Trágico e chocante. Trágico ver como uma mulher com tal talento e influência foi claramente perseguida por anos por causa de uma música (Strange Fruit) que condena em sua letra atos de linchamento e racismo. Perseguida porque ela tinha coragem de não abaixar a cabeça e usar sua voz para dar voz às pessoas que sofriam aos olhos da sociedade que nada fazia. Como era e ainda com vários artistas. Trágico ver o tempo que passou até receber seu devido reconhecimento e que ainda hoje tais atos podem ocorrer com frequência ainda assustadora. Lee Daniels captura bem os momentos de sua vida, não é de todo brilhante (minha opinião) mas tem seus ótimos momentos e vale a pena vê-los. O maior sucesso fica a cargo de Andra Day, com sua grande atuação. Um ótimo filme que nos faz conhecer e apaixonar mais ainda por essa cantora excepcional. Que nos deixou tanto mesmo por tão pouco tempo. Uma belíssima homenagem.
Comecei pensando: "protagonista parece o Brad Pitt, ou seja, gato."
O resultado 2h depois: Como pode um filme retratar tão bem o ser humano em sua natureza mais sórdida ao mesmo tempo que mostra o quanto a esperança pode salvar uma alma.
Muito além do mundo do cinema a história de Hayes questiona até onde vai o poder dado aqueles que deveriam manter a ordem social. O assassino mais inescrupuloso não merece esse tipo de tratamento - como uma coisa repugnante e sem sentido que se mantém viva apenas para ser chutado de tempos em tempos - partindo do princípio que quando se tenta tirar o lado humano de alguém se trai a própria espécie e se quebra o conceito de justiça sobrando apenas a barbárie. Isso questiona o que é justiça e o que é apenas covardia e maldade extrema. Ele era sim culpado, mas isso não justifica tal tratamento, assim como em muitos casos.
A justiça não é dada na mesma moeda, ou feita pra desconstruir o ser humano já culpado e condenado. Caso seja assim aquele que se julga o detentor desta se coloca ao mesmo nível daquele que tanto julga e despreza.
O que mais dói é ver que além de uma história real, esse tipo de acontecimento ainda é recorrente não importando país, governo, gênero ou motivo. Ela se mostra mais que necessária na análise do sistema de justiça de vários país (principalmente o Brasil cof cof). Enquanto existir o mínimo de covardia e falta de clemência, nunca poderemos dizer que chegamos a verdadeira jusitça. Nesse caso temos um final feliz, mas quantos já morreram por absolutamente nada, apenas para inflar o ego e alavancar a maldade do agressor? Esse longa é real, é revoltante, causa um impacto difícil de se esquecer. Depois dele fica apenas o questionamento: quem realmente tem o direito de decidir sobre quem vive ou morre? Onde está a justiça?
Essa produção pode não ter ganhado o Oscar de melhor filme, mas ganhou meu respeito e admiração por expor essa história, sem sentimento definido, ao mundo. Infelizmente, os impactos e mudanças causados pela mesma avançam em passos lentos, mas ao menos avançam.
Aquele filme feito para nos fazer sorrir. Assim surge o musical Cantando na Chuva, em meio a um momento de renovação e crescimento do cinema como a grande potência da arte que pode ser vista hoje.
Seu roteiro traz a história de Don Lockwood, estrela do cinema mudo que também é dançarino e cantor, trabalhando junto com seu melhor amigo Cosmo Brown, o alívio cômico e adorável de cada cena. Don precisa lidar com sua parceira das telas Lina, uma atriz insípida que está convencida de que estão em um relacionamento. Em certo momento, o ator conhece Kathy Selden, uma encantadora atriz por quem ele logo se interessa.
Como pano de fundo, o longa ainda traz as mudanças e suas consequências vindas com a modernização das técnicas cinematográficas como também a influência de grandes estrelas sobre o controle das produtoras. O que tornou os filmes mais cativantes hoje sofreu com a desconfiança da sua primeira geração. Donen e Kelly tratam o assunto com a seriedade e humor na dose certa.
O longa teve um enorme sucesso na época de seu lançamento, como também ainda o tem aos olhos de quem o vê pela primeira vez. Aclamado pela crítica especializada, hoje ele ocupa o primeiro lugar na lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, eternizando a música de Cliff Edwards "Singin’ In The Rain". Aliás, uma curiosidade é que as músicas utilizadas na produção não foram escritas exclusivamente para ela, com excessão de "Moses Supposes".
Interessante ver como cada nuance do filme ainda nos faz emocionar de forma única não importando quanto tempo passe. Tudo obra de atuações excepcionais - os atores possuem uma performance que beira a perfeição - como também de um roteiro tocante. Prova maior da atemporalidade do cinema e de todo o sentimento que cria em nós.
Show de sensibilidade, tratando um assunto que ainda é tabu mas de uma forma diferenciada, com uma visão que todos deveriam ao menos tentar ter. Trilha sonora com músicas mais que perfeitas que casam totalmente com a história. Adorei num nível que apenas esses caracteres não conseguem mensurar.
Não é o tipo de filme com roteiro muito bem construído mas isso não atrapalha tanto já que Stahelski nos entrega cenas de ação muito bem elaboradas e cativantes, uma fotografia muito bonita e o melhor: o detetive Pimento!!! Certamente não é o melhor da trilogia mas teve seus bons momentos.
135 minutos do mais puro choque de realidade que se pode ter. A história que se passa no Colorado dos anos 70 se mostra uma verdadeira arma de protesto contra o sistema opressor e preconceituoso que nos circunda a começar por sua história: um policial negro que se infiltra na Klan durante uma investigação batendo de frente com anos de injustiças originadas desse grupo. Além disso, seu parceiro, ainda que branco, sofre com momentos constrangedores e preconceituosos por causa de sua descendência judaica tornando visível o fato de que a luta pela igualdade não é apenas das pessoas "de cor" mas sim de todos considerados minoria e que na verdade é maioria. Aqueles privados da liberdade de expressar quem são e de onde vieram. Um momento de esperança e inspiração em meio ao terror.
O desenvolvimento é mais que satisfatório: duro como a realidade deve ser. Spike Lee, que há muito tempo conquistou o direito de ser chamado gênio, usa drama e comédia na mesma medida captando incrivelmente bem cada momento de tensão ao longo das cenas. Soma-se a isso a espetacular dupla John David Washington (Tenet) e Adam Driver (Marriage Story) que conseguem expressar com maestria os sentimentos de seus personagens de forma bem pessoal, causando grande impacto para o espectador quando dramáticos e sendo o alívio cômico em certos momentos. Mais adiante, Lee ainda faz questão de trazer a realidade do filme para a nossa própria com um final cheio de verdade, sinceridade e emoção.
Sem dúvidas é um filme necessário quando a luta e o empoderamento se fazem tão importante. A busca pela igualdade é algo que atravessa os anos e não deve ser deixada de lado. Esse filme mostra bem o que faz e não faz a passagem de tempo quando se trata de tradição X revolução.
Os aspectos dos anos 80 estão bem claros no filme, padrão John Hughes. A garota rebelde, o adulto irresponsável, crianças fofas e questões internas que só podem ser resolvidas quando todos deixarem de ser os egoístas que sempre foram. Ele trabalha bem, história e as características de suas personagens, isso é inegável. Não mostra muito de novo, porém pode ser divertido se tiver a fim de algo despretensioso e que remete bem a época. Como sempre, oq me prende é realmente a empatia extrema por esse tipo de filme. E esse conseguiu bem isso. Mais Macaulay Culkin fofissímo por favor!
Ótimo no conceito de crítica ao mundo cinematográfico que pode ser bem desgastante na busca de sucesso e reconhecimento, assim como também é bem significativo quando se trata da representação de um casal que se mostra talvez instável e em constante reconstrução. Os enquadramentos de cenas, fotografia e a decisão de usar o preto e branco me agradaram bastante e na minha opinião casou bem com a história. O sentimento que deixa é próprio de cada espectador e pra mim isso torna o filme especial.
Sem dúvidas é um filme cheio de representatividade, a escolha da Brie como protagonista foi acertada apesar da sua atuação me incomodar em algumas situações talvez por ser algo relativamente novo no mcu e por ela vir de papéis com estilos diferentes desse. A produção e os efeitos foram muito bons. Acredito que o próximo ficará ainda melhor. Não dá pra dizer que é um filme péssimo e acredito que a maioria das pessoas que dizem isso o fazem pelos mesmos motivos que usam em aves de rapina. O mínimo de abertura dos fãs facilitaria muito o processo de mudanças necessárias no cinema no que diz respeito a representatividade, por exemplo.
Assistir esse filme e não se sentir incomodado com as várias críticas (bizarras e super diretas) é um grave desvio de caráter. Estamos há um passo dessa loucura se tornar realidade, e isso assusta (ou deveria, ao menos). Perfeito no roteiro, que é mais louco que os álbuns do Pink Floyd sendo ouvidos quando se está bem chapado, e inclusive, pode ser uma ótima experiência assistir esse filme depois de fazer isso. Quem testar me conta depois...
Filme com protagonistas femininas, sequências de ação muito bem dirigidas, com efeitos muito fodas e atuações que podem se considerar ótimas precisa ter seu reconhecimento. Os poucos erros, seja no desenvolvimento do roteiro, ou em efeitos ou sequências, não atrapalha em nada a experiência. É necessário assistir com a mente aberta já que a história pode ser um pouco complexa de se acompanhar e se conecta a cada cena abrindo espaço à imaginação assim como ocorre com as personagens. Uma das produções do Snyder que mais gosto com toda certeza.
Mesmo não conseguindo mostrar todos os acontecimentos de 2020 (que mais parece ter tido a duração de uma década inteira) a produção foi bem satisfatória. Conseguiu trazer pra um só lugar as opiniões mais questionáveis, com um sarcasmo que confesso ter amado. Assustador é saber que os acontecimentos descritos foram reais e que realmente existem pessoas com um tipo de pensamento que te dá vontade de dar um tiro no próprio pé do que escutar sua voz. Fazer piadas com personalidades públicas que mal sabem oq falam? Valeu muito a pena pra mim, adorei. Apenas senti falta de uma sátira em cima de certas personalidades políticas brasileiras, já quero a versão br de death to 2020.
The Breakfast Club é um dos meus filmes favoritos da vida, ele faz parte de mim desde a primeira vez que o vi. Na minha opinião esse é um dos filmes que mais conseguem manter um diálogo com o jovem e tbm expressa os nossos sentimentos tanto para aquela época quanto as nossas preocupações com o futuro hoje. É possível tirar muitas comparações de lá principalmente com o fator da pressão social em sempre ter a necessidade de se fazer maior e pertencer a um padrão. Allison é a personagem com quem mais me identifico e essa prova de que podemos estar bem sendo quem somos apesar dos padrões sociais é algo inspirador. Esse é um filme feito pra sentir e não dá pra sair sem se identificar pelo menos com um dos personagens. E nem preciso dizer o quanto amo aquela trilha sonora foda. DON'T YOU FORGET ABOUT ME ❤️.
Como uma carta de amor ao mundo da arte e ao artista, o longa O Palhaço chega com um diálogo tocante sobre o reconhecimento do artista no meio social e cultural. Escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Selton Mello que vive o palhaço Benjamin, podendo ser esse considerado o trabalho da sua vida. Se utilizando de elementos que parecem totalmente irrelevantes e juntamente com enquadramentos e cenários que se casam perfeitamente com seu roteiro e atuação brilhantes, são reveladas as nuances de alguém que passa por um conflito interno e sofre com o que parece ser um total descaso com seu trabalho, que não recebe o devido reconhecimento. Em cada close feito em seu rosto é possível ver sua insatisfação em se sentir estagnado em um mundo onde parece não se encaixar. Seu olhar que deveria ser de riso está cada vez mais cansado e tudo o que ele precisa é de descanso e mudança. Ele preenche cada lugar por onde passa da mais pura felicidade mas, para ele, a vida parece ter perdido o sentido e a graça. Ele tenta de diversas formas se encontrar e resgatar o sorriso verdadeiro que antes possuía lugar fixo em seu rosto. É essa busca que acompanhamos através da obra. Seu caminho rico e cheio de significados próprios de seu crescimento pessoal e profissional. A contradição criada pela visão de outros personagens mostram o quanto a entrega à vida pela arte deve ser genuína. Um caminho que é totalmente escolhido por amor. O desenvolvimento de todos os personagens envolvidos cria um final de atmosfera mágica e emocionante como deve ser e prova o quanto é valido e gratificante quando a arte é feita pela arte, mais que por qualquer lucro que se possa conseguir com isso.
Monstro do cinema nacional, Lisbela e o Prisioneiro arranca sorrisos e lágrimas há quase duas décadas impressionando com sua originalidade, qualidade técnica e emoção a cada cena.
Primeiro longa metragem assinado pelo diretor Guel Arraes produzido exclusivamente para o cinema, o filme é uma adaptação da peça de teatro homônima de Osman Lins. O bairro de Boa Vista, na capital pernambucana, serviu como locação para as filmagens ficando mais exuberante com o trabalho da direção de arte e fotografia da produção.
A história todos sabemos, já que é feito a questão de mostrar que esse é mais um romance que segue um padrão hollywoodiano. No entanto, ainda no primeiro ato, Lisbela diz que “a graça não é saber O QUE acontece, é saber COMO acontece” e é nesse ar de mistério, como o momento antes do primeiro beijo, que Arraes nos leva a viajar com seus belos personagens em uma direção com seu toque único de comédia e drama, romance e aventura. Cada personagem desse “quinteto amoroso?” pode ser traduzido como nossas fases em um puro romance. E todos eles nos leva à mesma reflexão: o que fazer quando o amor bate à nossa porta?
Leléu, o malandro que apenas quer aproveitar a vida e cada paixão passageira em cada cidade por onde passa é cativado pela doçura de Lisbela, a jovem romântica e apreciadora da sétima arte que acredita e espera o amor de cinema. Porém, ela está noiva do metido a carioca Douglas que pelo que demonstra não guarda nenhum amor pela moça, apenas talvez uma paixão. O que a segura nessa união é o respeito que tem pelo pai que vê o casamento como algo bom para a filha.
Em outra ponta nosso protagonista se encontra numa situação um tanto complexa. Ele deixou para trás Inaura, a mulher que, de graça, o amou muito e por isso arriscou tudo o que tinha mesmo não sendo correspondida. Largou principalmente seu casamento com o matador Frederico Evandro que ao saber da traição jura Leléu de morte.
Ufa... um enredo agitado que não se perde no seu desenrolar. O ponto alto da obra, assim como toda grande produção além da direção, é o elenco. Com atuações de arrancar o fôlego Selton Mello e Virgínia Cavendish voltam a dividir a tela. Soma-se a isso Débora Falabella e Marco Nanini criando uma explosão de diálogos frenéticos e muito bem construídos e articulados. Resalto o quanto Débora e Virgínia se entregam aos seus papéis colocando todo o sentimentalismo e emoção na dose certa para emocionar a mais dura rocha.
Cada vez que essa obra é reverenciada ainda não é o suficiente para a beleza que transmite. O diálogo com o espectador nos coloca dentro da cena, somos convidados a esperar cada impasse e sentir cada sensação de nossos protagonistas. Não há vilão ou mocinho. Donzela indefesa ou bruxa maligna. Há pessoas comuns com formas únicas de ver e demonstrar o amor. O seu amor.
Ver esse filme e não sair tocado é um feito inimaginável. Sonhamos o sonho de cada personagem e, quando os créditos terminam, renovamos nossos sonhos com o toque brilhante de uma história de cinema sem arrependimentos, vividos com a intensidade do fogo, mesmo sendo de um palito de fósforos.
De forma sensível e tocante, Cuaron nos transporta para uma história rica com um pano de fundo, político, social e cultural fortes com um ponto de vista crítico. A delicadeza e, ao mesmo tempo, aspereza com a qual os personagens são apresentados deixa mais nítida a conexão com a realidade. Seus desentendimentos, receios, frustrações. A contradição entre os diferentes momentos da vida adulta e jovem são explicitadas a cada cena de formas às vezes dura mas ainda belíssimas e criativas deixando um sentimento agridoce ao seu final. A fotografia repleta de paisagens faz dessa uma obra de exaltação à beleza natural do México. E ainda ressalta que não importa as divergências interpessoais a beleza ainda poderá ser encontrada em qualquer lugar. O filme claramente se apresenta como uma metáfora para a vida, mostrando ela como uma longa viagem, com pessoa e costumes diferentes e ao fim, um destino que nem sempre esperamos. É um filme que funciona e me emocionou de tantas formas do início ao fim.
Estados Unidos Vs Billie Holiday
3.3 150 Assista AgoraTrágico e chocante. Trágico ver como uma mulher com tal talento e influência foi claramente perseguida por anos por causa de uma música (Strange Fruit) que condena em sua letra atos de linchamento e racismo. Perseguida porque ela tinha coragem de não abaixar a cabeça e usar sua voz para dar voz às pessoas que sofriam aos olhos da sociedade que nada fazia. Como era e ainda com vários artistas.
Trágico ver o tempo que passou até receber seu devido reconhecimento e que ainda hoje tais atos podem ocorrer com frequência ainda assustadora.
Lee Daniels captura bem os momentos de sua vida, não é de todo brilhante (minha opinião) mas tem seus ótimos momentos e vale a pena vê-los. O maior sucesso fica a cargo de Andra Day, com sua grande atuação.
Um ótimo filme que nos faz conhecer e apaixonar mais ainda por essa cantora excepcional. Que nos deixou tanto mesmo por tão pouco tempo. Uma belíssima homenagem.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraComecei pensando: "protagonista parece o Brad Pitt, ou seja, gato."
O resultado 2h depois:
Como pode um filme retratar tão bem o ser humano em sua natureza mais sórdida ao mesmo tempo que mostra o quanto a esperança pode salvar uma alma.
Muito além do mundo do cinema a história de Hayes questiona até onde vai o poder dado aqueles que deveriam manter a ordem social. O assassino mais inescrupuloso não merece esse tipo de tratamento - como uma coisa repugnante e sem sentido que se mantém viva apenas para ser chutado de tempos em tempos - partindo do princípio que quando se tenta tirar o lado humano de alguém se trai a própria espécie e se quebra o conceito de justiça sobrando apenas a barbárie. Isso questiona o que é justiça e o que é apenas covardia e maldade extrema. Ele era sim culpado, mas isso não justifica tal tratamento, assim como em muitos casos.
A justiça não é dada na mesma moeda, ou feita pra desconstruir o ser humano já culpado e condenado. Caso seja assim aquele que se julga o detentor desta se coloca ao mesmo nível daquele que tanto julga e despreza.
O que mais dói é ver que além de uma história real, esse tipo de acontecimento ainda é recorrente não importando país, governo, gênero ou motivo. Ela se mostra mais que necessária na análise do sistema de justiça de vários país (principalmente o Brasil cof cof). Enquanto existir o mínimo de covardia e falta de clemência, nunca poderemos dizer que chegamos a verdadeira jusitça. Nesse caso temos um final feliz, mas quantos já morreram por absolutamente nada, apenas para inflar o ego e alavancar a maldade do agressor? Esse longa é real, é revoltante, causa um impacto difícil de se esquecer. Depois dele fica apenas o questionamento: quem realmente tem o direito de decidir sobre quem vive ou morre? Onde está a justiça?
Essa produção pode não ter ganhado o Oscar de melhor filme, mas ganhou meu respeito e admiração por expor essa história, sem sentimento definido, ao mundo. Infelizmente, os impactos e mudanças causados pela mesma avançam em passos lentos, mas ao menos avançam.
Cantando na Chuva
4.4 1,1K Assista AgoraAquele filme feito para nos fazer sorrir. Assim surge o musical Cantando na Chuva, em meio a um momento de renovação e crescimento do cinema como a grande potência da arte que pode ser vista hoje.
Seu roteiro traz a história de Don Lockwood, estrela do cinema mudo que também é dançarino e cantor, trabalhando junto com seu melhor amigo Cosmo Brown, o alívio cômico e adorável de cada cena. Don precisa lidar com sua parceira das telas Lina, uma atriz insípida que está convencida de que estão em um relacionamento. Em certo momento, o ator conhece Kathy Selden, uma encantadora atriz por quem ele logo se interessa.
Como pano de fundo, o longa ainda traz as mudanças e suas consequências vindas com a modernização das técnicas cinematográficas como também a influência de grandes estrelas sobre o controle das produtoras. O que tornou os filmes mais cativantes hoje sofreu com a desconfiança da sua primeira geração. Donen e Kelly tratam o assunto com a seriedade e humor na dose certa.
O longa teve um enorme sucesso na época de seu lançamento, como também ainda o tem aos olhos de quem o vê pela primeira vez. Aclamado pela crítica especializada, hoje ele ocupa o primeiro lugar na lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, eternizando a música de Cliff Edwards "Singin’ In The Rain". Aliás, uma curiosidade é que as músicas utilizadas na produção não foram escritas exclusivamente para ela, com excessão de "Moses Supposes".
Interessante ver como cada nuance do filme ainda nos faz emocionar de forma única não importando quanto tempo passe. Tudo obra de atuações excepcionais - os atores possuem uma performance que beira a perfeição - como também de um roteiro tocante. Prova maior da atemporalidade do cinema e de todo o sentimento que cria em nós.
Juno
3.7 2,3K Assista AgoraShow de sensibilidade, tratando um assunto que ainda é tabu mas de uma forma diferenciada, com uma visão que todos deveriam ao menos tentar ter. Trilha sonora com músicas mais que perfeitas que casam totalmente com a história. Adorei num nível que apenas esses caracteres não conseguem mensurar.
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraNão é o tipo de filme com roteiro muito bem construído mas isso não atrapalha tanto já que Stahelski nos entrega cenas de ação muito bem elaboradas e cativantes, uma fotografia muito bonita e o melhor: o detetive Pimento!!!
Certamente não é o melhor da trilogia mas teve seus bons momentos.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraCada vez mais certa de que não importa quantas vezes eu assista, sempre vou me emocionar.
A Malandrinha
3.0 186 Assista AgoraÉ um filme bem família apesar do que indica o nome.
Me surpreendeu
Festa da Salsicha
2.9 816 Assista AgoraCom certeza nunca mais vou esquecer disso, não dá pra desver kkkkkkk
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista Agora135 minutos do mais puro choque de realidade que se pode ter. A história que se passa no Colorado dos anos 70 se mostra uma verdadeira arma de protesto contra o sistema opressor e preconceituoso que nos circunda a começar por sua história: um policial negro que se infiltra na Klan durante uma investigação batendo de frente com anos de injustiças originadas desse grupo. Além disso, seu parceiro, ainda que branco, sofre com momentos constrangedores e preconceituosos por causa de sua descendência judaica tornando visível o fato de que a luta pela igualdade não é apenas das pessoas "de cor" mas sim de todos considerados minoria e que na verdade é maioria. Aqueles privados da liberdade de expressar quem são e de onde vieram. Um momento de esperança e inspiração em meio ao terror.
O desenvolvimento é mais que satisfatório: duro como a realidade deve ser. Spike Lee, que há muito tempo conquistou o direito de ser chamado gênio, usa drama e comédia na mesma medida captando incrivelmente bem cada momento de tensão ao longo das cenas. Soma-se a isso a espetacular dupla John David Washington (Tenet) e Adam Driver (Marriage Story) que conseguem expressar com maestria os sentimentos de seus personagens de forma bem pessoal, causando grande impacto para o espectador quando dramáticos e sendo o alívio cômico em certos momentos. Mais adiante, Lee ainda faz questão de trazer a realidade do filme para a nossa própria com um final cheio de verdade, sinceridade e emoção.
Sem dúvidas é um filme necessário quando a luta e o empoderamento se fazem tão importante. A busca pela igualdade é algo que atravessa os anos e não deve ser deixada de lado. Esse filme mostra bem o que faz e não faz a passagem de tempo quando se trata de tradição X revolução.
Quem Vê Cara Não Vê Coração
3.4 98 Assista AgoraOs aspectos dos anos 80 estão bem claros no filme, padrão John Hughes. A garota rebelde, o adulto irresponsável, crianças fofas e questões internas que só podem ser resolvidas quando todos deixarem de ser os egoístas que sempre foram.
Ele trabalha bem, história e as características de suas personagens, isso é inegável.
Não mostra muito de novo, porém pode ser divertido se tiver a fim de algo despretensioso e que remete bem a época.
Como sempre, oq me prende é realmente a empatia extrema por esse tipo de filme. E esse conseguiu bem isso. Mais Macaulay Culkin fofissímo por favor!
Malcolm & Marie
3.5 314 Assista AgoraÓtimo no conceito de crítica ao mundo cinematográfico que pode ser bem desgastante na busca de sucesso e reconhecimento, assim como também é bem significativo quando se trata da representação de um casal que se mostra talvez instável e em constante reconstrução. Os enquadramentos de cenas, fotografia e a decisão de usar o preto e branco me agradaram bastante e na minha opinião casou bem com a história. O sentimento que deixa é próprio de cada espectador e pra mim isso torna o filme especial.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraSem dúvidas é um filme cheio de representatividade, a escolha da Brie como protagonista foi acertada apesar da sua atuação me incomodar em algumas situações talvez por ser algo relativamente novo no mcu e por ela vir de papéis com estilos diferentes desse.
A produção e os efeitos foram muito bons. Acredito que o próximo ficará ainda melhor.
Não dá pra dizer que é um filme péssimo e acredito que a maioria das pessoas que dizem isso o fazem pelos mesmos motivos que usam em aves de rapina. O mínimo de abertura dos fãs facilitaria muito o processo de mudanças necessárias no cinema no que diz respeito a representatividade, por exemplo.
Desculpe Te Incomodar
3.8 275Assistir esse filme e não se sentir incomodado com as várias críticas (bizarras e super diretas) é um grave desvio de caráter. Estamos há um passo dessa loucura se tornar realidade, e isso assusta (ou deveria, ao menos).
Perfeito no roteiro, que é mais louco que os álbuns do Pink Floyd sendo ouvidos quando se está bem chapado, e inclusive, pode ser uma ótima experiência assistir esse filme depois de fazer isso. Quem testar me conta depois...
Sucker Punch: Mundo Surreal
3.4 3,1K Assista AgoraFilme com protagonistas femininas, sequências de ação muito bem dirigidas, com efeitos muito fodas e atuações que podem se considerar ótimas precisa ter seu reconhecimento.
Os poucos erros, seja no desenvolvimento do roteiro, ou em efeitos ou sequências, não atrapalha em nada a experiência.
É necessário assistir com a mente aberta já que a história pode ser um pouco complexa de se acompanhar e se conecta a cada cena abrindo espaço à imaginação assim como ocorre com as personagens.
Uma das produções do Snyder que mais gosto com toda certeza.
2020 Nunca Mais
3.4 89Mesmo não conseguindo mostrar todos os acontecimentos de 2020 (que mais parece ter tido a duração de uma década inteira) a produção foi bem satisfatória. Conseguiu trazer pra um só lugar as opiniões mais questionáveis, com um sarcasmo que confesso ter amado.
Assustador é saber que os acontecimentos descritos foram reais e que realmente existem pessoas com um tipo de pensamento que te dá vontade de dar um tiro no próprio pé do que escutar sua voz.
Fazer piadas com personalidades públicas que mal sabem oq falam? Valeu muito a pena pra mim, adorei.
Apenas senti falta de uma sátira em cima de certas personalidades políticas brasileiras, já quero a versão br de death to 2020.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraThe Breakfast Club é um dos meus filmes favoritos da vida, ele faz parte de mim desde a primeira vez que o vi. Na minha opinião esse é um dos filmes que mais conseguem manter um diálogo com o jovem e tbm expressa os nossos sentimentos tanto para aquela época quanto as nossas preocupações com o futuro hoje. É possível tirar muitas comparações de lá principalmente com o fator da pressão social em sempre ter a necessidade de se fazer maior e pertencer a um padrão.
Allison é a personagem com quem mais me identifico e essa prova de que podemos estar bem sendo quem somos apesar dos padrões sociais é algo inspirador. Esse é um filme feito pra sentir e não dá pra sair sem se identificar pelo menos com um dos personagens.
E nem preciso dizer o quanto amo aquela trilha sonora foda. DON'T YOU FORGET ABOUT ME ❤️.
Mistérios da Carne
4.1 975Impossível descrever os sentimentos que esse filme causam. Porém uma coisa é certa, ele marca pra vida toda.
O Palhaço
3.6 2,2K Assista AgoraComo uma carta de amor ao mundo da arte e ao artista, o longa O Palhaço chega com um diálogo tocante sobre o reconhecimento do artista no meio social e cultural. Escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Selton Mello que vive o palhaço Benjamin, podendo ser esse considerado o trabalho da sua vida.
Se utilizando de elementos que parecem totalmente irrelevantes e juntamente com enquadramentos e cenários que se casam perfeitamente com seu roteiro e atuação brilhantes, são reveladas as nuances de alguém que passa por um conflito interno e sofre com o que parece ser um total descaso com seu trabalho, que não recebe o devido reconhecimento.
Em cada close feito em seu rosto é possível ver sua insatisfação em se sentir estagnado em um mundo onde parece não se encaixar. Seu olhar que deveria ser de riso está cada vez mais cansado e tudo o que ele precisa é de descanso e mudança. Ele preenche cada lugar por onde passa da mais pura felicidade mas, para ele, a vida parece ter perdido o sentido e a graça. Ele tenta de diversas formas se encontrar e resgatar o sorriso verdadeiro que antes possuía lugar fixo em seu rosto.
É essa busca que acompanhamos através da obra. Seu caminho rico e cheio de significados próprios de seu crescimento pessoal e profissional. A contradição criada pela visão de outros personagens mostram o quanto a entrega à vida pela arte deve ser genuína. Um caminho que é totalmente escolhido por amor. O desenvolvimento de todos os personagens envolvidos cria um final de atmosfera mágica e emocionante como deve ser e prova o quanto é valido e gratificante quando a arte é feita pela arte, mais que por qualquer lucro que se possa conseguir com isso.
Lisbela e o Prisioneiro
3.8 1,2KMonstro do cinema nacional, Lisbela e o Prisioneiro arranca sorrisos e lágrimas há quase duas décadas impressionando com sua originalidade, qualidade técnica e emoção a cada cena.
Primeiro longa metragem assinado pelo diretor Guel Arraes produzido exclusivamente para o cinema, o filme é uma adaptação da peça de teatro homônima de Osman Lins. O bairro de Boa Vista, na capital pernambucana, serviu como locação para as filmagens ficando mais exuberante com o trabalho da direção de arte e fotografia da produção.
A história todos sabemos, já que é feito a questão de mostrar que esse é mais um romance que segue um padrão hollywoodiano. No entanto, ainda no primeiro ato, Lisbela diz que “a graça não é saber O QUE acontece, é saber COMO acontece” e é nesse ar de mistério, como o momento antes do primeiro beijo, que Arraes nos leva a viajar com seus belos personagens em uma direção com seu toque único de comédia e drama, romance e aventura. Cada personagem desse “quinteto amoroso?” pode ser traduzido como nossas fases em um puro romance. E todos eles nos leva à mesma reflexão: o que fazer quando o amor bate à nossa porta?
Leléu, o malandro que apenas quer aproveitar a vida e cada paixão passageira em cada cidade por onde passa é cativado pela doçura de Lisbela, a jovem romântica e apreciadora da sétima arte que acredita e espera o amor de cinema. Porém, ela está noiva do metido a carioca Douglas que pelo que demonstra não guarda nenhum amor pela moça, apenas talvez uma paixão. O que a segura nessa união é o respeito que tem pelo pai que vê o casamento como algo bom para a filha.
Em outra ponta nosso protagonista se encontra numa situação um tanto complexa. Ele deixou para trás Inaura, a mulher que, de graça, o amou muito e por isso arriscou tudo o que tinha mesmo não sendo correspondida. Largou principalmente seu casamento com o matador Frederico Evandro que ao saber da traição jura Leléu de morte.
Ufa... um enredo agitado que não se perde no seu desenrolar. O ponto alto da obra, assim como toda grande produção além da direção, é o elenco. Com atuações de arrancar o fôlego Selton Mello e Virgínia Cavendish voltam a dividir a tela. Soma-se a isso Débora Falabella e Marco Nanini criando uma explosão de diálogos frenéticos e muito bem construídos e articulados. Resalto o quanto Débora e Virgínia se entregam aos seus papéis colocando todo o sentimentalismo e emoção na dose certa para emocionar a mais dura rocha.
Cada vez que essa obra é reverenciada ainda não é o suficiente para a beleza que transmite. O diálogo com o espectador nos coloca dentro da cena, somos convidados a esperar cada impasse e sentir cada sensação de nossos protagonistas. Não há vilão ou mocinho. Donzela indefesa ou bruxa maligna. Há pessoas comuns com formas únicas de ver e demonstrar o amor. O seu amor.
Ver esse filme e não sair tocado é um feito inimaginável. Sonhamos o sonho de cada personagem e, quando os créditos terminam, renovamos nossos sonhos com o toque brilhante de uma história de cinema sem arrependimentos, vividos com a intensidade do fogo, mesmo sendo de um palito de fósforos.
E Sua Mãe Também
4.0 519De forma sensível e tocante, Cuaron nos transporta para uma história rica com um pano de fundo, político, social e cultural fortes com um ponto de vista crítico.
A delicadeza e, ao mesmo tempo, aspereza com a qual os personagens são apresentados deixa mais nítida a conexão com a realidade. Seus desentendimentos, receios, frustrações. A contradição entre os diferentes momentos da vida adulta e jovem são explicitadas a cada cena de formas às vezes dura mas ainda belíssimas e criativas deixando um sentimento agridoce ao seu final.
A fotografia repleta de paisagens faz dessa uma obra de exaltação à beleza natural do México. E ainda ressalta que não importa as divergências interpessoais a beleza ainda poderá ser encontrada em qualquer lugar.
O filme claramente se apresenta como uma metáfora para a vida, mostrando ela como uma longa viagem, com pessoa e costumes diferentes e ao fim, um destino que nem sempre esperamos. É um filme que funciona e me emocionou de tantas formas do início ao fim.
7 Desejos
2.5 409 Assista AgoraA única cena que salva é a morte na banheira, digna de um Oscar. O diálogo sobre peidos e multiverso deixa Linklater no chinelo.