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O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
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Polyana
oi
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willian
Vou tomar nota, sim. Hoje fui à Augusta assisti "Ida" e "Whiplash", lá na frente, nas barraquinhas, os caras vendem, tinha todos esses que vc postou que estão concorrendo ao Oscar..
No filme, “O Importante É Amar” (L'Important C'est d'Aimer, 1975), de Andrzej Zulawski, iremos abordar apenas a trajetoria niilista de Nadine Chavalier (Romy Schneider, pois não iremos abordar as vicissitudes das outras personagens), sua vontade de nada, desilusão trágica diante de mundo que lhe tirou o chão, que a deixou em suspenso, impossibilitada de amar. Uma mulher incapaz de sorrir, incapaz de fazer o outro sorrir. Considera que a humanidade não deu certo e se entristece por isso, pois, não suporta a idéia de que não há mais esperança que nada mais vai dar certo o mundo não vale mais a pena.
Observamos a melancolia angustiante que nos desfaz a cada plano. A cada close, do rosto belo e enigmático, somos despedaçados, triturados a partir do seu desespero silencioso. Rosto demasiadamente expressivo e ao mesmo tempo esgotado pela indústria vampiresca da moda e do cinema
Com Nadine, o tempo diegético não passa, temos uma percepção de um momento estático, o retorno do mesmo, nesse caso, a inação de Nadine. Repetição do mesmo. Como afirmamos acima, repetição da angustia. Do vazio. Nesse cenário, qual seria a importância do amor? Ou melhor, o que é o amor em um mundo, onde se esgotaram todas as ilusões? Pisamos em uma fina casta de gelo que se quebra no passo anterior. A cada passo o passado se quebra e ao lado da figura feminina trágica o tempo se desmancha, liquefaz. Quem está ao seu lado vive em sua órbita dominadora. Essa figura feminina nos é apresentada por Zulawski, na interpretação magistral de Romy Schneider.
No início do filme, no interior de uma casa, a câmera avança lentamente, atravessando os batentes, as portas, vemos os repórteres, pessoas curiosos uma contundente referência à sociedade do espetáculo, assim, observamos, cada vez mais, um cenário de mistério o vir a ser no final do corredor, pois, percebemos que se trata se uma representação, um filme dentro de um filme, Nadine não tem mais forças para atuar, vemos uma mulher esgotada em sua própria beleza. Diante da morte do amado e sobre o seu corpo inerte, colorido pelo seu próprio sangue, a personagem-personagem não consegue expressar, de forma expressiva, em palavras “eu te amo”, a diretora do filme tenta o intentável. Ela diz aos gritos: “– Sinta-o! Coloque vida nisso. Você o ama”. Apenas “ilusões perdidas”, a personagem de Zulawski adentrou em um dispositivo avassalador, “ela não possui o maior bem, que é não nascer, porém, possui o segundo dos maiores bens, suicidar o quanto antes” . Mas, para Nadine, o mar secou. No teatro, Nadine naufraga, o crítico diz: “Deixo a comentar, por hora, sobre Nadine Chevalier... Vinda de um certo tipo de cinema... Sobre o qual guardarei um silêncio piedoso”. Sua decadência tanto no mundo das artes quanto no mundo real o perturbava, porém, não podemos pensar a decadência de Nadine como algo isolado do mundo, presa em si mesma. A beleza de Nadine é atravessada pela ditadura social do corpo perfeito e do rosto impecável, onde a mulher, não mais sujeito, mas objeto no vale tudo da arte contemporânea. O gesto do corpo capturado pela na inação de sua beleza vazia que domina, controla e escraviza. Beleza rara, corpo caro como uma mercadoria fetichizada. A personagem de Zulawski, não amava o seu próprio corpo , apenas o movimenta com leve movimento.
O filme, “O importante é amar”, nos remete a profunda e angustiante reflexão acerca do corpo, como objeto mercadológico, da figura feminina como modelo padrão de beleza da moda e da indústria cinematográfica. Esse cenário angustiante disseca essas mulheres em vida eliminando a sua existência como sujeito transpondo-as para o palco-vitrine das mercadorias. A bela chora em silêncio, não libertou a sua “vontade de potência” diante de seu niilismo passivo. “Não sou vítima nem prisioneira” diz Nadine com os olhos d’água. Ao contrário de Zaratustra, de Nietzsche, que “aos trinta anos [...] afastou-se da sua pátria e do lago da sua pátria, e dirigiu-se à montanha. Durante dez anos gozou por lá do seu espírito e da sua solidão sem se cansar. Variaram, no entanto, os seus sentimentos [...]”, vive os seus trinta anos em uma profunda crise existencial...