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Nascimento: 7 de Junho de 1944 (79 years)

Carpina / Pernambuco - Brasil

Aguinaldo Ferreira da Silva é um dramaturgo, escritor, roteirista, jornalista, cineasta e telenovelista brasileiro.

Silva possui a "marca" de único dramaturgo da Globo que só escreveu novelas de horário nobre. É ainda o único autor de novelas do mundo que possui dois prêmios Emmy Internacional.

Na adolescência, ainda funcionário de um cartório no Recife, escreveu o romance Redenção para Job. Lançado com sucesso, acabou por gerar polêmica porque correram rumores atribuindo a autoria real ao jornalista Newton Rodrigues, à época o editor da primeira página do Jornal do Commercio, importante diário da capital pernambucana.

Em 1962, quando a rede de jornais Última Hora, de Samuel Wainer, implantou no Recife o Última Hora Nordeste, Aguinaldo foi requisitado pelo jornalista Múcio Borges da Fonseca para trabalhar como repórter. Ele trabalhou alguns meses cobrindo a área do aeroporto, mas preferiu atuar internamente, na redação, passando a exercer as funções de copidesque.

Com o fechamento do jornal pelo movimento militar de 1964, Aguinaldo Silva foi morar no Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar como repórter policial no jornal O Globo. Na década de 1970, editou o primeiro jornal gay do país, ''O Lampião da Esquina'', um jornal semanal que teve vida curta, mas marcou uma geração e até hoje é considerado revolucionário. O jornal abordou desbundes e questões políticas urgentes sobre repressão e liberdades, não só das populações ‘gays’ (como eram chamados na época, para não dizer, as palavras mais duras, do que eram chamados na época da ditadura militar), mas também de travestis, lésbicas, negros, mulheres e povos originários. ‘O Lampião’ documentou em suas páginas a formação de grupos ativistas ‘desviados’ e ‘entendidos’ no Brasil. Ali, estavam presentes questões que vão desde a masculinização dos gays a mapas onde esses grupos marginalizados pela sociedade podiam ir namorar ou se encontrar em São Paulo; da perseguição a frequentadores de cinemas pornô à matança das travestis na Ditadura Militar; da literatura lésbica de Cassandra Rios e a música feminista de Leci Brandão à sensualidade performática de Ney Matogrosso ou Gal Costa; e também o figuracionismo homoerótico de Darcy Penteado. A produção do conteúdo era feita pelos conselheiros editoriais e por convidados que variavam a cada edição.

O jornal inicialmente estava mais preocupado em retirar o "gay" da margem social, abrindo o discurso às minorias. Já em sua fase final o jornal se adapta ao gueto e torna-se mais ousado, contendo até mesmo ensaios sensuais e abordando temas mais polêmicos do que fazia em sua fase inicial. Além de Aguinaldo, nomes importantes como João Silvério Trevisan, Jean-Claude Bernardet, João Antônio Mascarenhas, entre outros, hoje fica difícil de entender, mas na época esses homens foram de uma coragem e ousadia imensa.

Sua experiência como repórter policial o fez ser convidado, em 1979, para ser um dos autores do seriado ''Plantão de Polícia'', da Rede Globo, que retratava a vida de um veterano profissional dessa linha, o fictício Waldomiro Pena.

O sucesso do seriado o levou a escrever também episódios de ''Malu Mulher''. Posteriormente lançou o formato minissérie na TV brasileira, escrevendo com Doc Comparato, ''Lampião e Maria Bonita''. Por este trabalho recebeu o Troféu APCA de Revelação Masculina de 1982, junto com Comparato, na categoria Televisão.

Junto com o mesmo parceiro desenvolveu ainda mais duas minisséries - ''Bandidos da Falange'' (1983) e ''Padre Cícero'' (1984) - e mais uma solo - a adaptação de ''Tenda dos Milagres'' de Jorge Amado (1985). No mesmo ano em que foi ao ar Padre Cícero, escreveu a primeira novela de sua carreira em parceria com a também estreante Glória Perez: ''Partido Alto'', atração do horário nobre que mostrava simultaneamente os 'universos' da Zona Sul carioca e dos subúrbios da mesma cidade, estes dominados pelo jogo do bicho. Contudo, tal experiência não deu certo e Aguinaldo abandonou a feitura da trama antes de seu término. Mas se recuperou logo no ano seguinte, quando José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, executivo da TV Globo, o convidou a escrever a novela ''Roque Santeiro'', com Dias Gomes.

A novela de Dias Gomes, proibida pela censura da ditadura militar, em 1975, tinha 40 capítulos escritos, mas o autor se recusou a retomar o trabalho, Aguinaldo foi convidado a escrever a novela a partir do ponto em que Dias Gomes tinha parado e o resultado foi um grande sucesso de público e crítica.

Foi também o co-autor com Gilberto Braga e Leonor Bassères da novela ''Vale Tudo'', em 1988, um dos maiores marcos da história da TV, considerada por muitos como uma das três maiores novelas de todo os tempos. O elenco era de arrepiar Beatriz Segall, Antonio Fagundes, Glória Pires, Carlos Alberto Riccelli, Regina Duarte, Lídia Brondi, Renata Sorrah, Reginaldo Faria, Cássio Gabus Mendes, Cássia Kis, Nathália Timberg, Cláudio Corrêa e Castro, Lília Cabral, Zeni Pereira, Maria Gladys, Daniel Filho, Pedro Paulo Rangel, entre muitos...

Seu talento de romancista e ficcionista, enriquecido pela experiência na reportagem policial, casou com a produção de folhetins televisivos. Outras características marcantes são o regionalismo e o realismo fantástico. Também fez muito sucesso com a novela ''Senhora do Destino'', de 2004.

Entre Outubro de 2007 e Maio de 2008, foi exibida Duas Caras, novela de sua autoria, que teve Dalton Vigh e Marjorie Estiano, como protagonistas e um elenco afiado como Marília Pêra, Antônio Fagundes, Susana Vieira, José Wilker, Renata Sorrah, Dudu Azevedo, Alinne Moraes, Lázaro Ramos, Betty Faria, Marília Gabriela, Marcos Winter, Rodrigo Hilbert, Chica Xavier, Caco Ciocler, Sheron Menezes, entre outros. Com a audiência de 41 pontos durante os oito meses em que foi exibida, a trama foi eleita pelo jornal espanhol 20 minutos a 9ª melhor telenovela brasileira de todos os tempos e foi a última novela do horário a se colocar acima da meta de 40 pontos com média geral de 41 pontos de audiência.

Foi autor da minissérie ''Cinquentinha''. Começou o ano de 2010, supervisionando a novela ''Tempos Modernos'', de Bosco Brasil autor que já adaptou a trama ''Bicho do Mato'', primeira trama exibida no horário das 6 na Rede Globo. Em Portugal, supervisiona a novela Laços de Sangue, primeira novela co-produzida da parceria Rede Globo e SIC

Também fez a minissérie ''Lara com Z'', protagonizada por Susana Vieira e Humberto Martins, contando com antagonistas como a magnífica Beatriz Segall e Eliane Giardini e grande elenco. A minissérie é uma filhote de Cinquentinha.

Em 2014 escreveu a novela ''Império'', que possuiu o título provisório de Falso Brilhante, e substituiu Em Família. Em 23 de novembro de 2015, Império recebeu o prêmio Emmy Internacional de melhor telenovela, mas Aguinaldo não compareceu à cerimônia do prêmio, porém criou uma polêmica ao prometer que, se Império vencesse o Emmy, ele "ficaria pelado", promessa esta que o autor disse ter cumprido no quarto dele.

Em 2018, retornou ao realismo fantástico em O Sétimo Guardião, temática que não usava desde Porto dos Milagres em 2001. Em 2 de janeiro de 2020, o Grupo Globo decidiu não renovar o contrato com o autor, após o fracasso de O Sétimo Guardião.

Diferente das demais telenovelas do autor, ''O Sétimo Guardião'' não apostou no realismo unido à comédia, sendo explorada com outros gêneros como drama e e suspense em uma atmosfera menos solar e mais soturna. No entanto, após o primeiro mês, pesquisas realizadas pela emissora apontaram uma rejeição ao realismo fantástico e o gênero deixou de ser abordado gradativamente – com exceção da fonte da juventude –, encaminhando a trama para o drama, a novela foi recheada de controvérsias.

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