Maternidade. Está aí um tema completamente estranho a mim. Pois é isso que Tully (2018), dirigido por Jason Reitman – do incrível Juno (2007) –, propõe-se a discutir. E, como é característico desse diretor, de uma maneira leve e enternecedora, sem nunca parecer raso ou genérico.
Na trama, Marlo (Charlize Theron) está a espera de seu terceiro filho. Desgastada diante das tarefas domésticas e dos cuidados com as outras duas crianças, apresenta relutância em aceitar o presente dado por seu irmão: os serviços de uma night nanny. Traduzindo ao pé da letra, trata-se de uma babá noturna, contratada para tomar conta do bebê para que os pais possam dormir tranquilamente, precisando acordar apenas para a amamentação. Como é de se esperar, um momento de desespero se instaura e Marlo resolve aceitar a proposta. A partir daí entra em cena Tully, personagem responsável por dar título ao filme e também por torná-lo tão cativante. A jovem, enérgica e cheia de vida, aos poucos faz despertar em Marlo o início de um processo de redescobrimento e que a leva a refletir sobre as decisões tomadas que a levaram até ali.
A performance de Charlize surpreende. Além dos aspectos técnicos (destaque para a maquiagem), a atriz teve que engordar bastante para o papel. Além disso, todos os trejeitos, variações no tom de fala e expressões faciais formam um conjunto que enriquecem ainda mais sua performance. Ao longo do filme, você se vê diante de uma mulher de meia-idade com três filhos e quase nenhum cuidado com a própria aparência. A atriz que interpreta Tully (Mackenzie Davis) também convence e cativa o telespectador desde sua primeira aparição em tela.
Mas, sem sombra de dúvidas, é a química entre Charlize e Mackenzie que nos engaja a acompanhar a história. Do estranhamento inicial de Marlo diante da presença de uma estranha em sua casa até o gradual florescimento de uma amizade – refletido nas conversas, desabafos e admiração mútuos –, a dinâmica entre elas cativa. Com a direção de Reitman, as duas entregam atuações impecáveis e criam mulheres da vida real, pelas quais é fácil se apaixonar.
Com diálogos afiados, irônicos e incrivelmente sensíveis, a história mostra uma mulher que, como tantas outras, se vê fracassando, sem conseguir atingir os padrões utópicos de como uma mãe deve se comportar. O filme dá uma sensação de aconchego e frescor, mas no fundo trata com realismo as relações familiares e as pressões sociais que as mães sentem.
Apesar de não ser o foco da história, o diretor aproveita a deixa para fazer alguns comentários afiados sobre o papel da figura paterna no âmbito familiar. Percebe-se desde o início que Drew (Ron Livingston) é um bom pai, que ama sua esposa e filhos, porém demonstra um constante desinteresse pelos cuidados com a própria família, dando mais valor aos momentos de jogatina no video-game, não percebendo muito do que se passa em sua casa. Revelar mais que isso me obrigaria a entrar em zona de spoilers. Aliás, esse filme perderia muito de sua graça se alguns acontecimentos da trama forem relevados, ficando aqui somente a minha recomendação.
Vale destacar ainda como o diretor usa a figura das sereias como uma metáfora para mostrar, no meu entendimento, o aspecto “mágico” que a maternidade proporciona. Além disso, através dessa e outras metáforas somos levados a refletir sobre o medo de envelhecer e da perda da identidade diante das mudanças decorrentes da construção de uma nova família. A maternidade traz consigo o desafio de se reavaliar enquanto indivíduo, o que é bom e enriquecedor de alguma forma. O filme nos mostra, entretanto, que isso não é motivo para que abandonemos o “eu” do passado. Devemos apenas adaptá-lo.
Homenageando a obra de Yukito Kishiro, o diretor Robert Rodriguez, em parceria com a produção e roteiro de James Cameron, reproduz nas telas páginas inteiras do mangá original e acerta em cheio nas cenas de luta. No entanto, é importante salientar já de início que talvez esse filme ainda não seja responsável por redimir Hollywood depois de diversas tentativas falhas de trazer ao Ocidente obras de origem nipônica. Ao desenvolver praticamente todas as subtramas do mangá, nem mesmo o visual impecável do filme disfarça o cansaço de uma história tão batida e repleta de clichês.
Com o claro objetivo de dar início a uma franquia, o filme estabelece as bases do universo em que a história se passa e de seus personagens, com destaque maior, como é de se esperar, a Alita, sua protagonista. Na Cidade da Sucata, um cenário futurista e hostil, Alita, descartada entre tantas peças enferrujadas em um lixão, é resgatada e restaurada por Ido (Christoph Waltz), um médico bondoso que a adota. Alita, entretanto, não guarda lembranças do que a levou até ali ou sobre quem ela é. Está armado assim o setup para que a ciborgue, ao longo de duas horas, passe por experiências de amadurecimento e redescubra o motivo da sua existência.
Não há como negar: Alita é cativante. Sua inocência e bravura – aliados àqueles olhos desproporcionalmente grandes – não demoram a conquistar o espectador. Muito desse mérito vai para a atriz Rosa Salazar, que conseguiu dar à personagem vida de maneira enérgica e carismática. É verdade que há momentos mais melodramáticos, sobretudo no quesito romance adolescente, que são capazes de fazer qualquer um revirar os olhos de vergonha alheia. Porém, fato é que isso não deve ser colocado na conta da atriz, mas sim do roteiro desleixado. É a performance de Salazar a responsável por recuperar o fôlego da narrativa e manter o público interessado.
A trajetória da protagonista segue uma estrutura bastante convencional, com personagens demais sendo usados como trampolim para construir sua evolução. Acontece que o filme acaba se mostrando incapaz de desenvolver mais do que dois nomes do núcleo principal, desperdiçando o talento de boa parte do seu elenco em arcos inúteis dentro da jornada principal e desinteressantes por si só.
O maior exemplo disso talvez seja a personagem de Jennifer Connelly. Sua personagem, a médica Chiren, não tem qualquer função na história até o último segundo, quando sua presença é justificada em um momento de instinto materno forçado, destoante de tudo o que havia sido mostrado dela até então. O mesmo pode ser dito do vilão interpretado por Mahershala Ali.
Perdendo tempo para trabalhar subtramas desnecessárias, como o romance adolescente até um pouco estereotipado, Alita: Anjo de Combate coloca em segundo plano o que realmente empolga: as cenas de ação. Todas as coreografias de combate são bem filmadas e impressionam pelos golpes e acrobacias que Alita é capaz de fazer, ficando verossímeis dentro da narrativa e, junto com o belo trabalho no visual do filme, criando uma experiência imersiva pra quem assiste.
Pois é. Quem imaginava que, após alguns anos, uma história que já parecia sacramentada retornaria com mais um episódio. E voltou em grande estilo.
El Camino – A Breaking Bad Movie (Vince Gilligan, 2019) é a continuação direta da história contada em Breaking Bad (2008 – 2013). Para ser mais preciso, trata-se de um epílogo.
O filme conta (ou melhor, continua) a história de Jesse Pinkman (Aaron Paul), personagem que havia sido preso em cativeiro e, no último episódio da série (spoiler alert), fora libertado graças à intervenção de Walter White (Bryan Cranston), o lendário Heisenberg.
Acompanhamos então a saga de Jesse para conseguir fugir do cerco das autoridades policiais para, quem sabe, ter a chance de recomeçar sua vida, dessa vez sob suas próprias rédeas. O destino escolhido: Alasca.
Apesar de simples, a premissa é suficiente para despertar o interesse do telespectador. Ainda mais se você já for fã da série original (como no meu caso). Vince Gilligan, idealizador da série original, foi o responsável por escrever e dirigir essa obra, que se tornou realidade graças ao apoio da gigante de streaming Netflix, financiadora do projeto.
Intercalando entre flashbacks e o tempo presente, o filme te prende do começo ao fim, seja para mostrar alguns momentos em que o protagonista fora feito prisioneiro, seja para mostrar os obstáculos que aparecem pelo caminho, os quais Jesse deve superar para atingir seu objetivo.
Vince entrega uma obra tecnicamente impecável, com cortes precisos e uma trilha sonora que enriquece o que é mostrado em tela, sem nunca apelar para artifícios baratos na tentativa de conduzir emocionalmente o telespectador. Aaron Paul dá um show de interpretação ao dar vida a um Jesse cheio de cicatrizes (literal e metaforicamente), marcado pelas agressões físicas e psicológicas que vinha sofrendo ao longo dos últimos tempos. Jesse agora está mudado… e, ao mesmo tempo, carrega em si os traços que sempre estiveram presentes, tornando-o um personagem profundo, cheio de camadas.
A obra ainda reserva tempo para algumas surpresas. E, diga-se de passagem, nenhuma delas aparecem como mero fan service. Todas tem um propósito narrativo bastante claro: mostrar o quão desafiador pode ser ter o controle sobre suas decisões.
Sábado, 19 de outubro de 2019, 20h05. Acabo de sair da sessão de Joker, mais novo filme de Todd Phillips protagonizado por Joaquin Phoenix. E, devo dizer, que saio impactado.
Digo isso porque, depois da incrível performance de Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008), não achava que alguém conseguiria apresentar uma performance à altura de um personagem tão icônico. Eu estava enganado.
Não dá pra negar que Joaquin teve algumas vantagens. E a principal delas é que, dessa vez, a história é só dele. Com tanto tempo de tela, tivemos a oportunidade de acompanhar o personagem ao longo se uma jornada envolta em muita dor, incompreensão e agonia. Elementos esses que vão se acumulando até chegar ao inevitável ponto de explosão e… boom. São os ingredientes necessários para que o caos se instale.
Os traços de direção impressos por Todd aliados à espetacular performance de Joaquin foram fundamentais para mostrar o processo de gradual transformação do personagem de forma crível e, portanto, convincente.
As comparações com os clássicos Táxi Driver (1978) e O Rei da Comédia (1982), ambos de Martin Scorcese, são inevitáveis. De fato, muito da atmosfera e estilo característicos de sua direção encontram-se aqui presentes. Mas, ainda assim, o diretor conseguiu apresentar uma obra com características suficientes para deixar uma marca autoral.
Ad Astra: Rumo às Estrelas é o mais novo longa de James Gray, responsável não só pela direção, mas também pelo roteiro – em parceria com Ethan Gross. Confesso que não conhecia seu trabalho até então, o que me deixou um pouco apreensivo sobre o que esperar.
Na história, Roy McBride (Brad Pitt) é um experiente explorador espacial incumbido de liderar uma expedição rumo a Netuno em busca de solucionar o mistério do desaparecimento de seu pai, Clifford McBride (Tommy Lee Jones). O lendário astronauta, junto à sua tripulação, havia partido rumo àquele longínquo planeta numa missão para explorar novas formas de captação de energia e, com isso, contribuir com o progresso tecnológico da sociedade, porém o contato entre eles e a agência espacial na Terra havia se perdido, e eles foram dados como mortos. Uma série de eventos recentes, no entanto, indicam que o astronauta desaparecido está vivo e é responsável por uma série de sobrecargas elétricas que têm atingido a Terra.
A viagem proposta, entretanto, não diz respeito a distâncias astronômicas, mas sim à psique do protagonista. Trata-se de uma jornada introspectiva e que aborda questões como afeto, saudade, trauma e fé. Roy é mostrado como uma pessoa fria, distante, e que tem dificuldade em estabelecer conexões profundas com as pessoas a seu redor. A missão que lhe é incumbida, então, surge como um gatilho para que ele possa enfrentar seus demônios internos, materializados na figura paterna, ausente de sua vida por tantos anos.
Essa jornada de caráter mais reflexiva contribui para uma narrativa mais intimista e que pode, por vezes, ser entendida como monótona. De fato, o filme tem cenas bastante contemplativas, em que o diretor prefere mover a câmera com suavidade e aderir a planos longos. São características que, pessoalmente, eu admiro, desde que não se mostrem vazias de significado, o que, felizmente, não acontece.
Aos que não nutrem interesse por essas questões, talvez esse não seja o filme mais adequado para quem busca uma experiência mais descompromissada e leve. As duas horas de duração podem parecer ainda maiores para quem não conseguir se envolver emocionalmente com o drama de Roy. O aspecto melancólico da obra, perceptível especialmente na cinematografia, favorece esse distanciamento com o público.
O trabalho dos atores secundários é funcional, mas não há como negar: esse filme é do Brad Pitt. Sua performance é incrível, visto que toda a carga emocional do personagem transmite-se, majoritariamente, por meio do olhar, algo que só artistas realmente talentosos conseguem fazer.
Tem-se, por fim, um filme com mensagens que, apesar de não inovadoras e expostas de modo pouco sutil, valem a pena ser transmitidas e que circundam questões como a importância dos relacionamentos humanos e a valorização da humanidade enquanto espécie coletiva.
O pior de tudo não é o fato de ser ruim, mas sim o de que poderia ter sido incrível. A interferência do novo estúdio ficou muito evidente e o resultado final passa aquela sensação de produto inacabado, todo picotado e sem um tom bem definido (não sabe se quer ser drama, terror ou comédia adolescente). Agora que a Disney tomou conta de tudo, a chance da gente ver filmes que flertem com outros gêneros (como a Fox vinha fazendo) caiu praticamente a zero.
Os dois primeiros são bem divertidos e garantem boas risadas. Já esse sequer tem o porquê de existir. O filme se sustenta apenas pelo carisma dos personagens – conquistado nos filmes anteriores, por sinal –, sem ter, de fato, uma história pra contar.
Nem mesmo o título (tanto o original quanto o adaptado pro Brasil) faz sentido: somente o Greg (Stiller) e o Jack (De Niro) preenchem 90% do tempo. A família não participa de nada...
Enfim, trata-se de um filme plenamente dispensável. Melhor ficar só com os dois primeiros mesmo.
Imagina a galera mais casual, acostumada a ceder a tarefa de escolher o que assistir a um algoritmo qualquer, quando se depara com um cinema mais autoral, menos formulaico e plastificado como costumam ser as produções da Netflix: "ai que filme chatoooo... zzzz.... muito longo... zzzz..."
Aconteceu com Roma, The Irishman e, aparentemente, agora com esse aqui.
Acho curioso como "chato", às vezes, é só um sinônimo que as pessoas usam quando querem dizer "difícil" ou "cansativo"... tipo, "estudar matemática é chato" ou "lavar louça é chato" ou "esses filme antigo em preto e branco é tudo muito chato"... Não vou negar: eu também faço isso.
Mas eu também acho que, às vezes, superar a barreira do "isso é chato" pode trazer recompensas valiosas... e esse filme é só mais um exemplo.
Quanto ao filme, eu gosto como as obras desse diretor costumam mesclar tons de melancolia com momentos de leveza. Dá pra dizer que já é uma marca dele.
Não é o que acontece aqui. Toda a confusão narrativa vai gerando um desconforto que vai aumentando e aumentando... e quando as peças começaram a se encaixar, o desconforto deu lugar à tristeza. E eu preferi quando estava só desconfortável mesmo. Pobre Jake.
Fui assistir esperando mais uma comédia romântica água com açúcar genérica e me surpreendi com uma história cercada de personagens bem desenvolvidos, com destaque para as duas adolescentes, e uma trama que dosa muito bem drama e comédia. Isso sem falar na fotografia (se bem que um cenário daqueles facilita o trabalho). A média geral definitivamente não faz jus ao filme.
– Você escreve muito sobre adultério. Isso é baseado em experiência pessoal? – Senhora... que pergunta atrevida... mas não há necessidade da obra de um autor ser autobiográfica... – Por que engana persistentemente a sua esposa? – ... porque ela permite.
OK, o Nicholas era detestável e teve o fim que mereceu... mas essa doeu até em mim.
– Depois de tanto tempo na estação você ainda tem ligações com a vida na Terra? – Só falta você me perguntar qual o sentido da vida... – Não seja irônico. – Quando um homem está feliz, é raro questões como o sentido da vida interessarem a ele... Essas questões devem ser colocadas no final de nossas vidas. – Não sabemos quando será o fim da nossa vida. Por isso nos apressamos. – Não tenha pressa. As pessoas mais felizes são aquelas que nunca se interessam por tais questões. – Pode ser. Mas o questionamento corresponde ao desejo de saber. Portanto são os mistérios que permitem perpetuar as verdades. Os mistérios da felicidade, do amor, da morte. – É possível. Mas tente não pensar nisso... – Pensar nisso é o mesmo que saber a data da sua morte. Enquanto não sabemos, é como se fossemos imortais... De qualquer forma, minha missão está terminada. O que fazer depois? Voltar para a Terra? Certamente as coisas voltarão ao normal aos poucos. Terei novos interesses, novos projetos. Farei novos amigos. Mas sei que jamais será a mesma coisa.
É obviamente um filme idiota, que parte de uma premissa absurda e, portanto, pra não ser levado a sério. É isso que ele vende pelo trailer, sinopse e campanha publicitária em geral... e é isso que ele entrega. Até aí nada demais. O problema é quando filmes assim querem dar lição de moral no final... simplesmente revoltante! É isso que torna os filmes da franquia "Todo Mundo em Pânico", por exemplo, muito mais dignos e respeitáveis que essa porcaria. Justamente porque não se levam a sério (como deve ser um bom besteirol).
Mais uma prova de que com uma boa ideia e bons diálogos é possível deixar o expectador preso à trama, mesmo se passando inteiramente em um único cenário. Nesse sentido, me lembrou muito ao que Sidney Lumet fez em "12 Homens e Uma Sentença".
Propondo reflexões de natureza existencial profundas que assolam o ser humano há séculos, o filme acaba se mostrando muito mais do que mera fonte de entretenimento. Basta a quem assiste livrar-se de preconceitos/pré-concepções ou juízos de valor a priori e, assim, embarcar na viagem proposta.
Certamente uma obra a ser revisitada no futuro (quem sabe daqui a dez anos?)
Típico filme B, com personagens caricatos e situações por vezes inverossímeis, mas feito com muito capricho e atenção por parte dos realizadores. Napoleon já é um dos meus personagens de cinema favoritos.
"... you know, like... nunchuck skills, bow hunting skills, computer hacking skills... Girls only want boyfriends who has great skills."
Tully
3.9 562 Assista AgoraMaternidade. Está aí um tema completamente estranho a mim. Pois é isso que Tully (2018), dirigido por Jason Reitman – do incrível Juno (2007) –, propõe-se a discutir. E, como é característico desse diretor, de uma maneira leve e enternecedora, sem nunca parecer raso ou genérico.
Na trama, Marlo (Charlize Theron) está a espera de seu terceiro filho. Desgastada diante das tarefas domésticas e dos cuidados com as outras duas crianças, apresenta relutância em aceitar o presente dado por seu irmão: os serviços de uma night nanny. Traduzindo ao pé da letra, trata-se de uma babá noturna, contratada para tomar conta do bebê para que os pais possam dormir tranquilamente, precisando acordar apenas para a amamentação. Como é de se esperar, um momento de desespero se instaura e Marlo resolve aceitar a proposta. A partir daí entra em cena Tully, personagem responsável por dar título ao filme e também por torná-lo tão cativante. A jovem, enérgica e cheia de vida, aos poucos faz despertar em Marlo o início de um processo de redescobrimento e que a leva a refletir sobre as decisões tomadas que a levaram até ali.
A performance de Charlize surpreende. Além dos aspectos técnicos (destaque para a maquiagem), a atriz teve que engordar bastante para o papel. Além disso, todos os trejeitos, variações no tom de fala e expressões faciais formam um conjunto que enriquecem ainda mais sua performance. Ao longo do filme, você se vê diante de uma mulher de meia-idade com três filhos e quase nenhum cuidado com a própria aparência. A atriz que interpreta Tully (Mackenzie Davis) também convence e cativa o telespectador desde sua primeira aparição em tela.
Mas, sem sombra de dúvidas, é a química entre Charlize e Mackenzie que nos engaja a acompanhar a história. Do estranhamento inicial de Marlo diante da presença de uma estranha em sua casa até o gradual florescimento de uma amizade – refletido nas conversas, desabafos e admiração mútuos –, a dinâmica entre elas cativa. Com a direção de Reitman, as duas entregam atuações impecáveis e criam mulheres da vida real, pelas quais é fácil se apaixonar.
Com diálogos afiados, irônicos e incrivelmente sensíveis, a história mostra uma mulher que, como tantas outras, se vê fracassando, sem conseguir atingir os padrões utópicos de como uma mãe deve se comportar. O filme dá uma sensação de aconchego e frescor, mas no fundo trata com realismo as relações familiares e as pressões sociais que as mães sentem.
Apesar de não ser o foco da história, o diretor aproveita a deixa para fazer alguns comentários afiados sobre o papel da figura paterna no âmbito familiar. Percebe-se desde o início que Drew (Ron Livingston) é um bom pai, que ama sua esposa e filhos, porém demonstra um constante desinteresse pelos cuidados com a própria família, dando mais valor aos momentos de jogatina no video-game, não percebendo muito do que se passa em sua casa. Revelar mais que isso me obrigaria a entrar em zona de spoilers. Aliás, esse filme perderia muito de sua graça se alguns acontecimentos da trama forem relevados, ficando aqui somente a minha recomendação.
Vale destacar ainda como o diretor usa a figura das sereias como uma metáfora para mostrar, no meu entendimento, o aspecto “mágico” que a maternidade proporciona. Além disso, através dessa e outras metáforas somos levados a refletir sobre o medo de envelhecer e da perda da identidade diante das mudanças decorrentes da construção de uma nova família. A maternidade traz consigo o desafio de se reavaliar enquanto indivíduo, o que é bom e enriquecedor de alguma forma. O filme nos mostra, entretanto, que isso não é motivo para que abandonemos o “eu” do passado. Devemos apenas adaptá-lo.
* Texto adaptado do projeto Canto das Moedas.
Alita: Anjo de Combate
3.6 813 Assista AgoraHomenageando a obra de Yukito Kishiro, o diretor Robert Rodriguez, em parceria com a produção e roteiro de James Cameron, reproduz nas telas páginas inteiras do mangá original e acerta em cheio nas cenas de luta. No entanto, é importante salientar já de início que talvez esse filme ainda não seja responsável por redimir Hollywood depois de diversas tentativas falhas de trazer ao Ocidente obras de origem nipônica. Ao desenvolver praticamente todas as subtramas do mangá, nem mesmo o visual impecável do filme disfarça o cansaço de uma história tão batida e repleta de clichês.
Com o claro objetivo de dar início a uma franquia, o filme estabelece as bases do universo em que a história se passa e de seus personagens, com destaque maior, como é de se esperar, a Alita, sua protagonista. Na Cidade da Sucata, um cenário futurista e hostil, Alita, descartada entre tantas peças enferrujadas em um lixão, é resgatada e restaurada por Ido (Christoph Waltz), um médico bondoso que a adota. Alita, entretanto, não guarda lembranças do que a levou até ali ou sobre quem ela é. Está armado assim o setup para que a ciborgue, ao longo de duas horas, passe por experiências de amadurecimento e redescubra o motivo da sua existência.
Não há como negar: Alita é cativante. Sua inocência e bravura – aliados àqueles olhos desproporcionalmente grandes – não demoram a conquistar o espectador. Muito desse mérito vai para a atriz Rosa Salazar, que conseguiu dar à personagem vida de maneira enérgica e carismática. É verdade que há momentos mais melodramáticos, sobretudo no quesito romance adolescente, que são capazes de fazer qualquer um revirar os olhos de vergonha alheia. Porém, fato é que isso não deve ser colocado na conta da atriz, mas sim do roteiro desleixado. É a performance de Salazar a responsável por recuperar o fôlego da narrativa e manter o público interessado.
A trajetória da protagonista segue uma estrutura bastante convencional, com personagens demais sendo usados como trampolim para construir sua evolução. Acontece que o filme acaba se mostrando incapaz de desenvolver mais do que dois nomes do núcleo principal, desperdiçando o talento de boa parte do seu elenco em arcos inúteis dentro da jornada principal e desinteressantes por si só.
O maior exemplo disso talvez seja a personagem de Jennifer Connelly. Sua personagem, a médica Chiren, não tem qualquer função na história até o último segundo, quando sua presença é justificada em um momento de instinto materno forçado, destoante de tudo o que havia sido mostrado dela até então. O mesmo pode ser dito do vilão interpretado por Mahershala Ali.
Perdendo tempo para trabalhar subtramas desnecessárias, como o romance adolescente até um pouco estereotipado, Alita: Anjo de Combate coloca em segundo plano o que realmente empolga: as cenas de ação. Todas as coreografias de combate são bem filmadas e impressionam pelos golpes e acrobacias que Alita é capaz de fazer, ficando verossímeis dentro da narrativa e, junto com o belo trabalho no visual do filme, criando uma experiência imersiva pra quem assiste.
* Texto adaptado do projeto Canto das Moedas.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraPois é. Quem imaginava que, após alguns anos, uma história que já parecia sacramentada retornaria com mais um episódio. E voltou em grande estilo.
El Camino – A Breaking Bad Movie (Vince Gilligan, 2019) é a continuação direta da história contada em Breaking Bad (2008 – 2013). Para ser mais preciso, trata-se de um epílogo.
O filme conta (ou melhor, continua) a história de Jesse Pinkman (Aaron Paul), personagem que havia sido preso em cativeiro e, no último episódio da série (spoiler alert), fora libertado graças à intervenção de Walter White (Bryan Cranston), o lendário Heisenberg.
Acompanhamos então a saga de Jesse para conseguir fugir do cerco das autoridades policiais para, quem sabe, ter a chance de recomeçar sua vida, dessa vez sob suas próprias rédeas. O destino escolhido: Alasca.
Apesar de simples, a premissa é suficiente para despertar o interesse do telespectador. Ainda mais se você já for fã da série original (como no meu caso). Vince Gilligan, idealizador da série original, foi o responsável por escrever e dirigir essa obra, que se tornou realidade graças ao apoio da gigante de streaming Netflix, financiadora do projeto.
Intercalando entre flashbacks e o tempo presente, o filme te prende do começo ao fim, seja para mostrar alguns momentos em que o protagonista fora feito prisioneiro, seja para mostrar os obstáculos que aparecem pelo caminho, os quais Jesse deve superar para atingir seu objetivo.
Vince entrega uma obra tecnicamente impecável, com cortes precisos e uma trilha sonora que enriquece o que é mostrado em tela, sem nunca apelar para artifícios baratos na tentativa de conduzir emocionalmente o telespectador. Aaron Paul dá um show de interpretação ao dar vida a um Jesse cheio de cicatrizes (literal e metaforicamente), marcado pelas agressões físicas e psicológicas que vinha sofrendo ao longo dos últimos tempos. Jesse agora está mudado… e, ao mesmo tempo, carrega em si os traços que sempre estiveram presentes, tornando-o um personagem profundo, cheio de camadas.
A obra ainda reserva tempo para algumas surpresas. E, diga-se de passagem, nenhuma delas aparecem como mero fan service. Todas tem um propósito narrativo bastante claro: mostrar o quão desafiador pode ser ter o controle sobre suas decisões.
* Texto adaptado do projeto Canto das Moedas.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraSábado, 19 de outubro de 2019, 20h05. Acabo de sair da sessão de Joker, mais novo filme de Todd Phillips protagonizado por Joaquin Phoenix. E, devo dizer, que saio impactado.
Digo isso porque, depois da incrível performance de Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008), não achava que alguém conseguiria apresentar uma performance à altura de um personagem tão icônico. Eu estava enganado.
Não dá pra negar que Joaquin teve algumas vantagens. E a principal delas é que, dessa vez, a história é só dele. Com tanto tempo de tela, tivemos a oportunidade de acompanhar o personagem ao longo se uma jornada envolta em muita dor, incompreensão e agonia. Elementos esses que vão se acumulando até chegar ao inevitável ponto de explosão e… boom. São os ingredientes necessários para que o caos se instale.
Os traços de direção impressos por Todd aliados à espetacular performance de Joaquin foram fundamentais para mostrar o processo de gradual transformação do personagem de forma crível e, portanto, convincente.
As comparações com os clássicos Táxi Driver (1978) e O Rei da Comédia (1982), ambos de Martin Scorcese, são inevitáveis. De fato, muito da atmosfera e estilo característicos de sua direção encontram-se aqui presentes. Mas, ainda assim, o diretor conseguiu apresentar uma obra com características suficientes para deixar uma marca autoral.
* Texto adaptado do projeto Canto das Moedas.
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 850 Assista AgoraAd Astra: Rumo às Estrelas é o mais novo longa de James Gray, responsável não só pela direção, mas também pelo roteiro – em parceria com Ethan Gross. Confesso que não conhecia seu trabalho até então, o que me deixou um pouco apreensivo sobre o que esperar.
Na história, Roy McBride (Brad Pitt) é um experiente explorador espacial incumbido de liderar uma expedição rumo a Netuno em busca de solucionar o mistério do desaparecimento de seu pai, Clifford McBride (Tommy Lee Jones). O lendário astronauta, junto à sua tripulação, havia partido rumo àquele longínquo planeta numa missão para explorar novas formas de captação de energia e, com isso, contribuir com o progresso tecnológico da sociedade, porém o contato entre eles e a agência espacial na Terra havia se perdido, e eles foram dados como mortos. Uma série de eventos recentes, no entanto, indicam que o astronauta desaparecido está vivo e é responsável por uma série de sobrecargas elétricas que têm atingido a Terra.
A viagem proposta, entretanto, não diz respeito a distâncias astronômicas, mas sim à psique do protagonista. Trata-se de uma jornada introspectiva e que aborda questões como afeto, saudade, trauma e fé. Roy é mostrado como uma pessoa fria, distante, e que tem dificuldade em estabelecer conexões profundas com as pessoas a seu redor. A missão que lhe é incumbida, então, surge como um gatilho para que ele possa enfrentar seus demônios internos, materializados na figura paterna, ausente de sua vida por tantos anos.
Essa jornada de caráter mais reflexiva contribui para uma narrativa mais intimista e que pode, por vezes, ser entendida como monótona. De fato, o filme tem cenas bastante contemplativas, em que o diretor prefere mover a câmera com suavidade e aderir a planos longos. São características que, pessoalmente, eu admiro, desde que não se mostrem vazias de significado, o que, felizmente, não acontece.
Aos que não nutrem interesse por essas questões, talvez esse não seja o filme mais adequado para quem busca uma experiência mais descompromissada e leve. As duas horas de duração podem parecer ainda maiores para quem não conseguir se envolver emocionalmente com o drama de Roy. O aspecto melancólico da obra, perceptível especialmente na cinematografia, favorece esse distanciamento com o público.
O trabalho dos atores secundários é funcional, mas não há como negar: esse filme é do Brad Pitt. Sua performance é incrível, visto que toda a carga emocional do personagem transmite-se, majoritariamente, por meio do olhar, algo que só artistas realmente talentosos conseguem fazer.
Tem-se, por fim, um filme com mensagens que, apesar de não inovadoras e expostas de modo pouco sutil, valem a pena ser transmitidas e que circundam questões como a importância dos relacionamentos humanos e a valorização da humanidade enquanto espécie coletiva.
* Texto adaptado do projeto Canto das Moedas.
Os Novos Mutantes
2.6 719 Assista AgoraO pior de tudo não é o fato de ser ruim, mas sim o de que poderia ter sido incrível.
A interferência do novo estúdio ficou muito evidente e o resultado final passa aquela sensação de produto inacabado, todo picotado e sem um tom bem definido (não sabe se quer ser drama, terror ou comédia adolescente).
Agora que a Disney tomou conta de tudo, a chance da gente ver filmes que flertem com outros gêneros (como a Fox vinha fazendo) caiu praticamente a zero.
Se a menina que fez a protagonista é atriz, então eu sou o Al Pacino.
Jack Whitehall: At Large
3.4 4 Assista AgoraEsqueceram de creditá-lo em Frozen aqui no Filmow, gente...
Os Tigres Não Têm Medo
3.5 32Capitães da Areia encontra O Labirinto do Fauno.
Bill & Ted: Encare a Música
2.8 147 Assista Agora– And so... it wasn't so much the song that made the difference.
– It was everyone playing it together.
– And it worked.
Tão brega... e tão legal!
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraMe atrevo a dizer que é o melhor filme de ação desde O Exterminador do Futuro 2!
A Babá: Rainha da Morte
2.8 376 Assista AgoraUma trasheira cheia de referências a ícones da cultura pop, feita de maneira super rasa e despretensiosa... mas que diverte (tanto quanto o primeiro).
É só uma questão de abraçar o filme pelo que ele é: daqueles pra assistir com o "cérebro desligado".
E que venha o terceiro! College is coming...
Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família
2.9 677 Assista AgoraOs dois primeiros são bem divertidos e garantem boas risadas. Já esse sequer tem o porquê de existir. O filme se sustenta apenas pelo carisma dos personagens – conquistado nos filmes anteriores, por sinal –, sem ter, de fato, uma história pra contar.
Nem mesmo o título (tanto o original quanto o adaptado pro Brasil) faz sentido: somente o Greg (Stiller) e o Jack (De Niro) preenchem 90% do tempo. A família não participa de nada...
Enfim, trata-se de um filme plenamente dispensável. Melhor ficar só com os dois primeiros mesmo.
Mulan
3.2 1,0K Assista Agorao melhor são as batalhas...
com 10 soldados pra cada lado kkkkk
Mulan
3.2 1,0K Assista AgoraMulan sem Mushu é golpe (?)
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraImagina a galera mais casual, acostumada a ceder a tarefa de escolher o que assistir a um algoritmo qualquer, quando se depara com um cinema mais autoral, menos formulaico e plastificado como costumam ser as produções da Netflix: "ai que filme chatoooo... zzzz.... muito longo... zzzz..."
Aconteceu com Roma, The Irishman e, aparentemente, agora com esse aqui.
Acho curioso como "chato", às vezes, é só um sinônimo que as pessoas usam quando querem dizer "difícil" ou "cansativo"... tipo, "estudar matemática é chato" ou "lavar louça é chato" ou "esses filme antigo em preto e branco é tudo muito chato"... Não vou negar: eu também faço isso.
Mas eu também acho que, às vezes, superar a barreira do "isso é chato" pode trazer recompensas valiosas... e esse filme é só mais um exemplo.
Quanto ao filme, eu gosto como as obras desse diretor costumam mesclar tons de melancolia com momentos de leveza. Dá pra dizer que já é uma marca dele.
Não é o que acontece aqui. Toda a confusão narrativa vai gerando um desconforto que vai aumentando e aumentando... e quando as peças começaram a se encaixar, o desconforto deu lugar à tristeza. E eu preferi quando estava só desconfortável mesmo. Pobre Jake.
Vingança
3.2 581 Assista AgoraCom alguns ajustes de roteiro esse teria sido o filme da Lara Croft que eu sempre quis.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraPor fora, um deleite visual.
Por dentro, uma história desinteressante, personagens com zero carisma e muitos furos de roteiro.
Deviam mudar o nome pra "Animais Fantásticos - O Comício de Grindewald".
O Retorno de Tamara
2.6 101 Assista AgoraFui assistir esperando mais uma comédia romântica água com açúcar genérica e me surpreendi com uma história cercada de personagens bem desenvolvidos, com destaque para as duas adolescentes, e uma trama que dosa muito bem drama e comédia. Isso sem falar na fotografia (se bem que um cenário daqueles facilita o trabalho).
A média geral definitivamente não faz jus ao filme.
– Você escreve muito sobre adultério. Isso é baseado em experiência pessoal?
– Senhora... que pergunta atrevida... mas não há necessidade da obra de um autor ser autobiográfica...
– Por que engana persistentemente a sua esposa?
– ... porque ela permite.
OK, o Nicholas era detestável e teve o fim que mereceu... mas essa doeu até em mim.
Solaris
4.2 368 Assista AgoraO primeiro Tarkovski a gente nunca esquece.
– Depois de tanto tempo na estação você ainda tem ligações com a vida na Terra?
– Só falta você me perguntar qual o sentido da vida...
– Não seja irônico.
– Quando um homem está feliz, é raro questões como o sentido da vida interessarem a ele... Essas questões devem ser colocadas no final de nossas vidas.
– Não sabemos quando será o fim da nossa vida. Por isso nos apressamos.
– Não tenha pressa. As pessoas mais felizes são aquelas que nunca se interessam por tais questões.
– Pode ser. Mas o questionamento corresponde ao desejo de saber. Portanto são os mistérios que permitem perpetuar as verdades. Os mistérios da felicidade, do amor, da morte.
– É possível. Mas tente não pensar nisso...
– Pensar nisso é o mesmo que saber a data da sua morte. Enquanto não sabemos, é como se fossemos imortais... De qualquer forma, minha missão está terminada. O que fazer depois? Voltar para a Terra? Certamente as coisas voltarão ao normal aos poucos. Terei novos interesses, novos projetos. Farei novos amigos. Mas sei que jamais será a mesma coisa.
Missão: Impossível 3
3.4 513 Assista AgoraOs filmes mais recentes são ótimos, sem dúvida... mas nenhum vilão supera o do Philip Seymour Hoffman!
Tirando o Atraso
2.7 432 Assista AgoraÉ obviamente um filme idiota, que parte de uma premissa absurda e, portanto, pra não ser levado a sério. É isso que ele vende pelo trailer, sinopse e campanha publicitária em geral... e é isso que ele entrega. Até aí nada demais. O problema é quando filmes assim querem dar lição de moral no final... simplesmente revoltante!
É isso que torna os filmes da franquia "Todo Mundo em Pânico", por exemplo, muito mais dignos e respeitáveis que essa porcaria. Justamente porque não se levam a sério (como deve ser um bom besteirol).
Solaris
2.8 134Da série "filmes em que Hollywood nunca deveria mexer"...
O Homem da Terra
4.0 453 Assista AgoraMais uma prova de que com uma boa ideia e bons diálogos é possível deixar o expectador preso à trama, mesmo se passando inteiramente em um único cenário. Nesse sentido, me lembrou muito ao que Sidney Lumet fez em "12 Homens e Uma Sentença".
Propondo reflexões de natureza existencial profundas que assolam o ser humano há séculos, o filme acaba se mostrando muito mais do que mera fonte de entretenimento. Basta a quem assiste livrar-se de preconceitos/pré-concepções ou juízos de valor a priori e, assim, embarcar na viagem proposta.
Certamente uma obra a ser revisitada no futuro (quem sabe daqui a dez anos?)
Napoleon Dynamite
3.5 388Típico filme B, com personagens caricatos e situações por vezes inverossímeis, mas feito com muito capricho e atenção por parte dos realizadores. Napoleon já é um dos meus personagens de cinema favoritos.
"... you know, like... nunchuck skills, bow hunting skills, computer hacking skills... Girls only want boyfriends who has great skills."