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28Número de Fãs

Nascimento: 12 de Janeiro de 1910 (104 years)

Falecimento: 30 de Dezembro de 2014

Düsseldorf - Alemanha

Luise Rainer, foi uma premiada atriz alemã, mas de carreira em Hollywood, vencedora de dois prêmios Oscar, na categoria Melhor Atriz, por suas performances em ''Ziegfeld, o Criador de Estrelas/The Great Ziegfeld" (1936) e ''Terra dos Deuses/The Good Earth" (1937). Ela é a ganhadora do Oscar que viveu por mais tempo, um superlativo que não foi ultrapassado até hoje.

Nascida na Alemanha, passou parte de sua infância e juventude em Viena, na Áustria, o que justifica o fato de, quando nos anos de seu apogeu, ter ficado conhecida como "The Viennese Teardrop" (A Lágrima Vienense), especialmente em razão de sua intensa habilidade dramática.

Prevista a virar uma "nova Greta Garbo", Rainer tornou-se a primeira atriz a vencer dois Oscars, e a primeira também a tê-los ganho em dois anos consecutivos, além de ter sido a atriz que mais viveu após ter sido premiada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas com um Oscar.

Ela, no entanto, abandonou Hollywood em pleno auge devido a sua relutância em manter-se numa carreira dominada pelos chefes dos grandes estúdios.

Pela falta do produtor Irving Thalberg, grande admirador de Rainer, que morreu subitamente vitimado por uma pneumonia aos 37 anos de idade, e pelo maus conselhos do seu então marido na época, Rainer chegou a ser considerada para o papel principal em ''A Dama das Camélias/Camille" (1936), que acabou sendo interpretado por Garbo - de quem logo ela arrebataria o Oscar, além disso, Federico Fellini, que nos anos 1960 esteve interessado em promover um retorno da atriz às telas, escrevera para ela uma cena em ''A Doce Vida/La dolce vita" (1960), que acabou nunca sendo filmada, por culpa dela mesmo.

Embora naturalizada cidadã dos Estados Unidos, Rainer passou a viver entre o Reino Unido e a Suíça a partir de meados dos anos 1940.

Em 1989 fixou-se definitivamente na Inglaterra, na cidade de Londres, capital do Reino Unido, lá permanecendo até o dia de sua morte, em 30 de dezembro de 2014, aos 104 anos, em decorrência de uma pneumonia.

Por sua contribuição à indústria do cinema, ela recebeu uma estrela na Calçada da Fama, que encontra-se localizada no número 6300 da Hollywood Boulevard.
''Ziegfeld, o Criador de Estrelas/The Great Ziegfeld" (1936).

O próximo papel que Rainer interpretaria em Hollywood seria o de Anna Held na cinebiografia musical ''Ziegfeld, o Criador de Estrelas'', papel que ela obteve em agosto de 1935, o filme a reuniu novamente com William Powell, com quem havia contracenado em seu último filme, ''Flirt'', Powell ficou tão impressionado com Rainer que já previa que ela fosse ser igualmente aclamada como já o fora antes, no filme anterior.

O biógrafo Charles Higham, conta que o produtor do filme, Irving Thalberg, dizia que apenas ela poderia interpretar Anna Held, contudo, Rainer afirmou que Louis B. Mayer, não queria que ela fizesse o longa porque a personagem sairia de cena antes mesmo de o filme chegar em sua metade; "Você agora é uma estrela, e não pode fazê-lo!" - teria dito Mayer à atriz, pouco depois do início das filmagens, no final de 1935, as dúvidas sobre Rainer ser capaz de interpretar a personagem começaram a pairar sobre a imprensa, devido ao fato de ela não possuir semelhança com a verdadeira Anna Held (que era polonesa de nascimento), o diretor do filme, Robert Z. Leonard, chegou a responder que "qualquer semelhança que houvesse entre ambas tornaria o filme menos crível do que as comparações que estavam sendo constantemente feitas pela crítica", o diretor admitiu que a principal razão para Rainer ter sido escolhida foram os olhos dela, por serem largos, brilhantes e tentadores.

Tal como Thalberg, esperara, Rainer conseguiu fazer um excelente trabalho interpretando o papel, que exigia "faceirice, charme com olhos arregalados e vulnerabilidade".

O biógrafo Charles Affron escreveu que Rainer "impressionou tanto com a sua cena altamente emotiva", que essa foi a razão para ela ter vencido o Oscar de Melhor Atriz, na cena, uma das mais famosas do cinema (intitulada por Jean Cocteau como "conversação ao telefone"), Anna Held, durante um telefonema, parabeniza o seu ex-marido Florenz Ziegfeld, por seu novo casamento com a atriz Billie Burke, segundo Affrom: "A câmera grava sua agitação. Ziegfeld ouve uma voz que paira entre a falsa alegria e o desespero; quando ela desliga, se dissolve em lágrimas", por esta profunda interpretação dramática ela passou a ser conhecida como "The Viennese Teardrop", que significa A lágrima Vienense.

Rainer, ganhou então seu primeiro Oscar, também recebeu o prêmio de Melhor Atriz do New York Film Critics Circle (ou NYFCC Award, o prêmio do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York) por seu brilhante desempenho no filme.

''Terra dos Deuses/The Good Earth" (1937)

Seu próximo filme seria ''Terra dos Deuses'', estrelado por ela e Paul Muni, ela fora classificada em primeiro lugar para o papel principal nesta adaptação cinematográfica em setembro de 1935, tendo sido escalada dois meses mais tarde, em novembro.

O papel era completamente o oposto da Anna Held que ela havia interpretado em seu filme anterior, sendo ela agora a chinesa O-Lan, esposa de um humilde camponês cuja família enfrenta todos os percalços causados durante a época da chamada Revolução Chinesa, para o papel, ela atuou quase que sem dialogar durante todo o filme, sendo totalmente subserviente ao personagem de Paul Muni, que vivia o marido da personagem de Rainer.

O enorme contraste que havia com o papel por ela interpretado em ''Terra dos Deuses'', em relação ao do filme anterior, ''Ziegfeld, o Criador de Estrelas'', mostrou que Rainer estava buscando provar que podia ser extremamente versátil, e isso também contribuiu para sua vitória sobre outro Oscar de Melhor Atriz.

Ela se tornou a primeira atriz a vencer dois Oscars - tendo sido também a primeira a ganhá-los em anos seguidos, façanha que apenas Katharine Hepburn conseguiria repetir trinta anos mais tarde.

O historiador de cinema Andrew Sarris, fez uma comparação, afirmando que a "quase mudez de Rainer no decorrer de ''Terra dos Deuses'', foi contada como um tour de force surpreendente depois de sua histérica cena da conversa ao telefone em ''Ziegfeld, o Criador de Estrelas".

Rainer considerou o papel uma das maiores conquistas de sua carreira, para o qual expressou o máximo de realismo, mesmo tendo se recusado a usar a máscara de borracha que lhe conferiria um visual "mais chinês", que fora sugerida pelo departamento de maquiagem.

Então, antes de o filme ser concluído, o produtor do longa, Irving Thalberg, grande admirador de Rainer, morreu subitamente vitimado por uma pneumonia aos 37 anos de idade, Rainer comentou anos mais tarde que a morte de Thalberg, fora um terrível choque para todos: "Ele era tão jovem e sempre tão prestativo... se ele não tivesse morrido, talvez eu tivesse feito mais filmes".

O crítico James Agate, que admirava energicamente a performance da atriz, tendo Agate, inclusive, descrito a atuação dela como "uma rendição requintada" e como "simplesmente perfeita em tudo".

No entanto, ela afirmou mais tarde que nada pior poderia ter acontecido com ela do que ganhar dois Oscars consecutivos, já que as expectativas do público a partir de então seriam altas demais para serem satisfeitas.

Depois de uma série de papéis insignificantes, MGM e Rainer ficou desapontado, levando-a terminar sua breve carreira cinematográfica de três anos, em breve voltar para a Europa.

Somando-se a seu rápido declínio, alguns acham, foi o conselho de carreira pobre que ela recebeu de seu então marido, o dramaturgo Clifford Odets, junto com a morte inesperada aos 37 anos de seu produtor, Irving Thalberg, a quem ela admirava muito.

Alguns historiadores do cinema consideram-na "o caso mais extremo de uma vítima do Oscar na mitologia de Hollywood".

Na década de 1960, Federico Fellini, propôs à Rainer uma participação como "Dolores" no clássico italiano ''A Doce vida/La Dolce Vita"; Luise chegou a viajar até Roma para as filmagens, mas acabou cometendo outro erro, desistindo do papel, um fato que tem sido atribuído à sua não aprovação a alguns elementos do roteiro, o que a fez insistir em supervisionar os seus próprios diálogos. O papel acabou sendo retirado do roteiro, eventualmente.

Cônjuge: Robert Knittel (de 1945 a 1989), Clifford Odets (de 1937 a 1940)
Filha: Francesca Knittel-Bowyer

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