Sandro da Silva Sauro

É um daqueles filmes que quando acabam te fazem ficar olhando os créditos e acompanhando o fundo musical com um sorriso na cara e lágrimas nos olhos.

Tecnicamente é um filme incrível. Boas atuações, um roteiro sem buracos e muito bem construído, fotografia muito bonita e sem falar da trilha sonora de Ennio Morricone.

Quanto à sua trama vários aspectos me chamam a atenção.

Primeiramente o amor ao cinema, como isto era encarado há algum tempo atrás, como o cinema se fazia presente na vida das pessoas. Conversar com pessoas que acompanharam o auge dos cinemas de rua nos faz perceber isso. Em uma época que não existia TV (ou esta era pouco difundida, e posteriormente surgiriam outras tecnologias a exemplo da internet), o cinema era mais que entretenimento.

Aí entramos em outro ponto. Cinema Paradiso me faz enxergar que o cinema não é apenas um local onde são exibidos filmes. O cinema construía relações entre as pessoas, era um ambiente social fértil, onde as amizades se firmavam, histórias aconteciam, paixões se manifestavam. A decadência dos cinemas é só mais um fator acarretado com o progresso tecnológico, assim como a frieza das relações humanas.

Um filme nostálgico até para quem não viveu essa época ou, como é o meu caso, pegou o fim dos cinemas de rua.

O samba do crioulo doido sim. Mas bem divertido, com algumas besteiras, algumas referências e algumas críticas interessantes também. Vale apena no fim das contas, cinema marginal é sempre pertinente.

Gostei dessa Gisele Ferran. Mesmo.