Fico até surpreso em como se vendeu (e se comprou) fácil a ideia de que o filme fala sobre a "banalidade do mal". Como pode ser banal o mal daquele que comandava diretamente Auschwitz, que executava o massacre e que inclusive "aprimorou" (entre mil aspas) o sistema do campo? Como é banal o mal de uma família que, por conivência com o genocídio, pode ter uma casa e um jardim, todo cuidado por judeus reduzidos à servidão? O mal era deliberado, contínuo, natural, até catártico para essas pessoas! E além disso, o que se diz artisticamente ao mostrar uma família que pôde viver dessa forma às custas da vida de milhões? Porque, ao mesmo tempo, nem que se tente não se consegue humanizá-los e nem fazer com que se sinta empatia por eles (não são dignos dela), mas também porque mostrar nazistas malvados não revela nada de novo. Que se pudesse viver "normalmente" ao lado de um massacre não é nenhuma novidade e nem consegue ser chocante, de tão óbvio
Conseguiu ser mais assustador que 'Jesus Camp'. Ambos lidam com as consequências terriveis da manipulação da verdade para fins de controle social. A diferença é que um resulta na criação de adultos alienados, enquanto o outro causou milhões de mortes
(a de que Morales mantém Gomez preso em sua própria casa)
, porque traz uma reflexão muito importante sobre a resposta que damos ao crime e sobre o que esperamos como finalidades da pena: o crime pode ser compensado por algo, ele pode ser reparado? A prisão e a pena capital aliviam a dor da vítima? Devemos pensar a pena somente a partir da retribuição? E, fundamentalmente, nossas respostas a essas questões tem permitido que as pessoas consigam viver suas vidas a despeito do crime?
É uma reflexão maravilhosa sobre as limitações do ser humano, que não consegue experimentar o simultâneo, que pensa o tempo a partir da linearidade e de maneira cronológica e que não consegue ver todo o potencial da linguagem, que ao mesmo tempo une e dá sentido e também causa a guerra e destruição.
Maturidade de interpretação é quando a gente entende que aquilo retratado no filme é um sintoma e uma crítica a diversos problemas sociais (a desigualdade social, a violência e o descaso social com a saúde mental) e não uma glamurização ou justificação de tudo isso.
Poderia ser um filme inspirador qualquer da sessão da tarde, mas é um filme muito mais criativo e inteligente... O próprio contexto político-social do filme, a relação entre Billy e a professora, a relação com seu amigo Michael e as cenas de dança metafóricas são provas da inventividade do filme.
Nunca vi comédia romântica melhor do que esta. Divertida, muito bem conduzida e, acima de tudo, imensamente humana. Urso de Ouro em Berlim mais do que merecido.
James Stewart icônico, belíssima fotografia e uma trilha sonora marcante... Mas a impressão que fica é que todo o filme é uma grande brincadeira de Hitchcock.
A história começa de maneira muito interessante, intrigante, mas eu não consigo sentir sinceridade no romance entre Scottie e Madeleine, todas as cenas entre os dois pareciam por demais artificiais, melodramáticas... Aí a história surpreende com a morte de Madeleine, uma grande quebra de expectativa. E a obsessão de Scottie por Judy é muito bem explorada e chega ao ápice com a cena da torre... que Hitchcock encerra com uma morte que chega até a ser tosca diante da tensão criada pela cena. Por isso a impressão de que o filme é uma brincadeira de Hitchcock: ele constrói um romance extremamente artificial, acaba com ele, o revive e o encerra da pior maneira possível, meio que rindo das expectativas que vamos criando ao longo do filme - ele cria essas expectativas e as pisoteia como se nada fossem. Isso pra mim matou os efeitos que o filme parecia querer causar.
. Espero perder essa impressão numa segunda oportunidade de assistir o filme.
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Duna: Parte 2
4.4 606É de sair sorrindo da sala de cinema, simplesmente divino
Zona de Interesse
3.6 584 Assista AgoraFico até surpreso em como se vendeu (e se comprou) fácil a ideia de que o filme fala sobre a "banalidade do mal". Como pode ser banal o mal daquele que comandava diretamente Auschwitz, que executava o massacre e que inclusive "aprimorou" (entre mil aspas) o sistema do campo? Como é banal o mal de uma família que, por conivência com o genocídio, pode ter uma casa e um jardim, todo cuidado por judeus reduzidos à servidão? O mal era deliberado, contínuo, natural, até catártico para essas pessoas! E além disso, o que se diz artisticamente ao mostrar uma família que pôde viver dessa forma às custas da vida de milhões? Porque, ao mesmo tempo, nem que se tente não se consegue humanizá-los e nem fazer com que se sinta empatia por eles (não são dignos dela), mas também porque mostrar nazistas malvados não revela nada de novo. Que se pudesse viver "normalmente" ao lado de um massacre não é nenhuma novidade e nem consegue ser chocante, de tão óbvio
A Paixão de Joana d'Arc
4.5 229 Assista AgoraDói na alma...
Assassinos da Lua das Flores
4.1 608 Assista AgoraLily Gladstone impressionante!
Virada no Jogo
3.7 109 Assista AgoraJulianne Moore entregou umas das atuações da década...impressionante!
Ammonite
3.6 243 Assista AgoraFiquei ainda mais impressionado do que com "God's Own Country"... Kate Winslet arrebatadora!
Derrubando Barreiras
3.5 216A cena do Andrew Scott falando "it gets better" vale por todo o filme
Não Sou Eu, Eu Juro!
4.4 579a definição do enfant terrible
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraCate Blanchett, eu te venero!
Meus Vizinhos, os Yamadas
3.9 119 Assista AgoraA família cantando 'Que sera, sera' é uma das cenas mais espetaculares da história da animação!
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraObra-prima absoluta!
O Ato de Matar
4.3 135Conseguiu ser mais assustador que 'Jesus Camp'. Ambos lidam com as consequências terriveis da manipulação da verdade para fins de controle social. A diferença é que um resulta na criação de adultos alienados, enquanto o outro causou milhões de mortes
Um Lindo Dia Na Vizinhança
3.5 273 Assista AgoraImpressionante
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraApesar de todo os outros pontos muito interessantes do filme, o que mais me chamou atenção foi a revelação trazida no final
(a de que Morales mantém Gomez preso em sua própria casa)
[spoiler][/spoiler]
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraÉ uma reflexão maravilhosa sobre as limitações do ser humano, que não consegue experimentar o simultâneo, que pensa o tempo a partir da linearidade e de maneira cronológica e que não consegue ver todo o potencial da linguagem, que ao mesmo tempo une e dá sentido e também causa a guerra e destruição.
Elle
3.8 886Complexo é pouco pra descrever o que é esse filme
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraMaturidade de interpretação é quando a gente entende que aquilo retratado no filme é um sintoma e uma crítica a diversos problemas sociais (a desigualdade social, a violência e o descaso social com a saúde mental) e não uma glamurização ou justificação de tudo isso.
Billy Elliot
4.2 967 Assista AgoraPoderia ser um filme inspirador qualquer da sessão da tarde, mas é um filme muito mais criativo e inteligente... O próprio contexto político-social do filme, a relação entre Billy e a professora, a relação com seu amigo Michael e as cenas de dança metafóricas são provas da inventividade do filme.
O Banquete de Casamento
3.9 61Nunca vi comédia romântica melhor do que esta. Divertida, muito bem conduzida e, acima de tudo, imensamente humana. Urso de Ouro em Berlim mais do que merecido.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraMagnífico.
É aquele tipo de filme que mesmo que se saiba o plot twist - ou até mesmo o final - continua envolvente, tenso e provocador.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraJames Stewart icônico, belíssima fotografia e uma trilha sonora marcante...
Mas a impressão que fica é que todo o filme é uma grande brincadeira de Hitchcock.
A história começa de maneira muito interessante, intrigante, mas eu não consigo sentir sinceridade no romance entre Scottie e Madeleine, todas as cenas entre os dois pareciam por demais artificiais, melodramáticas... Aí a história surpreende com a morte de Madeleine, uma grande quebra de expectativa. E a obsessão de Scottie por Judy é muito bem explorada e chega ao ápice com a cena da torre... que Hitchcock encerra com uma morte que chega até a ser tosca diante da tensão criada pela cena. Por isso a impressão de que o filme é uma brincadeira de Hitchcock: ele constrói um romance extremamente artificial, acaba com ele, o revive e o encerra da pior maneira possível, meio que rindo das expectativas que vamos criando ao longo do filme - ele cria essas expectativas e as pisoteia como se nada fossem. Isso pra mim matou os efeitos que o filme parecia querer causar.
Espero perder essa impressão numa segunda oportunidade de assistir o filme.