Tento entender como esse filme foi feito e pra mim ele é de grande genialidade, e me proporcionou uma experiência muito diferente das que já tive com o cinema. Senti que ao acompanhar os dias de férias dos dois, os silêncios compartilhados na beira da piscina, as descobertas da menina, os flashs das lembranças dela já adulta, os momentos de introspecção do pai, os passeios juntos e os momentos de distanciamentos dos dois, aquelas cenas confusas com jogo de luzes,..., como se os sentimentos e as emoções de pai e filha fossem sendo compartilhados vagarosamente comigo, espectadora. De um jeito imperceptível porque tudo no filme é muito sutil, pouco escancarado, e que me fez entender aos poucos o que estava acontecendo com o pouquíssimo que era dito. Um entender que não foi promovido por explicações literais e cenas em sequência, mas que passou pelo sentido, pela percepção dos muitos detalhes e foi se entranhando. Uma construção muito primorosa da diretora, do elenco e de toda a equipe. Vi depois que a produção é do Barry Jenkins, me fazendo lembrar que Moonlight também fez algo similar, de provocar sensações que não são fáceis de explicar.
Foi o primeiro filme do Wes Anderson que assisti e gostei muito, e é notório que o estilo dele é bem diferente da maioria dos filmes que já vi. Apesar de ser diferente, não me causou nenhum estranhamento, mas eu ri dos absurdos cômicos. O estilo dele fica muito evidente, e não digo só dos enquadramentos perfeitos, da preocupação com as cores e com a estética toda calculada, mas de como ele conta a história. É como se fosse uma história desprovida de sentimentalismos. Os personagens não se demoram nos sentimentos, não se angustiam em demasia com as coisas que acontecem; eles só agem e seguem com a vida do jeito que é e como podem. Nesse sentido, eu não consigo achar que é superficial, mas que é simples, o que é diferente de não ser profundo. Só não tem muitas delongas e, justamente por isso, ele parece bem distante da "vida real".
As expectativas estavam bem baixas e a surpresa foi muito boa. É um filme muito sincero e que carrega a contradição-não-tão-contradição-assim de ser singelo e complexo ao mesmo tempo.
Apesar de achar que a Cate Blanchett estava sensacional maravilhosa incrível (que mulher, não é mesmo??!), a personagem da Rooney Mara é tão palpável e cheia de imperfeições que me cativou muito mais.
"Amarelo é a cor das mesas, dos bancos, dos tambores, dos cabos, das peixeiras, da enxada e da estrovenga. Do carro de boi, das cangas, dos chapéus envelhecidos, da charque. Amarelo das doenças, das remelas, dos olhos dos meninos, das feridas purulentas, dos escarros, das verminoses, das hepatites, das diarreias, dos dentes apodrecidos… Tempo interior amarelo. Velho, desbotado, doente."
Quando você se dá conta de que ATÉ filmes precisam do timing perfeito na sua vida. Eu realmente não tinha captado a essência desse filme na primeira vez que assisti...
Nas cenas em que negros cantam em filmes sobre escravidão ou racismo, parece que eles invocam toda a dor de dentro. Chega arrepiar. (Vide a cena de enterro de um escravo)
Diga a Bernie Clifford que sua marca de nascença é feita de chocolate, o que significa que quando você for para o céu, você vai tomar conta de todo o chocolate.
Um Chaplin totalmente despido e escancarado com diálogos dos mais maravilhosos possíveis. Já citaram, mas né... "That's all any of us are: amateurs. We don't live long enough to be anything else"
Aftersun
4.1 704Tento entender como esse filme foi feito e pra mim ele é de grande genialidade, e me proporcionou uma experiência muito diferente das que já tive com o cinema. Senti que ao acompanhar os dias de férias dos dois, os silêncios compartilhados na beira da piscina, as descobertas da menina, os flashs das lembranças dela já adulta, os momentos de introspecção do pai, os passeios juntos e os momentos de distanciamentos dos dois, aquelas cenas confusas com jogo de luzes,..., como se os sentimentos e as emoções de pai e filha fossem sendo compartilhados vagarosamente comigo, espectadora. De um jeito imperceptível porque tudo no filme é muito sutil, pouco escancarado, e que me fez entender aos poucos o que estava acontecendo com o pouquíssimo que era dito. Um entender que não foi promovido por explicações literais e cenas em sequência, mas que passou pelo sentido, pela percepção dos muitos detalhes e foi se entranhando. Uma construção muito primorosa da diretora, do elenco e de toda a equipe. Vi depois que a produção é do Barry Jenkins, me fazendo lembrar que Moonlight também fez algo similar, de provocar sensações que não são fáceis de explicar.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraFoi o primeiro filme do Wes Anderson que assisti e gostei muito, e é notório que o estilo dele é bem diferente da maioria dos filmes que já vi. Apesar de ser diferente, não me causou nenhum estranhamento, mas eu ri dos absurdos cômicos. O estilo dele fica muito evidente, e não digo só dos enquadramentos perfeitos, da preocupação com as cores e com a estética toda calculada, mas de como ele conta a história. É como se fosse uma história desprovida de sentimentalismos. Os personagens não se demoram nos sentimentos, não se angustiam em demasia com as coisas que acontecem; eles só agem e seguem com a vida do jeito que é e como podem. Nesse sentido, eu não consigo achar que é superficial, mas que é simples, o que é diferente de não ser profundo. Só não tem muitas delongas e, justamente por isso, ele parece bem distante da "vida real".
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraAs expectativas estavam bem baixas e a surpresa foi muito boa. É um filme muito sincero e que carrega a contradição-não-tão-contradição-assim de ser singelo e complexo ao mesmo tempo.
Apesar de achar que a Cate Blanchett estava sensacional maravilhosa incrível (que mulher, não é mesmo??!), a personagem da Rooney Mara é tão palpável e cheia de imperfeições que me cativou muito mais.
Amarelo Manga
3.8 542 Assista AgoraTudo muito sujo, muito amarelo, muito humano, muito ser humano.
Amarelo Manga
3.8 542 Assista Agora"Amarelo é a cor das mesas, dos bancos, dos tambores, dos cabos, das peixeiras,
da enxada e da estrovenga. Do carro de boi, das cangas, dos chapéus envelhecidos, da charque. Amarelo das doenças, das remelas, dos olhos dos meninos, das feridas purulentas, dos escarros, das verminoses, das hepatites, das diarreias, dos dentes apodrecidos… Tempo interior amarelo. Velho, desbotado, doente."
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraQuando você se dá conta de que ATÉ filmes precisam do timing perfeito na sua vida. Eu realmente não tinha captado a essência desse filme na primeira vez que assisti...
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KNas cenas em que negros cantam em filmes sobre escravidão ou racismo, parece que eles invocam toda a dor de dentro. Chega arrepiar. (Vide a cena de enterro de um escravo)
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraO filme é lindo lindo lindo lindo e com proporções enormes de identificação pessoal.
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KDiga a Bernie Clifford que sua marca de nascença é feita de chocolate, o que significa que quando você for para o céu, você vai tomar conta de todo o chocolate.
Luzes da Ribalta
4.5 280 Assista AgoraUm Chaplin totalmente despido e escancarado com diálogos dos mais maravilhosos possíveis. Já citaram, mas né... "That's all any of us are: amateurs. We don't live long enough to be anything else"
Adeus, Meninos
4.2 257 Assista Agora- You scared?
- All the time.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraE me apaixonei pela Shug Avery. Acho que sou uma abelhinha.
Caindo na Estrada
3.0 219 Assista AgoraFaz muito tempo que assisti, mas é fato: Ri demais.