Nomadland nos ensina muito sobre o cultivo da memória, a partir daí nasce um grande trabalho de imagens, sons e diálogos simplistas, valiosíssimos, que nos levam diretamente ao ponto mais reflexivo sobre nossas vidas. é como se aquela memória mais profunda te ponha no mais doce colo e depois te solta numa queda livre, parece que quer acrescentar algum sentido nessa dualidade vida-morte, perfazendo toda nossa trajetória nesse mundo. independentemente do modo que vivemos - se fomos engolidos pela rotina do capitalismo ou resolvemos cair na estrada - sempre haverá momentos, histórias de pessoas que passarão por nós, abraços e que depois serão só lembranças e mais tarde será só uma energia solta no espaço.
Eu adoro a ação desse filme, mas a ciência foi morta junto com alguns zekes! Por mais que seja uma produção de ficção científica, o diretor se esforça bastante para dar ao filme ares mais realistas, como o uso de algumas filmagens que parecem documentais e a introdução de doenças já existentes, como meningite e varíola. É ai que o desfecho não se sustenta,
pelo pouco que é mostrado, criam uma vacina que não faz sentido nenhum, pois ela contém patógenos letais que camuflam quem a toma por deixá-lo doente, e mesmo se o indivíduo recebe aquela cura milagrosa depois, ele deixa de ser um corpo doente e cai por terra toda a ideia de camuflagem sem pé nem cabeça explanada pelos próprios cientistas da OMS no filme.
Seria melhor ter exposto uma solução totalmente ficcional ou apoiada na ciência de verdade, porque essa história do ponto fraco dos zumbis ser a nossa fraqueza além de contraditória, forçou.
O filme deixa boas mensagens e reflexões, porém o faz de um jeito extremamente apelativo o tempo inteiro, quase não dá espaço pra outra coisa a não ser o sofrimento. Tudo aqui é muito mecânico, as atuações, as falas bonitinhas, os acontecimentos, as mensagens nas entrelinhas, são demasiadamente forçados e se você tira todo esse exagero e apelo emocional não sobra nada. Eu mesmo chorei o filme todinho, quase não conseguia ler as legendas porque meus olhos estavam embaçados, porém eu não consigo dizer que é um ótimo filme, somente que ele consegue tocar muitas pessoas sensíveis através de muito sentimentalismo forçado guela abaixo. Ao assistir este filme não pude deixar de lembrar de obras que nos fazem despedaçar por dentro sem usar de artifícios tão apelativos por durante duas horas seguidas, trago referências como Cafarnaum de Nadine Labaki e Em pedaços de Fatih Akin.
Com um suspense muito bem construído, boas atuações e uma trilha sonora precisa, a façanha do diretor em intercalar o passado com a presente reunião, revelando paulatinamente as ligações entre os personagens da trama e te situando no decorrer das cenas, funciona muito bem aqui.
Ao mesmo tempo que é possível sentir o frenesi do protagonista toda vez que se lembra do passado obscuro e aflora seus instintos mais profundos o alertando que há algo de errado rolando ali, a poeira é baixada com uma delicadeza enfadonha, e você quase acredita de que tudo vai acabar bem, quase.
Todos os atos aqui minuciosamente moldados, contribuem para uma atmosfera ambiguamente densa e sutil, e por fim o filme entrega bem mais do que promete.
Todos já viram esse filme antes e ele vai se repetir por muito tempo, temos aqui um verdadeiro espetáculo do orgulho agindo silenciosamente, mas sempre presente em suas consequências entrelaçadas na linha do tempo: é notável o abacaxi entalado na garganta do pai quando expulsa sua filha, em paralelo a mãe que sufoca a própria voz, mais a diante "eu só volto praquela casa depois que eu criar o chico, pra esfregar bem na cara deles", e no meio de tudo isso, a vida invisível de Eurídice. Toda essa insistência em manter uma vaidade tola leva a um sofrimento em muitos níveis, que dura uma vida, até duas ou mais.
Longos planos-sequência junto a um elenco amador contribuem para o retrato muito orgânico de um cotidiano high school norte americano. O contexto entrega o que está por vir logo no começo mas o adia até o final, mostrando uma cadeia de acontecimentos triviais simultâneos vistos de diferentes ângulos, no intuito de despertar uma visão imparcial do espectador, aqui nada é vitimado, nem priorizado. Longe da apelação, os pequenos atos que muitas vezes são mascarados num ambiente tão cheio e dinâmico como o de uma escola, traz à luz por fim, o terrorismo fruto de uma falha social fortemente impregnada e naturalizada no nosso meio. Porém o filme não é sobre o atentado (muito frequente nos EUA inclusive), mas sim sobre todas as pessoas e como elas sofrem individualmente, cada um com a sua maneira de lidar com isso, a vezes sufocando e se isolando, outras externando e matando.
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraNomadland nos ensina muito sobre o cultivo da memória, a partir daí nasce um grande trabalho de imagens, sons e diálogos simplistas, valiosíssimos, que nos levam diretamente ao ponto mais reflexivo sobre nossas vidas. é como se aquela memória mais profunda te ponha no mais doce colo e depois te solta numa queda livre, parece que quer acrescentar algum sentido nessa dualidade vida-morte, perfazendo toda nossa trajetória nesse mundo. independentemente do modo que vivemos - se fomos engolidos pela rotina do capitalismo ou resolvemos cair na estrada - sempre haverá momentos, histórias de pessoas que passarão por nós, abraços e que depois serão só lembranças e mais tarde será só uma energia solta no espaço.
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraEu adoro a ação desse filme, mas a ciência foi morta junto com alguns zekes! Por mais que seja uma produção de ficção científica, o diretor se esforça bastante para dar ao filme ares mais realistas, como o uso de algumas filmagens que parecem documentais e a introdução de doenças já existentes, como meningite e varíola. É ai que o desfecho não se sustenta,
pelo pouco que é mostrado, criam uma vacina que não faz sentido nenhum, pois ela contém patógenos letais que camuflam quem a toma por deixá-lo doente, e mesmo se o indivíduo recebe aquela cura milagrosa depois, ele deixa de ser um corpo doente e cai por terra toda a ideia de camuflagem sem pé nem cabeça explanada pelos próprios cientistas da OMS no filme.
Alice no País das Maravilhas
4.0 767 Assista Agoraminha nossa a alice ta muito loka de droga all the time amei
Milagre na Cela 7
4.1 1,2K Assista AgoraO filme deixa boas mensagens e reflexões, porém o faz de um jeito extremamente apelativo o tempo inteiro, quase não dá espaço pra outra coisa a não ser o sofrimento. Tudo aqui é muito mecânico, as atuações, as falas bonitinhas, os acontecimentos, as mensagens nas entrelinhas, são demasiadamente forçados e se você tira todo esse exagero e apelo emocional não sobra nada. Eu mesmo chorei o filme todinho, quase não conseguia ler as legendas porque meus olhos estavam embaçados, porém eu não consigo dizer que é um ótimo filme, somente que ele consegue tocar muitas pessoas sensíveis através de muito sentimentalismo forçado guela abaixo.
Ao assistir este filme não pude deixar de lembrar de obras que nos fazem despedaçar por dentro sem usar de artifícios tão apelativos por durante duas horas seguidas, trago referências como Cafarnaum de Nadine Labaki e Em pedaços de Fatih Akin.
O Convite
3.3 1,1KCom um suspense muito bem construído, boas atuações e uma trilha sonora precisa, a façanha do diretor em intercalar o passado com a presente reunião, revelando paulatinamente as ligações entre os personagens da trama e te situando no decorrer das cenas, funciona muito bem aqui.
Ao mesmo tempo que é possível sentir o frenesi do protagonista toda vez que se lembra do passado obscuro e aflora seus instintos mais profundos o alertando que há algo de errado rolando ali, a poeira é baixada com uma delicadeza enfadonha, e você quase acredita de que tudo vai acabar bem, quase.
A Vida Invisível
4.3 642Todos já viram esse filme antes e ele vai se repetir por muito tempo, temos aqui um verdadeiro espetáculo do orgulho agindo silenciosamente, mas sempre presente em suas consequências entrelaçadas na linha do tempo: é notável o abacaxi entalado na garganta do pai quando expulsa sua filha, em paralelo a mãe que sufoca a própria voz, mais a diante "eu só volto praquela casa depois que eu criar o chico, pra esfregar bem na cara deles", e no meio de tudo isso, a vida invisível de Eurídice. Toda essa insistência em manter uma vaidade tola leva a um sofrimento em muitos níveis, que dura uma vida, até duas ou mais.
Elefante
3.6 1,2K Assista AgoraLongos planos-sequência junto a um elenco amador contribuem para o retrato muito orgânico de um cotidiano high school norte americano. O contexto entrega o que está por vir logo no começo mas o adia até o final, mostrando uma cadeia de acontecimentos triviais simultâneos vistos de diferentes ângulos, no intuito de despertar uma visão imparcial do espectador, aqui nada é vitimado, nem priorizado. Longe da apelação, os pequenos atos que muitas vezes são mascarados num ambiente tão cheio e dinâmico como o de uma escola, traz à luz por fim, o terrorismo fruto de uma falha social fortemente impregnada e naturalizada no nosso meio. Porém o filme não é sobre o atentado (muito frequente nos EUA inclusive), mas sim sobre todas as pessoas e como elas sofrem individualmente, cada um com a sua maneira de lidar com isso, a vezes sufocando e se isolando, outras externando e matando.
Maria e João: O Conto das Bruxas
2.6 527sai do cinema com vontade de pedir meu dinheiro de volta, esse filme nem deveria existir.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista Agoraaquele final que define o verdadeiro significado de "a cereja do bolo"