Minha experiência mais sombria com o cinema está aqui. Vazio! vazio puro foi o que senti. Vi a dois anos atrás e não sei se quero retomar a obra e correr o risco de estragar a experiência.
Funcionou como uma auto crítica para mim. Digo, o filme é construído nos detalhes. Na falta de compreensão do Gabriel de seus próprios privilégios e o quanto ele nem percebe em diversas ocasiões. Sua teimosia é o nêmesis natural da sua jornada de compreender a política economica dos países pobres, na qual ele não percebe a dimensão social em que ele mesmo se encontra. Eu mesmo ainda sou bem alienado quanto aos meus privilégios mesmo me esforçando o máximo para ter um olhar crítico. Demorei 20 anos para começar a ser proativo nisso tudo, me atrasei, desculpa. E ainda assim, parece que nunca é o bastante. Sempre tem tanta coisa para aprender e de fato tenho que seguir tentando me afastar dos erros do gabriel, ou do meus.
Esse filme se resume a importância dos olhares. Achei muito criativo dar ênfase a uma perspectiva feminina a um gênero que foi por anos feito e moldado na visão de homens.
Eu fiquei bem cativado com todo o contraste entre a não violência retratada, com base no respeito para com aquele que representava ameaça e esperança ao mesmo tempo.
O que deixou uma introspecção legal foi o fato da falta de linguagem entre eles, pela qual só existia comunicação em um encontro mútuo de olhares que refletiam diretamente no olhar do público. Millie representava uma visão, os olhares das personagens femininas uma outra. Do mesmo modo um público que via a confiança ou a ameaça iminente. E o filme não revela de fato qual aposta estava correta. E não importa!
A proposta da direção foi demonstrar que até mesmo naqueles tempos, retratados no gênero como "só sobrevive o mais durão", existiam outras apostas e a Kelly Reichardt conhecia as suas cartas.
Em o parasita, por exemplo, os símbolos funcionam para contar uma história e dar um recado. A PRIMEIRA impressão minha sobre o poço é algo com vários simbolismos esparsos, quase sem muita utilidade (a não ser parecer inteligente). Sinceramente, achei muito pedante e pouca coisa pra tanto alvoroço. A netflix sabe que esse tipo de obra tem atraido público, e tudo parece ser uma "crítica social" e as vezes vem aparecendo esse tipo de filme ruim que parece inteligente.
A pandemia trouxe a quarentena e com ela resolvi assistir um filme depois de uma longa data. Tinha tantos acumulados na minha lista e a chance era perfeita para diminuí-la. Eu não cheguei a acompanhar o Oscar e 1917 tinha um hype enorme até hoje e, para aumentar minha vontade, eu estou completamente viciado no Call of Duty. Nada mais justo que assistir o filme famoso mais recente sobre a primeira guerra mundial para novamente sentir prazer ao ver uma obrinha do cinema, certo? Errado!
Apesar de ser uma polêmica vazia trazer comparações, eu quero fazer! Primeiro assistindo o 1917 eu me diverti bastante e achei algumas coisas bem legais como a trilha sonora e a grandiosa fotografia. Mas para por ai o brilhantismo. O filme é feito em prol dessa estética e nada além. E vazio. Existe uma dicotomia de bem e mal e um pseudo heroísmo diante da narrativa, mais me lembrando o game que citei do que a própria guerra. É imaturo.
Ato contínuo, abri meu twitter e,por coincidência, o Pablo Villaça tinha acabado de publicar uma listinha intitulada "filmes sobre a guerra infinitamente melhores que 1917" contando com Glória feita de sangue em primeiro lugar. E obrigado Villaça, obrigado!!!
Glória feita de sangue é mais um título geniaaaal do Kubrik e tudo que me fez ter rejeição ao 1917 encontrei devidamente corrigido aqui, um filme de 6 décadas atrás. A guerra mundial não foi um jogo com todo um heroísmo lindo e engajado em grandiosas atitudes do bem contra o mal. É uma glória construído por bons e mals, por heroísmo e ganância, com humanos de ambos os lados. Glória feita do mais puro sangue humano derramado.
Como é imensa a felicidade da virgem sem culpa. Esquecendo o mundo e por ele sendo esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada prece é aceita e cada desejo realizado. Obedientes sonhos dos quais podemos acordar e chorar.
Analisaram a brilhante história que é um grande exercício sobre lembranças e esquecimentos. A melhor forma de superar um problema é esquecendo? Qual o significado de felicidade? Todo mundo precisa de uma segunda chance? Bom, Encontro-me diante da obra do cinema mais importante da minha vida. É um dos roteiros mais bem escritos, a edição é perfeita. A trilha sonora é linda. Atuações e reflexões memoráveis. É identificação. Emoção. É sentir. É metamorfose. E a cada vez que vejo a obra novamente uma sensação nova, um aprendizado para lembrar. E Brilho eterno nunca foi tão importante como agora. Thanx vida!
Eu me sinto infinito! Como podemos ser apenas por um dia. Nós poderíamos ser infinitos, para todo o sempre. We can be heroes just for one day. Sentir-se infinito foi o sentimento inerente a minha experiência nessa última vez em que assisti "As vantagens de ser invisível". Antes disso já era um dos meus filmes preferidos, mas foi a experiência recente foi ainda mais forte e reconfortante. Ao assistir novamente com uma nova perspectiva o resultado foi vivenciar uma obra que me fez silenciar, transbordar!
Existem filmes que se tornam clássicos logo que surgem, “The Perks of Being a Wallflower” já se tornou um. Elenco, trilha sonora - Ah, a trilha sonora, - produção, direção e principalmente o roteiro, tudo muito bem organizado. E só esses elogios estão longe de ser o resumo merecido. Na verdade eu não consigo resumir objetivamente, mas sim compartilhar a magia que o cinema em si e o poder na a música me proporcionaram hoje. Com isso me mente, nunca antes encontrei em uma obra do cinema tamanha identificação. Mas, por que de tanta identificação? Nesse caso, veio no personagem Charlie. Pois, a obra narra as descobertas e pequenas batalhas diárias do garoto, o qual se sente invisível e anseia por mais inclusão sem mascarar todos os problemas. É sobre um garoto na busca por mais empatia em sua volta. (Ah!! Como a falta de empatia e a romantização dos sentimentos frios me incomodam.) E a mensagem mais importante, sendo a qual: é preciso perder-se para poder pertencer. E também alguns casos mais pessoais que elevam o quanto o protagonista me fez sentir representado, porém isso fica para outro desabafo.
E o filme caiu na graça dos fans de cinema e dos jovens espalhados pelo mundo. Assim como a mim, a galera se sentiu representada pelos personagens. Até mesmo aqueles que não são adolescentes. O longa meche muito com o nosso interior de uma forma extremamente honesta. Ele esbarra em tantos assuntos pertinentes a nossa adolescência e sem os clichês ou esteriótipos de gênero. É a narrativa de uma idade em que está todo mundo muito deslocado. Aqueles que sentem na pele o sentimento de confusão e não pertencimento como Charlie e eu, ou aqueles que fingem não sentir como Brad tentando fingir ser heterossexual assim como algumas pessoas fissuradas pela imagem do seu personagem nas redes sociais.
"Alguém com ansiedade está inclinado a achar que todos vão embora. A verdade é que eles precisam combater algo que não conseguem controlar, e há um sentimento de insegurança dentro de si mesmo quando se diz a respeito de relações. Eles sabem que é difícil e não querem te sobrecarregar com seus pensamentos e preocupações." Este trechinho de um texto que li me lembra muito a frase "Aceitamos o amor que achamos merecer". Por que aceitamos? Por que tanto medo de ir enfrenta e dizer o que sentimos para a pessoa certa? São tantos muros, Por quê?
Heroes... Canção composta por David Bowie e Brian Eno em 1977 (E que se tornará uma tatuagem na minha pele em breve haha). A música traz consigo a historia do seu produtor Tony Visconti e cantora de backup Antonia Maass e seu caso amoroso dividido pelo muro de Berlim. Isso mesmo! A necessidade da união esbarrando em um muro como barreira. Neil Gaiman completou uma frase que aqui se faz necessária: "Existe algo que não aprecia o muro... e o nome disso é humanidade."
"Eu sei que acabou, ainda assim me agarro" Esse é um dos trechos da música "I Know it's Over", do The Smiths. Enquanto eu assistia a obra essa música ecoava na minha mente. Não procurando relação em tudo, mas quando vi a letra percebi que ela se encaixou tão bem! "A vida de David Gale" é um filme com uma proposta incrível, muitas camadas para serem discutidas e um discurso que provocou muita reflexão sobre certo e errado. Essa dicotomia é um dos aspectos que faz o filme ser bom, né? A psicologia jurídica e a nova matéria: sociologia -- se alinham muito em pensamentos com o direito, por isso podem servir como ferramentas na resenha. O filme é um ótimo exemplo dessa ligação. Para levantar uma discussão sobre as motivações, para este filme o melhor caminho é a sociologia, mais especificamente a do Francês Emile Durkheim...
Todo o argumento do filme se passa em Flash- Back, David Gale contando tudo para a jornalista, vivida pela Kate Winslet... Ahh Kate!! Este recurso serviu para aprofundar mais o público com a subjetividade do personagem e humanizar o filme. Um professor bem sucedido e com problemas alcoólicos, vê sua vida desmoronar ao cair em uma armadilha. Esta que lhe custou emprego, família e amigos. Sem saída, o professor cai em depressão. A doença é bem retratada no filme com metáforas de direção ao colocar o personagem sempre isolado nas cenas. Começa então a jornada da jornalista em busca da inocência do Gale. Mas, no final do filme temos um Plot Twist, no qual o público, junto com a jornalista, descobre a verdade: Os acontecimentos eram conscientes e executados de forma intencional por ativistas. Eles estavam em busca de derrubar o sistema radical do Texas, que permite a pena de morte.
O cinema tem o poder de conceber idéias e ideais. Nesse caso, de promover uma discussão social. Um dos Estados, onde se concretiza a pena de morte, e os direitos daqueles que foram condenados a pena capital não eram absolutamente asseguradas. Pois, além de chances de erros do sistema, o próprio argumento é falho. Ademais, confiar a vida de alguém a uma sentença passível de abstrações? O discurso da teoria da prevenção geral negativa é justamente criticado porque confunde o direito como todo e toda ética social com o poder punitivo. Isso além de ser paliativo é uma forma primitiva de controle social, no qual um país, ou Estado não passa a ser desenvolvido só por usar. Longe disso. Conscientes disso, muitos ativistas procuraram maneiras de derrubar o falho sistema tradicional, mas como? A melhor maneira de derrubar esse radicalismo é provando suas falhas de forma concreta.
Mas afinal, por que David Gale e sua amiga iriam tão longe, a ponto de perder sua vida em busca de provar, de maneira concreta, as falhas do sistema? A ponte com a sociologia de Durkheim pode explicar. Gale seguia uma linha de pensamento com a consciência coletiva. Ou seja, a sociedade acima do próprio eu. Colocando as necessidades sociais, Gale se sacrificou pelos outros.É o que Drukheim chamou de suicídio altruísta. Sua consciência coletiva corresponde às normas e às práticas, aos códigos culturais, como a etiqueta, a moral e as representações coletivas. Ou seja, mesmo sendo um personagem até certo ponto apático, tinha uma moral baseada na empatia e solidariedade. A vida de David Gale, ou melhor, a vida de dois corajosos em virtude de vidas futuras. David e Constance sabiam que tudo havia acabado para eles, mas ainda sim se agarraram na esperança de uma sociedade mais... Justa?
E se eu falar que não há palavras para descrever o filme do Denis Villeneuve? E se eu avisar a você que vi um dos melhores filmes da década? A qualidade técnica, artística e ideológica de "Arrival" saltam aos olhos. É inerente a obra se emocionar. Uma narrativa mestral, na qual fiquei empolgado todas as vezes que assisti. Visualmente deslumbrante assim como tem um poder enorme o seu lado sonoro. O poder da música no cinema, ou a falta dela, se equivale ao visual tranquilamente e aqui não é diferente. Como já era de se esperar, em vista do elenco, os atores mandaram muito bem, principalmente a Amy. No mais, o melhor lado do filme são suas metáforas que servem como ponte para conceber ideias.
A ficção cientifica é o gênero que mais gosto e que sempre esteve presente na minha vida, no passado, presente e provavelmente no futuro. Não somente, o SCI Fi, além de gênero preferido é também um dos formadores de caráter. Ted Chiang, autor do conto que deu origem ao filme diz: ficção cientifica não é sobre efeitos especiais ou grandes batalhas entre o bem e o mal. "Sci fi" é sobre usar cenários especulativos como uma lente pra examinar a condição humana". É nesse ponto em que “Arrival” se destaca. Quantas “chegadas” já aconteceram durante a história humana? Os exemplos mais próximos são as grandes navegações... pelo visto, desenvolvemos a linguagem não para nós comunicarmos,e sim, para explorarmos, em todos os sentidos possíveis da palavra.
Pode ser mania de enxergar relação em tudo, mas minutos antes de ver o filme eu li uma frase do Mia Couto: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco." A narrativa desse filme e o roteiro são grandes metáforas da sua própria crítica. que incrível!!! A linguagem do Heptapod é baseado na polidromia. O filme ilustra isso até no nome da filha de Louise: Hannah. Ou seja, é uma linguagem não linear. O roteiro, que é uma adaptação ( quase como se gritasse ADAPTAÇÃO NÃO É TRANSCRIÇÃO) também segue a forma da polidromia. A linguagem cinematográfica do filme é a linguagem dos aliens, o que estabelece mais comunicação entre o filme, critica social da obra e público. GENIAL!
Esse é um dos meus filmes favoritos. Os fãs da Ficção respiram aliviados com essa arte! Adoro fazer o paralelo do gênero com a simples e complexa perguntar “E SE?” E se você ligasse a televisão e recebesse a noticia de uma invasão alienígena? E se você pudesse ver o presente, passado e futuro ao mesmo tempo? E se você pudesse ver sua vida inteira do começo ao fim...mudaria as coisas? E se?
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A História Sem Fim
3.8 973 Assista AgoraCheira a nostalgia. Mas só. Não venceu o tempo.
Cujo
3.3 439 Assista AgoraQue aflição!!!!!!!!!! E é muito simbólico também. Quadro em branco fez um ensaio sobre a obra que me fez revê-la. Recomendo assistir.
Agora entendo Rachel e Joey assistindo juntos abraçados e assustados hahahahaha
Faça a Coisa Certa
4.2 398Obrigado Zudizilla. Obrigado Spike Lee. Obrigado dublagem lindaaa.
O Cavalo de Turim
4.2 211Minha experiência mais sombria com o cinema está aqui. Vazio! vazio puro foi o que senti. Vi a dois anos atrás e não sei se quero retomar a obra e correr o risco de estragar a experiência.
Gabriel e a Montanha
3.7 141 Assista AgoraFuncionou como uma auto crítica para mim. Digo, o filme é construído nos detalhes. Na falta de compreensão do Gabriel de seus próprios privilégios e o quanto ele nem percebe em diversas ocasiões. Sua teimosia é o nêmesis natural da sua jornada de compreender a política economica dos países pobres, na qual ele não percebe a dimensão social em que ele mesmo se encontra. Eu mesmo ainda sou bem alienado quanto aos meus privilégios mesmo me esforçando o máximo para ter um olhar crítico. Demorei 20 anos para começar a ser proativo nisso tudo, me atrasei, desculpa. E ainda assim, parece que nunca é o bastante. Sempre tem tanta coisa para aprender e de fato tenho que seguir tentando me afastar dos erros do gabriel, ou do meus.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraAté a chuva tem um impacto diferente para diferentes classes sociais e há quem diga que o impacto do coronavirus atinge todos de modo igual.
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista AgoraCome back, shane!
Sobre a violência e o psicólogico daquele que é atingido por ela.
O Atalho
3.3 60 Assista AgoraEsse filme se resume a importância dos olhares. Achei muito criativo dar ênfase a uma perspectiva feminina a um gênero que foi por anos feito e moldado na visão de homens.
Eu fiquei bem cativado com todo o contraste entre a não violência retratada, com base no respeito para com aquele que representava ameaça e esperança ao mesmo tempo.
O que deixou uma introspecção legal foi o fato da falta de linguagem entre eles, pela qual só existia comunicação em um encontro mútuo de olhares que refletiam diretamente no olhar do público. Millie representava uma visão, os olhares das personagens femininas uma outra. Do mesmo modo um público que via a confiança ou a ameaça iminente. E o filme não revela de fato qual aposta estava correta. E não importa!
A proposta da direção foi demonstrar que até mesmo naqueles tempos, retratados no gênero como "só sobrevive o mais durão", existiam outras apostas e a Kelly Reichardt conhecia as suas cartas.
O Grande Dragão Branco
3.4 620 Assista AgoraVoltei aqui só pra ouvir Triumph de novo.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraQue espetáculo!
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraEm o parasita, por exemplo, os símbolos funcionam para contar uma história e dar um recado. A PRIMEIRA impressão minha sobre o poço é algo com vários simbolismos esparsos, quase sem muita utilidade (a não ser parecer inteligente). Sinceramente, achei muito pedante e pouca coisa pra tanto alvoroço. A netflix sabe que esse tipo de obra tem atraido público, e tudo parece ser uma "crítica social" e as vezes vem aparecendo esse tipo de filme ruim que parece inteligente.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraA pandemia trouxe a quarentena e com ela resolvi assistir um filme depois de uma longa data. Tinha tantos acumulados na minha lista e a chance era perfeita para diminuí-la. Eu não cheguei a acompanhar o Oscar e 1917 tinha um hype enorme até hoje e, para aumentar minha vontade, eu estou completamente viciado no Call of Duty. Nada mais justo que assistir o filme famoso mais recente sobre a primeira guerra mundial para novamente sentir prazer ao ver uma obrinha do cinema, certo? Errado!
Apesar de ser uma polêmica vazia trazer comparações, eu quero fazer! Primeiro assistindo o 1917 eu me diverti bastante e achei algumas coisas bem legais como a trilha sonora e a grandiosa fotografia. Mas para por ai o brilhantismo. O filme é feito em prol dessa estética e nada além. E vazio. Existe uma dicotomia de bem e mal e um pseudo heroísmo diante da narrativa, mais me lembrando o game que citei do que a própria guerra. É imaturo.
Ato contínuo, abri meu twitter e,por coincidência, o Pablo Villaça tinha acabado de publicar uma listinha intitulada "filmes sobre a guerra infinitamente melhores que 1917" contando com Glória feita de sangue em primeiro lugar. E obrigado Villaça, obrigado!!!
Glória feita de sangue é mais um título geniaaaal do Kubrik e tudo que me fez ter rejeição ao 1917 encontrei devidamente corrigido aqui, um filme de 6 décadas atrás. A guerra mundial não foi um jogo com todo um heroísmo lindo e engajado em grandiosas atitudes do bem contra o mal. É uma glória construído por bons e mals, por heroísmo e ganância, com humanos de ambos os lados. Glória feita do mais puro sangue humano derramado.
Os Indomáveis
3.9 459Dan era o homem que ben Wade nunca conseguiu ser. Era tudo sobre respeito.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraComo é imensa a felicidade da virgem sem culpa. Esquecendo o mundo e por ele sendo esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada prece é aceita e cada desejo realizado. Obedientes sonhos dos quais podemos acordar e chorar.
Analisaram a brilhante história que é um grande exercício sobre lembranças e esquecimentos. A melhor forma de superar um problema é esquecendo? Qual o significado de felicidade? Todo mundo precisa de uma segunda chance? Bom, Encontro-me diante da obra do cinema mais importante da minha vida. É um dos roteiros mais bem escritos, a edição é perfeita. A trilha sonora é linda. Atuações e reflexões memoráveis. É identificação. Emoção. É sentir. É metamorfose. E a cada vez que vejo a obra novamente uma sensação nova, um aprendizado para lembrar. E Brilho eterno nunca foi tão importante como agora. Thanx vida!
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraEu me sinto infinito! Como podemos ser apenas por um dia. Nós poderíamos ser infinitos, para todo o sempre. We can be heroes just for one day. Sentir-se infinito foi o sentimento inerente a minha experiência nessa última vez em que assisti "As vantagens de ser invisível". Antes disso já era um dos meus filmes preferidos, mas foi a experiência recente foi ainda mais forte e reconfortante. Ao assistir novamente com uma nova perspectiva o resultado foi vivenciar uma obra que me fez silenciar, transbordar!
Existem filmes que se tornam clássicos logo que surgem, “The Perks of Being a Wallflower” já se tornou um. Elenco, trilha sonora - Ah, a trilha sonora, - produção, direção e principalmente o roteiro, tudo muito bem organizado. E só esses elogios estão longe de ser o resumo merecido. Na verdade eu não consigo resumir objetivamente, mas sim compartilhar a magia que o cinema em si e o poder na a música me proporcionaram hoje. Com isso me mente, nunca antes encontrei em uma obra do cinema tamanha identificação. Mas, por que de tanta identificação? Nesse caso, veio no personagem Charlie. Pois, a obra narra as descobertas e pequenas batalhas diárias do garoto, o qual se sente invisível e anseia por mais inclusão sem mascarar todos os problemas. É sobre um garoto na busca por mais empatia em sua volta. (Ah!! Como a falta de empatia e a romantização dos sentimentos frios me incomodam.) E a mensagem mais importante, sendo a qual: é preciso perder-se para poder pertencer. E também alguns casos mais pessoais que elevam o quanto o protagonista me fez sentir representado, porém isso fica para outro desabafo.
E o filme caiu na graça dos fans de cinema e dos jovens espalhados pelo mundo. Assim como a mim, a galera se sentiu representada pelos personagens. Até mesmo aqueles que não são adolescentes. O longa meche muito com o nosso interior de uma forma extremamente honesta. Ele esbarra em tantos assuntos pertinentes a nossa adolescência e sem os clichês ou esteriótipos de gênero. É a narrativa de uma idade em que está todo mundo muito deslocado. Aqueles que sentem na pele o sentimento de confusão e não pertencimento como Charlie e eu, ou aqueles que fingem não sentir como Brad tentando fingir ser heterossexual assim como algumas pessoas fissuradas pela imagem do seu personagem nas redes sociais.
"Alguém com ansiedade está inclinado a achar que todos vão embora. A verdade é que eles precisam combater algo que não conseguem controlar, e há um sentimento de insegurança dentro de si mesmo quando se diz a respeito de relações.
Eles sabem que é difícil e não querem te sobrecarregar com seus pensamentos e preocupações." Este trechinho de um texto que li me lembra muito a frase "Aceitamos o amor que achamos merecer". Por que aceitamos? Por que tanto medo de ir enfrenta e dizer o que sentimos para a pessoa certa? São tantos muros, Por quê?
Heroes... Canção composta por David Bowie e Brian Eno em 1977 (E que se tornará uma tatuagem na minha pele em breve haha). A música traz consigo a historia do seu produtor Tony Visconti e cantora de backup Antonia Maass e seu caso amoroso dividido pelo muro de Berlim. Isso mesmo! A necessidade da união esbarrando em um muro como barreira. Neil Gaiman completou uma frase que aqui se faz necessária: "Existe algo que não aprecia o muro... e o nome disso é humanidade."
A Vida de David Gale
4.2 947 Assista Agora"Eu sei que acabou, ainda assim me agarro" Esse é um dos trechos da música "I Know it's Over", do The Smiths. Enquanto eu assistia a obra essa música ecoava na minha mente. Não procurando relação em tudo, mas quando vi a letra percebi que ela se encaixou tão bem! "A vida de David Gale" é um filme com uma proposta incrível, muitas camadas para serem discutidas e um discurso que provocou muita reflexão sobre certo e errado. Essa dicotomia é um dos aspectos que faz o filme ser bom, né? A psicologia jurídica e a nova matéria: sociologia -- se alinham muito em pensamentos com o direito, por isso podem servir como ferramentas na resenha. O filme é um ótimo exemplo dessa ligação. Para levantar uma discussão sobre as motivações, para este filme o melhor caminho é a sociologia, mais especificamente a do Francês Emile Durkheim...
Todo o argumento do filme se passa em Flash- Back, David Gale contando tudo para a jornalista, vivida pela Kate Winslet... Ahh Kate!! Este recurso serviu para aprofundar mais o público com a subjetividade do personagem e humanizar o filme. Um professor bem sucedido e com problemas alcoólicos, vê sua vida desmoronar ao cair em uma armadilha. Esta que lhe custou emprego, família e amigos. Sem saída, o professor cai em depressão. A doença é bem retratada no filme com metáforas de direção ao colocar o personagem sempre isolado nas cenas. Começa então a jornada da jornalista em busca da inocência do Gale. Mas, no final do filme temos um Plot Twist, no qual o público, junto com a jornalista, descobre a verdade: Os acontecimentos eram conscientes e executados de forma intencional por ativistas. Eles estavam em busca de derrubar o sistema radical do Texas, que permite a pena de morte.
O cinema tem o poder de conceber idéias e ideais. Nesse caso, de promover uma discussão social. Um dos Estados, onde se concretiza a pena de morte, e os direitos daqueles que foram condenados a pena capital não eram absolutamente asseguradas. Pois, além de chances de erros do sistema, o próprio argumento é falho. Ademais, confiar a vida de alguém a uma sentença passível de abstrações? O discurso da teoria da prevenção geral negativa é justamente criticado porque confunde o direito como todo e toda ética social com o poder punitivo. Isso além de ser paliativo é uma forma primitiva de controle social, no qual um país, ou Estado não passa a ser desenvolvido só por usar. Longe disso. Conscientes disso, muitos ativistas procuraram maneiras de derrubar o falho sistema tradicional, mas como? A melhor maneira de derrubar esse radicalismo é provando suas falhas de forma concreta.
Mas afinal, por que David Gale e sua amiga iriam tão longe, a ponto de perder sua vida em busca de provar, de maneira concreta, as falhas do sistema? A ponte com a sociologia de Durkheim pode explicar. Gale seguia uma linha de pensamento com a consciência coletiva. Ou seja, a sociedade acima do próprio eu. Colocando as necessidades sociais, Gale se sacrificou pelos outros.É o que Drukheim chamou de suicídio altruísta. Sua consciência coletiva corresponde às normas e às práticas, aos códigos culturais, como a etiqueta, a moral e as representações coletivas. Ou seja, mesmo sendo um personagem até certo ponto apático, tinha uma moral baseada na empatia e solidariedade. A vida de David Gale, ou melhor, a vida de dois corajosos em virtude de vidas futuras. David e Constance sabiam que tudo havia acabado para eles, mas ainda sim se agarraram na esperança de uma sociedade mais... Justa?
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraE se eu falar que não há palavras para descrever o filme do Denis Villeneuve? E se eu avisar a você que vi um dos melhores filmes da década? A qualidade técnica, artística e ideológica de "Arrival" saltam aos olhos. É inerente a obra se emocionar. Uma narrativa mestral, na qual fiquei empolgado todas as vezes que assisti. Visualmente deslumbrante assim como tem um poder enorme o seu lado sonoro. O poder da música no cinema, ou a falta dela, se equivale ao visual tranquilamente e aqui não é diferente. Como já era de se esperar, em vista do elenco, os atores mandaram muito bem, principalmente a Amy. No mais, o melhor lado do filme são suas metáforas que servem como ponte para conceber ideias.
A ficção cientifica é o gênero que mais gosto e que sempre esteve presente na minha vida, no passado, presente e provavelmente no futuro. Não somente, o SCI Fi, além de gênero preferido é também um dos formadores de caráter. Ted Chiang, autor do conto que deu origem ao filme diz: ficção cientifica não é sobre efeitos especiais ou grandes batalhas entre o bem e o mal. "Sci fi" é sobre usar cenários especulativos como uma lente pra examinar a condição humana". É nesse ponto em que “Arrival” se destaca. Quantas “chegadas” já aconteceram durante a história humana? Os exemplos mais próximos são as grandes navegações... pelo visto, desenvolvemos a linguagem não para nós comunicarmos,e sim, para explorarmos, em todos os sentidos possíveis da palavra.
Pode ser mania de enxergar relação em tudo, mas minutos antes de ver o filme eu li uma frase do Mia Couto: "Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco." A narrativa desse filme e o roteiro são grandes metáforas da sua própria crítica. que incrível!!! A linguagem do Heptapod é baseado na polidromia. O filme ilustra isso até no nome da filha de Louise: Hannah. Ou seja, é uma linguagem não linear. O roteiro, que é uma adaptação ( quase como se gritasse ADAPTAÇÃO NÃO É TRANSCRIÇÃO) também segue a forma da polidromia. A linguagem cinematográfica do filme é a linguagem dos aliens, o que estabelece mais comunicação entre o filme, critica social da obra e público. GENIAL!
Esse é um dos meus filmes favoritos. Os fãs da Ficção respiram aliviados com essa arte! Adoro fazer o paralelo do gênero com a simples e complexa perguntar “E SE?” E se você ligasse a televisão e recebesse a noticia de uma invasão alienígena? E se você pudesse ver o presente, passado e futuro ao mesmo tempo? E se você pudesse ver sua vida inteira do começo ao fim...mudaria as coisas? E se?