O mais impressionante documentário político que eu já assisti. As cenas, todas resgatadas de arquivos históricos que compreendem o período do governo de Salvador Allende, no Chile, contrastam o horror da violência de uma oposição aliada aos setores militares e patrocinada pelos Estados Unidos (que culminou no golpe de Estado) com a força e a beleza da união popular de outro lado, empenhada em construir um país cujo povo fosse soberano. Para mim, nunca a leitura de Marx foi tão pujante. Porque não se engane, não há conciliação entre classes quando interesses políticos e econômicos estão em jogo. E no Chile, o processo de encaminhamento para uma sociedade socialista estava tão avançado que para romper com isso, a repressão militar levou ao último estágio a barbárie humana. Embora essa violência seja dolorosa e impactante de se ver, o que mais me tocou nessa obra tão espetacular, principalmente agora, vivendo em um país no qual o líder é um genocida, foi a profunda consciência de classe que possuía a maior parte da população chilena. Homens e mulheres carregando juntos, não apenas em sonho, mas na realidade do trabalho cotidiano, seu projeto de utopia.
Tem uma boa premissa, mas do meio para o final pesa a mão em cenas dramáticas absolutamente forçadas. Tem que ser mais raso que o chão para se emocionar com isso.
Que filme espetacular! Se no fabuloso Contos da lua vaga, Mizoguchi nos apresenta um cinema composto por aspectos oníricos e fantasiosos, em A mulher infame, o realismo é, definitivamente, um componente central na obra. Talvez por ter conhecido de perto os problemas sociais que envolvem o "mercado cultural das gueixas" (nascido em uma família pobre, teve, logo cedo, sua irmã vendida como gueixa), a abordagem de Mizoguchi seja tão absolutamente sensível à questão das mulheres na sociedade tradicionalíssima japonesa. Características tão exaustivamente debatidas pelo feminismo hoje, como sororidade feminina, desigualdade de gênero e a condição da mulher, são, na década de 1950, antecipadas de forma brilhante pelo diretor. O resultado disso é um trabalho tão primoroso quanto indispensável.
A modernidade que trouxe a indústria, os avanços tecnológicos e novos estilos de vida, representou também a inabilidade do indivíduo de lidar de maneira satisfatória com as contradições da vida moderna. Monica Vitti, em um papel memorável, evidencia a angústia da depressão e da solidão, de quem, como ela diz, não consegue viver sozinha. A incomunicabilidade de um silêncio ensurdecedor. A incapacidade de compreender a si e pedidos de socorro. Tudo isso em um ambiente cinzento tóxico e nocivo, criado com perfeição por Antonioni.
Louis Malle foi, provavelmente, um dos diretores mais versáteis do cinema francês. Ele passeia por diferentes estilos com facilidade e qualidade, fazendo com que seus filmes sejam extremamente diversificados entre si. Em Adeus, meninos, Malle constrói uma constante atmosfera sóbria que permeia, inclusive, a amizade entre Julien e Bonnett, ocorrendo da maneira mais natural possível, sendo esse um dos principais triunfos do filme, a naturalidade. Mais na frente, o comportamento dos colaboracionistas franceses, do soldado nazista no restaurante e da Gestapo no final faz-nos questionar a ideia de "banalidade do mal" de Hannah Arendt, notando que, a partir de uma ordem vertical, as pessoas podem assumir diferentes comportamentos e respostas.
A exaltação dos valores proclamados pela Revolução em uma disputa sobre quem está em consonância com as necessidades do povo. Robespierre, representando os Jacobinos, defende a liberdade acima de tudo, mesmo que tenha que causar medo e terror; Danton à frente dos contra-revolucionários é querido pelas pessoas, mas é julgado por corrupção (
A cena final, em que Robespierre está deitado questionando os ideais pelos quais lutou demonstra
o processo de construção de uma democracia cercada de contradições e dificuldades que, séculos mais tarde, ainda apresenta problemas de representação, desigualdade e justiça.
O protagonista interessante e envolvente do início cria uma expectativa que será completamente destruída no andamento do filme: adota um clichê atrás do outro, reproduzindo tudo o que previamente depreciou.
Para quem gosta de aforismos o filme é um prato cheio. Em pequenas e rápidas cenas ele trata, com perspicácia, sobre os mais diversos temas: existencialismo, o sentido da vida, a mídia, política, etc. Recomendo com ardor!
Apesar do enorme volume de filmes que trabalham com a temática da segunda guerra, Anne Fontaine mostra, sob um aspecto dramático, como esse tema pode, ainda, revelar experiências dolorosas nas mais diversas e inesperadas formas, tornando o filme um trabalho singular.
Em busca de uma comédia leve para assistir antes de dormir escolhi este filme, especialmente por causa do Romain Duros, que tem um histórico de filmes maravilhosos. No entanto, pessoalmente, o filme não vale nem mesmo como entretenimento, é puro clichê do início ao fim. Os personagens simplistas e estereotipados chegam a entediar em alguns momentos.
Sem se valer do maniqueísmo o filme constroi personagens humanos, que ora amam, ora são amados (já que não se pode ter os dois ao mesmo tempo), usando como eixo a paixão como instrumento de aprisionamento.
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A Batalha do Chile - Primeira Parte: A Insurreição da …
4.6 32O mais impressionante documentário político que eu já assisti. As cenas, todas resgatadas de arquivos históricos que compreendem o período do governo de Salvador Allende, no Chile, contrastam o horror da violência de uma oposição aliada aos setores militares e patrocinada pelos Estados Unidos (que culminou no golpe de Estado) com a força e a beleza da união popular de outro lado, empenhada em construir um país cujo povo fosse soberano.
Para mim, nunca a leitura de Marx foi tão pujante. Porque não se engane, não há conciliação entre classes quando interesses políticos e econômicos estão em jogo. E no Chile, o processo de encaminhamento para uma sociedade socialista estava tão avançado que para romper com isso, a repressão militar levou ao último estágio a barbárie humana.
Embora essa violência seja dolorosa e impactante de se ver, o que mais me tocou nessa obra tão espetacular, principalmente agora, vivendo em um país no qual o líder é um genocida, foi a profunda consciência de classe que possuía a maior parte da população chilena. Homens e mulheres carregando juntos, não apenas em sonho, mas na realidade do trabalho cotidiano, seu projeto de utopia.
Entreatos
4.0 73sdds do meu ex
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraObra-prima
A Mula
3.6 354 Assista AgoraTem uma boa premissa, mas do meio para o final pesa a mão em cenas dramáticas absolutamente forçadas. Tem que ser mais raso que o chão para se emocionar com isso.
Já não fizeram histórias suficientes com a esposa morrendo no final para a redenção do marido?
A Mulher Infame
4.1 8Que filme espetacular!
Se no fabuloso Contos da lua vaga, Mizoguchi nos apresenta um cinema composto por aspectos oníricos e fantasiosos, em A mulher infame, o realismo é, definitivamente, um componente central na obra.
Talvez por ter conhecido de perto os problemas sociais que envolvem o "mercado cultural das gueixas" (nascido em uma família pobre, teve, logo cedo, sua irmã vendida como gueixa), a abordagem de Mizoguchi seja tão absolutamente sensível à questão das mulheres na sociedade tradicionalíssima japonesa. Características tão exaustivamente debatidas pelo feminismo hoje, como sororidade feminina, desigualdade de gênero e a condição da mulher, são, na década de 1950, antecipadas de forma brilhante pelo diretor.
O resultado disso é um trabalho tão primoroso quanto indispensável.
O Deserto Vermelho
4.0 95A modernidade que trouxe a indústria, os avanços tecnológicos e novos estilos de vida, representou também a inabilidade do indivíduo de lidar de maneira satisfatória com as contradições da vida moderna.
Monica Vitti, em um papel memorável, evidencia a angústia da depressão e da solidão, de quem, como ela diz, não consegue viver sozinha. A incomunicabilidade de um silêncio ensurdecedor. A incapacidade de compreender a si e pedidos de socorro. Tudo isso em um ambiente cinzento tóxico e nocivo, criado com perfeição por Antonioni.
Adeus, Meninos
4.2 257 Assista AgoraLouis Malle foi, provavelmente, um dos diretores mais versáteis do cinema francês. Ele passeia por diferentes estilos com facilidade e qualidade, fazendo com que seus filmes sejam extremamente diversificados entre si. Em Adeus, meninos, Malle constrói uma constante atmosfera sóbria que permeia, inclusive, a amizade entre Julien e Bonnett, ocorrendo da maneira mais natural possível, sendo esse um dos principais triunfos do filme, a naturalidade. Mais na frente, o comportamento dos colaboracionistas franceses, do soldado nazista no restaurante e da Gestapo no final faz-nos questionar a ideia de "banalidade do mal" de Hannah Arendt, notando que, a partir de uma ordem vertical, as pessoas podem assumir diferentes comportamentos e respostas.
Danton: O Processo da Revolução
3.8 73A exaltação dos valores proclamados pela Revolução em uma disputa sobre quem está em consonância com as necessidades do povo. Robespierre, representando os Jacobinos, defende a liberdade acima de tudo, mesmo que tenha que causar medo e terror; Danton à frente dos contra-revolucionários é querido pelas pessoas, mas é julgado por corrupção (
em alguns momentos do filme sua personalidade e valores são confrontados por atitudes um tanto extravagantes)
A cena final, em que Robespierre está deitado questionando os ideais pelos quais lutou demonstra
O Crítico
3.3 39 Assista AgoraO protagonista interessante e envolvente do início cria uma expectativa que será completamente destruída no andamento do filme: adota um clichê atrás do outro, reproduzindo tudo o que previamente depreciou.
Acordar para a Vida
4.3 789Para quem gosta de aforismos o filme é um prato cheio. Em pequenas e rápidas cenas ele trata, com perspicácia, sobre os mais diversos temas: existencialismo, o sentido da vida, a mídia, política, etc.
Recomendo com ardor!
Agnus Dei
4.1 272 Assista AgoraApesar do enorme volume de filmes que trabalham com a temática da segunda guerra, Anne Fontaine mostra, sob um aspecto dramático, como esse tema pode, ainda, revelar experiências dolorosas nas mais diversas e inesperadas formas, tornando o filme um trabalho singular.
Como Arrasar um Coração
3.4 228 Assista AgoraEm busca de uma comédia leve para assistir antes de dormir escolhi este filme, especialmente por causa do Romain Duros, que tem um histórico de filmes maravilhosos. No entanto, pessoalmente, o filme não vale nem mesmo como entretenimento, é puro clichê do início ao fim. Os personagens simplistas e estereotipados chegam a entediar em alguns momentos.
Escravos do Desejo
3.7 56 Assista AgoraSem se valer do maniqueísmo o filme constroi personagens humanos, que ora amam, ora são amados (já que não se pode ter os dois ao mesmo tempo), usando como eixo a paixão como instrumento de aprisionamento.