Me senti amplamente tocado por esse documentário, sua linguagem narrativa é tão suave e tão clara, a voz na narração da diretora, os vislumbres de sua vida pessoal...
Vi que tem gente reclamando de imparcialidade, o que é uma bobagem, primeiro porque estritamente falando, não existe imparcialidade: Todo discurso é ideológico. Segundo porque ela nunca tenta se fazer de imparcial, ela se coloca naquela história, se mostra ali, relaciona seu passado, seu futuro com a história política do país, por isso não faz sentido falar de imparcialidade para alguém que nunca quis se fazer imparcial, acusem de imparciais os veículos que dizem o ser, mas não o são: Folha, Estadão, o Globo, a Veja...
Tirando isso, justamente essa linguagem de identificação da diretora com a história política me fez ver coisas belíssimas: A contradição da família empreiteira, mas dos pais revolucionários, rebeldes; a conversa da mãe da diretora com a presidente Dilma.
Interessantemente, no entanto, mesmo não sendo imparcial, julguei que ela tinha uns lampejos de julgamento estrito. Por exemplo quando fala do Lula na greve de 1979 (eu acho) e segue a sequência de propagandas políticas dele até sua decisão pela "conciliação" em 2002, sua eleição. Claro, uma boa parte das falas depois vem para justificar essa conciliação (Se Jesus viesse ao Brasil teria de fazer aliança até com Judas), mesmo assim, existiam algumas críticas veladas.
"Hoje eu só temo a morte da democracia", a ex-presidente Dilma fala isso em seu pronunciamento na ocasião de sua defesa no Senado. "The most important right of a defendant is the right of a impartial judge", diz o advogado de Lula da ONU. É interessante ver como eles pareciam ver o futuro, com o golpe da Dilma seguiu-se a continuação do golpe, tendo profundos impactos nas eleições do ano passado, e graças a Glenn Greenwald, descobrimos que Sérgio Moro de imparcial não tem nada, toma parte sim, inclusive de vermes e conspiradores, tipo o recém eleito presidente da República.
Fiquei extremamente tocado pelo discurso de Lula e pelos militantes tentarem não deixarem-no sair do sindicato para não se entregar a essa justiça tão mentirosa. Mas como marxista-leninista que sou, vi ali a capitulação de Lula e do PT frente ao capitalismo, a confiança na justiça burguesa, tão falsa e mentirosa, a recusa à necessidade da revolução. Além do retrato triste de mais um pouco da destruição de nossa democracia, vi também a conclusão de porque Lula e o PT falharam: Conciliação entre classes não funciona, e os ricos, por agora, estão ganhando.
PS: Me surpreendeu a quantidade de comentários de minions aqui, que pena que tenhamos chegado nesse ponto.
Filme incrível em uma série de aspectos, demorei para assistir por pensar que era só mais um filme de assalto a banco, sendo que o filme é bem mais do que isso.
Primeiro há um grande conflito e oposição que é simbolizado pelo "mainstream", pela mídia, pela polícia, pelas "f-words" que não devem ser ouvidas pelos ouvidos cristãos, e a contra-cultura, os "outcasts", a população marginalizada, LGBTQ. Esse é basicamente o motor principal do filme, os personagens se constrõem através disso, Sonny não esquece Attica e sua repercussão, pensa nas atitudes dos policiais tendo em vista a imagem que isso causará no público, assiste à televisão, fala com jornalistas, o Sal constantemente bate na tecla de ser hétero e que as notícias estão erradas.
A visão dos personagens, mesmo estando em uma posição amplamente marginalizada e intrinsecamente indesejada e repugnada, é sempre construída em um diálogo com a mídia. E tem um ponto que a do próprio telespectador passa a ser, também, aprendemos sobre os personagens com relatos da mídia, a cena vez em quando é filmada como enquadramentos de reportagens, a câmera área remete, inclusive, a aqueles programas tipo Datena etc.
O outro ponto é a contra-cultura, a aparição e apresentação das camadas marginalizadas, uma trans com seus problemas da transição, a homofobia clara, a dualidade da esposa e família tradicional contra o não tradicional, a cena com um grupo LGBT segurando cartazes e gritando em favor de Sonny fala muito sobre isso. De como essa comunidade sempre buscou seus heróis, teve suas lealdades, ainda que com enormes contradições vindas dos contrastes sociais e econômicos.
Fiquei me perguntando como essa questão do filme foi compreendida e recebida pelo público da época, já que o filme faz existir uma empatia do que assiste para com Sonny, parece que somos quase presos em uma espécie de síndrome de Stockholm, assim como algumas cenas da dupla de assaltantes com as mulheres parece sugerir (no final o terço que Maria dá para Sal, ou Sonny ensinando exercícios de exército para uma das mulheres).
Os diálogos são incríveis, a atuação do Al Pacino, ainda que conste com seus habituais over-actings, são super pertinentes e nem tão over assim. A transformação de um cara enérgico e cheio de adrenalina por causa do roubo para um cara pirado é óbvia e super bem interpretada.
O filme é permeado de dualidades, a mídia de massa e os grupos minoritários, o cara que tem duas esposas, mas é sozinho no final, a vida e a morte, tudo em choque e em um diálogo sob 700 armas e alguns reféns.
PS: Galera, supera essa de que o filme tem que ter 1:30hrs, cês tão assistindo filminho comercial ou série demais.
Como alguém que gosta de cyberpunk, achei esse bem mediano. Visualmente, embora muitas vezes bonito, parecia tão limpo, fala-se que a cidade de ferro era horrorosa, mas achei um local super suave, de boas.
Os efeitos, no entanto, são bons. As cenas de lutas dinâmicas, mas sem dar muito thrill.
O pior do filme é o roteiro, raso, clichê, não leva a nada. Os personagens são mal desenvolvidos, mesmo a principal parece ser uma folha, com uma inocência que não cola muito, uma "intensidade" babaca e inverossímil, "cringe-worth", com umas despirocadas repentinas e sem nexo.
Além do roteiro, tem a questão dos próprios atores, ela especialmente tem uma tendência a uns overacting estranhos, aquela cena perto do final com um retumbante "noooooo" me fez querer ir comprar novos olhos que não tivessem visto a cena.
Parece que o tempo não passa, tive a impressão de ficar 3 horas no cinema, sem conexão alguma com o filme. Qual não foi minha surpresa em descobrir que ele tem apenas 122 minutos.
O melhor do filme é o Keean Johnson, que faz o Hugo, que foi um pouco de colírio aos meus olhos. Um argumento superficial para um filme superficial.
Suponho que o mangá seja muito melhor, faça-se um favor e gaste esses 122 min + trailers + deslocamento pro cinema lendo o mangá.
Se você aceitar, o filme te leva numa viagem. Não apenas visual, com lindas cenas e cenário e com a natureza explodindo aos olhos, mas uma viagem introspectiva. Te obriga a olhar para dentro, a analisar se tu está fazendo o que realmente quer fazer, te obriga a olhar suas relações pessoais, teus amores e desafetos. Te obriga a olhar para o que tu não pode mudar sozinho, a sociedade e seus problemas e dificuldades... Quando ele conversa com Ron, em um momento ele diz ter 23 anos. Essa é minha idade, e esse detalhe me pegou desprevenido e me chacoalhou mais do que eu julgava ser possível. Aquele momento de epifania "Happiness is only real when shared" doi demais.
Passei boa parte do filme bem desconfortável. Me pareceu um filme despropositado, um thriller de fato, mas estranho, parece que nada é bem feito para se encaixar, ou é tão óbvio que não parece real, ou parece que tem um significado por trás que é impossível de se pegar. Terminei achando que talvez faça mais sentido dentro do conto do Murakami. A fotografia é bem bonita, no entanto, se não tivesse passado quase todo o filme desconfortável ou impaciente por algo, talvez a julgasse mais importante.
Estou entre o gostar e o não gostar. E nem é por questões da produção dos filme, da fotografia, ambientação ou roteiro, e sim por uma questão política. O filme obviamente abraçou a sistema capitalista, pintou a maioria dos policiais como bons, fala sobre mudança por dentro do sistema e em alguns momentos chegou a comparar "extremismos" (a sequência de cenas em paralelos tanto do grupo negro e da iniciação na KKK é incrível, embora dê uma 'hint' para um paralelismo injusto). Visão de liberal em cima do muro, e uma visão que eu certamente não esperava do Spike Lee. Ao mesmo tempo, fica claro que nada muda muito, Ron impede um assassinato, alguns membros da KKK morrem por acidente, mas estruturalmente tudo permanece o mesmo, de forma que fica claro que o objetivo de Ron falha, ele não consegue "mudar as coisas por dentro" e a sequência de cenas com acontecimentos reais e atuais mostra que ter dado tempo ao sistema, tentar reformá-lo, foi inefetivo, também. Me parece que é um filme que engana, porque faz parecer tentar vender de fato a ideia do Ron, os valores, sua visão, sua dualidade de americo-africano, mas no final, não importa o quanto você queira acreditar que talvez policiais não sejam tão ruins, ou o racismo tenha melhorado, tudo ressurge, supremacistas, nazistas, xénofobos... Me lembra um pouco "Dom Casmurro" do Machado, em que você compra a ideia do Bento, pode até acreditar nele, é levado por sua lábia, mas no final você saca que Bento tenta vender uma história, um roteiro do que ele acredita, mas que não é necessariamente real.
É, provavelmente, o filme mais refinado do Koreeda, o roteiro tem um ritmo muito fluído e bom, tem sua ascensão e seu declínio. A fotografia tem um contraste de cores belíssimo, que eu ainda não tinha visto em Koreeda. E claro, uma história sobre núcleo familiar, que é basicamente a especialidade do diretor, então a forma como tudo se conduz é linda e experiente.
É um filme que tem elementos de Nobody Knows, de Like Father, Like Son, de Still Walking, de alguma forma até mesmo de Air Doll; a impressão que eu tive assistindo foi de que Shoplifters era a continuação óbvia, o elevado culminar dessa filmografia tão excelente.
Não estava esperando esse eficiência no desenvolvimento dos personagens e de suas relações em um filme de zumbi. Esse é justamente o ponto forte do filme, já que a questão dos zumbis mesmo fica sempre meio nebulosa e pouco explicada, com incoerências do roteiro e tudo mais. Mesmo assim, vale a pena ver pelos personagens e pela narrativa intensa. Pessoalmente, como não gosto de filmes de zumbi, esse para mim foi uma bela surpresa.
Lindo o filme, achei o roteiro quase Proustiano. A realidade é que não é um filme de alien, os aliens nesse caso é a forma que pega o recurso narrativo para explicar e falar sobre linguagem e visão de mundo. O começo do filme me irritou um pouco, muito barulho, quase não conseguia ouvir as falas, o barulho da respiração da Louise me deixou apreensivo, só depois fui notar como tudo se clarificava na sonoplastia conforme a linguagem passava a ser decifrada. Tem esse lado meio moralista e "fofinho" de que todos precisamos trabalhar juntos, que ignora a realidade, mas que é absolutamente dispensável e ignorável para aproveitar o filme. Sobre a escolha dela na sequência final: Haja coragem e sangue frio, hein.
Estou vendo gente elogiar o roteiro de La La Land, vamô lá né, gente? Aí é forçar demais, se tem algo que La La Land não é forte é justamente o roteiro, é um bom filme, mas slow down.
Boa série, construção interessante dos personagens, mas me preocupou muito a ideia imperialista que a série passa. Claro que funciona em uma perspectiva da casa real, e tem um episódio inteiro sobre as inseguranças de conhecimento que Elizabeth tem, mas assim... Esse último episódio foi um descaramento, parece que os erros todos caem sobre Nasser, como se fosse ótimo estar sob domínio britânico e o General fosse uma Drama Queen. Em tempos de Síria, bem oportuno.
Aliás, quem deveria ser rainha é a Margaret. Essa sim uma Drama Queen.
Outro detalhe interessante é ver como a monarquia é um acessório. Serve bem aos monarquistas que ficam puxando saco da Inglaterra, achando que monarquia parlamentarista é o que há. Muito dinheiro gasto para enfeitar uma história aristocrática e criar bonequinhos com sangue azul.
Terminado meu ataque de raiva à monarquia. Me diverti vendo a série, é um bom passatempo e foi muito bem feita visualmente.
Galera é chata demais, mano. A série continua engraçadíssima como sempre, mas mais amadurecida e com o mesmo humor ácido e louco de sempre. Estou adorando essas últimas temporadas.
Na boa, galera não entendeu que o objetivo do anime não era bem ser um anime shonen de esporte comum. Para quem não sabe, a mangaká de battery é a mesma de No. 6. então mesmo que o anime não seja shonen-ai nem yaoi, ele carrega muita ênfase na relação entre os garotos. De ambos conhecendo-se mutuamente e internamente, também. Então, de fato, não há ação. Quer ação tem outros animes de sport que tu pode ver, tipo Kuroko, ou Haikyuu!!. Battery é um anime de relação, ele é parado, passa uma sensação de monotonia clara que está presente na vida dos garotos em uma cidade pequena do Japão. A sensação de não terem muito o que fazer, e nem gostarem de muitas coisas. Gou mesmo é meio obrigado pela família a estudar muito, coisa que ele claramente não tem interesse. E Harada é um garoto de relações superficiais, mesmo com a família, e que é meio deslocado da sociedade de uma forma ampla, delicado e exatamente por isso tende a ter relações meio explosivas com qualquer coisinha, principalmente quando vem da família. Tem seu foco apenas no Baseball, também. Única coisa que o dá um pouco de gosto.
Ele precisa de um olhar mais cuidadoso, não é um anime de sport genérico com a mesma fórmula de sempre. Ademais, sobre o final, não é tão aberto quanto se parece, mesmo a sonoplastia demonstra isso.
Anyway, gostei do anime, mas se quiser assistir tenha consciência de que faz seu estilo.
Quase deixei passar essa beleza de filme, mas graças a arbitrariedade de um dia inspirado não perdi tudo isso. É uma delícia de se assistir, com tantas cores, mas não do tipo explosivas que doem os olhos. Com delicadeza e doçura (ainda que com uns clichês japoneses que me irritam, tipo o ciúmes do sajo), mas mesmo assim um toque de realidade, de progressão de um relacionamento comum.
Não teve um momento que não estava com um sorriso bobo no rosto enquanto assistia o filme.
Ai que tédio dessas propagandas anti comunista. zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz E pior, uma propaganda anti comunista de 141 minutos, deveriam ter colocado o título de plano COHEN.
(Anarquismo com a Lótus, ou esse lesbianismo lindo no final... Temas modernos de modo geral), ela consegue pecar em detalhes básicos de construção de roteiro e personagem.
Mas quer saber? Dane-se, teve um final bobo e despretensioso com AUDÁCIA. Nunca vi isso na minha vida. Características tão conflitantes, Ficarei com saudade do meu querido Mako. <3
Sou suspeito a falar, já que tenho uma admiração flamejante pelo poeta e uma simpatia enorme para com o Leo, mas olha: Esse filme é incrível. Assisti meio pensando que ele pecaria no quesito que todos os filmes biográficos pecam, aquela coisa de transformar em uma espécie de semideus o indivíduo retratado; e sim, houve muito disso nesse filme, mas não me pareceu de todo extrapolar de Rimbaud. Até porque Arthur Rimbaud já é mais que a própria extrapolação. E mais do que o semideus, eu vi muita humanidade ali, muito chiaroscuro, muita beleza e dor. Rimbaud era um filho da puta, claro, mas era um ser incrível também.
"Uma noite sentei a Beleza em meus joelhos. - E Achei-a amarga. - E injuriei-a". Arthur Rimbaud.
Simplesmente amei o final, dá um toque meio Shakesperiano à coisa. Meio doce e amargo. Roteiros franceses de qualidade, é outra coisa. Além do final, o desenvolvimento é quase impecável. Filme adorável de se ver.
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Democracia em Vertigem
4.1 1,3KMe senti amplamente tocado por esse documentário, sua linguagem narrativa é tão suave e tão clara, a voz na narração da diretora, os vislumbres de sua vida pessoal...
Vi que tem gente reclamando de imparcialidade, o que é uma bobagem, primeiro porque estritamente falando, não existe imparcialidade: Todo discurso é ideológico. Segundo porque ela nunca tenta se fazer de imparcial, ela se coloca naquela história, se mostra ali, relaciona seu passado, seu futuro com a história política do país, por isso não faz sentido falar de imparcialidade para alguém que nunca quis se fazer imparcial, acusem de imparciais os veículos que dizem o ser, mas não o são: Folha, Estadão, o Globo, a Veja...
Tirando isso, justamente essa linguagem de identificação da diretora com a história política me fez ver coisas belíssimas: A contradição da família empreiteira, mas dos pais revolucionários, rebeldes; a conversa da mãe da diretora com a presidente Dilma.
Interessantemente, no entanto, mesmo não sendo imparcial, julguei que ela tinha uns lampejos de julgamento estrito. Por exemplo quando fala do Lula na greve de 1979 (eu acho) e segue a sequência de propagandas políticas dele até sua decisão pela "conciliação" em 2002, sua eleição. Claro, uma boa parte das falas depois vem para justificar essa conciliação (Se Jesus viesse ao Brasil teria de fazer aliança até com Judas), mesmo assim, existiam algumas críticas veladas.
"Hoje eu só temo a morte da democracia", a ex-presidente Dilma fala isso em seu pronunciamento na ocasião de sua defesa no Senado. "The most important right of a defendant is the right of a impartial judge", diz o advogado de Lula da ONU. É interessante ver como eles pareciam ver o futuro, com o golpe da Dilma seguiu-se a continuação do golpe, tendo profundos impactos nas eleições do ano passado, e graças a Glenn Greenwald, descobrimos que Sérgio Moro de imparcial não tem nada, toma parte sim, inclusive de vermes e conspiradores, tipo o recém eleito presidente da República.
Fiquei extremamente tocado pelo discurso de Lula e pelos militantes tentarem não deixarem-no sair do sindicato para não se entregar a essa justiça tão mentirosa. Mas como marxista-leninista que sou, vi ali a capitulação de Lula e do PT frente ao capitalismo, a confiança na justiça burguesa, tão falsa e mentirosa, a recusa à necessidade da revolução. Além do retrato triste de mais um pouco da destruição de nossa democracia, vi também a conclusão de porque Lula e o PT falharam: Conciliação entre classes não funciona, e os ricos, por agora, estão ganhando.
PS: Me surpreendeu a quantidade de comentários de minions aqui, que pena que tenhamos chegado nesse ponto.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraFilme de sessão da tarde, historinha fofa, bonitinha no final. Tem seus méritos, mas vá lá, Best Picture?
A academia não vale mais nada mesmo.
Um Dia de Cão
4.2 734 Assista AgoraFilme incrível em uma série de aspectos, demorei para assistir por pensar que era só mais um filme de assalto a banco, sendo que o filme é bem mais do que isso.
Primeiro há um grande conflito e oposição que é simbolizado pelo "mainstream", pela mídia, pela polícia, pelas "f-words" que não devem ser ouvidas pelos ouvidos cristãos, e a contra-cultura, os "outcasts", a população marginalizada, LGBTQ. Esse é basicamente o motor principal do filme, os personagens se constrõem através disso, Sonny não esquece Attica e sua repercussão, pensa nas atitudes dos policiais tendo em vista a imagem que isso causará no público, assiste à televisão, fala com jornalistas, o Sal constantemente bate na tecla de ser hétero e que as notícias estão erradas.
A visão dos personagens, mesmo estando em uma posição amplamente marginalizada e intrinsecamente indesejada e repugnada, é sempre construída em um diálogo com a mídia. E tem um ponto que a do próprio telespectador passa a ser, também, aprendemos sobre os personagens com relatos da mídia, a cena vez em quando é filmada como enquadramentos de reportagens, a câmera área remete, inclusive, a aqueles programas tipo Datena etc.
O outro ponto é a contra-cultura, a aparição e apresentação das camadas marginalizadas, uma trans com seus problemas da transição, a homofobia clara, a dualidade da esposa e família tradicional contra o não tradicional, a cena com um grupo LGBT segurando cartazes e gritando em favor de Sonny fala muito sobre isso. De como essa comunidade sempre buscou seus heróis, teve suas lealdades, ainda que com enormes contradições vindas dos contrastes sociais e econômicos.
Fiquei me perguntando como essa questão do filme foi compreendida e recebida pelo público da época, já que o filme faz existir uma empatia do que assiste para com Sonny, parece que somos quase presos em uma espécie de síndrome de Stockholm, assim como algumas cenas da dupla de assaltantes com as mulheres parece sugerir (no final o terço que Maria dá para Sal, ou Sonny ensinando exercícios de exército para uma das mulheres).
Os diálogos são incríveis, a atuação do Al Pacino, ainda que conste com seus habituais over-actings, são super pertinentes e nem tão over assim. A transformação de um cara enérgico e cheio de adrenalina por causa do roubo para um cara pirado é óbvia e super bem interpretada.
O filme é permeado de dualidades, a mídia de massa e os grupos minoritários, o cara que tem duas esposas, mas é sozinho no final, a vida e a morte, tudo em choque e em um diálogo sob 700 armas e alguns reféns.
PS: Galera, supera essa de que o filme tem que ter 1:30hrs, cês tão assistindo filminho comercial ou série demais.
Alita: Anjo de Combate
3.6 814 Assista AgoraComo alguém que gosta de cyberpunk, achei esse bem mediano. Visualmente, embora muitas vezes bonito, parecia tão limpo, fala-se que a cidade de ferro era horrorosa, mas achei um local super suave, de boas.
Os efeitos, no entanto, são bons. As cenas de lutas dinâmicas, mas sem dar muito thrill.
O pior do filme é o roteiro, raso, clichê, não leva a nada. Os personagens são mal desenvolvidos, mesmo a principal parece ser uma folha, com uma inocência que não cola muito, uma "intensidade" babaca e inverossímil, "cringe-worth", com umas despirocadas repentinas e sem nexo.
Além do roteiro, tem a questão dos próprios atores, ela especialmente tem uma tendência a uns overacting estranhos, aquela cena perto do final com um retumbante "noooooo" me fez querer ir comprar novos olhos que não tivessem visto a cena.
Parece que o tempo não passa, tive a impressão de ficar 3 horas no cinema, sem conexão alguma com o filme. Qual não foi minha surpresa em descobrir que ele tem apenas 122 minutos.
O melhor do filme é o Keean Johnson, que faz o Hugo, que foi um pouco de colírio aos meus olhos. Um argumento superficial para um filme superficial.
Suponho que o mangá seja muito melhor, faça-se um favor e gaste esses 122 min + trailers + deslocamento pro cinema lendo o mangá.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraSe você aceitar, o filme te leva numa viagem.
Não apenas visual, com lindas cenas e cenário e com a natureza explodindo aos olhos, mas uma viagem introspectiva. Te obriga a olhar para dentro, a analisar se tu está fazendo o que realmente quer fazer, te obriga a olhar suas relações pessoais, teus amores e desafetos. Te obriga a olhar para o que tu não pode mudar sozinho, a sociedade e seus problemas e dificuldades...
Quando ele conversa com Ron, em um momento ele diz ter 23 anos. Essa é minha idade, e esse detalhe me pegou desprevenido e me chacoalhou mais do que eu julgava ser possível.
Aquele momento de epifania "Happiness is only real when shared" doi demais.
Em Chamas
3.9 378 Assista AgoraPassei boa parte do filme bem desconfortável. Me pareceu um filme despropositado, um thriller de fato, mas estranho, parece que nada é bem feito para se encaixar, ou é tão óbvio que não parece real, ou parece que tem um significado por trás que é impossível de se pegar.
Terminei achando que talvez faça mais sentido dentro do conto do Murakami.
A fotografia é bem bonita, no entanto, se não tivesse passado quase todo o filme desconfortável ou impaciente por algo, talvez a julgasse mais importante.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraEstou entre o gostar e o não gostar.
E nem é por questões da produção dos filme, da fotografia, ambientação ou roteiro, e sim por uma questão política. O filme obviamente abraçou a sistema capitalista, pintou a maioria dos policiais como bons, fala sobre mudança por dentro do sistema e em alguns momentos chegou a comparar "extremismos" (a sequência de cenas em paralelos tanto do grupo negro e da iniciação na KKK é incrível, embora dê uma 'hint' para um paralelismo injusto). Visão de liberal em cima do muro, e uma visão que eu certamente não esperava do Spike Lee.
Ao mesmo tempo, fica claro que nada muda muito, Ron impede um assassinato, alguns membros da KKK morrem por acidente, mas estruturalmente tudo permanece o mesmo, de forma que fica claro que o objetivo de Ron falha, ele não consegue "mudar as coisas por dentro" e a sequência de cenas com acontecimentos reais e atuais mostra que ter dado tempo ao sistema, tentar reformá-lo, foi inefetivo, também.
Me parece que é um filme que engana, porque faz parecer tentar vender de fato a ideia do Ron, os valores, sua visão, sua dualidade de americo-africano, mas no final, não importa o quanto você queira acreditar que talvez policiais não sejam tão ruins, ou o racismo tenha melhorado, tudo ressurge, supremacistas, nazistas, xénofobos...
Me lembra um pouco "Dom Casmurro" do Machado, em que você compra a ideia do Bento, pode até acreditar nele, é levado por sua lábia, mas no final você saca que Bento tenta vender uma história, um roteiro do que ele acredita, mas que não é necessariamente real.
Assunto de Família
4.2 399 Assista AgoraAssisti há um tempo, mas tava refletindo ainda.
É, provavelmente, o filme mais refinado do Koreeda, o roteiro tem um ritmo muito fluído e bom, tem sua ascensão e seu declínio. A fotografia tem um contraste de cores belíssimo, que eu ainda não tinha visto em Koreeda. E claro, uma história sobre núcleo familiar, que é basicamente a especialidade do diretor, então a forma como tudo se conduz é linda e experiente.
É um filme que tem elementos de Nobody Knows, de Like Father, Like Son, de Still Walking, de alguma forma até mesmo de Air Doll; a impressão que eu tive assistindo foi de que Shoplifters era a continuação óbvia, o elevado culminar dessa filmografia tão excelente.
Que filme, sinceramente.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraNão estava esperando esse eficiência no desenvolvimento dos personagens e de suas relações em um filme de zumbi. Esse é justamente o ponto forte do filme, já que a questão dos zumbis mesmo fica sempre meio nebulosa e pouco explicada, com incoerências do roteiro e tudo mais.
Mesmo assim, vale a pena ver pelos personagens e pela narrativa intensa. Pessoalmente, como não gosto de filmes de zumbi, esse para mim foi uma bela surpresa.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraLindo o filme, achei o roteiro quase Proustiano. A realidade é que não é um filme de alien, os aliens nesse caso é a forma que pega o recurso narrativo para explicar e falar sobre linguagem e visão de mundo. O começo do filme me irritou um pouco, muito barulho, quase não conseguia ouvir as falas, o barulho da respiração da Louise me deixou apreensivo, só depois fui notar como tudo se clarificava na sonoplastia conforme a linguagem passava a ser decifrada.
Tem esse lado meio moralista e "fofinho" de que todos precisamos trabalhar juntos, que ignora a realidade, mas que é absolutamente dispensável e ignorável para aproveitar o filme.
Sobre a escolha dela na sequência final: Haja coragem e sangue frio, hein.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraEstou vendo gente elogiar o roteiro de La La Land, vamô lá né, gente? Aí é forçar demais, se tem algo que La La Land não é forte é justamente o roteiro, é um bom filme, mas slow down.
The Crown (1ª Temporada)
4.5 389 Assista AgoraBoa série, construção interessante dos personagens, mas me preocupou muito a ideia imperialista que a série passa. Claro que funciona em uma perspectiva da casa real, e tem um episódio inteiro sobre as inseguranças de conhecimento que Elizabeth tem, mas assim... Esse último episódio foi um descaramento, parece que os erros todos caem sobre Nasser, como se fosse ótimo estar sob domínio britânico e o General fosse uma Drama Queen. Em tempos de Síria, bem oportuno.
Aliás, quem deveria ser rainha é a Margaret. Essa sim uma Drama Queen.
Outro detalhe interessante é ver como a monarquia é um acessório. Serve bem aos monarquistas que ficam puxando saco da Inglaterra, achando que monarquia parlamentarista é o que há. Muito dinheiro gasto para enfeitar uma história aristocrática e criar bonequinhos com sangue azul.
Terminado meu ataque de raiva à monarquia. Me diverti vendo a série, é um bom passatempo e foi muito bem feita visualmente.
South Park (20ª Temporada)
3.8 52 Assista AgoraGalera é chata demais, mano. A série continua engraçadíssima como sempre, mas mais amadurecida e com o mesmo humor ácido e louco de sempre. Estou adorando essas últimas temporadas.
Battery
2.4 5Na boa, galera não entendeu que o objetivo do anime não era bem ser um anime shonen de esporte comum.
Para quem não sabe, a mangaká de battery é a mesma de No. 6. então mesmo que o anime não seja shonen-ai nem yaoi, ele carrega muita ênfase na relação entre os garotos. De ambos conhecendo-se mutuamente e internamente, também. Então, de fato, não há ação. Quer ação tem outros animes de sport que tu pode ver, tipo Kuroko, ou Haikyuu!!. Battery é um anime de relação, ele é parado, passa uma sensação de monotonia clara que está presente na vida dos garotos em uma cidade pequena do Japão. A sensação de não terem muito o que fazer, e nem gostarem de muitas coisas. Gou mesmo é meio obrigado pela família a estudar muito, coisa que ele claramente não tem interesse. E Harada é um garoto de relações superficiais, mesmo com a família, e que é meio deslocado da sociedade de uma forma ampla, delicado e exatamente por isso tende a ter relações meio explosivas com qualquer coisinha, principalmente quando vem da família. Tem seu foco apenas no Baseball, também. Única coisa que o dá um pouco de gosto.
Ele precisa de um olhar mais cuidadoso, não é um anime de sport genérico com a mesma fórmula de sempre. Ademais, sobre o final, não é tão aberto quanto se parece, mesmo a sonoplastia demonstra isso.
Anyway, gostei do anime, mas se quiser assistir tenha consciência de que faz seu estilo.
Fullmetal Alchemist: Brotherhood
4.7 391Envy T.T
Colegas de Classe
4.3 54Quase deixei passar essa beleza de filme, mas graças a arbitrariedade de um dia inspirado não perdi tudo isso. É uma delícia de se assistir, com tantas cores, mas não do tipo explosivas que doem os olhos. Com delicadeza e doçura (ainda que com uns clichês japoneses que me irritam, tipo o ciúmes do sajo), mas mesmo assim um toque de realidade, de progressão de um relacionamento comum.
Não teve um momento que não estava com um sorriso bobo no rosto enquanto assistia o filme.
Ponte dos Espiões
3.7 694Ai que tédio dessas propagandas anti comunista. zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz E pior, uma propaganda anti comunista de 141 minutos, deveriam ter colocado o título de plano COHEN.
No Caminho das Dunas
3.7 306A única coisa que salva nesse filme é a fotografia. Morri de tédio o filme inteiro, e o Pim não tem graça nenhuma.
Avatar: A Lenda de Korra (4ª Temporada)
4.2 192Incrível que ao mesmo tempo que essa série aborda temas tão interessantes
(Anarquismo com a Lótus, ou esse lesbianismo lindo no final... Temas modernos de modo geral), ela consegue pecar em detalhes básicos de construção de roteiro e personagem.
Mas quer saber? Dane-se, teve um final bobo e despretensioso com AUDÁCIA. Nunca vi isso na minha vida. Características tão conflitantes, Ficarei com saudade do meu querido Mako. <3
Eclipse de uma Paixão
3.6 221 Assista AgoraSou suspeito a falar, já que tenho uma admiração flamejante pelo poeta e uma simpatia enorme para com o Leo, mas olha: Esse filme é incrível.
Assisti meio pensando que ele pecaria no quesito que todos os filmes biográficos pecam, aquela coisa de transformar em uma espécie de semideus o indivíduo retratado; e sim, houve muito disso nesse filme, mas não me pareceu de todo extrapolar de Rimbaud.
Até porque Arthur Rimbaud já é mais que a própria extrapolação.
E mais do que o semideus, eu vi muita humanidade ali, muito chiaroscuro, muita beleza e dor. Rimbaud era um filho da puta, claro, mas era um ser incrível também.
"Uma noite sentei a Beleza em meus joelhos. - E Achei-a amarga. - E injuriei-a".
Arthur Rimbaud.
Depois da Vida
3.9 70Queria muito assistir, mas não acho nem ferrando o download. Alguém pode me ajudar?
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraCéus, o humor de Allen nesse filme está tão ácido quanto eu nunca vi. O achei tão dramático e triste, escondido entre pequenos e irônicos exageros.
As Amizades Particulares
4.1 115Simplesmente amei o final, dá um toque meio Shakesperiano à coisa. Meio doce e amargo. Roteiros franceses de qualidade, é outra coisa. Além do final, o desenvolvimento é quase impecável. Filme adorável de se ver.