorn, ao mesmo tempo que tem tantas faces.
O tom pessoal da diretora é interessante, mas mal narrado por ela mesma, e acaba soando bem artificial.
De toda forma, um documentário que sempre vai valer a pena ser visto. E acho que fiz tantas críticas a ele por termos poucos registros do tipo sobre o Zorn, então o que teríamos deveria ser algo absolutamente único e grandioso, do tamanho da obra dele, mas, ao menos alguém se dispôs a fazer, e fez.
Guerreira
3.8 26O tema por ser sempre relevante, somado as boas atuações e o roteiro bem cuidado, já merece uma boa avaliação. Mas acredito que fique nisso.
Talvez não seja possível separar o tema (que é absurdamente importante) do filme, mas se isso for possível, érr... talvez ele não seja tão bom. Diria que ele é "piegas" demais.
Achei o final da morte da menina muito mal construído. Bom, se o final for a morte do protagonista como forma de "aviso" pelo mau caminho que ela optou, bom, isso tem que ser bem mais trabalhado do que foi, pra que isso realmente seja "um" impacto. Este tipo de final já foi tantas vezes utilizado que toda nova vez que ele aparecer terá de ser de forma bem original, ou a carga anterior da personagem tem que ser gigantesca (como é o caso no "O adversário).
Mas independente disso, acredito este tipo de filme sempre será relevante de ser assistido.
Um Olhar a Cada Dia
4.4 25Absorto demais para comentar qualquer coisa, a não ser esse tema da trilha sonora composta pela Eleni Karandriou, a mais bela que eu já ouvi. Poderia escutar num loop infinito.