Setenta anos, mas corpinho de cinquenta e oito. É isso o que frisa o tempo todo a protagonista de Velha é a Mãe, vivida por Louise Cardoso, no teatro. E, brincando com o clichê da busca pela juventude, o texto de Fabio Porchat diverte ao transpor para o palco as crises existenciais de uma geração que tem pavor da velhice e do que ela acarreta.
Abandonada pelo marido de 85 anos, a protagonista está puta fula da vida com a situação e é consolada por sua filha Alice. Enquanto a filha vai, aos poucos, contando os detalhes do novo relacionamento do pai para a mãe, vamos gargalhando com a performance de Louise, que é ao mesmo tempo divertida e insana.
Basicamente um embate entre mãe e filha, a peça discorre sobre assuntos como a busca pela juventudade e a conhecida rivalidade feminina. Louise Cardoso e Ana Baird estão à vontade em cena, mostrando uma grande cumplicidade e convencendo perfeitamente no papel de mãe e filha. Os momentos de fúria de Alice, ao descobrir uma “traição” da mãe ficam ainda mais divertidos devido aos detalhes de gestual que a atriz rouba da interpretação da “mãe”. Uma química primordial para passar a veracidade do espetáculo.